AA OBSTRUTIVO Flashcards
Classificações:
Quanto ao mecanismo:
- Mecânica: agente físico que obstrui
- Funcional: alteração de motilidade
Quanto ao grau:
- Obstrução total: sintomas mais intensos
- Obstrução parcial: sintomas menos intensos
Quanto à gravidade:
- Simples: ausência de comprometimento vascular
- Estrangulada: presença de comprometimento vascular
Quanto a localização:
- Alta: intestino delgado (proximal a valvula íleoceal)
- Baixa: intestino grosso (distal a valvula íleoceal)
Quadro clínico:
- Dor e distensão abdominal
- Náuseas e vômitos
- Para de eliminação de fezes e flatos
- Diarreia paradoxal
1) Início do quadro devido peristaltismo de luta
2) Peristalmente ocorre ajusante: elimina o conteúdo ali presente e posterior parada de fezes e flatos - Hematoquezia (depende da etiologia)
1) Neoplasia pode sangrar
2) Isquemia mesentérica
Exame físico:
- Sinais sistêmicos:
1) Desidratação: taquicardia, hipotensão ortost. e oligúria
2) Isquemia intestinal: febre, peritonite, choque séptico - Distensão abdominal:
1) Buscar cicatrizes abdominais (aderências: principal causa)
2) Presença de hérnias - Ausculta:
1) Início: RHA aumentados e timbre metálico (sobretudo obstrução alta)
2) Tardio: RHA diminuídos ou ausentes - Percussão:
1) Timpanismo
2) Se perfuração: sinal de Jobert positivo (desapare macicez e aparece hipertimpanismo na região hepática - Toque retal: ajuda na avaliação etiológica
Obstrução intestinal alta x baixa:
- Dor
1) Alta: precoce, periumbilical, em cólica (peristalse de luta)
2) Baixa: tardia, infraumbilical e contínua - Vômitos:
1) Alta: precoces e biliosos
2) Baixa: tardios e fecaloides (alta distal que evolui ao longo do tempo também pode apresentar) - Constipação:
1) Alta: tardia
2) Baixa: precoce - Padrão radiológico:
1) Alta: distribuição gasosa mais central, pregas coniventes, níveis hidroaéreos e empilhamento de moedas
2) Baixa: distribuição gasosa mais periférica, haustrações colônicas, ausência de ar na ampola retal - Causas mais comuns:
1) Alta: bridas
2) Baixa: neoplas de cólon esquerdo
Obstrução em alça fechada:
- Presença de 2 pontos fechados e ocluídos simultaneamente:
1) Obstrução baixa + válvula íleocecal competente
2) Presença de volvo (intestino roda no seu próprio eixo)
3) Hérnia estrangulada - Resulta em:
1) Isquemia –> necrose –> perfuração –> peritonite
Exames complementares - laboratório:
- Hemograma:
1) Leucocitose:
2) Anemia: doença crônica - neoplasias - Eletrólitos: hipocalemia, hipocloremia e hiponatremia
- Gasometria: alcalose metabólica (vômitos) –> acidose metabólica (isquemia)
- Lactato sérico: indica isquemia instestinal
ALCALOSE METABÓLICA HIPOCLORÊMICA HIPOCALÊMICA
Exames complementares - radiografia:
- Obrigatório pedir e será o 1º exame de imagem
- Rotina radiológica de abdome agudo:
1) Radiografia de tórax em PA em ortostase
2) Radiografia de abdome em pé e deitado (decúbito dorsal) - Achados radiológicos:
1) Alta: distribuição gasosa centralizada, nível hidroaéreo, empilhamento de moedas (pregas coniventes)
2) Baixa: distribuição gasosa periférica, austrações colônicas, ausência de ar na ampola retal, stop gasos (local obstruído)
Exames complementares - TC de abdome:
- Indicação: dúvida diagnósitco na radiografia
- Melhor exame:
1) Indica o diagnóstico etiológicos
2) Diferencia obstrução mecânica x funcional - Presença de isquemia intestinal:
1) Pneumatose intestinal
2) Gás no sistema portal
3) Ingurgitamento dos vasos mesentéricos
Exames complementares - outros exames de imagem:
- USG de abdome total:
1) Limitada: operador dependente + distensão gasosa - Ressonância magnética:
1) Não acrescenta muito em relação à TC
2) Exame caro e pouco disponível - Enema baritado:
1) Não é feito de rotina
2) Neoplasia colorretal: imagem da maçã mordida
3) Volvo colônico: imagem do bico de papagaio
Medidas iniciais:
- Jejum
- Sonda nasogástrica: descompressão do TGI
- Hidratação EV (desidratação)
- Corrigir DHE e acidobásicos
- Promover analgesia
- Antibióticos - depende:
1) ATBprofilaxia: indicação de tratamento cirúgico
2) Presença de complicações (isquiemia, peritonite) - Definir tratamento cirúgico: conservador x cirúrgico
Obstrução instestinal alta - causas:
- Causas por compressão extrínseca: aderências, hérnias, abscessos, neoplasias extrainstestinais, volvo
- Causa intrínseca à parede intestinal: tumores primários, doenças inflamatórias (estenose), intussuscepção
- Causas intraluminais: corpos estranhos (cálculos, bezoares, parasitas)
Causas de obstrução alta - bridas:
- Aderências instestinais pós-operatórias (bridas)
- Causa mais comum de obstrução instestinal
- História prévia de cirurgias abdominais - sobretudo inferior: ginecológicas, colorretais, cirurgia complicadas
- Exames de imagem: padrão de obstrução intestinal alta
- Tratamento:
1) Inicialmente: medidas de suporte se paciente estável
2) Cirurgia: paciente instável ou s/ melhora c/ tto clínico após 48-72h - lise de bridas - Gastrografina: constraste hidrossolúvel que tira o edema de alça e ajuda no retorno da peristalse
1) 100 ml pela sonda + clampeamento por 4-6h - após 12h nova radiografia - se estiver no colo: indica boa evolução (pasasgem do contraste) e posterior melhora clínica
Causas de obstrução alta - brida precoce:
- 4 a 6 semanas da cirurgia abdominal
- Tto conservador: + prolongado - melhora em 90% dos casos
- Diferenciar de ílio paralítico:
1) Brida precoce: teve retorno da função intestinal c/ posterior piora após 4-6 semanas
2) Ílio paralítico: mais comum nos primeiro dias pós-op s/ retorno inicial da função intestinal
Causas de obstrução alta - neoplasias:
- 2ª causa de obstrução alta (20%)
- Tumores malignos METASTÁTICOS (não são primários)
1) Câncer colon, ovário, pâncreas e estômago (“COPE”) - Tratamento - depende:
1) Condições clínicas e estadiamento
2) Expectativa de vida
Causas de obstrução alta - hérnias:
- 3ª causa de obstrução alta (10%)
- Mais comum em idosos
- Hérnias femorais:
1) maior risco de estrangulamento (+ comum nas mulheres)
Tratamento:
- Hérnia agudamente encarcacerada: cirurgia imediata (inguinotomia)
- Hérnias encarcerada < 6-8h de evolução + paciente de alto risco cirúrgico ou deseja adiar cirurgia:
1) Sucesso: programar cirurgia eletiva
2) S/ sucesso: cirurgia imediata
- Hérnia encarcerada c/ sinais de estrangulamento
1) Apresenta: febre, taquicardia, peritonite, hiperemia da pele sobrejacente, evolução > 6-8h
2) CIRURGIA imediata - inguinotomia ou laparotomia (se redução inadivertida ou espontânea na indução anestésica)
- Se isquemia ou perfuração:
1) Contraindicado usar telas p/ corrigir hérnia (alto risco de infecção)
Causas de obstrução alta - outras hérnias:
- Hérnias com perda de domicílio: raramente obstrui - suboclusão - tratamento eletivo se ausência de obstrução completa
- Hérnias internas:
1) Reconstrução em Y de Roux - cria-se uma falhas no mesentério que devem ser fechadas
2) Se não fechar: pode causar hérnia (Hérnie de Petersen
3) TC abd: sinal do redemoinho - aparência espiralada das alças instestinais e vasos mesentéricos
4) Tratamento: cirurgia - laparoscopia - Hérnia de Ritche:
1) Estrangulamento APENAS da borda antimesentérica
2) Pinçamento parcial: isquemia s/ necessariamente obstruir
Causas de obstrução alta - volvo gástrico:
- Primário:
1) Anormalidade nos lig. gástricos c/ falha na fixação gástrica
1) Apresentação: sintomas crônicos - exemplo: cifoescoliose - Secundário:
1) Anormalidades anatômicas - hérnia paraesofágica, hénia diafragmática (Morgani, Bochdalek, traumática), paralisia do n. frênico
° Adultos: hérnia paraesofágica
° Crianças: hérnia diafragmática congênita - Apresentação clínica:
1) Agudo: rotação > 180° - maior obstrução - mais sintomas
2) Crônico: obstrução parcial
Volvo gástrico - quadro clínico:
- Tríade de Borchardt:
1) Dor abdome superior ou tórax
2) Vômitos severos
3) Incapacidade de passar SNG - Hematêmese - vômitos intensos “Mallory-Weiss”
- Distensão em andar mais superior
- RHA no tórax
- Sinais de peritonite = isquemia + perfuração
Volvo gástrico - eixo de rotação:
- Organoaxial (mais comum):
1) Roda ao redor do eixo mais longo (piloro até junção gastroesofágica)
2) Associa-se c/ etiologia secundária e estrangulamento - Mesenteroaxial:
1) Rotação ao redo do eixo mais curto (linha que conecta as duas curvaturas);
2) geralmente parcial (< 180°) - não costuma associar-se à defeito anatômico secundário - Combinada: organoaxial + mesentéroaxial
Volvo gástrico - exames:
- Laboratório: alcalose metabólico hipoclorêmica hipocalêmica
- Imagem:
1) Bolha de ar esférica - loc. no abd ou tórax superior c/ RHA
2) Organoaxial: estômago fica no plano horizontal
3) Mesenteroaxial: estômago mais esférico e 2 níveis hidroaéreos
Volvo gástrico - tratamento:
- Inicialmente: tentar passar SNG (às cegas ou guiada por EDA) - tirar da urgência
- Indicação de cirurgia:
1) Incapacidade de descomprimir o estômago - SNG ou técnicas endoscópicas assistidas
2) Perfuração gástrica ou contaminação mediastinal confirmadas por imagem (TC)
3) Sepse grave - Instável:
1) laparotomia –> distorção do volo –> ressecção do segmento isquêmico ou perfurado –> gastrectomia total ou subtotal –> reconstrução em 2º momento - Estável:
1) Laparotomia ou laparoscopia
2) Distorção do volvo + reparo cirúrgico do defeito
Volvo gástrico - tratamento definitivo:
- Objetivo:
1) Restaurar o estômago p/ posição mais anatômica
2) Reparar anormalidades anatômicas associadas (impedir recorrência) - Volvo primário: distorção e gastropexia (EDA/cirurgia)
- Volco secundário: reparo cirúrgico do defeito anatômico
Causas de obstrução alta - volvo de intestino médio:
- Má rotação intestinal (congênito à maioria)
1) Raro no adulto (ocorre em neonatos - > 80%)
2) Fatores de risco: aderências por cirurgia abdominal prévia - roda o intestino - TC abdominal:
1) Sinal do redemoinho + inversão dos vasos mesentéricos
Causas de obstrução alta - Sd. da a. mesentérica superior (Sd. Wilkie):
- Compressão da 3º porção duodenal entre aorta e art. mesentérica superior
- Clínica: dor epigástrica, saciedade precoce, vômitos biliosos
- Fatores de risco
1) Perda ponderal importante (diminui o coxim ao redor do duodeno e favorece a compressão)
2) Cirurgia eletiva da coluna vertebral p/ escoliose - Diagnóstico: duodenografia hipotônica
- Tratamento:
1) Internação - suporte: ganho de peso
2) S/ melhora: cirurgia - duodenojejunostomia
Causas de obstrução alta - DII:
- Principalmente: doença de Crohn
- Fisiopatologia: aderência e principalmente fibrose (inflamação transmural –> estenose –> obstrução)
- Segmento: ileo distal/terminal (vômitos fecaloides)
- Tratamento:
1) Suboclusão: tratamento clínico da doença
2) Cirurgia: oclusão total ou não melhora c/ tto clínico
Doença inflamatória intestinal - tratamento cirúrgico:
Estenose curta (< 5 cm):
- Se bem nutrido: ressecção c/ anastomose primária
- Se acessível à endoscopia: dilatação
Estenoses longas (≥ 5 cm), múltiplas, falha endoscópica: cirurgia!
- Estenosoplastia ou estricturoplastia
1) < 10 cm: estenosoplastia a Heineke-Mikulickz (aumentar diâmetro da alça s/ ressecar)
2) < 10 cm: técnica de Finney ou estricuroplastia isoperistáltica latero-lateral
3) São técnicas p/ preservar o intestino e não causar ressecção num paciente com doença crônica (futuras ressecções)
- Ressecção: tratar complicações (perfuração, abscesso, fístulas, malignidade), estenoses múltiplas em um segmento curto, esternos no íleo terminal e curtas
Causas de obstrução alta - neoplasias primárias de delgado:
- Tipos:
1) GIST (tumores estromais - cabeça de invaginação);
2) Linfomas
3) Adenocarcinomas - São mais comum no íleo distal
- Conduta: laparotomia e ressecção intestinal
Causas de obstrução alta - intussepção:
- Mais comum nas crianças:
1) Crianças: idiopáticas
2) Adultos: cabeça de invaginação - GIST (principal causa) ou divertívulo de Meckel - Localização íleocólicas e colicocólicas:
1) Adenocarcinoma é o mais comum - Fatores de risco: Síndrome de Peutz-Jeghers (cabeça de invaginação); AIDS (sarcoma de Kaposi e hiperplasia linfoide - cabeças de invagição)
- Diagnóstico:
1) Radiografia: padrão de obstrução intestinal alta
2) USG: imagem em alvo ou “pseudo-rim” (ganha força nessa etiologia)
3) TC (exame de escolha): imagem em alvo ou forma de “salsicha” - Tratamento: cirúrgico (ressecção intestinal)
OBS: não está indicado enema no adulto p/ redução da intussepcção, como nas crianças
Causa de obstrução alta - Íleo biliar:
- Complicação da colecistite aguda: fístula colecistoentérica ou colecistoduodenal
1) Cálculos grandes (> 2,5 cm): caem no duodeno - obstrui íleo terminal próximo à válvula íleocecal
2) Síndrome de Bouveret: cálculo na região do piloro - Radiografia simples/TC de abdome - tríade de Riegler:
1) Padrão de obstrução alta
2) Cálculo ectópico (FIE - íleo terminal)
3) Aerobilia/pneumobilia - CD: cirurgia
1) Laparotomia e enterotomia- retirar cálculo + enterorrafia
2) Baixo risco cirúrgico (ASA I e II): acrescentar correção do íleo-biliar (colecistectomia + fechamento de fístula)
3) Síndrome de Bouveret: litotripsia endoscópica no piloro - cirurgia se insucesso
Causa de obstrução alta - bezoar:
Compostos não digeríveis que se acumulam e obstruem
- Fitobezoares: material vegetal
1) Fibras e alimentos mal mastigados
- Tricobezoares: composto de cabelos
1) Pacientes psiquiátricos (tricotilomania e tricofagia) - maioria mulheres 20 anos
2) Sd. de rapunzel: obstrução por tricobezoar c/ cauda longa - se estende do estômago ao ceco - Farmacobezoar: medicamentos ingeridos
1) Nifedipino de liberação prolongada, aspirina revestido - Lactobezoar: composto por leite
1) + Comum em prematuros c/ dieta concentrada (hipercalórica - Tratamento:
1) Dissolução química: celulase, acetilcisteína, papaína e coca-cola
2) Não resolve: endoscopia - se não resolveu: cirurgia
Causa de obstrução alta - divertículo de Meckel:
- Principal complicação no adulto é obstrução
1) Criança: sangramento retal indolor - Mecanismo: torção, diverticulite, volvo, intussepção
- Tratamento: laparotomia
1) Ressecção intestinal englobando divertículo c/ anastomose primária
Causa de obstrução baixa - neoplasias colorretais:
- Causa mais comum de obstrução baixa
- Maior prob. de obstrução: neo de reto e cólon esquerdo
- Obstrução em alça fechada
1) Se válvula íleocecal competente
2) Risco de perfuração de ceco (sobretudo se ceco > 12 cm)
Neoplasia colorretal - quadro clínico e EF:
- População: 60 a 80 anos
- Antecedentes:
1) Alt. do hábito intestinal; emagracimento e sang. retal - Clínica:
1) Dor e distensão abdominal (aguda ou subaguda)
2) Parada de eliminação de flatos e fezes (obstrução completa)
3) Vômitos fecalóides e tardios - válvula íleocecal incompetente - Toque retal:
1) Pode identificar neoplasia de canal anal e reto distal
Neoplasia colorretal - tratamento:
- Iniciar medida de suporte
- Abordagem cirúrgica depende:
1) Localização
2) Estabilidade hemodinâmica do paciente
3) Expectativa de vida
4) Presença de perfuração proximal c/ peritonite difusa
Neoplasia de colo direito - tratamento:
- Instável e/ou peritonite fecal:
1) Hemicolectomia direita + ileostomia terminal - Estável:
1) Hicolectomia direita e anastomose primária - ileotransversoanastomose
Neoplasia de colo esquerdo - tratamento:
- Instável e/ou peritonite fecal: cirurgia de Hartmann
1) Ressecar tumor
2) Colostomia terminal do coto proximal
3) Sepultamento de coto distal - Se obstrução em alça fechada, c/ lesão de serosa ou isquemia e até perfuração do ceco:
1) Colectomia total c/ ileostomia terminal + sepultar coto distal
2) Radiografia/TC: pneumoperitôneo e sinal de rigler (sinal da dupla parede - presença de pneumoperitôneo) - Estável e cólon em boas condições - ressecção c/ anastomose primária:
1) Transverso: transversectomia
2) Cólon descendente: hemicolectomia esquerda (ressecção da fluxura esplênica até a junção retossigmoide)
3) Cólon sigmoide: sigmoidectomia ou retossigmoidectomia
4) Colectomia total: múltiplos tumores primários, Síndrome de Lynch (vantagem - eliminar tumores sincrônicos e potencialmente metacrônicos)
Neoplasia de reto médio e distal e canal anal - tratamento:
- Inicia com neoadjuvância
- Se urgência:
1) Tirar da urgência c/ transversotostomia ou sigmoidostomia em alça (flanco esquerdo) - Saiu da urgência: neoadjuvância
- Após: cirurgia definitiva
Neoplasia de reto médio e distal e canal anal - paliação:
- Quem são:
1) Doença avançada
2) Baixa expectativa de vida
3) Alto risco cirúrgico - Conduta:
1) Tirar paciente da urgência: transversotostomia ou sigmoidostomia em alça (flanco esquerdo)
2) Passagem endoscópica de stent metálico autoexpansível transtumoral
OBS: se não paliativo - utilizado como ponte p/ cirurgia definitiva após melhora clínica
Causa de obstrução baixa - volvo de sigmoide:
- 2ª causa mais comum de obstrução intestinal baixa
- Obstrução em alça fechada
- Fatores de risco:
1) Sigmoide redundante e longo
2) Idosos - 7ª a 8ª década de vida
3) Sexo masculino
4) Doenças neurológicas e psiquiátricas - uso de psicotrópicos
5) Constipação crônica
6) Doença de chagas e doença de Crohn
7) Dismotilidade colônica - jovens e crianças (ex: doença de Hirschsprung) - Radiografia:
1) Grão do café (tubo dubrado ou U invertido)
2) Sinal de Frimann-Dhal - 3 linhas mais densas (paredes do sigmoide)
Volvo de sigmoide - tratamento:
- Estável e s/ peritonite - distorcer o volvo
1) Colonoscopia ou retossigmoidoscopia descompressiva flexível
2) Deixar sonda retal
3) Programar sigmoidectomia c/ anastomose primária na mesma internação (até 70% recorre)
OBS: antes da cirurgia - colonoscopia - excluir CA - Instável e peritonite: laparotomia e Hartmann
Causa de obstrução baixa - volvo de ceco:
- População - mais comum:
1) Mulheres
2) Faixa etária mais jovem que volvo de sigmoide (50a) - Radiografia:
1) Imagem do grão de café - concavidade voltada p/ FIE
2) Exame constratado: assim como no sigmoide - imagem do bico de pássaro - TC de abdome:
1) Sinal do redemoinho
Volvo de ceco - tratamento:
- Paciente estável, s/ sinais de peritonite e cólon c/ boas condições:
1) Hemicolectomia direita (se ceco e cólon ascendente móveis) ou ileotiflectomia (apenas ceco móvel)
2) Alto risco cirúrgico: distorção do volvo e cecopexia c/ ou s/ colocação de um tebo de cecostomia - Paciente instável e/ou peritonite fecal:
1) Hemicolectomia direita ou ileotiflectomia c/ ileostomia terminal ou fístula mucosa
Causa de obstrução baixa - fecaloma:
- Fezes impactadas no TGI - sobretudo: reto distal
- Complicação mais freq. do megacólon chagásico
- População: acamados, hospitalizado, demente, institucionalizado, relato de lavagens anteriores
- Diagnóstico:
1) Toque retal - se alto não é tocável
2) Sinal de Gersuny: palpação profunda da região do fecaloma e ao soltar ocorre crepitação (fecaloma deslocando da mucosa - interposição gasosa)
3) Radiografia de abdome/TC: se não tocável
Fecaloma - tratamento:
- Quebra digital se tocável seguido de clister glicerinado
- Pode ser necessário: anestesia locorregional e sedação
1) Relaxar o paciente e facilitar a quebra - Tratamento cirúrgico: falha na quebra, não tocável ou complicações
Obstrução intestinal funcional:
- Não há obstrução mecânica
- São distúrbios de motilidade
- Patologias:
1) Íleo adinâmico ou paralítico
2) Pseudo-obstrução instestinal ou Sd. de Ogilvie
Obstrução intestinal funcional - íleo adinâmico:
- Principal causa: PÓS-OP DE CIRURGIA ABDOMINAL
1) Fisiologicamente esperado, porém pode ser pronunciado - Fatores de risco:
1) Uso de fármacos (opioides, anti-histamínicos, anticolinérgico, antidepressivos tricíclicos)
2) Uremia
3) Cetoacidose diabética
4) Sepse extra-abdominal
5) Hemorrgia e inflamação
6) Distúrbios metabólicos - HipoK e HipoMg - Clínica:
1) Náuseas, vômitos, ausência de eliminação de fezes e flatos
2) Distensão abdominal (geralmente s/ dor), RHA diminuídos ou ausentes, intolerância alimentar - Radiografia:
1) Distensão gasosa universal das alças intestinais (padrão alta e baixa)
2) Presença de ar no cólon e ampola retal
Íleo adinâmico - tratamento:
- Jejum
- Analgesia (retirar opioides)
- Hidratação
- Correção de distúrbios hidroeletrolíticos
- Repouso intestinal
- SNG se vômitos persisentes
- avaliar NPT
Obstrução intestinal funcional - sd. de Ogilvie:
- Definição:
1) Obstrução aguda funcional do CÓLON - Fisiopatologia:
1) Desconhecida
2) Teoria: hiperatividade simpática que sobrepõe o simpático (baseada no tratamento) - Paciente típico:
1) Pacientes graves: sépticos, infectado, cardiopata e uso de múltiplas medicações
2) Cirurgias importantes: coluna, quadril, cesariana, cirurgia cardíaca,
3) Doenças: parkinsonismo, AVC, demência, Alzheimer
4) Dist. metabólicos: DM, uremia, hipoK, hipoNa, hipoMg
Síndrome de Ogilvie - diagnóstico:
- Timpanismo à percussão, principalmente direita
- RHA presentes
- Lab: leucocitose e anormalidade metabólicas (DHE)
- Radiografia: cólon direito dilatado (geralmente do ceco à flexão esplênica c/ haustrações normais)
- Exame de ESCOLHA: clíster opaco c/ contraste hidrossolúvel
Síndrome de Ogilvie - diferenciais:
- Obstrução mecânica: realizar TC p/ descartar
- Megacólon tóxico
1) Complicação de DII (RCU) ou colite infecciosa
2) Diâmetro colônico ≥ 6 cm ou diâmetro cecal > 9 cm + toxicidade sistêmica
3) Clínica: diarreia aguda c/ sangue e toxicidade sistêmica (febre, taquicardia, hipotensão, RNC)
4) Tratamento: clínico inicialmente, se não responde cirurgia (colectomia total e ileostomia terminal)
Síndrome de Ogilvie - tratamento:
- Ceco < 12 cm: suporte
1) Jejum, hidratar, correção eletrolítica, SNG - Ceco > 12 cm + falha do tto conservador: neostigmina (opção: anestesia epidural)
1) Ação: efeito parassimpático mimético - inibe AChE
2) Principal efeito colateral: bradicardia - atropina pronta - Falha ou CI da neostigmina: descompressão endoscópica
- Falha na tto farmacológico e endoscópico: cirurgia
1) Colostomia em alça ou cecostomia - Se perfuração/peritonite: ressecção intestinal e ileostomia terminal
- Alto risco cirurúrgico: cecostomia (pouco utilizado)