ATLS - C e trauma abdominal Flashcards

1
Q

Regiões abdominais:

A
  • Abdome anterior:
    1) Limite superior: rebordo costal
    2) Limite inferior: lingamentos inguinais e sínfise púbica
    3) Limite lateral: linhas axilares anteriores
  • Flanco:
    1) Limite superior: 6º EIC
    2) Limite inferior: crista ilíaca
    3) Limite lateral: linha axilar anterior e posterior
  • Abdome posterior:
    1) Limite superior: ponta da escápula
    2) Limite inferior: cristas ilíacas
    3) Limite lateral: linhas axilares posteriores
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2
Q

Classificação:

A
  • Trauma abdominal fechado
    1) Ac. de trânsito; agressão física; quedas de altura
  • Trauma abdominal perfurante:
    1) Arma branca
    2) Armba de fogo
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3
Q

Trauma abdominal fechado - aspectos gerais:

A
  • Mecanismo: impacto direto; desaceleração ou cisalhamento
  • Órgãos mais acometidos:
    1) Baço (40 a 55%)
    2) Fígado (35 a 45%)
    3) Intestino delgado (5 a 10%)
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4
Q

Trauma abdominal fechado - ind. de laparotomia IMEDIATA:

A
  • Trauma abd c/ dor e irritação peritoneal
  • Paciente instável c/ FAST e LPD positivos
  • Pneumoperitônio; retropneumoperitôneo
  • Evidência de ruptura diafragmática
  • Sangramento TGI persistente e significativo na drenagem nasogástrica ou vômitos (hematêmese) ou sangramento retal
  • TC de abdome c/ contraste EV: lesão do TGI, lesão vesical intreperitoneal, lesão de pedículo renal e lesão parenquimatosa
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5
Q

Qual exame pedir:

A
  • Paciente instável:
    1) FAST ou LPD positivo - LAPAROTOMIA
  • Paciente estável:
    1) TC de abdome c/ contraste
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6
Q

FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma):

A
  • Objetivo: avaliar líquido livre, no contexto de trauma e instabilidade hemodinâmica = SANGUE
  • Ordem dos espaços examinados do FAST:
    1) Saco pericárdico: hemipericárdio e tamponamento cardíaco
    2) Espaço hepatorrenal (espaço de Morrison): líquido intra-abdominal
    3) Espaço esplenorrenal: líquido intra-abdominal
    4) Pelve (Fundo de saco de Douglas):líquido intrabdominal
  • E-FAST: avalia pneumotórax e hemotórax
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7
Q

FAST - vantagens e desvantagens:

A
  • Contraindicação: indicação absoluta de laparotomia
  • Vantagens: não invasivo, rápido, s/ radiação, baixo custo e pode ser repetido
  • Desvantagens:
    1) Operador-dependente;
    2) Distorção de imagens (gases, enfisema SC - onda sonora não propaga bem no ar)
    3) Limitações: obesos; fraturas pélvicas extensas; detecção lesões diafragmáticas; retroperitoneais, vísceras ocas; mesentério; pequena quantidade de líquido livre (< 200 ml) e não diferencia a natureza do líquido (sangue, ascite ou urina)
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8
Q

LPD (lavado peritoneal diagnóstico):

A
  • Exame invasivo
  • Como é realizado:
    1) Incisão infraumbilical –> abrir o peritoneo –> aspirar conteúdo
    2) Se não vier nada: colocar sonda em direção a pelve e infundir 1000 mL de cristaloide aquecido
    3) Efluir o conteúdo e manda p/ bioquímica
  • LPD positivo:
    1) Aspirar pelo menos 10 ml de sangue ou conteúdo GI
    2) Hemácias > 100.000/mm³
    3) Leucócitos > 500/mm³
    4) Amilase > 17,5 UI/L (ou 175 UI/dL)
    5) Conteúdo GI; pesquisa positiva p/ bile; fibras alimentares ou bactérias
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9
Q

LPD - vantagens e desvantagens:

A
  • Contraindicação: indicação absoluta de laparotomia
  • Vantagens: rápido; s/ radiação; baixo custo; altamente sensível p/ diagnóstico de perfuração do TGI
  • Desvantagens:
    1) Procedimento invasivo
    2) Possíveis erros técnicos: lesão de órgão intrabdominal
    3) Não detectar lesões retroperitoneais, diafragmáticas
    4) Não determina fonte ou gravidade (apesar de muito sensível à presença de sangue na cavidade)
    5) Não pode ser repetido e interfere na interpretação do FAST ou TC posteriomente realizados
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10
Q

Trauma abdominal penetrante:

A
  • Arma de fogo:
    1) Intest. delgado (50%)
    2) Cólon (40%)
    3) Fígado (30%)
    4) Estruturas vasculares (25%)
  • Arma branca:
    1) Fígado (40%)
    2) Intest. delgado (30%)
    3) Diafragma (20%)
    4) Cólon (15%)
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11
Q

Trauma abdominal penetrante - indicações de laparotomia:

A
  • Ferimento por arma de fogo na região abdominal anterior (trajeto transperitoneal)
  • Instabilidade hemodinâmica
  • Evisceração
  • Irritação peritoneal
  • Sangramento TGI (observado na SNG; hematêmese; toque retal) ou trato geniturinário
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12
Q

Ferimento penetrante em abd. ANTERIOR s/ critério de laparotomia:

A
  • Exploração local da ferida sob anestesia:
    1) Não penetrou: alta
    2) Penetrou ou dúvida: internar
  • Durante internação:
    1) Exames físicos seriados
    2) Hb a cada 8h
  • Se evoluir c/ instabilidade ou peritonite: laparotomia
  • Evolui s/ instabilidade ou peritonite: olhar laboratório
    1) Hb diminuiu > 3 g/dL e/ou leucocitose: laparotomia exploradora ou considerar TC ou LPD
    2) S/ alterações no laboratório: iniciar dieta e posterior alta
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13
Q

Ferimento penetrante em FLANCO OU DORSO s/ critério de laparotomia:

A
  • Estruturas retroperitoneais
  • Não tendem a se apresentar com peritonite e não acessível ao FAST ou LPD
  • Não explora: excesso de múscula que vai gerar dúvida
  • Parte direto p/ TC C/ DUPLO CONTRASTE (EV/VO) OU TRIPLO CONTRASTE (EV/VO/RETAL)
    1) Se TC normal: observar evolução - evoluir bem alta c/ retorno precoce
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14
Q

Hipotensão permissiva:

A
  • Abordagem inicial no pcte instável vítima de trauma abdominal seguido de controle da causa do sangramento
  • PAS: 70-80 mmhg (manter perf. tecidual)
  • Minimizar o uso de cristaloides e transfundir hemoderivados mais precocemente
  • Objetivos:
    1) Reanimação e controle de danos
    2) Controlar hemorragia rapidamente
    3) Prevenir coagulopatia
  • Contraindicação: TCE (PAS ≥ 100 p/ fazer frente ao edema cerebral)
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15
Q

Cirurgia de controle de danos:

A
  • Objetivo: evitar tríade letal - TIRAR DA EMERGÊNCIA!

Abreviar a laparotomia inicial para:
- Controle de hemorragia:
1) Ressecção de órgão não vitais (baço)
2) Empacotamento abdominal (colocação de compressas)
3) Repato ou ligadura de vasos abdominais

  • Controle de contaminação:
    1) Reparo rápido ou ressecção intestinal (pref. c/ grampeadores) - não realizar anastomoses
  • Fechamento abdominal temporário: peritoniostomia - bolsa de bogotá
  • Posterior reabordagem após compensação (24-48h)
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16
Q

Trauma esplênico - aspectos gerais:

A
  • Órgão mais acometido no trauma abd. fechado
  • Apresentação clínica:
    1) Dor no QSE
    2) Fratura de arcos costais inferiores à esquerda
    3) Sinal de Kher: dor no ombro esquerdo (dor referida)
17
Q

Classificação do trauma esplênico (TC de abd. c/ contraste):

A

OLHAR SEMPRE ANTES DA PROVA!!!

  • Grau I:
    1) Hematoma: hematoma subcapsular < 10% da superfície
    2) Laceração: laceração capsular, < 1 cm de prof. no perênquima
  • Grau II:
    1) Hematoma: hematoma subcapsular de 10 a 50% da superfície; hematoma intraparenquimatoso < 5cm de diâmetro
    2) Laceração: laceração capsular, 1 a 3 cm de prof. no parênquima que não envolve vaso trabecular
  • Grau III:
    1) Hematoma: subcapsular > 50% da área da superfície ou em expansão; hematoma subcapsular ou intraparenquimatoso em ruptura, hematoma intraparenquimatoso ≥ 5 cm ou em expansão
    2) Laceração: parenquimatosa > 3 cm de prof. ou envolvendo vasos trabculares
  • Grau IV:
    1) Laceração: lesão vascular esplênica ou sang. ativo confinado dentro da cápsula esplênica
    2) Laceração parenquimatosa envolvendo vasos segmentares ou hilares que produzem > 25% de desvascularização
  • Grau V:
    1) Vascular: lesão hilar c/ desvascularização do baço
    2) Baço quebrado/pulverizado
18
Q

Trauma esplênico - conduta:

A
  • Paciente estável:
    1) Lesão grau I, II e III: observação em UTI
    2) Lesão grau III ou IV c/ extravazamento ativo de contraste na fase arterial (blush arterial): embolização esplênica (grau IV é contreverso), ausência –> laparotomia
    3) Lesão grau IV e V: laparotomia c/ esplenectomia
  • Pacientes instável; irritação peritoneal; outras lesões cirúrgicas; falha no tto não cirúrgico
    1) LAPAROTOMIA (esplenectomia)
19
Q

Trauma esplênico - complicações:

A
  • Sangramento pós-op: soltar ligadura
  • Hemorragia em “dois tempos” - período de Baudet (> 48h)
    1) Hematoma intraparenquimatoso s/ romper cápsula que com o tempo cresce e papoca
  • Pancreatite aguda e fístula pancreatita: prox. anatômica
  • Perfuração gástrica: prox. anatômica
  • Trombocitose e trombose vascular
    1) pico entre 7º e 21ºdia
  • Abscesso intracavitário
  • Fístula arteriovenosa
  • Sepse pós-esplenectomia: imunizar contra encapsulados pelo menos 14 dias após a cirurgia (maior gravidade)
20
Q

Trauma hepático - aspectos gerais:

A
  • Mais comum no trauma penetrante por arma branca e o 2º no trauma contuso
  • Quadro clínico:
    1) Dor abdominal no QSD
    2) Fratura de arcos costais inferiores à direita
21
Q

Trauma hepático - classificação:

A

OLHAR SEMPRE ANTES DA PROVA!!!

  • Grau I:
    1) Hematoma: subcapsular < 10% da superfície
    2) Laceração: ruptura capsular c/ laceração parenquimatosa < 1cm de profundidade
  • Grau II
    1) Hematoma: hematoma subcapsular de 10 a 50% da superfície ou hematoma intraparenquimatoso < 10 cm de diâmetro
    2) Laceração: ruptura capsular parenquimatosa 1 a 3 cm de profundidade e comprimento ≤ 10 cm
  • Grau III:
    1) Hematoma: subcapsular > 50% da área superficial; em expansão ou ruptura de hematoma subcapsular ou parenquimatoso; hematoma intraparenquimatoso > 10 cm ou em expansão
    2) Laceração: > 3 cm de profundidade do parênquima; presença de lesão vascular do fígado ou sang. ativo contido no parênquima hepático
  • Grau IV:
    1) Laceração: ruptura parenquimatosa envolve 25 a 75% de um lobo hepático ou 1 a 3 segmentos de Couinaud; sangramento ativo que se estende além do parênquima hepático até o peritônio
  • Grau V:
    1) Laceração: ruptura parenquimatosa de > 75% de um lobo hepático ou > 3 segmentos de Couinaud em um único lobo
    2) Vascular: lesão venosa justa-hepática (veia cava retro-hepática e veias hepáticas principais centrais)
  • Grau VI: avulsão hepática
22
Q

Trauma hepática - tratamento:

A
  • Paciente estável:
    1) Lesões de baixo grau (I, II e III) = observação em UTI
    2) Lesão c/ extravasamento ativo de contraste (grau III, IV e V) = embolização hepática
  • Se paciente instável; irritação peritoneal; outras lesões cirúrgicas abdominais; falha no tto não cirúrgico = LAPAROTOMIA
    1) Instável no intra-operatório: cirurgia de controle de danos (empacotamento hepático)
    2) Estável no intra-operatório: tratamento definitivo da lesão hepática
23
Q

Trauma hepático - manobra de Pringle:

A
  • Manobra possível na cirurgia de controle de danos c/ sangramento que não controla c/ empacotamento hepático
  • Manobra de Pringle:
    1) Clampeamento do ligamento hepatoduodenal (a. hepática; v. porta e colédoco)
    2) Impede entrada de sangue - permite correção do trauma
  • Permanece exsanguinando: desesperador - sangue advém da veias hepáticas ou cava retrohepática - possível:
    1) Bypassa venovenoso
    2) Shunt atriocaval (Schrock)
24
Q

Trauma hepático - complicações:

A
  • Abscesso peri-hepático
  • Ruptura da árvore biliar: bilioma e coliperitôneo
  • Complicações isquêmicas relacionada a angioembolização
  • HEMOBILIA (raro, despenca em prova):
    1) Hist. de instrumentação cirúrgica do fígado
    2) Tríade de Sandbloom: icterícia (coágulos obstruem), dor em HCD e melena/hematêmese (HDA)
    3) Comunicação entre a árvore biliar o sist. vascular hepático –> sangue entra na árvore biliar e sai na papila
    4) Diagnóstico: angioTC
    5) Tratamento: embolização da art. hepática
25
Q

Trauma do TGI:

A
  • Estruturas: estômago; intestino delgado; cólon e reto
  • Diagnóstico desafiador:
    1) Não costuma cursar c/ sangramento significativo
    2) Não apresenta peritonite ou inst. hemodinâmica
  • FAST: baixa sens. p/ lesão de víscera oca
  • LPD: alt. sensível p/ dg de perf. do TGI - positivo = laparo
  • Radiografia simples: pneumoperitônio
  • TC c/ contraste EV e VO (melhor exame):
    1) Espessamento de parede intestinal (> 3 mm)
    2) Pneumoperitônio/retropneumoperitônio
    3) Extravazamento de contraste
    4) Presença de líquido livre na ausência de lesão de víscera maciça são indicativos de lesão do TGI (PRINCIPAL)
26
Q

Trauma do TGI - cirurgia de controle de danos:

A
  • Objetivo principal: controlar hemorragia e infecção
  • CONTRAINDICADO ANASTOMOSES INTESTINAIS
    1) Ressecção e sepultar os cotos intestinais ou ostomia
27
Q

Trauma TGI - trauma gástrico:

A
  • Causa mais comum: trauma penetrante (AF ou AB)
  • Trauma contuso: aumento súbito da pressão intraluminal
    1) Lesões associada comum: hepática; pancreática, etc…
  • Tratamento: debridamento e rafia simples ou gastrectomia (lesões maiores)
28
Q

Trauma TGI - intestino delgado:

A
  • 1º órgão mais acometido no trauma abd penetrante
  • 2º nos ferimentos por arma branca
  • Trauma contuso: esmagamento, ruptura, desaceleração brusca/cisalhamento
  • Achados clínicos:
    1) Sinal do cinto de segurança: equimoses lineares e transversa
    2) Fratura de Chance: fratura transversal lombar c/ desvio
  • Tratamento:
    1) Lesões pequenas: debridamento e rafia simples
    2) Várias lesões contínuas e próximas: enterotectomia (fechar o mesentério)
29
Q

Trauma TGI - colorretal:

A
  • Porções retroperitoneais:
    1) Parede posterior do colon ascendente e descendente
  • 2º órgão mais comum na ferida abd. penetrante por arma de fogo
  • Trauma contuso: raro
  • Lesões de cólon e reto: mais baixa mortalidade (12,3%)
30
Q

Classificação do trauma colorretal:

A
  • Grau I: contusão ou hematoma; laceração de espessura parcial
  • Grau II: laceração pequena (< 50% da circunferência)
  • Grau III: laceração grande (≥ 50% da circunferência)
  • Grau IV: transecção
  • Grau V: transecção c/ perda de tecido; segmento desvascularizado (lesão de mesocolo associado)
31
Q

Trauma colorretal - tratamento:

A
  • Lesão < 50% da circunf. - desbrid. e rafia primária da lesão
  • Lesão > 50% da circunf. - ressecção e anastomose primária, s/ colostomia de proteção
  • NÃO REALIZAR ANASTOMOSE (ressecar + colostomia - Hartmann ou fístula mucosa):
    1) Comorbidades significativas (
    2) > 6 unidade de transf. de sangue ou CHOQUE
    3) Atraso da operação (> 4 a 6h)
    4) Contaminação fecal pesada
  • Lesão de reto extraperitoneal: colostomia em alça de proteção (pode realizar sutura primária e drenagem pré-sacral)