CARDIOLOGIA Flashcards
HAS:
Diagnóstico (5)
Classificação (6)
Diagnóstico:
1. PA >= 140/90 mmHg em >= 2 consultas
2. PA >= 140/90 mmHg + LOA
3.PA >= 180/110 mmHg
4. MAPA:
- 24h: >= 130/80 mmHg
- Vigília: >= 135/85 mmHg
- Sono: >= 120/70 mmHg
5. MRPA: >= 130/80 mmHg
Classificação:
1. PA ótima: < 120 / 80 mmHg
2. PA normal: 120-129 / 80-84 mmHg
3. Pré-hipertensão: 130-139 / 85-89 mmHg
4. HAS Estágio I: 140-159 / 90-99 mmHg
5. HAS Estágio II: 160-179 / 100-109 mmHg
6. HAS Estágio III: >= 180 / 110 mmHg
HAS:
Tratamento:
- Para quem indico MEV isoladamente?
- Para quem indico monoterapia?
- Para quem indico associação >= 2 fármacos?
Quais as drogas de primeira linha? (4)
Alvo terapêutico (3)
Tratamento:
Para quem indico MEV isoladamente?
a. Pré-hipertenso
b. HAS I com baixo Risco Cardiovascular (RCV) por 3-6 meses
Para quem indico monoterapia?
a. HAS Estágio I
b. >= HAS Estágio II em idoso frágil (risco de hipotensão e quedas)
c. Pré-hipertenso com alto RCV pós 3 meses de MEV
Para quem indico associação >= 2 fármacos?
a. HAS Estágios II e III
b. HAS Estágio I com alto RCV
Quais as drogas de primeira linha?
1. iECA
2. BRA
3. Diurético Tiazídico
4. Bloqueadores de Canais de Cálcio (ex: Anlodipino)
Alvos: terapêuticos
< 140/90 mmHg - geral
< 130/80 mmHg - DM2 ou Lesão de órgão alvo (LOA) ou >= 3 FR CV
< 160/90 mmHg - idoso frágil
HAS:
iECA/BRA
Indicações (4)
Quais os efeitos adversos? (3)
- Por que BRA não gera tosse/angioedema?
Quais as contraindicações? (4)
Indicações:
a. Jovem, branco
b. Necessidade de nefroporteção: DRC, DM2
c. Doença cardíaca: IC, IAM prévio
d. Gota (Losartana)
Efeitos adversos:
a. Aumento do K
b. Aumento da creatinina
c. Tosse crônica / angioedema (iECA)
Por que BRA não gera tosse/angioedema?
Pois esses sintomas estão relacionados a liberação de BRADICININAS, que ocorre com o uso de iECA.
- Contraindicações:
a. Creatinina > 3
b. K > 5,5
c. GESTAÇÃO
d. Estenose BILATERAL de artéria renal
HAS:
Tiazídicos
Quando indicar? (3)
Quais os efeitos adversos?
- 4 HIPOS / 3 HIPERS
Qual a contraindicação?
- E a DM ou Dislipidemia, são contraindicações?
Indicações:
a. negros
b. idosos
c. osteoporose (aumento da calcemia)
Efeitos adversos:
- 4 HIPOS:
Hipocalemia
Hipovolemia
Hipomagnesemia
Hiponatremia
- 3 HIPERS:
Hiperuricemia
Hiperlipidemia
Hiperglicemia
Contraindicação:
Gota, não iniciar em paciente com história e suspender naquele em uso que desenvolve uma crise de gota.
E a DM ou Dislipidemia, são contraindicações?
A princípio não, mas devemos ter em mente que pode piorar um pouco a glicemia e a dislipidemia com o uso.
HAS:
Bloqueadores dos canais de cálcio
Quando indicar? (4)
Quais os efeitos adversos? (3)
Qual a contraindicação?
Indicações:
a. negro
b. idoso
c. doença arterial periférica (vasoseletivos)
d. taquiarritmias (cardioseletivos)
Efeitos adversos:
a. Edema de MMII
b. Piora de IC ou bradiarritmias se cardioseletivos
c. Cefaleia
Contraindicações:
Insuficiência cardíaca (cardioseletivos)
HAS secundária:
Quando suspeitar? (4)
Suspeitar:
1. Início < 30 anos ou > 55 anos
2. Grave (LOA desproporcional ao tempo de evolução)
3. Resistente
- HAS apesar de 3 drogas otimizadas de primeira linha, sendo uma delas um diurético
4. HIPOCALEMIA ou ALCALOSE METABÓLICA
HAS secundária:
Quais as principais causas e suas particularidades? (6)
- Doença parenquimatosa renal
- Mais comum causa de HAS secundária
- Quadro típico: aumento de creatinina, proteinúria, hipotrofia/atrofia renal à USG - Renovascular (estenose de artéria renal):
- Hiperaldosteronismo secundário (renina e aldosterona altas)
- Sopro abdominal - Hiperaldosteronismo primário (distúrbio de suprarrenal):
- Hiperaldosteronismo primário (aldosterona alta e renina baixa) - Feocromocitoma:
- HAS em salvas com sintomas adrenérgicos
- Catecolaminas / metanefrinas elevadas - Apneia obstrutiva do sono:
- Ronco, obesidade e sonolência diurna - Coarctação da aorta (estreitamento da aorta):
- HAS em MMSS e redução dos pulsos em MMII
- Pacientes jovens
Crise hipertensiva:
Qual a definição?
- definição de EMERGÊNCIA hipertensiva
- definição de URGÊNCIA hipertensiva
Qual a conduta? Qual o alvo pressórico?
Qual o principal diagnóstico diferencial?
- como manejar?
Definição:
PA >= 180/120 mmHg +
a. Emergência hipertensiva: LOA aguda
b. Urgência hipertensiva: sintomático ou de risco para LOA (coronariopata, pré-operatório)
Manejo:
EMERGÊNCIA:
Queda de 20-25% da PA em 1-2 horas
Manutenção em 2-6h em 160/100 mmHg (conforto)
Drogas EV: NITROPRUSSIATO, Labetalol, Nicardipina, Nitroglicerina
URGÊNCIA:
Manutenção em 24-48 horas da PA em 160/100 mmHg
Drogas VO: iECA, Furosemida, Clonidina
Qual o principal diagnóstico diferencial?
Pseudocrise hipertensiva, paciente com HAS crônica que chega com altos níveis pressóricos após quadro de esforço / estresse. Não há sinais de emergência ou urgência hipertensiva.
Conduta: ansiolítico e analgesia. Em prova não prescrever anti-hipertensivo em quadro agudo.
Emergência hipertensiva:
Qual o alvo pressórico para pacientes com:
1. AVE hemorrágico
2. Dissecção de aorta
3. AVE isquêmico
Qual o alvo pressórico para pacientes com:
1. AVE hemorrágico: alvo < 140/90 mmHg
- Dissecção de aorta: alvo mais baixo para evitar a progressão da dissecção
- iniciar betabloqueador para redução da frequência cardíaca também - AVE isquêmico: mantém alta, pois queremos manter a Pressão de Perfusão Cerebral alta e tentar não perder a zona de PENUMBRA ISQUÊMICA
Exceção: PA > 220/120 ou
> 185/110 e uso de trombolítico, pelo risco de transformação em AVE hemorrágico.
Síndrome metabólica:
Como diagnosticar?
- 5 critérios
Diagnóstico >= 3 critérios:
- PA >= 135/85 mmHg
- Triglicerídeos >= 150
- Glicemia >= 100
- HDL < 40 H e < 50 M
- Circunferência abdominal > 88 M e > 102 H
Síndrome metabólica:
Triglicerídeos:
Qual o alvo?
Quais as recomendações se elevados?
E quando risco elevado de pancreatite aguda?
Qual o alvo?
Alvo < 150
Quais as recomendações se elevados?
Primeira linha: MEV
- os triglicerídeos se reduzem de forma bastante considerável em resposta as mudanças de estilo de vida.
E quando risco elevado de pancreatite aguda?
Triglicerídeos > 500: prescrever fibrato
HDL:
Qual o alvo?
Existe alguma medicação capaz de elevar seus níveis?
Qual o alvo?
> 40
Existe alguma medicação capaz de elevar seus níveis?
Sim, o ácido nicotínico.
Não se utiliza na prática médica, mas cai em prova.
LDL:
Como estimar?
Qual o alvo?
Terapia de alta intensidade (2) e para quem indico (3)
Terapia de moderada intensidade (2) e para quem indico (3)
Como estimar?
Fórmula de Friedewald:
(não usar se triglicerídeos > 400)
LDL = CT - HDL - Triglicerídeos/5
Alvo variável, dependendo do risco cardiovascular:
1. Muito alto = < 50
2. Risco alto = < 70
3. Risco intermediário = < 100
Terapia de alta intensidade (queda >= 50%):
Atorvastatina 40-80mg
Rosuvastatina 20-40 mg
Indicações:
1. Doença cardiovascular aterosclerótica
(IAM, AVE, arteriopatia periférica)
Alvo: LDL < 50
2. LDL >= 190
3. Escore de risco cardiovascular >= 20%
Alvo: LDL < 70
Terapia de moderada intensidade (queda 30-49%):
Atorvastatina 10-20%
Sinvastatina 20-40 mg
Indicações:
1. LDL 70-189 com Escore de Risco C >= 7,5 e < 20%
2. LDL 70-189 com Diabetes
Alvo: LDL < 70
3. Diabetes isolada (exceção)
Alvo: < 100
Insuficiência Cardíaca:
Definição
Quais os dois tipos?
- como diferenciá-los?
- qual o tipo mais comum?
Mas afinal, o que é a Fração de Ejeção?
Definição: quando o coração não é capaz de garantir o suprimento de sangue e oxigênio para as demandas teciduais sem elevar suas pressões.
Quais os dois tipos?
1. Deficiência na contração ventricular - SÍSTOLE = ICFER
- Fração de Ejeção < 40%
2. Deficiência no relaxamento ventricular - DIÁSTOLE = ICFEP
- Fração de Ejeção >= 50%
Qual a mais comum?
Na prática médica cerca de 50% dos pacientes para cada tipo.
Na prova é mais comum a ICFER.
E quando FE for intermediária?
- Se 40-49% = FE levemente reduzida
Tratamento = ICFER, mesmo que evidência menor
Mas afinal, o que é a Fração de Ejeção?
- Volume diastólico final (VDF): volume de sangue presente no interior do ventrículo quando relaxado
- Débito sistólico: volume ejetado pelo VE
- FRAÇÃO DE EJEÇÃO: percentual do VDF que compõem o débito sistólico
Insuficiência Cardíaca:
ICFER vs. ICFEP:
Qual a bulha para diferenciá-las?
Como cada uma se apresenta no Raio X?
ICFER (FE < 40%):
- Terceira bulha (B3) - sobrecarga de volume
- Aumento de área cardíaca ao raio X
- Desvio do ictus
ICFEP (FE >= 50%):
- Quarta bulha (B4) - sobrecarga de pressão
- Área cardíaca ao raio X normal
Insuficiência Cardíaca:
Qual o distúrbio do sódio que pode estar presente?
Por que ocorre?
Existe associação com o prognóstico?
Qual o distúrbio do sódio que pode estar presente?
HIPOnatremia
Por que ocorre?
Com a sobrecarga miocárdica, os átrios tendem a liberar o PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL, que estimula a natriurese e a excreção urinária de sódio.
Existe associação com o prognóstico?
Sim, quando presente, pior prognóstico.
Insuficiência cardíaca:
Principais causas (2)
Manifestações clínicas:
- esquerda (6) | direita (5)
Qual o tipo de Derrame Pleural, quando presente?
Podemos considerar estertores pulmonares específicos para IC
Principais causas:
1. Doença arterial coronariana
2. Hipertensão arterial sistêmica
Manifestações clínicas:
- Direita: turgência jugular, hepatomegalia, ascite, edema de MMII e derrame pleural
- Esquerda: ortopneia, tosse seca, dispneia paroxística noturna, edema agudo de pulmão, sibilos e estertores
OBS: há tendência de evolução da IC de coração esquerdo > direito, pois a primeira gera congestão pulmonar e sobrecarga sobre Ventrículo Direito
Derrame pleural:
Principal causa de Derrame Pleural do tipo TRANSUDATO.
Podemos considerar estertores pulmonares específicos para IC?
Sim, se não houver pneumopatia associada.
Estertores ocorrem por transudação de fluido para alvéolos e congestão.
E a Insuficiência Cardíaca de Alto Débito?
Por que ocorre?
Quais as principais causas? (5)
Por que ocorre?
Por que apesar de o coração estar normal, a DEMANDA sistêmica é ALTA e não consegue ser suprida sem a elevação das pressões.
Quais as principais causas?
1. Beribéri (deficiência de B1)
2. Tireotoxicose
3. Síndrome anêmica
4. Obesidade
5. Fístula arteriovenosa
Insuficiência Cardíaca:
Diagnóstico depende do Ecocardiograma?
Solicitar sempre o Ecocardiograma?
Diagnóstico depende do Ecocardiograma?
Não, diagnóstico de IC é CLÍNICO.
Solicitar sempre o Ecocardiograma?
Sim, em uma avaliação inicial para diferenciação da ICFER e ICFEP e para definição do tratamento.
Não é necessário repetir de rotina o exame.
Insuficiência Cardíaca:
O que é o BNP?
Importância
Quais etiologias da IC podem gerar aumento?
Valor de referência
Qual o seu valor epidemiológico?
Quais as principais indicações para avaliação? (3)
Definição: Um hormônio secretado pelas células do miocárdio ventricular (tanto direito, quanto esquerdo) em resposta a distensão de parede.
Importância: guarda relação com gravidade e prognóstico, principalmente na ICFER.
Quais etiologias da IC podem gerar aumento?
Qualquer uma, independe de etiologia.
Valor de referência: < 35
Qual o seu valor epidemiológico?
Alto valor preditivo negativo
- se vier < 35 podemos praticamente excluir IC
Quais as principais indicações para avaliação?
1. Dúvida entre dispneia de origem cardíaca e pulmonar
2. Avaliação prognóstica
3. Acompanhamento ao longo do tempo
Insuficiência Cardíaca:
Classificação funcional (4)
Classificação evolutiva (4)
Classificação funcional:
NYHA I: esforço usual não causa dispneia
NYHA II: atividades usuais causam dispneia
NYHA III: sintomas com atividades menos intensas
NIHA IV: sintomas em repouso
Classificação evolutiva:
- sem sintomas:
A: fator de risco para IC (estágio pré-patológico)
B: coração doente e alteração em exame, mas assintomático
- com sintomas:
C: ccoração doente e alteração em exame, sintomático
D: refratário, com doença avançada
ICFER:
Fisiopatologia do Remodelamento Cardíaco:
O que ocorre?
O que ocorre a nível renal?
O que ocorre a nível de vaso sanguíneo?
REMODELAMENTO CARDÍACO:
- piora de função contrátil
- menor débito cardíaco
- leva a mecanismos compensatórios que acabam gerando ainda maior sobrecarga de um coração doente
O que ocorre a nível renal?
1. A nível renal:
- menor perfusão renal
- ativação de SRAA
- vasoconstrição / retenção de sódio e água
- AUMENTO DE PRÉ E PÓS-CARGA
- ainda maior sobrecarga de um coração já doente
O que ocorre a nível de vaso sanguíneo?
- barorreceptores ativados pelo DC insuficiente
- aumento de noradrenalina
- vasoconstrição e AUMENTO DE PÓS-CARGA
- ainda maior sobrecarga de um coração já doente
ICFER:
Quais as drogas que AUMENTAM A SOBREVIDA?
Cite as 8 drogas e as informações mais relevantes sobre elas
Quais as drogas que AUMENTAM A SOBREVIDA?
Aquelas que atuam sobre o remodelamento cardíaco, inibindo SRAA e inibindo vasoconstrição por liberação de noradrenalina.
Drogas que aumentam a sobrevida:
1. Beta-bloqueadores (Meto / Carve / Biso)
- indicado mesmo quando assintomáticos
- não iniciar quando agudamente descompensado
- iECA / BRA (se intolerante - bradicininas)
- indicado mesmo quando assintomáticos
- não usar se K > 5,5 e Creatinina > 3 - Valsartan (BRA) + Sacubitril (inibe neprisilina)
ENTRESTO
- bloqueio de SRAA + vasodilatação periférica
- substitui o iECA se >= NYHA II
- esperar pelo menos 36h depois da suspensão do iECA
- se em uso prévio de BRA, posso iniciar imediatamente após a suspensão - Espironolactona:
- indicado para classe funcional II a IV - iSGLT2
- NYHA >= 2 com iECA + BB + Espironolactona
- cuidado com a função renal - Hidralazina + Nitrato:
- alternativa para iECA ou BRA com CI
- sintomáticos com iECA / BRA + Espirono - Ivabradina (bloqueio de corrente elétrica):
- sintomáticos com iECA + BB
- ritmo sinusal e FC >= 70 bpm