T5 - Proctologia (1) Flashcards

1
Q

Queixas proctológicas?

A

– 5% da população
– 20% durante a vida
– 20% das consultas de Gastrenterologia

– São quiexas bastante comuns e frequentes na nossa população contudo muitas vezes não são referidas espontaneamente pelos pacientes
– São queixas fundamentais de serem inquiridas pelo fato de apresentarem uma correlação direta com um diminuição da qualidade de vida dos doentes

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2
Q

Exame proctológico?

A

– Inspeção
– Toque Retal
– Anuscopia

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3
Q

Obstipação?

A
  • Distúrbio mais comum na consulta de protologia
  • Sexo feminino
  • Idosos
  • Baixa condição socioeconómica

– Obstipação funcional
– Síndrome de Intestino Irritável associado à variante obstipação
– Obstipação associada ao uso de opioides
– Distúrbios funcionais defecatórios

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4
Q

Obstipação - Introdução?

A

– Na ausência de sinais/sintomas de alarme e de causas orgânicas aparentes a maioria dos doentes com obstipação têm um distúrbio funcional que afecta o cólon e/ou o aparelho anorretal.
* Obstipação funcional
* Defecação dissinérgica

– Diferenciação com síndrome do intestino irritável com predomínio de obstipação é fundamental
– Dor abdominal - Sintoma predominante

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5
Q

Obstipação - Definição?

A

2 ou mais dos seguintes 6 critérios:
– straining more than 25% of defecations
– lumpy or hard stools (Bristol type 1 or 2) more than 25% of defecations
– sensation of incomplete evacuation more than 25% of defecations
– sensation of anorectal obstruction/blockage more than 25% of defecations
– manual maneuvers to facilitate more than 25% of defecations
– fewer than 3 spontaneous bowel movements per week

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6
Q

Obstipação - Manifestações clínicas - Sintomas?

A

Heterogéneos, variáveis, subjectivos e pouco sensíveis:
* Sensação de evacuação incompleta
* Esforço defecatório excessivo
* Digitação, evacuações pouco frequentes
* Fezes de consistência dura ou fragmentadas
* Bloqueio anal
* Desconforto e distensão abdominal

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7
Q

Obstipação - Manifestações clínicas - Sinais de Alarme?

A

Indicam necessidade de avaliação imediata:
* Início recente dos sintomas
* Idade ≥45 anos
* História familiar de cancro colorretal
* Sangue nas fezes (visível ou oculto)
* Alteração do calibre das fezes
* Perda ponderal e anorexia
* Febre
* Anemia ferropénica
* Dor abdominal persistente
* Massa abdominal

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8
Q

Obstipação - História clínica?

A
  • Os hábitos dietéticos são frequentemente negligenciados
  • É fundamental incentivar a ingestão de água e fibras
  • Revisão da medicação crónica e de fármacos/suplementos introduzidos recentemente
  • Antecedentes obstétricos, cirúrgicos e neurológicos
  • Pode ocorrer em simultâneo com incontinência (+ idosos)
  • História de abusos na infância, anorexia nervosa e de distúrbios psiquiátricos - defecação dissinérgica
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9
Q

Obstipação - Exame objetivo?

A

– O exame físico é habitualmente normal
– Avaliação do períneo
– Pesquisar a presença de eritema, mariscas, fissuras ou hemorróidas

— Toque rectal
- Incluindo manobra de aperto e de defecação
- A ausência de relaxamento do esfíncter anal e a descida do períneo → dissinergia do pavimento pélvico
— Reflexo cutâneo-anal → A sua ausência sugere neuropatia associada

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10
Q

Obstipação - Investigação Diagnóstica?

A
  • Exclusão de distúrbios orgânicos e metabólicos:
  • 1o passo: sintomas de início recente ou sinais de alarme
  • Estudos laboratoriais básicos:
  • Hemograma completo
  • Electrólitos
  • Glicemia
  • Função tiroideia
  • Estudos endoscópicos: avaliar a mucosa e excluir lesões
  • Estudos de imagem (ex: TC abdominopélvica): esclarecimento de massas abdominais
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11
Q

Obstipação - Manometria Anorretal?

A

– Falência da terapia médica
– Na suspeita de um distúrbio funcional de defecação:
* propulsão defecatória inadequada
* defecação dissinérgica
– Permite distinguir diferentes tipos de distúrbios defecatórios

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12
Q

Obstipação - Tratamento | Princípios Gerais?

A
  • Causas orgânicas ou distúrbios metabólicos – tratamento
  • Fármacos potencialmente implicados devem ser suspensos
  • Opiáceos, antipsicóticos, anticolinérgicos, antidepressivos tricíclicos, antagonistas dos canais de cálcio, ferro, antagonistas 5-HT3 (ondansetron), antiepilépticos, diuréticos e agentes antineoplásicos
  • Alterações do estilo de vida
  • Exercício físico regular
  • Aumento do aporte de fibras (25-30 g/dia)
  • Reforço da ingestão hídrica (>1.5-2 L/dia)
  • Habitualmente não suficiente e difícil de cumprir
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13
Q

Obstipação - Tratamento | Laxantes?

A

Todas as seguintes opções são relativamente baratas e facilmente disponíveis, podendo ser usadas isoladamente ou em combinação:

Laxantes osmóticos (em particular o PEG) são 1a opção
* Aumento da quantidade de água nas fezes
* Nível de evidência mais elevado em relação à sua eficácia, mesmo com o uso prolongado
* Perfil de segurança excelente

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14
Q

Obstipação - Tratamento | Laxantes (2)?

A

Laxantes estimulantes (sene, bisacodilo) - Promovem contração intestinal
* São também boas opções iniciais e baratas
* A utilização crónica de antraquinonas (sene) associa-se ao desenvolvimento de pseudomelanose cólica

Linaclotida
* Agonista do receptor C da ciclase do guanilato
* Aumenta a concentração intracelular do GMP cíclico
* Aumento da secreção de cloro e água para o lúmen intestinal
* Aprovado para o tratamento da obstipação crónica (145 ug/dia) e da SII (290 ug/dia)

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15
Q

Fisura anal - Classificação?

A
  • Primária (idiopática)
  • Secundária
  • Típica
  • Atípica
  • Aguda
  • Crónica (superior a 6-8 semanas)
    – Achados associados:
    -Papila hipertrófica
    -Marisca cutânea sentinela
  • Lateral (fora da linha média), múltiplas, grande, irregular
  • Etiologias a investigar:
    Doença de Crohn, VIH, tuberculose, sarcoidose, sífilis, gonorreia, herpes, leucemia, cancro anal, trauma, doenças dermatológicas (psoríase)
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16
Q

Fisura anal - Etiologia?

A

$$ Fissura anal típica (maioria são primárias)
- Linha média, regular, insuspeita, habitualmente única
* Comissura anal posterior (90%)
* Comissura anal anterior (mulher 25%; homem: 8%)
* Comissura anal anterior e posterior simultaneamente (3%)

$$ Fissura anal atípica
- Lateral (fora da linha média), múltiplas, grande, irregular
* Etiologias a investigar: Doença de Crohn, VIH, tuberculose, sarcoidose, sífilis, gonorreia, herpes, leucemia, cancro anal, trauma, doenças dermatológicas (psoríase)

17
Q

Fisura anal - Diagnóstico?

A

Trauma na anoderme
* Obstipação
* Diarreia
* Penetração anal

  • Hipertonicidade do EAI
  • Hipoperfusão da comissuras anterior e posterior

Diagnóstico
* História clinica:
- Fatores precipitantes
- Dor perianal (90%) + retorragia
* Exame proctológico
- Inspeção e toque retal
- Anuscopia (na maioria das vezes contraindicada)

18
Q

Fisura anal - Tratamento médico?

A

$$ Não específico
* Remoção do fator causal
* Redução do espasmo do EAI (banhos de assento)
* Dieta rica em fibras + laxantes

$$ Específico
* Tx tópica:
- Nitratos (cefaleias e tonturas) – 8 semanas 2 a 3x dia – Retogesic®
- Bloqueadores dos canais de cálcio (menos efeitos adversos vs nitratos)
Ex: Diltiazem e nifedipina - Dilitiazem (Anotrit®)

19
Q

Fisura anal - Tratamento instrumental | Toxina botulínica?

A
  • Refratários ou intolerantes a tx tópica
  • Evita cirurgia em 60-80% dos casos
  • Custos elevados (não é 1o linha de tx)
  • Bloqueio de transmissão colinégica&raquo_space; diminuição da tonicidade do EAI
  • Tx de cicatrização de 60-80%
  • Efeitos adversos
  • Equimose no local da punção
  • Incontinência para fezes (0-5%) ou gases (18%)
20
Q

Fisura anal - Tratamento cirúrgico - Indicações?

A
  • Fissura anal crónica refratária ao tratamento médico
  • Fissura anal atípica
  • Diagnósticos diferenciais
  • Suspeição clínica&raquo_space; biopsias
  • Fissura anal complicada
  • Abcesso ou fístula
  • Tratamento com drenagem e abertura do trajeto fistuloso
  • Fissura anal aguda incapacitante e com instabilidade clínica&raquo_space; ELI (esficterectomia lateral interna)
21
Q

Fisura anal - Tratamento cirúrgico - Técnicas?

A
  • Discussão com doente
  • Técnicas distintas
  • Esficteroctomia anal
  • Anoplastia com retalho
  • Dilatação anal
  • Fissurectomia