Trauma do Osso Temporal Flashcards

1
Q

Qual a causa de mais da metade dos casos de trauma do osso temporal?

A

Acidente automobilístico (principalmente moto): TRAUMA FECHADO.

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2
Q

Qual a causa de trauma do osso temporal com maior morbimortalidade?

A

Trauma por arma de foto (20-50% afetam região cefálica): TRAUMA PENETRANTE. O osso temporal é envolto em estruturas nobres (carótida, seio sigmoide, bulbo da jugular, pares cranianos), porém, devido a sua alta densidade, o projétil é barrado e tem menor mortalidade que ao acertar outros locais da cabeça.

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3
Q

Os traumas dessa região são divididos conforme orientação das linhas de fraturas ao eixo piramidal do osso temporal. Quais são os 4 tipos de trauma do osso temporal, e a direção da pancada envolvida em cada um?

A
  • Longitudinal (linha azul)
  • Transversal (linha verde)
  • Mista (cominutiva)
  • Fragmentada

Batida LATERAL geralmente gera fratura LONGIDUDINAL.

Batida frontal ou OCCIPITAL (anteroposterior ou vice-versa) gera geralmente fratura TRANSVERSAL. Costuma requerer alta energia pra acontecer.

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4
Q

Qual o tipo de fratura mais comum?

A

Longitudinal (70-80%).

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5
Q

As fraturas longitudinais são labirínticas ou extralabirínticas?

A

Extralabirínticas (a onda de choque geralmente é insuficiênte para fraturar o osso petroso, e portanto, o bloco labiríntico costuma ser preservado).

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6
Q

Existem 3 tipos de fraturas longitudinais, de acordo com o local. Quais são?

A
  • Tipo I = porção escamosa do CAE e região posterior da cavidade timpânica. Pode acometer gânglio geniculado e ATM.
  • Tipo II = porção suprameatal do CAE e parede anterior da cavidade timpânica. Pode acomete gânglio geniculado e cadeia ossicular.
  • Tipo III = parede superior e posterior do CAE e segue para mastoide. Pode acomete nervo facial TIMPÂNICO e MASTOIDEO. Pode pegar canal carotídeo. É a pior de todas.
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7
Q

Qual a porcentagem de fraturas transversais?

A

Cerca de 10%.

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8
Q

As fraturas transversais são labirínticas ou extralabirínticas?

A

Labirínticas, pois tem maior potencial para fraturar o labirinto (impacto occipital forte, de maior energia, cruzando o forame jugular, canal semicircular posterior, aqueduto vestibular, cóclea e conduto auditivo interno, com alta possibilidade de fístula liquórica).

Risco de 50% de acometer o nervo facial (muito maior do que nas fraturas longitudinais) e afeta mais seus segmentos LABIRÍNTICO e TIMPÂNICO.

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9
Q

O que é o trauma misto?

A

Associação de linhas de fraturas longitudinais e transversais que ocorrem após trauma fechado severo, não havendo um padrão. Geralmente associado a TCE grave, sendo difícil avaliar o paciente até sua estabilidade.

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10
Q

O que é o trauma fragmentado?

A

O projétil se instala na eminência mastoidea adjacente ao processo estilomastóideo. Independente do ângulo do projétil, ele bate no osso petroso e é desviado, parando sempre perto do processo estilomastoideo. Comum anacusia e lesão do nervo facial. Fístula liquórica e hemorragias severas são mais frequentes, com alta mortalidade.

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11
Q

Qual tipo de perda auditiva costuma ser observada no trauma longitudinal e no transverso?

A

A perda auditiva pode ser condutiva ou neurossensorial em ambos os casos, mas costuma ser mais frequente as perdas CONDUTIVAS NAS LONGITUDINAIS (desarticulação de cadeia, perfuração timpânica) e NEUROSSENSORIAIS NAS TRANSVERSAIS (fratura, concussão do labirinto ou pneumolabirinto).

Para gravar:
- traNSversal = paNS

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12
Q

Quando temos uma perda condutiva na fratura transversal, qual costuma ser a causa?

A

Perda condutiva pode ocorrer nas fraturas tranversais com membrana timpânica íntegra por HEMOTÍMPANO, mas a perda condutiva é mais frequente na fratura longitudinal, como visto antes.

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13
Q

Quais os mecanismos de tontura após trauma do osso temporal?

A

Concussão labiríntica (ambos), fratura labiríntica (transversal) e/ou pneumolabirinto (ambos).

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14
Q

Quais os ramos do nervo facial acometidos em cada tipo de fratura: longitudinal x transversal?

A
  • Porção timpânica e mastoídea geralmente longitudinal (impacto veio mais da lateral da cabeça).
  • Porção labiríntica e timpânica geralmente fraturou bloco labiríntico, típico das transversais.
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15
Q

Em caso de paralisia facial, o tempo de início indica alguma pista sobre o mecanismo de lesão do nervo nesse trauma?

A

Sim. Se início imediato = secção. Se início após alguns dias = edema. Devemos solicitar sempre exames de imagem (fraturas sobre facial ou fragmentos?).

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16
Q

Quais os mecanismos para otorragia?

A
  • Na longitudinal, geralmente por fratura de MAE ou perfuração de MT.
  • Qualquer tipo = laceração de pavilhão.
17
Q

Como se manifesta a fístula liquórica e hemorragias nos traumas temporais?

A

Fístula costuma ser de difícil avaliação na hora do trauma devido a presença do sangue. Otoliquorreia ou rinoliquorreia (fístula paradoxal: sai pelo nariz, mas está vindo pela tuba auditiva). Geralmente tem resolução espontânea.

As hemorragias ocorrem por ruptura da carótida interna e normalmente levam ao óbito. São eventos trágicos que antecedem a avaliação do especialista.

18
Q

Quais os 4 tipos de lesões ossiculares geralmente observadas, e qual delas é a mais comum?

A
  • Luxação incudoestapediana (É A MAIS COMUM, desarticulação da bigorna com estribo, evoluindo com PAC).
  • Luxação incudomaleolar (entre bigorna e martelo, menos comum)
  • Fratura da platina (pode causar tontura, devido platina flutuante, e é comum haver lesão do facial associada, pois o nervo passa por cima da janela oval).
  • Fratura do cabo do martelo (mais rara).
19
Q

Qual o tipo de fratura observada abaixo?

A

Luxação incudomaleolar (como uma bola de sorvete deslocada da casquinha. Não é a mais comum. A mais comum seria a incudoestapediana, observada na imagem abaixo).

20
Q

Qual a conduta diagnóstica após um trauma?

A
  • Acumetria (ou audiometria se paciente fora da sala do trauma).
  • Tomografia de Osso Temporal (avaliar capsula óptica, canal de Falópio, cadeira ossicular e avaliar fragmentos ósseos sobre o facial em caso de PFP, para pensar em cirurgia).
21
Q

Quando é indicada a avaliação eletrofisiológica do nervo facial?

A
  • Se paralisia imediata o melhor exame é tomografia computadorizada. O achado de fratura do canal de Falópio ou presença de fragmentos ósseos são indicativos de cirurgia, podendo ser dispensados eexames eletrofisiológicos.
  • Exames eletrofisiológicos são indicados quando paralisia tardia e completa (House Brackmann 6). Ou seja, se paciente teve um quadro de paralisia leve inicialmente e após dias evoluiu com plegia completa, e não houve nada que indique compressão do canal de Falópio no exame de imagem. Ai a ELETRONEUROGRAFIA é indicada (realizada entre 48h a 21 dias), e se mostrar > 90% degenerado em relação ao lado normal, significa mau prognóstico, sendo indicado cirurgia de descompressão. A partir de 10 dias mas preferencialmente após 21 dias, a ELETROMIOGRAFIA pode ser solicitada.
22
Q

Quais sinais indiretos são observados nas imagens abaixo, além da fratura de osso temporal?

A
23
Q

Cite o checklist de estruturas que devem ser avaliadas em uma tomografia de um trauma de osso temporal, como as abaixo.

A
24
Q

Qual a primeira conduta para trauma do osso temporal?

A

ATLS (estabilização)

25
Q

Qual a conduta se otorragia severa?

A

Tamponamento de MAE e ligadura de carótida (se der tempo, deve ser realizada angioTC).

26
Q

Quando abordar cirurgicamente uma paralisia facial pós-trauma?

Qual o procedimento se ruptura neural completa ou mais de metade do diâmetro do nervo?

E se perda apenas do coto proximal?

A
  • A descompressão do nervo deve ser realizada até 21 dias de paralisia se fragmentos ósseos ou sinais de fratura do canal, ou se ENOG demonstrar > 90% de degeneração.
  • Se ruptura neural completa ou em mais da metade do diâmetro neural = sutura do nervo ou enxerto (sural ou auricular magno). Quase sempre utilizada em PAF.
  • Se perda do coto proximal = alternativa é a anastomose hipoglossofacial. Pode ser realizada até 2 anos após o trauma.
27
Q

Qual a conduta para hipoacusia e vertigem aguda?

A
  • Hipoacusia = condutiva (aborda depois, especialmente se hemotímpano ou disjunção de cadeia) e PANS (reabilitação com AASI, prótese ósteoancorada ou até mesmo IC).
  • Vertigem aguda = sedativos labirínticos e esteroides.
28
Q

Qual a conduta para fístula liquórica?

A

Repouso, cabeceira elevada e antibioticoterapia profilática para meningite. Geralmente fecha sozinha. Se não houver melhora, petrosectomia com fechamento da tuba. O CAE deve ser evertido e suturado, completando a obliteração.