COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Flashcards
Complicações locais:
- Seroma
- Hematoma
- Infecção de FO
- Deiscência de FO
Seroma - aspectos gerais e fisiopatologia
- Coleção de gordura liquefeita, soro e linfa
1) Localização no tecido subcutâneo - Fisiopatologia:
1) Resulta da dissecção excessiva do tecido subcutâneo
2) Permite: acúmulo de linfa, gord. liquefeita e soro
Seroma - quadro clínico:
- Queixa de desconforto
- Abaulamento da F.O, geralmente indoloro
1) AUSÊNCIA DE SINAIS FLOGÍSTICO - Aspecto do líquido: claro, levemente amarelado e viscoso
Seroma - prevenção e tratamento :
- Utilizar drenos de sucção:
1) Age drenando e colabando o espaço subcutâneo - Quando retirar?
1) 100 a 200 mL/24h - Tratamento: apenas nos SINTOMÁTICOS
1) Punção de seroma (técnica estéril)
2) Curativo COMPRESSIVO
Hematoma - aspectos gerais:
- Coleção anormal de SANGUE
1) SUBCUTÂNEO ou DENTRO DA CAVIDADE ABDOMINAL - Causas relacionadas ao paciente
1) Dist. da coagulação - Causas relacionadas à técnica cirúrgica:
2) Relacionadas à técnica cirúrgica
Hematoma - quadro clínico:
- Desconforto e abaulamento
- Coloração “arroxeada” junto da ferida
- MAIOR RISCO de infecção de ferida
- Aspecto do líquido: vermelho-escuro e coágulos
Hematoma - prevenção:
Relacionado à técnica
- Hemosatasia adequada
Relacionado ao paciente:
- Corrigir dist. de coagulação
- Susp. de medicações que afetem a coagulação
Hematoma - tratamento:
- Avaliar coagulação
- Tratamento:
1) Depende da localização
2) Na FO: abrir pontos e evacuar o hematoma
Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) - aspectos gerais
- Principal causa de deiscência de FO
- Classificação:
1) Incisional superficial (pele + subcutâneo)
2) Incisional profunda (tecido subcutâneo + fáscia e músc.)
3) Órgão/cavidade - Sempre considerar a MAIOR PROFUNDIDADE
ISC - Critérios definidores de
Infecção relacionada a um proced. cirúrgico que ocorre na INCISÃO ou PERTO DELA
- 30 dias após procedimento OU
- 90 dias após proced. se houver implante de próteses (Critérios da ANVISA, 2017)
- 1 ano após proced. se houver implante de próteses (Critérios de CDC, do Sabiston)
Quando considerar sítio cirúrgico infectado?
- Drenagem de secreção purulenta
- Cultura positiva (não pode ser por swab)
- Incisão aberta pelo médico
- Diagnóstico do médico assistente
ISC - fatores de risco:
- Idade > 60a
- Desnutrição e obesidade
- Processo inflamatório crônico
- Imunossupressão
- Tabagismo
- DM, DRC, DVP, anemia, radioterapia prévia, doença de pele crônica, colonização por S. aureus
ISC - fatores de risco (técnica cirúrgica):
- Cirurgia aberta comparada c/ laparoscópica
- Má preparação da pele
- Contaminação do inst. cirúrgico
- ATBprofilaxia inadequada
- Tempo operatório prolongado
- Necrose tecidual local
- Hemotransfusão
- Hipóxia
ISC - quadro clínico:
- Dor e enduramento da ferida
- Edema e calor local
- Febre
- Secreção purulenta
- Sepse (ISC grave)
ISC - tratamento (superficial e profunda):
- Abrir e lavar a ferida!
- Se necessário: desbridamento
Quando usar o ATB? - quando tiver 1 desses:
- Febre
- Celulite
- Sepse
Deiscência de FO - conceitos:
- Separação do plano músculo-aponeurótico
- Fatores de risco:
1) Erro técnico, cirurgia de emergência, infecção intrab., ISC
2) Seroma, hematoma, pressa intrab. elevada, IMC > 30
3) Corticoide, deiscência prévia de FO, desnutrição
4) Radioterapia, quimioterapia, uremia, tosse crônica, ascite, DM, neoplasia, sexo masculino, icterícia, DPOC
Deiscência de FO - prevenção:
Fatores modificáveis em relação ao paciente:
- Compensar comorbidades
- Atenção ao estado nutricional
Fatores técnicos:
- Uso de sutura contínua simples
- Optar: fio cirúrgico e absorção lenta (polidioxanona - PDS)
1) Fio inabs. - mais associado c/ dor e granuloma
- Fechar incorporando todas as camadas da parede abd.
- Distância 1 cm da aponeurose e 1 cm entre os pontos
1) Técnica de small bites - Proporção 4:1 - comp. do fio de sutura x comp. da ferida
- Medidas que evitem a tensão excessiva na linha
Deiscência de FO - suspeita e conduta:
- Drenagem de secreção serossanguinolenta
1) “água de carne” ou “cor de salmão” - Sensação de “rasgo”
- NÃO CONFIE NO ASPECTO DA FERIDA
1) Pele pode estar íntegra à despeito da deiscência da camada músculo-aponeurótica - Evisceração:
1) Exposição de conteúdo abd. (alça de delgado ou epíplon)
2) Conduta: urgência cirúrgica - Eventração:
1) Somente a secreção, s/ exposição de conteúdo abd.
2) Exploração digital da FO:
° Deiscência pequena - tratamento conservador
° Deiscência grande - ressuturar parede
Febre pós-operatória - temporalidade/causas:
- Até 72h:
1) Atelectasia pulmonar - principal causa
2) REMIT - Após 72h - 6 “Ws”
1) Wind (vento): lembrar de PNM, sobretudo IOT-VM
2) Wound (ferida): ISC inclusive de abscessos intracav.
3) Water (água): lembrar de ITU
4) Waste (resíduos): deiscência de anastomose e fístulas gastrointestinais
5) Wonder drugs (medicamentos): ATB e outros medicamentos, lembrar AVP e CVC
6) Walker (pedestre): não anda - TEV pode causar febre
Na febre após 72h:
Mandatório solicitar:
- Exames de imagem
- Culturas
Complicações respiratórias - conceitos gerais:
- Causa de 25% dos óbitos no pós-op
- Atenção aos fatores de risco
- Mais importante do que tratar, É PREVENIR!
Complicações respiratórias - fatores de risco:
Fatores de risco definidos
- Cirurgia no anda superior do abd.; cirurgia torácica (aberta); cirurgia de emergência; cirurgia c/ duração > 3h
- Idade > 60a; ASA > 2;
- IC; alb. sérica < 3; DPOC; obesidade
- Tabagismo ativo nas últimas 8 semanas
- BNM de longa ação no intraoperatório
- Dependência funcional
Fatores de risco prováveis:
- Anestesia geral
- PaCO2 > 45 mmHg
- Alt. na radiografia de tórax
- Infecção ativa no trato respiratório superior
SEMPRE AGIR NOS FATORES MODIFICÁVEIS!
Atelectasias pulmonar - aspectos gerais:
- Principal causa de febre nas primeiras 48-72h
- Colapso total ou parcial de todo pulmão ou lobo
Atelectasias pulmonar - fisiopatologia:
- Diminuição da complacência pulmonar
1) Causa ventilação regional prejudicada - Gera: Acúmulo de secreções
1) Pode levar à pneumonia - Fator causal: dor!!!!!!
1) Não tem expansão adequada e não ventila bem!
Atelectasias pulmonar - quadro clínico:
- Febre; dispneia; hipoxemia/hipercapnia
- Diminuição do ruído nas bases pulmonares
- Secreção hialino (tipo “saliva”)