Barotrauma Otológico Flashcards
Qual a definição de barotrauma otológico?
Efeito deletério aos tecidos, decorrente de diferencial de pressão entre uma cavidade anatômica preenchida por gás ( no caso, orelha média) e o ambiente.
Qual o mecanismo fisiopatológico básico do barotrauma otológico?
Ocorre a não equalização da pressão, gerando dilatação vascular, edema de mucosa, formação de exsudato, hemorragia ou ruptura do tecido (membrana timpânica).
- O que ocorre com o volume do gás se a pressão ambiental reduz (decolagem de um avião)?
- Se pressão ambiental reduz, o volume do gás aumenta proporcionalmente (comum durante a decolagem do avião) levando a uma abertura automática da tuba (não por contração muscular, mas pelo aumento diferencial da pressão mesmo).
- O que ocorre com o volume do gás se a pressão ambiental aumenta (pouso de um avião)?
- Se pressão ambiental sobe, o volume do gás reduz proporcionalmente (comum quando o avião está descendo). Nesse caso precisamos que haja abertura ATIVA da tuba para entrar mais ar/gases e equilibar. Se a tuba não se abrir, teremos DIMINUIÇÃO PROGRESSIVA DA PRESSÃO INTRATIMPÂNICA e pode haver colapso da caixa timpânica com retração da MT (RUPTURA DA MT se pressão negativa superior a 100mmHg).
Qual profilaxia pode ser feita para evitar o barotrauma antes de um vôo?
Instilação de pseudoefedrina nasal (naridrin, afrin) cerca de 30 minutos, antes da decolagem.
Durante um mergulho, quais fatores associados aumenta o risco de lesões?
Quando mergulhamos entra água no MAE. Se houver cerume impactado, uso de touca ou otite externa (qualquer condição que impeça a entrada de água) criamos um espaço não ventilado (obstáculo no meio do caminho), com risco de lesões (edema, equimose cutânea e ruptura timpânica).
No mergulho, as lesões ocorrem com qual diferença de gradiente pressórico?
Risco maior de lesões e ruptura de MT se 150mmHg (6 pés) de diferença de pressão.
- Qual o nome clínico da forma mais comum de barotrauma ao mergulhar?
- Quais as manifestações?
- Ocorre durante descida ou subida do mergulhador?
- Qual a forma de prevenir esse evento?
- A BAROTITE MÉDIA é a forma mais comum de barotrauma, em que o mergulhador não consegue fazer a equalização pressórica por algum motivo (disfunção tubária, por exemplo). Pode ocorrer já a partir de 4,3 metros de profundidade.
- Manifesta-se com plenitude, dor, dor, petéquias, hematoma ou perfuração timpânica.
- Ocorre geralmente durante a DESCIDA do mergulhador.
- A prevenção da barotite média pode ser feita com PSEUDOEFEDRINA 120-180mg VO ASSOCIADA OU NÃO A OXIMETAZOLINA TÓPICAantes de mergulhar, em pacientes com suspeita de disfunção tubária. Também é recomendado que o mergulhador faca manobra de VALSALVA a cada 1-2 metros de descida, mas se o bloqueio ocorrer mesmo assim, subir vários metros para tentar realizar a compensação.
- Quais os dois mecanismos mais comuns de fístula perilinfática associado a barotite média no mergulho?
- Qual a clínica se isso ocorrer?
- Pode haver aumento de LCR que vai para orelha interna pelo aqueduto coclear, com diferença de pressão entre OI e OM, e ruptura de membranas das janelas, principalmente RUPTURA DA JANELA REDONDA (que não tem o estribo em cima) gerando fistula perilinfática. Outro mecanismo de fístula seria retração da MT, com deslocamento de cadeia ossicular e SUBLUXAÇÃO DA PLATINA DO ESTRIBO.
- Evolui, além dos achados de barotite, com PANS, vertigem, nistagmo, zumbido, dor e plenitude auricular.
Quando penso em abordagem cirúrgica dessa fístula perilinfática?
Se os sintomas acima ocorrerem até 72 horas de mergulho, é culpa do barotrauma mesmo. Indicar cuidados como corticoide, evitar valsalva, esforço e cabeceira elevada. PORÉM SE O QUADRO NÃO MELHORAR EM 24/48 HORAS DE CUIDADOS (OU PIORA DA AUDIÇÃO) o ideal é levar para centro cirúrgico.