HEPATOLOGIA Flashcards

1
Q

Anatomia hepática:
Perfusão hepática
Unidade funcional hepática

A

Perfusão hepática:
70% - Veia Porta (VMS e Veia Esplênica)
30% - Artéria Hepática

Unidade funcional: lóbulo hepático
Estrutura hexagonal (hepatócitos)
Vértices: Espaço Porta (ramos de A. hepática, V. porta e ducto biliar)
Centro: Veia Centro Lobular

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2
Q

Hepatite A:
Transmissão e clínica (4)
Diagnóstico
Tratamento
Profilaxia pré e pós exposição

A

Transmissão: fecal-oral
PI: 4 semanas

Clínica:
1. Assintomáticos / pródromos: 85-90%
2. Fase ictérica evidente: 10%
3. Colestase: < 5%
4. Fulminante: 0,35%

Diagnóstico: Anti-HAV IgM (4-6 meses)
Anti-HAV IgG (cicatriz)

Tratamento:
Isolamento 7 (Nelson) - 14 (MS) dias após icterícia

Profilaxia pré-exposição:
MS: 15 meses / SBP: 12 e 18 meses / viajante

Profilaxia pós-exposição:
Indicação: contato íntimo não vacinado
1. Geral >= 1 ano: vacinação até 14 dias
2. < 1 ano: imunoglobulina
- obs: 6m-1ano: fazer vacinação (eficácia pobre, mas Ig pode afetar Tríplice Viral)
3. Imunosupressos: vacinação + imunoglobulina

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3
Q

Hepatite E:
Transmissão
Grande risco relacionado
Vs.
Hepatite D:
2 formas de infecção

A

Hepatite E:
Transmissão: fecal-oral
PI: 5-6 semanas
Gestante: risco de HEPATITE FULMINANTE de 20%
- evolução para encefalopatia em < 8 semanas
- atenção para alteração em prova de coagulação já no início
- mais comum em Hepatite B

Hepatite D:
Precisa de HBsAg
1. Coinfecção
2. Superinfecção: > fulminante, > cirrose, > CHC

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4
Q

Hepatite B:
Transmissão
Clínica
Manifestações extra-hepáticas (3)

A

Transmissão: sexual, vertical, percutânea

Clínica: muita clínica, pouca icterícia (<30%)
muita dor abdominal e sintomas de TGI
-Cronificação (risco de cirrose e CHC até sem):
5% dos adultos
20-30% das crianças
90% dos RNs
- Fulminante: 1%

Manifestações extra-hepáticas:
Vaso: PAN
Rim: Glomerulonefrite membranosa
Pele: Gianotti-Crosti (pediatria)

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5
Q

Hepatite B:
Antígenos virais
Anticorpos virais
Como avaliar gravidade?
Mutação viral
Tratamento - indicações agudo (3) e crônico (6)

A

Antígenos virais:
HbSAg: infecção atual
HbeAg: replicação
HbcAg: indetectável

Anticorpos virais:
Anti-Hbs: imunidade e/ou cura da infecção
Anti-HBc IgM: infecção aguda
Anti-HBc IgG: infecção crônica ou cicatriz
Anti-HBe: não há replicação

Avaliação da gravidade:
1. HbeAg +
2. DNA-HBV (carga viral)

Mutação:
Pré-core: não secreta HbeAg ao proliferar
Solicitar carga viral
Quando pensar? transaminases muito elevadas

Quando tratar?
1. Agudo: graves, fulminantes, > 30 anos e HbeAg +
2. Crônico:
F = família (HF CHC)
Í = infecção conjunta (HIV, HCV)
G = grande agressão (ALT > 2x LSN + replicação viral / HBV-DNA > 2000)
A = avançado (fibrose)
D = drogas imunossupressoras (prevenir reativação)
O = out fígado (PAN, GN membranosa)

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6
Q

Hepatite B:
Qual o objetivo do tratamento?
Tratamento preferencial (3)
Tratamento alternativo e efeitos adversos (3)

A

Objetivo: perda sustentada de HBsAg

Tempo indefinido:
1. Esquema preferencial: Tenofovir (TDF)
Se CI (tenossovir, tenefrovir ou cirrose):
2. Entecavir (ETV)
Se CI ao Entecavir (uso prévio de Lamivudina):
3. Tenofovir Alafenamida (TAF)
OBS: Para prevenção de reativação quando uso de imunossupressão: Entecavir (ETV)

Tratamento alternativo por 48 semanas:
Alfapeg-Interferon SC só usado se HBeAg +
Efeitos adversos:
1. Insuficiência hepática
2. Doenças autoimunes
3. Citopenias

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7
Q

Hepatite B:
Profilaxia pós-exposição:
Como é feita?
Indicações (4)

A

Não vacinados:
IG em até 7 dias
Vacinação

Indicações:
1. Acidente biológico com fonte + / alto risco
2. Vítima sexual (até 14 dias a Ig)
3. Imunossupresso, mesmo se vacinado
4. Filhos de mãe HBsAg + em até 12 horas

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8
Q

Hepatite C:
Transmissão
Clínica e manifestações extra-hepáticas (3)
Marcadores (2) e diagnóstico

A

Vírus de RNA com 6 genótipos (UM e três).
Transmissão: drogas injetáveis

Clínica:
Cronificação em 80-90% dos casos.
Tratamento indicado para todos.

Manifestações extra-hepáticas:
Vaso = Crioglobulinemia
Rim = GN Mesangiocapilar
Pele = líquen / porfiria

Marcadores:
HCV-RNA - Carga Viral - DIAGNÓSTICO
Anti-HCV - não serve para diagnóstico

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9
Q

Hepatite C:
Tratamento:
Indicação
Objetivo
Por quanto tempo?
2 esquemas preferenciais

A

Indicado para TODOS.
Objetivo: HCV-RNA indetectável 12 semanas após término do esquema (resposta viral sustentada).

Por quanto tempo?
12 semanas = geral
24 semanas ou + Ribavirina = CHILD B ou C

Esquemas mais utilizados:
Só Vem = Sofosbuvir e Velpatasvir
Pra Geral = Pibrentasvir e Glecaprevir

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10
Q

Colelitíase:
Tipos de cálculos (3)
Clínica
Diagnóstico
Tratamento
Identificação durante tratamento cirúrgico …
Quando colecistectomia convencional, incisão de …

A
  1. Amarelo: colesterol
    - mais comum
    - ocorre por estase biliar
    - mais comum em mulheres
    - associação com obesidade
    - maior risco pós cirurgia bariátrica
  2. Preto: bilirrubinato de cálcio
    - hemólise crônica
  3. Castanho:
    - associado a infecções
    - mais comum quando coledocolitíase primária

Clínica:
80% assintomáticos
20% cólica biliar transitória (< 6h) associada a alimentação gordurosa

Diagnóstico: USG de vias biliares
Imagem hiperecogênica com sombra acústica

Tratamento:
1. Acompanhamento: maioria
2. Colecistectomia + ATBprofilaxia/nada
- Triângulo de Calot
Superior: borda hepática
Medial: ducto hepático comum
Lateral: ducto cístico
- Artéria cística + linfonodo de Mascagni

Quando colecistectomia convencional, incisão de KOCHER

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11
Q

Colelitíase:
Indicações de Colecistectomia VLP (7)

A
  1. Sintomáticos (20%)
  2. Assintomáticos, que:
    a. Cálculo > 2,5-3 cm
    b. Cálculo preto (hemólise)
    c. Vesícula em porcelana (calcificação)
    d. Anomalias congênitas de via biliar
    e. Associação com pólipo
    f. Pólipo isolado se > 1 cm, > 50 anos, em crescimento
    - Pólipo > 2cm = TC abdominal
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12
Q

Coledocolitíase:
Quando e como pesquisar no pré da colecistectomia?
Qual a clínica do paciente?
Qual a conduta se diagnóstico feito? (2)
Quais as indicações de tratamento cirúrgico? (4)

A
  1. ALTO risco: CPRE
    a. USG com cálculo no colédoco
    b. Colangite aguda (icterícia + febre)
    c. BT > 4 + dilatação do colédoco
  2. MODERADO risco: ColangioRM ou USG endoscópica ou Colangiografia intra-operatória
    a. > 55 anos
    b. Colédoco dilatado
    c. Bioquímica hepática alterada
  3. BAIXO risco: não indica investigação

Clínica:
50% assintomáticos
50% icterícia FLUTUANTE e ISOLADA + VB não palpável

Tratamento: sempre é feito
1. CPRE
2. Derivação biliodigestiva/Coledocoduodenostomia:
a. colédoco > 1,5/2 cm
b. múltiplos cálculos no colédoco (>6)
c. litíase intrahepática
d. coledocolitíase primária

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13
Q

Colecistite aguda:
Clínica (3)
Diagnóstico
Tratamento (4)

A

Clínica: febre + dor persistente em HCD + Murphy (compressão de ducto cístico)

Diagnóstico: clínica + imagem:
1. USG de vias biliares: melhor exame
- parede da vesícula > 4mm
- coleção pericolecística
- sombra acústica + distensão da vesícula
2. Cintilografia de vias biliares: padrão-ouro

Tratamento:
1. Internação, hidratação e analgesia
2. Colecistectomia VLP nas primeiras 72h idealmente
(até 7 dias) (esfriamento de processo - desuso)
3. ATB terapia ou profilaxia por 24h em casos leves
4. Colecistostomia se não tolerar cirurgia

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14
Q

Colecistite aguda:
Guideline Tóquio 2018:
Diagnóstico / Classificação / Tratamento
Critérios para quadro moderado (4)
Objetivo principal do tratamento de casos Graves (III)

A

Diagnóstico: A + B + C
A. Inflamação local
B. Inflamação sistêmica
C. Achados ultrassonográficos

Classificação:
I. Leve
Tratamento: colecistectomia + ATB profilaxia 24h

II. Moderada: >= 1 achado:
1. Leucocitose > 18.000
2. Massa palpável dolorosa em QSD
3. Evolução > 72h
4. Sinais de complicação local
Tratamento: colecistectomia + ATB terapia

III. Grave: disfunção orgânica
Tratamento: ATB e estabilização > colecistectomia ou colecistostomia
- Objetivo principal: remoção do foco infeccioso

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15
Q

Colecistite Aguda Enfisematosa vs. Alitiásica
Agentes / epidemiologia
Fisiopatologia
Quando suspeitar?
Exames para avaliação
Tratamento

A

ENFISEMATOSA:
C. perfringes - imunossupressos, idosos, DM
Infiltração de gás na parede da vesícula biliar
TC é o melhor exame
Conduta: ATB + colecistectomia/colecistostomia

ALITIÁSICA:
5-10% dos casos, com pior prognóstico
Obstrução funcional - contração da VB ausente
Pacientes em NPO, VM, instáveis, grandes queimados
UTI + FEBRE + LEUCOCITOSE INEXPLICADA
Solicitar USG ou TC
Tratamento: colecistectomia / colecistostomia

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16
Q

Síndrome de Mirizzi:
Definição
Diagnóstico (3)
Classificação de Csendes (5)
Conduta para cada tipo

A

Definição: cálculo impactado em infindíbulo gerando obstrução extrínseca de ducto hepático comum +- fístula colecistobiliar.

Diagnóstico (de certeza: transoperatório):
1. CPRE
2. CTP: Colangiografia percutânea transhepática

Classificação de Csendes:
I) Obstrução sem fístula
Colecistectomia + Colangiografia intra-operatória

II) Fístula < 1/3 da circunferência da via biliar principal
Colecistectomia + Rafia + Dreno de Kehr

III) Fístula <= 2/3 da circunferência
Colecistectomia + Coledocoplastia + Dreno de Kehr

IV) Fístula > 2/3 da circunferência (ou 3/3)
Colecistectomia + Derivação biliodigestiva (via biliar proximal e intestino)

Modificada:
V) Fístula colecistoentérica (íleo biliar ou Bouveret - pré-piloro)
Enterectomia para retirada do cálculo + colecistectomia

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17
Q

Colangite Bacteriana:
Clínica
Laboratório (3)
Diagnóstico e exames de imagem (3)
Tratamento

A

Clínica:
1. Não supurativa: TRÍADE DE CHARCOT:
a. Icterícia
b. Febre com calafrios
c. Dor em HCD
2. Supurativa: PÊNTADE DE REYNOLDS:
d. Hipotensão
e. Redução do sensório

Laboratório:
1. Aumento da BD
2. Aumento da FA e GGT (canaliculares)
3. Leucocitose com desvio à esquerda

Diagnóstico:
Clínica + dilatação de via biliar / etiologia
a. USG
b. ColangioRM
c. CPRE

Tratamento:
1. Não supurativa: ATB + CPRE eletiva
2. Supurativa: ATB + CPRE/drenagem de urgência

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18
Q

Colangite Bacteriana:
Guideline de Tóquio 2018:
Diagnóstico / Classificação / Tratamento
Critérios para quadros moderados (5)

A

Diagnóstico: A + B + C
A: Inflamação sistêmica
B: Colestase
C: Imagem com dilatação de via biliar ou obstrução

Classificação:
I. Leve: Tríade de Charcot
Tratamento: ATB + drenagem eletiva

II. Moderada: >= 2 achados:
1. Leucocitose > 12.000 ou Leucopenia < 4.000
2. Febre > 39°C
3. Idade >= 75 anos
4. BT >= 5
5. Hipoalbuminemia
Tratamento: ATB + drenagem urgência (< 12h)

III. Grave: disfunção orgânica: P. de Reynalds
Tratamento: ATB + drenagem emergência (<2-6h)

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19
Q

Cirrose Hepática:
Onde inicia? Por que ocorre?
E o aspecto hepático?
Clínica - Hipertensão Porta (4)
Clínica - Insuficiência Hepática (3)
Clínica - Insuficiência Hepática apenas Crônicos (6)
Quais são os estigmas? (5)
Qual a clínica que sugere etiologia alcoólica? (2)
E as transaminases?

A

Onde inicia?
Espaço de Disse (virtual entre hepatócito e capilares sinusoides).

Por que ocorre?
Ativação da célula ESTRELADA pela agressão crônica local, que produz colágeno e fibrose.
Perda das fenestrações.

E o aspecto hepático?
Nódulos de Regeneração
- aumento do risco de CHC

Clínica - Hipertensão Porta:
1. Varizes esôfago-gástricas
2. Ascite
3. Esplenomegalia
- plaquetopenia é prognóstico
4. Circulação colateral abdominal

Clínica - Insuficiência Hepática:
AGUDOS E CRÔNICOS:
1. Icterícia
2. Encefalopatia (amônia)
3. Coagulopatias

Clínica - Insuficiência Hepática:
CRÔNICOS:
1. Hipoalbuminemia
2. Hiperglicemia
3. Estigmas hepáticos (aumento de estrogênio livre e queda de androgênio)
- Eritema palmar
- Telangiectasias
- Ginecomastia
- Rarefação de pelos
- Atrofia testicular
4. Baqueteamento digital
5. Contratura de Dupuytran (palmar - álcool)
6. Tumefação de parótidas (álcool)

Transaminases:
Normal ou discretamente elevada: morte hepatócitos.

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20
Q

Cirrose Hepática:
Classificação de CHILD
BEATA e seus parâmetros
Pontuação e o que cada grau significa
Sobrevida em 1-2 anos de cada grau

A

B = Bilirrubinas
1 ponto: < 2
3 pontos: > 3

E = Encefalopatia
1 ponto: ausente
3 pontos: Graus III e IV (avançada)

A = Albumina
1 ponto: > 3,5
3 pontos: < 3

TP (RNI)
1 ponto: RNI < 1,7
3 pontos: RNI > 2,3

A = Ascite
1 ponto: ausente
2 pontos: leve (vista apenas em USG)
3 pontos: mal controlada (vista em exame físico)

Classificação:
5-6 pontos: Grau A = Cirrose Compensada
7-9 pontos: Grau B = Dano Funcional Significativo
10-15 pontos: Grau C = Cirrose Descompensada

Sobrevida em 1-2 anos:
Grau A: 100-85%
Grau B: 80-60%
Grau C: 45-35%

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21
Q

Cirrose Hepática:
Classificação de MELD:
Quais os parâmetros?
Para que utilizamos?

A

BIC é uma caneta de MELDa

B: Bilirrubina
I: INR
C: Creatinina

Muito utilizado para definir gravidade para fila de transplante hepático.

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22
Q

Cirrose Hepática:
Quais as principais etiologias? VIDA
Rastreamento de CHC (2)
Posso fazer uso de estatinas em paciente cirrótico?
Padrão-ouro e rotina para diagnóstico de cirrose

A

V = Vírus B e C
I = Infiltração gordurosa: álcool ou NASH
D = Depósito: cobre (Wilson) ou Ferro (Hemocromatose)
A = Autoimune: Colangite Biliar Primária e Hepatite Autoimune

Rastreamento de CHC:
Alfafetoproteína + USG a cada 6 meses

Posso fazer uso de estatinas em paciente cirrótico?
Podem gerar aumento das aminotransferases.
Não é CI em hepatopatia crônica.
Há CI em casos de agressão hepática aguda.

Padrão-ouro para diagnóstico: biópsia, mas preferimos avaliação não invasiva: elastrografia.
Vantagem da biópsia: avalia INFLAMAÇÃO.

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23
Q

Hepatite alcoólica:
Qual a dose segura de álcool semanal?
Questionários utilizados para avaliar abuso alcoólico (2)
Laboratório que sugere abuso (2)
Em quem ocorre?
Quadro clássico (3)
Tratamento se Maddrey >= 32 (3)

A

Qual a dose segura de álcool semanal?
21U = Homens
14U = Mulheres

Qual a dose segura de álcool semanal?
CAGE
AUDIT (mais completo)

Laboratório que sugere abuso:
- Gama GT elevada (7-45 homens)
- Macrocitose (VCM > 100)

Em quem ocorre?
No bebedor crônico que passou por período de libação.

Quadro clássico:
1. Hepatite: febre, icterícia, dor
2. Transaminases elevadas
TGO&raquo_space;» TGP (vitamina B6, deficiente em alcoolistas)
3. Reação Leucemoide (DD com Pancreatite Aguda)

Tratamento em casos graves = Índice de Maddrey >= 32
1. Abstinência alcoólica
2. Prednisolona por 4 semanas
Pois Prednisona seria metabolizada na sua forma ativa pelo fígado.
3. Pentoxifilina (se CI para corticoterapia)

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24
Q

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NASH):
Prevalência | Fisiopatologia | História natural
Quais pacientes tem maior risco de evolução para cirrose? (3)
Diagnóstico | Avaliação inicial de gravidade (2) e conduta
Tratamento geral | se grave (3)
E o uso de Metformina?

A

Prevalência: 20% na população ocidental.
Fisiopatologia: resistência insulínica aumentada > uso de gordura como fonte energética > triglicerídeos são mandados ao fígado sobrecarregando-o.

História natural:
1. Esteatose por hipertrigliciremia
2. Esteato-hepatite ou NASH
3. Cirrose ou CHC

Quais pacientes tem maior risco de evolução para cirrose?
1. > 45 anos
2. DM
3. Obeso
Realização de biópsia (ou elastografia): gravidade

Diagnóstico: de exclusão
- Pode haver dor abdominal e elevação de transaminases (TGP)
- Excluir: álcool, HCV, medicamentosa, Wilson e autoimune

Avaliação inicial de gravidade:
Com métodos não invasivos:
1. Escores como FIB4 ou APRI
2. Elastografia: alterada a partir da fibrose e inflamação
Se alteração: Biópsia Hepática

Tratamento:
Todos: dieta + EF + PERDA DE PESO
1. Glitazona
2. Vitamina E
- Doses de até 400-800 UI/dia (risco cardiovascular)
3. Liraglutida

E a Metformina?
Não é contraindicada se paciente tiver indicação por pré-DM ou DM2, mas não é recomendada por NASH.

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25
Doença de Wilson (Cobre): Por que ocorre? | Faixa etária Clínica (4) - qual o achado PATOGNOMÔNICO? Rastreamento Diagnóstico: como posso fazer? (5) Tratamento farmacológico (2) Há cura?
Por que ocorre? 1. Mutação em gene ATP7B 2. Não formação de CERULOPLASMINA: transporte e excreção do cobre 3. Acúmulo e formação de depósitos Faixa etária: Jovens (5-10 anos) Clínica: 1. Doença hepática: - aguda ou crônica ou cirrose 2. Alterações de movimento (depósitos em SNC): - Parkinson 3. Alteração de personalidade 4. ANEL DE KAYSER-FLEISCHER pelo depósito de cobre ocular (98%) - Patognomônica em prova - Exame lâmpada de fenda Triagem: ceruloplasmina baixa Confirmação diagnóstica: 1. Anéis de Kayser-Fleischer 2. Cobre urinário (24h) 3. Mutação ATB7B 4. Biópsia hepática (cobre acumulado) - não rotina 5. Ceruplasmina plasmática Tratamento: 1. Quelante de Cobre Trientina D-Penicilamina (mais EAs) 2. Cura = Transplante hepático
26
Hemocromatose: Por que ocorre? Preferência por sexo? Epidemiologia (3) | Laboratório (2) Clínica - 6 H's Diagnóstico | Tratamento e meta de Ferritina E o transplante?
Por que ocorre? Gene HFE - Mutação C282Y Absorção de Ferro intestinal independentemente das necessidades do organismo > acúmulo > depósitos. Preferência por sexo? Não, mas mulheres manifestam menos = menstruação. Epidemiolgoia: Caucasianos | 40-50 anos | 1:250 pessoas Laboratório: 1. Saturação da transferrina elevada (> 50-60%) 2. Ferritina elevada (> 200) Clínica: H = Hepatopatia H = Hiperglicemia - deficiência na produção de insulina pelas células beta H = Hiperpigmentação da pele (DM bronzeado) H = Heart (IC) H= Hipogonadismo - menor liberação de FSH e LH H = Hartrite Diagnóstico: 1. Teste genético: mutação C282Y (HFE) 2. RNM abdominal: prever acúmulo de ferro hepático Tratamento: FLEBOTOMIA semanal Meta da ferritina em torno de 50ng/ml E o transplante? Não cura, mas pode ser indicado se cirrose avançada.
27
Colangite Biliar Primária: Definição | Epidemiologia Clínica: Colestase (6) e Disabsorção (2) Quando suspeitar? (3) Diagnóstico (3) Tratamento (2) Doença dos 3M's
Definição: doença autoimune que agride os ductos biliares do espaço porta por aumento de imunoglobulinas(IgM). Epidemiologia: 1. Mulheres (30-60 anos) 2. Doenças autoimunes (SJOGREN - maior associação) Clínica: - COLESTASE 1. Prurido = principal 2. Acolia 3. Colúria 4. Icterícia 5. Hiperpigmentação cutânea 6. Xantelasma - DISABSORÇÃO 1. Esteatorreia 2. Queda de ADEK a. D = fraturas ósseas em prova b. K = sangramentos em prova Quando suspeitar? 1. Colestase 2. Aumento de FA 3. USG sem sinais de dilatação de via biliar (lesão seria vista apenas por biópsia - espaço porta) Diagnóstico: >= 2 de 3 critérios: 1. Elevação da fosfatase alcalina 2. Anticorpo antimitocôndria (AMA) 3. Biópsia Tratamento: Doença não responde à imunossupressão: 1. Ácido ursodesoxicólico (Ursacol) 2. Transplante hepático: cirrose Doença dos 3 M's: Mulher Aumento de IgM Marcador: ac antiMitrocôndria
28
Colangite Esclerosante Primária: O que há em comum com a Colangite Biliar Primária? (3) Como afeta? O que isso muda? Em quem ocorre? Qual o marcador? Tratamento (2)
O que há em comum com a Colangite Biliar Primária? 1. Icterícia colestática (inflamação de via biliar) 2. Prurido (sais biliares) 3. Cirrose (sais biliares) Como afeta? O que isso muda? Grandes vias biliares, tanto intra, quanto extra-hepáticas Podemos visualizar em exame de imagem de via biliar CPRE: Vias biliares em conta de rosário Em quem ocorre?/Marcador: Masculino Retocolite ulcerativa p-ANCA Tratamento: 1. UDCA usado em Colangite Biliar Primária ainda sem comprovação de efeito aqui, mas doença também não responde à imunossupressão 2. Transplante hepático em casos avançados
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Hepatite autoimune: Definição Tipo I e Tipo II - paciente típico e anticorpos (2) Quando pensar na prova? Qual o anticorpo aumentado? Achados da biópsia (3) Tratamento (2) - para todos?
Definição: Agressão autoimune contra o HEPATÓCITO. Tipo I: Mulher jovem a. FAN + (lupoide) b. Anticorpo antimúsculo liso (AML) Tipo II: 1. Meninas (2-15 anos) 2. Homens ( > 40 anos) a. Anti-LKM1 b. anti-LC1 Quando pensar na prova? 1. Hepatite 2. Sorologias virais normais 3. Ausência de abuso de álcool e drogas 4. Hipergamaglobulinemia (eleva IgG) 5. História de outras doenças autoimunes (vitiligo, DM1, Hashimoto) Achados da biópsia: 1. Rosetas 2. Pseudolóbulos 3. Infiltrado mononuclear à custas de PLASMÓCITOS Tratemento: Corticoide +- Azatioprina Exceto: assintomáticos e formas leves de hepatite
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Colestase da Gestação: A que nível ocorre? Quais as características clínico-laboratoriais? (3) Quando ocorre? Tratamento
Afeta drenagem de bile: Intra-hepática Quadro: 1. Prurido 2. Elevação de bilirrubinas 3. Pode haver elevação de transaminases Quando? Segundo ou terceiro trimestre - some logo após o parto Tratamento: Ácido ursodesoxicólico - prevenção de malformações fetais
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Doença de Caroli: Definição Diagnóstico
Definição: má-formação congênita rara, caracterizada por dilatação de ductos biliares intra-hepáticos pela presença de CISTOS intra-hepáticos. Diagnóstico: CPRE.
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Cisto do colédoco (dilatação cística): Tríade clínica e sua prevalência Conduta
Tríade clínica (10-15% dos pacientes): 1. Dor abdominal 2. Icterícia 3. Massa abdominal palpável em HCD Conduta: Sempre cirúrgica por risco de malignização Excisão do cisto + hepaticojejunostomia
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Síndrome de Gilbert: Definição | Epidemiologia Laboratório Fatores precipitantes (4) | de melhora (5)
Definição: Doença genética que leva a deficiência parcial leve de glicoruniltransferase (aumento da BI). Epidemiologia: Comum (7-9% da população) | Homem Laboratório: Bilirrubina < 4 | condição benigna Fatores precipitantes: 1. Jejum 2. Álcool 3. Exercício 4. Febre Fatores de melhora: 1. Dieta hipercalórica 2. Cessação do álcool 3. Resolução de infecção 4. Exercícios mais leves 5. FENOBARBITAL (nem precisa usar)
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Doença de Crigler-Najjar: Definição | Quando se manifesta? Tipo I e Tipo II: Níveis de Bilirrubinas | Tratamento Qual a principal preocupação do tipo I?
Definição: Deficiência importante de GT por doença genética. Quando? Nos 3 primeiros dias de vida. Tipo I: - Quadro mais grave, deficiência total de GT - Bilirrubinas: 18-45 -Kernicterus: lesão neurológica por deposição de bilirrubina indireta nos núcleos da base - Tratamento: transplante Tipo II: - Deficiência parcial - Bilirrubinas entre 6-25 - Tratamento: fenobarbital
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Hepatite Medicamentosa: Definição Quais os fármacos relacionados a lesão hepatocelular? (4) - Paracetamol: doses e antídoto Quais os fármacos relacionados a colestase? (5) Esquema RIPE e lesão hepática Como Amiodarona afeta? (2) Como fazer o diagnóstico? E a biópsia? Toxicidade das drogas sempre dose-dependente? Quando que o álcool piora prognóstico se Acetominofen?
Definição: Lesão hepatocelular (aumento de transaminases) e/ou colestática (aumento de enzimas canaliculares) induzida por um medicamento. Quais os fármacos relacionados a lesão hepatocelular? 1. Paracetamol - dose-dependente: > 10-15 g/dia - dose máxima: 4g/dia - antídoto: N-acetilcisteína 2. Isoniazida 3. Fenitoína 4. AINE Quais os fármacos relacionados a colestase? 1. ACO 2. Eritromicina 3. Amox-clav 4. Rifampicina 5. Bactrim Lesão hepática relacionada à RIPE: RIP (Isoniazida) Amiodarona: 1. Lesão hepatocelular 2. Indução de esteatose hepática Diagnóstico: 1. Exposição ao medicamento hepatotóxico - não há delta T específico 2. Exclusão de outras etiologias E a bióspia: Apenas em casos duvidosos: necrose centro-lobular Exceto pelo Paracetamol, que é dose-dependente, outras drogas tem sua toxicidade ... Idiossincrática
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Hipertensão Porta: Definição O que forma o sistema porta? (6) Definição de V. Porta Outras veias que desembocam no sistema (3) Diagnóstico na prática (4) Varizes (4) - se sopro ou frêmito em região abdominal Ascite - quando está presente?
Sistema Porta: Veia Porta: entre duas redes de capilares 0.1 Artéria Mesentérica Superior e Esplênica 0.2 Capilares 1. Veia Mesentérica Superior e Esplênica 2. Veia Porta 3. Capilares Sinusoides 4.Veia Hepática Outras veias que desembocam no sistema: 1. Veia Mesentérica Inferior (Esplênica) 2. Veias Gástricas Curtas (Esplênica) 3. Veia Gástrica Esquerda (Porta) Hipertensão Porta: Pressão > 5 mmHg Diagnóstico na prática: CLÍNICA 1. Esplenomegalia 2. Varizes: Recanalização do sistema Ázigos a. Esôfago = Veia Gástrica Esquerda b. Fundo Gástrico = Veias Gástricas Curtas c. Anorretal = Veia Mesentérica Inferior d. Abdominais (cabeça de medusa) = Veia Mesentérica Inferior - Se sopro e frêmito: Síndrome de Cruveihier-Baumgarten 3. Encefalopatia hepática (amônia) 4. Ascite - Ao nível dos sinusoides por transudação - Doença intra-hepática sinusoidal / pós sinusoidal / pós-hepática
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Hipertensão Porta: PRÉ-HEPÁTICA INTRA-HEPÁTICA (3) PÓS-HEPÁTICA
PRÉ-HEPÁTICA: 1. Principal etiologia: Trombose da Veia Porta: hipercoagulabilidade 2. Hipertensão Porta Segmentar: - Trombose da Veia Esplênica: Pancreatite Crônica -Trombose de Veia Mesentérica Superior (raro) Características: 1. Sem formação de ascite 2. Varizes mais importantes -Se T. Veia Esplênica: Varizes de fundo gástrico isoladas (veias gástricas curtas) + Esplenomegalia INTRA-HEPÁTICA: 1. PRÉ-SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Esquistossomose Não forma ascite Varizes mais importantes 2. SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Cirrose Pode formar ascite e varizes c. PÓS-SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Doença veno-oclusiva de veia centro-lobular (raro) 1. Pós-transplante (enxerto-hospedeiro) 2. Chá da Jamaica Muita ascite Varizes em menor quantidade. 3. Pós-hepática Muita ascite Varizes pouco importantes Hepatomegalia Dependendo do local de doença: Edema de MMII ou Turgência Jugular 1. Síndrome de Budd-Chiari = trombose de veia hepática 2. Obstrução da veia cava inferior Ascite Poucas varizes Hepatomegalia Edema de MMII 3. Doenças cardíacas Ascite Poucas varizes Hepatomegalia Edema de MMII Turgência Jugular
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Hipertensão Porta: Pré-hepática | Intrahepática (3) | Pós-hepática Principal etiologia Clínica: ascite | varizes | hepato-esplenomegalia Etiologias da pós-hepática (3)
PRÉ-HEPÁTICA: 1. Principal etiologia: Trombose da Veia Porta: hipercoagulabilidade 2. Hipertensão Porta Segmentar: - Trombose da Veia Esplênica: Pancreatite Crônica -Trombose de Veia Mesentérica Superior (raro) Características: 1. Sem formação de ascite 2. Varizes mais importantes -Se T. Veia Esplênica: Varizes de fundo gástrico isoladas (veias gástricas curtas) + Esplenomegalia INTRA-HEPÁTICA: 1. PRÉ-SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Esquistossomose Não forma ascite Varizes mais importantes 2. SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Cirrose Pode formar ascite e varizes c. PÓS-SINUSOIDAL: - Principal etiologia: Doença veno-oclusiva de veia centro-lobular (raro) 1. Pós-transplante (enxerto-hospedeiro) 2. Chá da Jamaica Muita ascite Varizes em menor quantidade. 3. PÓS-HEPÁTICA: Muita ascite Varizes pouco importantes Hepatomegalia Dependendo do local de doença: Edema de MMII ou Turgência Jugular Etiologias: 1. Síndrome de Budd-Chiari = trombose de Veia Hepática 2. Obstrução da Veia Cava Inferior 3. Doenças cardíacas
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Hipertensão Porta: Ascite: Como avaliar em exame físico? (4) Diagnóstico (2) Por que indicamos Paracentese? O que é o GASA? Quando esperamos Transudato vs. Exsudato? Total de proteínas em ascite de cirróticos e DD com cardio
Como avaliar em exame físico? 1. Sinal do Piparote (>= 3L) 2. Macicez móvel em decúbito 3. Semicírculos de Skoda 4. Toque retal (rechaço parede posterior do reto) - mais sensível Diagnóstico: 1. USG: >= 100ml de ascite 2. Sempre que ascite: Paracentese diagnóstica - Indicações: quadro novo | mudança clínica - Ponto de punção para paracentese: McBurney à esquerda Por que fazemos Paracentese? Para diferenciar: 1. Transudato: GASA >= 1,1 2. Exsudato: GASA < 1,1 Gradiente albumina soro e líquido ascítico: Albumina do soro - de líquido ascítico Transudato (GASA >= 1,1): - Hipertensão porta: proteínas não passam pelas fenestrações dos sinusoides Cirrose, Budd-Chiari (trombose de V. hepática) GASA >= 1,1 Obs: Paciente cirrótico tem em líquido ascítico quantidade de proteínas totais < 2,5 DD com Cardiogênico: proteína total > 2,5 (como os exsudatos), pois não há fibrose ocluindo as fenestrações Quando ocorre o exsudato? Doenças do peritônio: neoplasias, tuberculose, pancreatite. Albumina estará mais alta e GASA < 1,1
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Hipertensão Porta: Ascite: Tratamento (2) - quais os diuréticos? (2) Restrição hídrica? Qual o objetivo terapêutico? E se ascite refratária? (3) Quando e como faço reposição de albumina? Fazemos paracentese de controle?
Tratamento: 1. Restrição de sódio (até 2g/dia) 2. Diuréticos - Espironolactona: inibe a ativação do SRAA por hipovolemia - Associamos Furosemida para evitar distúrbios hidroeletrolíticos 3. Restrição hídrica: só se hiponatremia dilucional Qual o objetivo terapêutico? Meta: perda de 0,5 kg/dia ou 1kg/dia se edema Eficácia: 90% respondem E se ascite refratária? 1. Paracentese terapêutica seriada - Se de grande volume: > 5L 6-10g de albumina por litro retirado 2. TIPS 3. Transplante hepático Fazemos paracentese de controle? Controverso HCPA2018: Paracentese de controle 2 dias
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Peritonite Bacteriana Espontânea: Fisiopatologia Clínica (3) Diagnóstico (2) Tratamento - indicação e como é feito?
Fisiopatologia: Translocação monobacteriana (E. coli) para transudato pobre em proteínas e gamaglobulinas. Clínica: menos gritante que peritonites no geral: 1. Febre mais leve 2. Desconforto abdominal sem sinais de irritação peritoneal 3. Encefalopatia Diagnóstico: 1. > 250 / mm³ de polimorfonucleares 2. Cultura monobacteriana + Tratamento: Indicação: > 250 PNF é indicação de tratamento 1. Cefalosporina de 3° geração CEFOTAXIMA por 5 dias
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Peritonite Bacteriana Espontânea: Profilaxia primária aguda - Como? (2) Indicações Profilaxia primária crônica - Como? Indicações (5) Profilaxia secundária - Como? Até quando?
PRIMÁRIA AGUDA: Ceftriaxona IV ou Norfloxacina VO por 7 dias totais. - Indicada quando maior risco de infecção no momento: Hemorragia por varizes esôfago-gástricas: translocação PRIMÁRIA CRÔNICA: Norfloxacina VO diário - Indicada quando: Proteínas do líquido ascítico < 1,5 g/dl + >= 1: a. creatinina >= 1,2 b. ureia > 53,5 c. CHILD >= 9 d. BT >= 3 SECUNDÁRIA: Norfloxacina VO diário Indicada pelo resto da vida Em questão: resolução da ascite ou transplante hepático
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Peritonite Bacteriana Espontânea: Critérios diagnósticos (2) e diferenciais: Ascite neutrofílica Bacterascite - tratamento se sintomático vs. assintomático Peritonite franca polimicrobiana - critérios (3) e tto (3)
Diagnóstico: 1. > 250 / mm³ de polimorfonucleares 2. Cultura monobacteriana + Diagnósticos diferenciais: 1. Ascite neutrofílica > 250 PNF e cultura negativa Tratamento: CEFOTAXIMA 5 dias 2. Bacterascite Cultura positiva sem > 250 PNF (precoce) Tratamento: 1. Sintomático: Cefotaxima 5 dias 2. Assintomático: repetir paracentese 3. Peritonite franca polimicrobiana Diagnóstico: >= 2 critérios 1. Proteína > 1 2. Glicose < 50 3. LDH elevada 4. Tratamento: - Cefalosporina de terceira geração - Metronidazol - Avaliação de quadros cirúrgicos em exame de imagem (diverticulite e apendicite)
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Síndrome Hepato-renal: Quadro clássico Fisiopatologia Como fazer diagnóstico na prova? (3) Exclusão de lesão pré-renal (2) Tipo I e Tipo II - causas e prognóstico Como fazer prevenção em PBE? Tratamento ideal vs. alternativo (2) Não fazer (2)
Quadro clássico: Paciente cirrótico com ascite: oligúria e lesão renal Fisiopatologia: 1. Insuficiência hepática > 2. Acúmulo de NO não metabolizado > 3. Vasodilatação periférica > 4. Rim entende como hipovolemia > 5. Vasoconstrição renal por ativação de SRAA > 6. Insuficiência renal aguda Como fazer diagnóstico? 1. IRA "pré-renal" que não melhora com volume (uma vez que o problema é vasodilatação por excesso de NO) 2. Urina concentrada e com baixo Na 3. Exclusão de lesão pré-renal - retirada de diurético - expansão volêmica COM albumina Tipo I: Rápida progressão (< 2 semanas) Deflagrada por outro problema (PBE) Péssimo prognóstico Como prevenir em quadros de PBE? ALBUMINA 1,5 g/kg no primeiro dia ALBUMINA 1 g/kg no terceiro dia Tipo II: Insidiosa e espontânea, apresentando melhor prognóstico Tratamento: 1. Transplante hepático = ideal 2. Albumina + 3. Terlipressina: vasoconstritor esplâncnico = alternativa, sem resposta importante Não fazer: 1. Noradrenalina: vasoconstritor sistêmico 2. Diurético em PBE: hipovolemia
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Varizes de Esôfago: Quando ocorre? Quando há maior risco de ruptura? Quando rastreamos? Indicações de profilaxia primária (3) Como é feita? (2) - opções farmacológicas (3) Como faço a profilaxia secundária? (2) E se contraindicação ao betabloqueio? (3)
Quando ocorre? P > 10 mmHg Quando há maior risco de ruptura? ) > 12 mmHg Quando rastreamos? EDA se: - Clínica - Risco de hipertensão porta (cirrose) Indicações de profilaxia primária: 1. Varizes de esôfago de médio/grande calibre 2. CHILD B e C 3. Cherry-red spots Como fazer? um ou outro: 1. Beta-Bloqueador Propanolol Nadolol Carvedilol 2. Ligadura elástica (LEV) Como fazer a profilaxia secundária? Beta-bloqueador + Ligadura elástica (LEV) Propanolol Nadolol Carvedilol Se contraindicação ao betabloqueio: 1. TIPS 2. Definitivo: transplante 3. Cirúrgico: shunt seletivo em caráter eletivo (pouco utilizado)
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Varizes de Esôfago: Abordagem em caso de sangramento: Qual a importância? Medidas iniciais (3) Tratamento (2) - quais os vasoconstritores utilizados? (3) E se refratário? (3) TIPS - vantagens (3) | desvantagens (3) | contraindicações absolutas (6) Uso do balão: qual o risco? Porto-cova
Importância: complicação mais temida do cirrótico 1/3 dos óbitos Medidas iniciais: 1. ABC das vias aéreas e estabilização hemodinâmica 2. EDA em até 12 horas 3. Avaliação da coagulação do paciente, se alteração: reposição de fatores de coagulação com plasma fresco Tratamento: 1. Ligadura elástica (ideal) ou Escleroterapia - distúrbio da coagulação 2. Vasoconstritor esplâncnico: Somatostatina Ocreotide Terlipressina E se refratário? 1. TIPS (Shunt Portossistêmico Intra-Hepático Transjugular) Vantagens: - Diminuição da pressão ao nível do sistema porta - Controle do sangramento | ascite - Permite a realização de transplante Desvantagens: - Disponibilidade - Encefalopatia (amônia) - Estenose Contraindicações: 1. Insuficiência cardíaca congestiva 2. Regurgitação tricúspide grave 3. Hipertensão pulmonar grave 4. Doença hepática policística 5. Infecção ativa ou sepse 6. Obstrução de via biliar 2. Balão de Sengstaken-Blakemore (3 vias) - Risco de necrose de parede de esôfago Máximo 24h com períodos sem estar insuflado (6/6 horas) 3. Tratamento cirúrgico: Shunt não seletivo de urgência (anastomose entre veia cava e porta) Porto-cova: mortalidade muito elevada, independentemente de ser feita término-lateral ou látero-lateral
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Encefalopatia hepática: Por que ocorre? Etiologias (2) | Clínica (3) Tratamento: Fatores precipitantes (3) | Dieta Lactulose (2) | Rifaximina - alternativas (2) Tratamento definitivo
Por que ocorre? Aumento de amônia (NH3) Etiologias: 1. Insuficiência hepática 2. Hipertensão porta (circulação colateral) Clínica: 1. Flapping 2. Letargia 3. Sonolência Tratamento: - Evitar fatores precipitantes 1. Hemorragia 2. Constipação 3. PBE - Dieta com proteínas de origem vegetal / AAS de cadeia ramificada Evita-se restrição proteica: hipoalbuminemia. - Lactulose: menor formação de amônia em TGI + pH mais ácido (NH3 > NH4 - amônio) - não ultrapassa BHE - Rifaximina: queda da flora bacteriana e produção de amônia Opções: Metronidazol Neomicina - Definitivo: Transplante hepático
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Colecistite aguda: Fístula biliares como complicação: Tríade clínica Diagnóstico na maioria dos casos
Tríade clínica: 1. Diarreia crônica 2. Pneumobilia 3. Deficiência de Vitamina K Diagnóstico na maioria dos casos: 90% no intraoperatório, pois a maioria é ASSINTOMÁTICA e métodos dx limitados
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Sinal de Torres-Homem
Dor à hepatimetria Característico de abcesso hepático
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Hepatite neonatal idiopática: Gera icterícia às custas de ...
Bilirrubina Direta
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Colecistite aguda ocorre em .... % dos pacientes com colelitíase sintomática
25%
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Discinesia biliar: Quando pensar? Melhor exame Conduta Prognóstico
Quando pensar? Em pacientes com sintomatologia para litíase biliar, mas sem cálculos na vesícula. - diagnóstico de exclusão Melhor exame: Cintilografia com HIDA e CCK Conduta: colecistectomia videolaparoscópica Prognóstico: melhora sintomática em 80%
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Stents para drenagem de via biliar via CPRE são preferencialmente de que material?
Metálicos
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Trombose portal: Fator de risco preponderante Qual medida utilizada no tratamento de HDA em cirrótico aumenta o risco? Qual a conduta?
Fator de risco preponderante: Cirrose hepática Qual medida utilizada no tratamento de HDA em cirrótico aumenta o risco? Escleroterapia Qual a conduta? Heparinização plena para evitar progressão retrógrada ou anterógrada
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Artéria cística: Qual a origem?
Maioria: artéria hepática direita Mas há variação em cerca de 25% das pessoas
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Paciente cirrótica com HDA por varizes esofagogástricas: Anemia e hipotensão: Devo hemotransfundir? Qual a droga que sempre deve ser iniciada, além do vasoconstritor esplâncnico?
Depende, Paciente que responde a reposição volêmica inicial com cristaloides não precisaria de hemotransfusão. Se continuar instável, pode-se considerar. Alvo: 7-9 mg/dL. Cuidado para não hipertransfundir porque há risco de piora da hipertensão porta e do sangramento.
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Paciente cirrótica com HDA por varizes esofagogástricas: Qual a droga que sempre deve ser iniciada, além do vasoconstritor esplâncnico?
Ceftriaxona IV ou Norfloxacina VO por 7 dias totais
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Suspeita de Hepatite C em quadro agudo: Solicito anti-HCV e resultado NR: Posso descartar o diagnóstico?
Não, anti-HCV pode demorar até 12 semanas para positivar. Solicitar HCV-RNA.
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Profilaxia pós-exposição para HEPATITE A: Quando é indicada? Como deve ser feita?
Profilaxia pós-exposição: Indicação: contato íntimo não vacinado 1. Geral >= 1 ano: vacinação até 14 dias 2. < 1 ano: imunoglobulina - obs: 6m-1ano: fazer vacinação (eficácia pobre, mas Ig pode afetar Tríplice Viral) 3. Imunosupressos: vacinação + imunoglobulina
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Posso fazer diagnóstico de síndrome hepatorrenal em cirrótico que faz uso de diurético?
Não, podemos dizer que há lesão renal. Síndrome hepatorrenal é apenas se após retirada de FR (diurético) e reposição de albumina o quadro se mantém.
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Insuficiência hepática aguda: Como está a glicose? Por que ocorre acidose metabólica? O que pode ocorrer a nível de SNC?
Como está a glicose? HIPOGLICEMIA - prejuízo a gliconeogênese - indisponibilidade das reservas de glicogênio Por que ocorre acidose metabólica? LÁCTICA O que pode ocorrer a nível de SNC? Encefalopatia hepática Edema cerebral Hipertensão intracraniana
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Ascite em Cirrose: Tratamento inicial (doses) E as restrições dietéticas? Indicações de paracentese de alívio (2)
Tratamento inicial: 1. Espironolactona 100 mg/dia 2. Furosemida 40 mg/dia E as restrições dietéticas? Restrição de sódio (até 2g/dia ou 88 mEq/dia ou 2000 mg/dia) Restrição hídrica apenas se hiponatremia dilucional Indicações de paracentese de alívio: 1. Refratariedade 2. Sinais de desconforto respiratório
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Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de Colecistite Aguda? Quando que solicitamos? Qual o marcador utilizado?
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de Colecistite Aguda? Cintilografia de Via Biliar Quando que solicitamos? Quando dúvida diagnóstica: - Colecistite aguda vs. Pancreatite aguda Qual o marcador utilizado? Ácido iminodiacético - não cora VB inflamada
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Pancreatite aguda: Posso fazer TC sem contraste para avaliação de necrose?
Não
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Pseudocisto pancreático: Por que chamamos de pseudocisto?
Pois NÃO é revestido por EPITÉLIO.
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Encefalopatia hepática: Escala de West Haven: Graus I-IV
Graus: I: Queda da atenção ou euforia II: Asterix ou Flapping, letargia e desorientação III: Sonolência, desorientação grave ou torpor IV: Coma
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Qual câncer é causa comum de morte em paciente com Hemocromatose?
Hepatocarcinoma
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Tratamento da hepatite alcoólica específico: Quando está indicado? Qual a primeira escolha? Qual a terapia alternativa?
Quando está indicado? Escore de Maddrey >= 32 Qual a primeira escolha? Corticoterapia - Prednisolona por 4 semanas Qual a terapia alternativa? Pentoxifilina
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Síndrome hepatorrenal: Definição Critérios (6) Tratamento Alvo
Definição: A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é definida como uma síndrome de insuficiência renal funcional, secundária à vasoconstrição renal. Critérios: Cirrose com ascite Creatinina sérica > 1,5 mg/dl ou aumento ≥ 0,3 mg/dl em 48h ou ≥ 50% do valor basal em até sete dias (definição de injúria renal aguda!) Ausência de melhora da creatinina sérica após dois dias de retirada de diuréticos e expansão volêmica com albumina (1 g/kg/dia) Ausência de choque Ausência de uso recente ou atual de drogas nefrotóxicas Ausência de proteinúria > 500 mg/dia; hematúria > 50 células por campo de grande aumento e alterações na ultrassonografia (USG) renal Tratamento: Suspender diuréticos Albumina humana endovenosa (EV) – 1 g/kg/dia por 2 dias, máximo de 100g/dia. Frasco: 50 mL de albumina a 20% – 10 g – infundir em 10-30 minutos (prolongue se possibilidade de congestão pulmonar) Se não houver resposta, associar: Albumina EV 1g/kg no primeiro dia e depois 20-40g/dia + Terlipressina EV 1 mg de 6 em 6 horas, máximo de 12 mg/dia – aumentar a frequência a cada 2 dias até obter resposta Alvo: Queda de 25% da creatinina Manter até creatinina 0,3 mg/dL acima da basal ou 14 dias
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Varizes esofágicas: Qual veia é a principal responsável pela formação de varizes?
Veia gástrica esquerda
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Hipertensão portal: Complicações diretas (3) Complicações indiretas
Diretas: Ascite Hemorroidas e varizes esofágicas Sindrome hepatorrenal Indireta: Encefalopatia hepática OBS: Muitas vezes pensamos apenas nas varizes esofágicas e esquecemos da circulção colateral que ocorre no plexo hemorroidário.
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Ascite: Primeira opção de diuréticos
No primeiro episódio costuma-se usar apnas espironolactona; ascite refratária se usa espironolctona + furosemida Sempre na menor dose possível
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Qual cirurgia é contraindicada para pacientes cirróticos?
Colecisctomia eletiva
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Hepatite C: Uso de Alfaepoeitina está indicado quando:
Hb < 10 g/dl ou queda de > 3 g/dl em relação ao início do tto E paciente sintomático