Avaliação Foniátrica Flashcards

1
Q

Quais as duas doenças mais representativas relacionadas a atraso de linguagem?

A

Transtorno de Espectro Autista (TEA) e Distúrbio Específico da Linguagem (DEL).

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2
Q

Quais as dificuldades no que diz respeito a diagnóstico e tratamento dessas condições?

A

Não possuem exames laboratoriais e nenhum tratamento cirúrgico ou medicamentoso que altere a evolução.

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3
Q
  • O que significa neuroplasticidade e maturação?
  • A aquisição de linguagem ocorre de maneira uniforme?
A
  • SNC modifica-se durante toda a vida. Isso ocorre por plasticidade (novas conexões sinápticas, mais comum na infância) e maturação (reorganização cortical, mais comum na adolescência).
  • Não. Possui períodos críticos (mais intensa durante primeira infância).
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4
Q

Como o bilinguismo e a música podem auxiliar na aquisição da idade no início da vida?

A

Aceleram a aquisição de linguagem por explorar áreas corticais e vias auditivas diferentes.

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5
Q

O que significa processamento auditivo?

A

Conjunto de habilidades específicas das quais o indivíduo depende para compreender o que houve (localização do som, compreensão da fala no ruído, filtrar, anular outros sons).

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6
Q

Quais exames ajudam a avaliar o processamento auditivo?

A
  • BERA (com estímulo fala, considerado o melhor exame para avaliar processamento auditivo central e acompanhamento dos treinamentos auditivos. A melhora é percebida após 8 semanas de tratamento, principalmente memória de trabalho, percepção de fala no ruído, fala rápida).
  • EEG, P300 e magnetoencefalografia (consegue medir o tempo de transmissão e processamento destas informações em milissegundos, o que ajuda a ver pacientes que não entendem consoantes e entendem vocais, por exemplo).
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7
Q

Qual a principal causa de perda auditiva na infância, que podem alterar o resultado desses exames?

A

Alterações da orelha média (podem causar em média aumento de limiares em 20dB, atrasos de 0,44ms e alteração da localização da fonte sonora até 90 graus). Portanto devem ser excluídas antes desses exames.

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8
Q

Qual a indicação em crianças para avaliação foniátrica?

A

Atraso no desenvolvimento de linguagem

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9
Q

Qual a incidência da queixa de atraso no desenvolvimento de fala e linguagem?

A

7-30% das crianças com 5 anos de idade

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10
Q

Qual a diferença entre os distúrbios primários e secundários da fala?

A
  • Primários = sistema de linguagem (TDL, dislexias, etc)
  • Secundários = Neurologicos, cognição, sensoriais, sindrômicos (TEA, déficit cognitivo, sudez)
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11
Q

Quais os questionamentos que devem ser feitos durante a queixa de atraso de linguagem?

A
  • Marcos de desenvolvimento
  • Compreensão e produção de linguagem
  • Hábitos alimentares
  • Comportamento, relacionamento
  • Hábitos de sono-Dinâmica familiar e escolar
  • História familiar de atraso de linguagem
  • Questões sensoriais
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12
Q

O aprendizado acontece dividido em subsistemas (fonológico, semântico, sintático, pragmático) que ocorrem de forma progressiva, da mesma forma que a criança está se desenvolvendo (marcos). Quais são eles?

A
  • Fonológico = sons que caracterizam a língua
  • Semântico = Vocabulário da língua
  • Sintático = Ordem gramatical da língua
  • Pragmático = Uso da língua na prática.
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13
Q

Quais os principais marcos de desenvolvimento até os 5 anos?

A
  • 1 ano = anda com ajuda (em 2), movimento de pinça (2 dedos), e fala duas/três palavras (1 ano = lembrar do número 2).
  • 1 ano e meio = Rabisca com lápis, anda com equilíbrio, fala jargões (imita os outros).
  • 2 anos = Imita círculo com o lápis, corre com equilíbrio e usa frases.
  • 3 anos = Imita ponte com 3 cubos, segura o lápis adequadamente (3 dedos), fala com sentenças adequadas e responde questões simples (terceiros entendem).
  • 4 anos = Pula amplamente em um só pé.
  • 5 anos = Pula com 2 pés, fala sem trocas de fonemas.
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14
Q

Quais as perguntas importantes da história pregressa?

A
  • Gestacional, peri e neonatal
  • História familiar e genética
  • TANU e diagnósticos sensoriais
  • Infecções de repetição
  • Dinâmica familiar, domiciliar e de sono
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15
Q

Quais são os pontos que chamam atenção (sinais de alarme) comportamentais na infância?

A
  • Mau relacionamento com crianças e adultos
  • Pouco contato ocular
  • Brincadeira rudimentar
  • Agitação excessiva
  • Hipersensibilidade sensorial
  • Interesse fixo por objetos
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16
Q
A
  • Observar como essa criança se comunica (mesmo que não tenha linguagem verbal, ela pode ser comunicar apontando, ela entende apesar de não falar)
  • Observar postura, comportamento
  • Observar como ela brinca.
  • Comportamento
  • Capacidade de comunicação
  • Desenvolvimento neuropsicomotor (tabela de desenvolvimento de Gesel = utilizar como base de raciocínio).
  • Prova de função perceptual (Auditiva e visual)
  • Funções práxicas (planejamento e execução)
  • Coordenação e equilíbrio
17
Q

Basicamente o diagnóstico clínico depende de consulta detalhada, mas precisamos de exames complementares para excluir outras hipóteses.

A
  • SEMPRE repetir exames audiológicos, mesmo se TANU normal e HMA negativa.
  • Audiometria (melhor) - PEATE de frequência específica para via aérea e via óssea, se possível (caso não seja possível realizar audiometria).
  • Imagem (pensando em malformações)
  • Eletroencefalograma (principalmente na Síndrome Landau-Kleffner, em pacientes 3-8 anos até então hígidos, começam a apresentar alterações no desenvolvimento de fala, linguagem, interação e convulsões).
  • Avaliar alterações metabólicas (doenças de depósito podem levar à regressão do desenvolvimento neuropsicomotor (volta a usar fraldas, não consegue mais falar e andar como antes).
  • Descartar sindromes genéticas (Sd X frágil, Sd de Rett, Prader-Willi, Velocardiofacial)
  • Processamento Auditivo Central (a partir de 7ANOS DE IDADE. Exame auxiliar e não diagnóstico. Serve para seguimento)
18
Q

Qual a diferença entra DEL (Distúrbio Específico da Linguagem) e TDL (Transtorno do desenvolvimento da linguagem)?

A

DEL é muito confundido com TDL. É mais limitante que o TDL, porque especifica que o teste de QI é normal, mas a criança apresenta um distúrbio de linguagem. O tratado foi escrito em 2017, e de lá para cá o DEL está sendo mais aceito como TDL. O TDL é mais abrangente. É como se o DEL estivesse incluído dentro dele. DEL é muito confundido com TDL. Antes de tudo, precisamos saber e entender onde essa criança está inserida:

  • Contexto
  • Estímulo adequado
  • Expectativas da família sob a criança
  • Motivação
  • Relevância da tarefa (está adequada para a criança?)
  • Emocional
  • Experiência anterior

A linguagem é formada por um sistema integrado entre várias áreas do cérebro. É um sistema simbólico para representar os significados e gerar comunicação. A linguagem pode ser receptiva e expressiva. Uma das possíveis alterações da linguagem é quando há mutação do gene FOXP2. Já a fala é o canal motor que viabiliza a linguagem.

19
Q

Qual a definição da DEL/TDL?

A

DEL/TDL = atraso significativo na compreensão e/ou produção de linguagem.

  • Diagnóstico clínico de exclusão
  • Ausência de fatores justificáveis
  • Desenvolvimento neuropsicomotor NORMAL
  • Distúrbio primário / Grupo heterogêneo
  • Prevalência 7,4% população
  • Meninos 2,8% > Meninas
  • Outros familiares (risco de 25% se outro caso na mesma família)
  • gene FOXP2 (cromossomo 7) ou diversos outros
  • Interação genética e ambiental
  • Não é obrigatório, mas pode haver dificuldade de leitura e escrita
  • No DEL, mesmo com intervenção adequada = atraso severo e persistente.

Precisamos lembrar para não confundir na hora da prova, que apesar de ser um distúrbio de linguagem primário, devido a cooperação mútua dos sistemas podemos ter falência em outras áreas:

  • Processamento de sons verbais e não verbais (rápidos)
  • Praxia, visual
  • Memória de trabalho e atenção
20
Q

Qual a base anatômica para TDL?

A
  • RM funcional, PET, SPETC e EMG = avaliação de centros nervosos responsáveis pela produção de linguagem. Predomínio funcional normal para desenvolvimento da linguagem = dominância do hemisfério esquerdo. No DEL/TDL = assimetria dessa dominância. Há alterações anatômicas e funcionais nessas regiões:
  • Córtex auditivo primário
  • Área de Wernicke
  • Área de Broca
  • Região perisilviana (mais a direita do que a esquerda).
21
Q

Sobre os transtornoss de aprendizagem, qual sua definição?

A

Inabilidade específica (em leitura, escrita ou matemática) em indivíduos que apresentam resultados ABAIXO do esperado para o seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.

22
Q

O aprendizado depende de quais fatores?

A
  • Audição
  • Visão
  • Atenção
  • Interação
  • Cognição
  • Motricidade
  • Memória
  • Emoção

Além disso, existe a plasticidade cerebral. Aprender gera alterações estruturais no cérebro. Existe um período (início da infância até os 2 anos) em que existe maior plasticidade para aquisição de funções. Na puberdade há apoptose poda neural e se deixar para tratar nessa hora, você perde a janela.

Leitura e escrita são processos que não emergem naturalmente. O exercício de interação e prática e repetição é o que trazem esse desenvolvimento, mas também depende da habilidade entre cada pessoa.

Na escola temos contato com 2 signos = visual (leitura) e auditivo (grafemas e fonemas = ajuda a manifestar a escrita).

23
Q

Quais são os níveis hierárquicos da cognição?

A
  • Sensação
  • Percepção
  • Imaginação ou formação de imagens mentais
  • Simbolização (linguagem interna, receptiva e expressiva)
  • Conceituação (processo mais complexo, nível mais elevado, depende de cognição integra).
24
Q

Quais os processadores cerebrais de linguagem?

A

Processamento dos subsistemas:

  • Fonológico
  • Ortográfico = presente após a fase escolar
  • Semântico
  • Contextual

Para processar a linguagem, precisamos de memória, atenção (Córtex pré-frontal) e lembranças.

25
Q

Qual a diferença entre dificuldade, distúrbio e transtorno?

A
  • Dificuldade = todos temos diante de um novo aprendizado. Até 6 meses de duração é normal. Acompanhar por 6 meses.
  • Distúrbio = alterações em paralelo (neurológicas, cognitivas, auditivas, ….). Não melhora mesmo com abordagem.
  • Transtorno = Transtorno de aprendizagem propriamente dito. Vê bem, fala bem, mas tem um distúrbio de aprendizado.

É uma criança que apesar de inteligente, não consegue aprender.

26
Q

Como fazer diagnóstico de transtorno de aprendizagem?

A

Testes padronizados (leitura, matemática e escrita). Resultado positivo para TA mostra:

  • Redução da capacidade do esperado para idade, escolarização e nível de inteligência.
  • Discrepância de > 1,5 desvio-padrão entre rendimento nesses testes e teste de QI.

Lembrar que devem ser excluídas outras disfunções.

27
Q

Como aparece no CID10?

A

CID 10 situa os problemas referentes à aprendizagem em:

  • F 81 (Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares).

Tanto o CID-10 quanto o DSM-V apresentam 3 tipos específicos: Transtorno com prejuízo na leitura, matemática e expressão escrita.

28
Q

Quais os níveis de gravidade para Transtorno de Aprendizagem?

A
  • Leve: Dificuldade leve em 1-2 domínios. Pode compensar/funcionar bem quando em condições e apoio escolar.
  • Moderado: Dificuldade considerável em pelo menos 1 domínio. Não se torna proficiente SEM intervenções intensivas e ensino especializado.
  • Grave: Dificuldades severas em domínios. Intervenções intensivas e contínuas podem não ser capazes mesmo assim.
29
Q

Qual o tratamento indicado para TA?

A

Identificar meios pelos quais aprendem mais:

  • Fonoterapia.
  • Psicoterapia.
  • Ajustamento proporcional.
30
Q

Qual a definição de Dislexia?

A
  • Dificuldade de leitura e escrita, porque o principal problema é SIMBOLIZAR. Não há déficit cognitivo.

Lembrar que nem toda dificuldade de leitura e escrita é dislexia!

  • É descrita como “cegueira verbal”.
  • Pode acometer todas as idades e perdura por toda a vida.
  • Acomete mais meninos e canhotos.
  • Prevalência de 5-10% nas crianças de fase escolar.
  • História familiar = incidência de 35-50% (compatível com herança dominante – cromossomos 6, 15 e X).
  • Pode ter relação com fatores extrínsecos (lesão na vida fetal).
31
Q

Qual o conceito de TDAH?

A
  • Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
  • Tríade = Falta de atenção + Hiperatividade + Impulsividade.
  • Afeta 3-6% das crianças em fase escolar.
  • Mais comum em meninos.
  • Classificação Leve, moderado e grave.
  • Diagnóstico diferencial com Síndrome do X frágil e déficit cognitivo.
  • Diagnóstico é clínico: necessário início dos sintomas até 12 ANOS. Manifestação em pelo menos 2 AMBIENTES! Evidência clara de comprometimento funcional. AUSÊNCIA de outro transtorno que justifique o quadro.
32
Q

Distúrbios vestibulares pode ter relação com problemas de aprendizagem?

A

Redução da propriocepção leva a redução do tônus muscular, lentidão motora, insegurança gravitacional, déficit de equilíbrio e distúrbios da linguagem. É subnotificado no Brasil. Na Finlândia há uma taxa de 5-15% das crianças já tiveram algum caso vestibular importante. A criança pode apresentar insegurança, isolamento e fobia de determinados lugares. Isso na criança é mais deletério do que em um adulto. Lembrar de orelha média (principal causa de tontura nas crianças), sendo a segunda causa VPPBi e terceira migrânea.