Tratamento intervencionista na DAC aguda/crônica Flashcards

1
Q

A que se refere o termo revascularização miocárdica?

A

Se refere aos procedimentos que restabelecem o aporte sanguíneo ao miocárdio sob risco, o que, no caso da DAC estável, tem a função de eliminar a isquemia esforço-induzido.

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2
Q

Quais as indicações gerais de revascularização na DAC estável?

A

1) Angina estável refratária ao tratamento clínico otimizado, ou intolerância a este.
2) Situações de ALTO RISCO onde a literatura mostrou ganho de sobrevida com a revascularização, mesmo na ausência de sintomas.

OBS: Os pacientes que apresentam critérios de alto risco, inclusive, são aqueles que PRECISAM realizar uma coronariografia, já que esta é imprescindível para a definição da melhor estratégia de revascularização.

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3
Q

Como avaliar a complexidade das lesões coronárias?

A

o O escore SYNTAX ((Synergy Between Percutaneous Coronary Intervention with Taxus and Cardiac Surgery) avalia a extensão e a complexidade das lesões ateroscleróticas coronarianas e vem sendo amplamente empregado na prática. Para cada lesão que comprometa > 50% do lúmen de uma coronária que tenha pelo menos 1.5 mm de diâmetro, atribui-se uma pontuação baseada em múltiplos parâmetros morfológicos. A soma de todas as pontuações compõe um escore final.
o Em pacientes com indicação de revascularização, o SYNTAX pode auxiliar na escolha entre a Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRVM) e a Intervenção Coronariana Percutânea (ICP), desde que não se trate de uma das situações onde a CRVM é comprovadamente superior à ICP.

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4
Q

Quando a Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRVM) é superior a Intervenção Coronariana Percutânea (ICP)?

A
  1. Estenose ≥ 50% no tronco da coronária
    esquerda (ou “tronco equivalente”: estenose
    grave nas origens das artérias descendente
    anterior e circunflexa – DA e Cx,
    respectivamente).
  2. Doença trivascular (com ou sem envolvimento
    da DA) na presença de disfunção
    sistólica do ventrículo esquerdo e/ou uma
    grande área isquêmica em testes provocativos
    e/ou diabetes mellitus.
  3. Doença bivascular, com envolvimento proximal
    da DA (estenose > 70% antes do primeiro
    ramo septal) na presença de disfunção
    sistólica do ventrículo esquerdo e/ou grande
    área isquêmica em testes provocativos e/
    ou diabetes mellitus
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5
Q

Qual o tratamento intervencionista de escolha na doença renal crônica?

A

o A DRC agrava o prognóstico da DAC estável em todas as suas formas, independentemente do número de vasos acometidos e das repercussões funcionais da isquemia.
o O método de escolha em nefropatas portadores de DAC estável tem sido, por tradição, a CRMV, em particular quando a doença é multivascular.

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6
Q

Qual o tratamento intervencionista de escolha nos indivídios com CRVM prévia?

A

o Nos indivíduos com passado de CRVM que necessitam de nova abordagem intervencionista, de um modo geral prefere-se a ICP. A ICP é capaz de revascularizar territórios não contemplados na cirurgia inicial, assim como os próprios enxertos daquele procedimento.
o Por experiência acumulada, sabe-se que a morbimortalidade de uma segunda CRVM é sempre muito grande, fato que “pesa” a favor da ICP nesse contexto, independentemente das características da lesão.

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7
Q

Como funciona a intervenção coronariana percutânea

A

• A ICP é realizada através de cateterismo coronariano cujo acesso pode ser feito pelas artérias femoral ou radial.
• A primeira técnica de ICP empregava apenas a angioplastia por balão. Neste procedimento, um balonete é inflado no interior da região estenosada, dilatando, por força mecânica, o referido segmento. A placa de ateroma é fraturada e empurrada para dentro da parede arterial, o que é chamado de “remodelamento” do vaso. O grande problema da angioplastia por balão isolada é sua elevada taxa de reestenose (30-45% já nos primeiros 6 meses). A reestenose ocorre por TROMBOSE/DISSECÇÃO VASCULAR (precoce) ou por HIPERPLASIA DA CAMADA ÍNTIMA (tardia).
• Posteriormente, foram introduzidos os stents coronarianos, que nada mais são do que estruturas rígidas e expansíveis inseridas na luz do vaso durante a angioplastia por balão, com o intuito de manter o vaso aberto por mais tempo. Os primeiros stents eram compostos apenas por metal, ao passo que os mais modernos são “medicados” ou “farmacológicos”, isto é, são stents metálicos impregnados com substâncias antiproliferativas.
OBS: Os stents farmacológicos modernos se associam a uma chance muito reduzida de reestenose (10-30% após 6 meses), mas é preciso que o paciente seja mantido com dupla antiagregação plaquetária (AAS + clopidogrel) por pelo menos 12 meses. Pacientes em que se pode prever a impossibilidade de manutenção da dupla antiagregação plaquetária por tal período idealmente NÃO DEVEM receber stents farmacológicos pois o risco de trombose e IAM, paradoxalmente, aumenta

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8
Q

Como o score SYNTAX pode ajudar a escolher o método mais apropriado de revascularização do paciente?

A

O escore SYNTAX (que prevê o grau de dificuldade da ICP) vem sendo empregado na prática como ferramenta de auxílio para a escolha do método mais apropriado de revascularização em cada paciente, na ausência de fatores que indiquem preferência pela CRVM.

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9
Q

Como o FFR (Fractional Flow Reserve) pode ajudar a escolher o método mais apropriado de revascularização do paciente?

A

É um método adicional de avaliação das lesões coronárias vem sendo empregado na definição de quais lesões devem de fato ser revascularizadas.

– É um índice calculado durante a coronariografia que permite a avaliação FUNCIONAL de cada estenose coronária individual, isto é, nos mostra se uma estenose determina ou não a presença de isquemia em seu respectivo território. O mero aspecto morfológico (conforme avaliado pelo SYNTAX) nem sempre identifica as lesões hemodinamicamente significativas.
– É calculado utilizando um finíssimo cabo de fibra óptica capaz de medir a pressão intravascular pós-estenótica depois da administração intracoronária de adenosina (cujo intuito é recrutar a totalidade da reserva coronariana, isto é, promover vasodilatação máxima da microcirculação distal. Desse modo, consegue-se definir com facilidade a relação entre fluxo/pressão máximos na região pós-estenótica com a pressão medida na aorta.
– O quociente calculado define o FFR, e valores ≤ 0.80 significam que a lesão é hemodinamicamente significativa (isto é, aquela obstrução acarreta isquemia) e, por conseguinte, merece ser revascularizada. A medida do FFR é considerada PADRÃO-OURO nas coronariografias de portadores de DAC estável.
– Em pacientes com DAC estável multivascular, a medida do FFR de cada lesão individual durante a coronariografia permitiu selecionar as coronárias que de fato deveriam ser revascularizadas, o que resultou numa menor duração do procedimento, uso de um menor número de stents e MENOR MORBIMORTALIDADE após a ICP (menos angina e menor taxa de IAM e necessidade de nova revascularização no futuro).

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10
Q

Como é a cirurgia de revascularização miocárdica?

A

• O procedimento considerado “padrão-ouro” para revascularização cirúrgica do miocárdio é aquele que combina uma ponte de mamária esquerda para a artéria descendente anterior associado a múltiplas pontes de safena para as outras artérias coronárias, de acordo com a necessidade.

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11
Q

Como é feita a ponte de safena?

A

1) Ponte de safena
• O mediastino anterior é acessado através de uma toracotomia anterior longitudinal transesternal, seguindo-se a abertura mediana do saco pericárdico. Enquanto o primeiro cirurgião obtém o acesso e instala a Circulação Extracorpórea (CEC), assistentes coletam a veia safena magna em um ou ambos os membros inferiores

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12
Q

Como é feita a circulação extracorpórea?

A

Ocorre simultaneamente a coleta da veia safena magna na ponte de safena.
o Objetivo da CEC: drenar todo o sangue venoso do paciente, promover sua hematose (trocas gasosas) e devolvê-lo ao sistema arterial.
o O primeiro passo é a anticoagulação plena com heparina não fracionada (4 mg/ kg) e controle pelo Tempo de Coagulação Ativada (TCA – medido na sala operatória através de aparelhos portáteis).
o Introduz-se duas cânulas grossas no lúmen de cada veia cava, ou apenas uma única cânula, no interior do átrio direito. O sangue é drenado para o oxigenador do circuito, de onde ele deve sair arterializado (rico em O2 e pobre em CO2), filtrado (remoção mecânica de microtrombos e bolhas) e com a temperatura controlada (na maior parte do tempo o paciente é submetido à hipotermia, para reduzir seu metabolismo corporal e o consumo de O2). Uma bomba arterial gera o gradiente de pressão que aspira o sangue do compartimento oxigenador e o impulsiona de volta ao paciente, através de cânula inserida na aorta ascendente ou na artéria femoral.
OBS: Se a aorta estiver com grandes placas de ateroma calcificadas, devemos preferir a canulação femoral, pois existe o risco de desprendimento de “pedaços” da placa e embolização sistêmica (ateroembolismo), provocando AVC e insuficiência renal aguda
o .O passo final é a reversão da anticoagulação com sulfato de protamina, até que se normalize o TCA.

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13
Q

O que é miocárdio atolado?

A

O fenômeno do “miocárdio atordoado” (disfunção contrátil reversível) pode sobrevir após a CEC prolongada. A duração média da CEC é de 60 minutos.

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14
Q

O que é cardioplegia?

A

o Induz-se o coração a parar de bater e deve-se, obrigatoriamente, trazê-lo de volta. É fundamental a proteção miocárdica intraoperatória nas cirurgias de ponte, por exemplo.
o É feita a cardioplegia sanguínea a quente (37°C) ou morna (29°C), que pode ser acompanhada da adição de substratos metabólicos (inibidores do trocador Na+ /H+, L-arginina, insulina, adenosina.

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15
Q

Como é a coleta do enxerto venoso na ponte de safena?

A

Ocorre simultaneamente a circulação extraorpórea na ponte de safena.

o A veia de escolha é a safena magna, dissecada a partir do maléolo medial, já que nesta região o seu diâmetro tende a ser mais constante e compatível com o das artérias coronárias. Nos casos de ausência ou inutilidade da safena magna, dispõe-se de vasos secundários, como safena parva, cefálica e basílica, porém todos originam pontes de péssima qualidade.
o Logo após a indução da cardioplegia devemos medir o tamanho do segmento vascular que será empregado e marcar seus pontos de inserção. A primeira anastomose é feita entre a safena e a coronária.
OBS: A veia safena, como todas as veias dos membros inferiores, possui válvulas. Para evitar que essas estruturas prejudiquem o fluxo de sangue, devemos inverter a direção da veia na hora de suturá-la, ou ressecar estas válvulas com o auxílio de um valvótomo apropriado.

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16
Q

Como é a ponte mamária?

A

• Após a esternotomia, o uso de um afastador de tração lateral permite a obtenção de campo cirúrgico mais amplo para dissecar o leito da artéria torácica interna (mamária). Este vaso é uma ramificação da artéria subclávia, e, após liberá-lo da parede torácica, podemos manter a conexão com sua origem ou utilizá-lo na forma de “enxerto livre”.

o A veia safena é escolhida para pontear a coronária direita e a artéria circunflexa, bem como nas anastomoses “sequenciais” (aorta-coronária-coronária) entre estes vasos e seus ramos secundários

A revascularização da Descendente Anterior (DA) tem resultados muito melhores com a artéria mamária interna esquerda do que com um enxerto de safena (menos recorrência de angina, maior sobrevida em longo prazo).

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17
Q

Por que não usamos também a mamária direita para pontear as outras coronárias?

A

A grande preocupação com a revascularização do miocárdio que utiliza exclusivamente enxertos arteriais é o aumento do tempo cirúrgico, que leva à maiores índices de complicações pós-operatórias (osteomielite do esterno, hemotórax e hemomediastino, prolongamento no tempo de ventilação mecânica).

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18
Q

Qual a potência dos enxertos de mamária?

A

o Mamária:
– 85% dos enxertos estarão PATENTES (abertos) após 10 anos!!!
– A taxa de reoclusão é menor, logo também serão menores: (1) a reincidência de angina; (2) infarto agudo do miocárdio; (3) necessidade de reoperação; (4) morte.

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19
Q

Qual a potência dos enxertos de safena?

A

o Safena:
– 50% das pontes de safena estarão OCLUÍDAS após 10 anos e até 40% dos enxertos venosos remanescentes apresentarão suboclusão importante!
– A perda da ponte de safena pode ocorrer em três momentos distintos:
1. Precoce (primeiro mês): Trombose por falhas na técnica cirúrgica
2. Intermediário (1 mês a 1 ano): Hiperplasia da íntima, devido ao processo biológico de adaptação do tecido venoso ao regime de pressão do sistema arterial. PRINCIPAL CAUSA DE OCLUSÃO DAS PONTES DE SAFENA!
3. Tardio (>1ano): Aterosclerose, que ocorre numa velocidade mais rápida. Os fatores de risco são os mesmos (HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, etc)

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20
Q

Como a aterosclerose se relaciona com as pontes?

A

A taxa de progressão da aterosclerose chega a ser cerca de seis vezes maior nas artérias coronárias que recebem um enxerto, seja ele venoso ou arterial. Esta informação é a base de um importante conceito cirúrgico: não devemos revascularizar uma artéria levemente obstruída (sem evidência de isquemia nos testes provocativos), pois há risco de oclusão do enxerto e aterosclerose acelerada no vaso “nativo”.

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21
Q

Quais medidas farmacológicas devem ser tomadas nas pontes?

A

– A terapia antilipêmica com estatinas é a de maior impacto na proteção das pontes.
– O consumo de AAS deve ser ad eternum, sendo substituído pelo clopidogrel nos pacientes com intolerância àquela droga.
– Tratamento do tabagismo

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22
Q

Principais complicações nas pontes:

A
– Infarto do miocárdio
– Complicações respiratórias
– Sangramento
– Infecção na ferida operatória
– Hipertensão pós-operatória
– Complicações neurológicas
– Fibrilação atrial
– Bradiarritmias e distúrbios de condução
– Insuficiência renal aguda
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23
Q

Qual o benefício da reperfusão no IAM com SST?

A

• A restauração do fluxo numa coronária ocluída por trombo, se realizada em tempo hábil, reduz a extensão do infarto e a mortalidade.

24
Q

Quais as estratégias de reperfusão no IAM com SST?

A

1) Trombolíticos

2) Angioplastia com balão (com ou sem implante de stent)

25
Q

Em que quadros de IAM com SST a reperfusão será indicada?

A
  1. Dor sugestiva de IAM > 20min e < 12h de
    duração, não responsiva a nitrato + supra de ST em pelo menos duas derivações contíguas, ou BRE novo/presumivelmente
    novo.
  2. Persistência da dor entre 12-24h, desde que persistam alterações no segmento ST sugestivas de IAMST.

Obs.: Não se deve aguardar o resultado da curva de MNM para iniciar a reperfusão, pois
isso atrasa o início do tratamento e resulta
em piores desfechos clínicos…

26
Q

Quais os principais trombolíticos?

A
o Estreptoquinase (SK)
o Ativador tecidual do plasminogênio recombinante (rtPA ou alteplase)
o Tenecteplase (TNK), que pode ser administrada em bolus único
27
Q

Qual a relação de trombolíticos e tempo de uso?

A

Os trombolíticos tendem a ser mais eficazes quanto mais precoces for a sua administração. Apesar de poderem ser utilizados com delta-T de até 12h (ou entre 12-24h naqueles com critérios de isquemia persistente), sabemos que é nas primeiras três horas do IAMST que se observam os maiores benefícios.

28
Q

Contraindicações ABSOLUTAS a trombólise?

A
  • Qualquer história de sangramento intracraniano,
    a qualquer tempo.
  • Dano ou neoplasias no SNC.
  • AVC isquêmico nos últimos três meses.
  • Trauma craniofacial importante nos últimos
    três meses.
  • Hemorragia ativa (exceto menstruação) ou
    diátese hemorrágica.
  • Qualquer lesão vascular cerebral conhecida;
    (ex.: malformação arteriovenosa).
  • Dúvidas quanto ao diagnóstico de dissecção
    aórtica.
29
Q

Contraindicações RELATIVAS a trombólise:

A
  • AVC isquêmico há > 3 meses.
  • Lesões intracranianas não listadas anteriormente.
  • Gestação.
  • Uso de cumarínicos (risco proporcional ao INR).
  • Hemorragia interna nas últimas 2-4 semanas.
  • Grandes cirurgias nas últimas três semanas.
  • RCP prolongada (> 10min) ou traumática.
  • HAS não controlada (PAs > 180, PAd > 110).
  • Punções vasculares não compressíveis (ex.:
    subclávia).
  • HAS crônica grave sem controle adequado.
  • Úlcera péptica em atividade.
  • Somente para a SK: história de alergia ou exposição
    prévia há > 5 dias (risco de alergia).
30
Q

Preditores de risco de sangramento com uso de trombolíticos:

A
HEMORRAGIA
CEREBRAL
- Idosos.
- Baixo peso.
- Sexo feminino.
- História de eventos
cerebrovasculares.
- HAS na admissão
(tanto sistólica quanto
diastólica).
HEMORRAGIA
NÃO CEREBRAL
- Idosos.
- Baixo peso.
- Sexo feminino
31
Q

Posologia dos trombolíticos

A

Os pacientes já deverão ter recebido AAS e Clopidogrel.
Após a infusão dos trombolíticos é
preciso anticoagular, de preferência com enoxaparina
(por até 8 dias). Caso indisponível, fazer
HNF (somente por 48h). Lembrar que ticagrelor e
prasugrel não foram estudados na estratégia de trombólise farmacológica, logo, não devem ser
associados ao AAS nesses pacientes… O tempo mínimo para manutenção da dupla antiagregação
com AAS + Clopidogrel após trombólise química
é de 2-4 semanas.

SK 1,5 milhões UI em 100 ml de SG5% ou
SF0,9%. Correr em 30-60min.
rtPA 15 mg IV em bolus, depois 0,75 mg/kg
em 30min, seguido de 0,5 mg/kg em
60min. Não exceder dose total de 100
mg.
TNK Bolus único de acordo com peso:
< 60 kg = 30 mg; 80-90 kg = 45 mg;
60-70 kg = 35 mg; > 90 kg = 50 mg.
70-80 kg = 40 mg
32
Q

Qual o melhor trombolítico?

A

– Pacientes com <75 anos: TNK (vantagens: redução na taxa de mortalidade, menos sangramentos não cerebrais, pode ser feita em bolus único; a principal desvantagem é o alto custo)
– Pacientes com >75 anos: SK (o custo é menos e provoca menos sangramentos intracranianos)

33
Q

Quais os critérios para reperfusão miocárdica?

A

– Redução de mais de 50% na altura do supra de ST na derivação onde o supra de ST era maior – mais utilizado
– “Pico precoce” na curva de MNM
– “Arritmias de reperfusão” (extrassístoles ventriculares, ritmo idioventricular acelerado – RIVA)
– Desaparecimento súbito da dor

34
Q

Qual a arritmia de reperfusão mais característica?

A

A arritmia de reperfusão mais característica é o ritmo idioventricular acelerado, ou RIVA, definido como um ritmo ventricular (complexo QRS alargado) com frequência entre 60-100 bpm.

35
Q

Qual a potência da coronária após trombólise?

A

Zero: Ausência de perfusão do contraste.

1: Alguma perfusão do contraste, porém sem atingir o leito distal.
2: Perfusão completa do contraste, porém com lentidão no leito distal.

3: Perfusão completa e rápida do contraste
no leito distal.

36
Q

Qual é a conduta na Reoclusão coronariana após o uso de trombolíticos?

A

– Em casos com evidências de reoclusão e reinfarto (dor + elevação de ST ou BRE novo) → Reperfusão por meio de Angioplastia de resgate
– Novo curso de trombólise → (1) o risco de hemorragias aumenta muito num segundo curso de trombólise química; (2) o trombolítico não deve ser repetido em período inferior a 24h desde a última administração.

37
Q

O que é angioplastia?

A

É a Intervenção Coronariana Percutânea

o Classificada em:
– Primária: sem uso prévio de trombolítico
– Resgate: após insucesso da trombólise

38
Q

Como é a angioplastia primária?

A

– Representa a estratégia de reperfusão mais eficaz no IAMST, proporcionando fluxo TIMI 3 em > 90% dos casos, com redução nas taxas de mortalidade, reinfarto e complicações hemorrágicas, em comparação aos trombolíticos.
– Deve ser feita num delta-T < 12h.
– Prefere-se a angioplastia primária ao invés dos trombolíticos nos seguintes casos: (1) se a angioplastia puder ser feita em até 90 minutos após o diagnóstico de IAMST; (2) se houver alguma contraindicação aos trombolíticos; (3) choque cardiogênico.
– Via de acesso ideal é a transradial (menores taxas de complicações hemorrágicas).

39
Q

Por que devemos implantar um stent na angioplastia?

A

▪ A angioplastia simples com balão, embora seja eficiente em propiciar um fluxo TIMI 3, se realizada sozinha tem grande chance de reestenose em curto prazo.
▪ Quando a angioplastia é finalizada com a implantação de um stent, reduz-se a taxade reoclusão coronariana, pois o stent mantém a patência do vaso, diminuindo a necessidade de revascularização. Logo, se não houver nenhum fator que impeça, devem ser sempre implantados.

40
Q

Quais fatores inviabilizam a implantação de Stents?

A
  1. Estenose em ramo secundário calibroso
    (≥ 3 mm), no qual o implante de stent não
    for tecnicamente viável.
  2. Grande quantidade de material trombótico
    no interior do vaso (extensão da falha de
    enchimento globular > 2x o diâmetro de
    referência do vaso).
  3. Grave tortuosidade ou calcificação que impeça
    a progressão do stent até a lesão-alvo.
41
Q

Quais os dois tipos de stent?

A

1) Convencional (não-farmacológico)
2) Farmacológico, que tem sua superfície interna impregnada com substância antiproliferativas, cuja finalidades é evitar uma reepitelização tardia exagerada, que poderia resultar em uma oclusão tardia

42
Q

Por que é feita dupla anti-agregação em casos de implantação de stent?

A

A resposta natural do organismo à presença do stent é reepitelizar seu lúmen, pois o metal exposto em contato com o sangue constitui poderoso estímulo trombogênico (com risco de trombose AGUDA do stent e novo IAM). Sendo assim, após o implante de qualquer tipo de stent, é mandatório realizar dupla agregação plaquetária até que o processo de reepitelização se complete.

43
Q

Como é feita a dupla antiagregação no caso de stents?

A

✓ Stent convencional: No mínimo um mês;
✓ Stents farmacológicos de 1ª geração: No mínimo um ano;
✓ Stents farmacológicos de 2ª geração: No mínimo seis meses.

44
Q

Compare o uso de stents convencionais e farmacológicos.

A

▪ O período de dupla antiagregação obrigatória é maior nos stents farmacológicos em comparação com o stent convencional porque as substâncias antiproliferativas dificultam a reepitelização, fazendo com que o metal permaneça exposto ao sangue por mais tempo.
▪ A grande vantagem do stent farmacológico é que no longo prazo ele garante maiores taxas de patência do lúmen (ao impedir o fenômeno de reepitelização “exagerada” que pode levar à oclusão tardia do stent). Assim, os stents farmacológicos são considerados preferenciais aos seus congêneres “não farmacológicos”, por propiciarem maior durabilidade da patência vascular.
▪ As vantagens dos stents farmacológicos são contrabalançadas por um grave risco: se por algum motivo o paciente precisar suspender os antiagregantes antes do prazo estipulado, ele poderá sofrer uma trombose AGUDA do stent (já que haverá “metal exposto ao sangue”) e novo IAM.
▪ O stent farmacológico deve ser usado apenas em pacientes com boa perspectiva de aderir e manter o tratamento antiplaquetário pelo tempo preconizado.

45
Q

Quando é realizada a angioplastia de resgate?

A

Realizada após falência do trombolítico, que é definida, objetivamente, por obtenção de fluxo TIMI 0 ou 1 após 90min da administração do fármaco. Como não é rotina a realização de coronariografia após trombólise, utilizam-se os seguintes critérios para diagnóstico de
falha.
– A angioplastia de resgate deve ser feita em menos de 180min após a constatação de falha da trombólise.
– Quem mais se beneficia da angioplastia de resgate é o paciente com IAMST anterior extenso, com grande área miocárdica sob risco. Ainda há dúvidas quanto ao benefício dessa estratégia em pacientes com IAMST inferior não complicado ou infartos pequenos.

46
Q

Quais os critérios empíricos de falência de trombólise?

A
  • 60-90min após administração do trombolítico
  • Clínico
Dor torácica persistente, principalmente
se associada a
outros comemorativos como
sudorese fria, dispneia e/ou
hipotensão arterial.

*Eletrocardiográfico

Ausência de redução no supra de ST, ou nova elevação após descenso inicial.

47
Q

O que é angioplastia eletiva?

A

– Atualmente se recomenda a realização de coronariografia em TODOS OS PACIENTES submetidos à fibrinólise, mesmo que aparentemente tenha havido uma reperfusão satisfatória. Tal exame deve idealmente ser feito entre 3-24h após administração do trombolítico.
– O estudo invasivo é importante nesses doentes porque pode identificar lesões residuais e falhas da fibrinólise não reconhecidas clinicamente, permitindo a imediata intervenção por angioplastia eletiva, e, consequentemente, a diminuição na ocorrência de reinfarto.

48
Q

Quando a CRVM é indicada de urgência no IAM com SST?

A

quando houver contraindicações ou falha das demais terapias de reperfusão (trombolítico e angioplastia), DESDE QUE o paciente possua uma anatomia coronariana favorável e apresente complicações como isquemia recorrente, choque cardiogênico e complicações mecânicas do infarto.

o Deve ser feita dentro de 4-6h do início do IAMST, ou até 18h após a instalação de choque cardiogênico em que a angioplastia é inviável.

49
Q

Quando a CRVM é indicada eletiva no IAM com SST?

A

o CRMV eletiva após IAMST: (1) lesão no tronco da coronária esquerda; (2) doença trivascular; (3) doença bivascular com oclusão proximal em ramo interventricular anterior; (4) doença bivascular com disfunção do VE, na impossibilidade de angioplastia. Realizar a CRVM entre 3-7 dias após o IAMST.

50
Q

Como é a anticoagulação no IAM com ST?

A

o Objetivo no IAMST: garantir a patência da artéria relacionada ao infarto.
o Diminui as taxas de reoclusão coronariana e reinfarto em pacientes reperfundidos com sucesso (por fibrinólise ou angioplastia).
o Também é indicado nos indivíduos que não recebem nenhuma forma de reperfusão.
o Droga de escolha após trombólise química: Enoxaparina. Suas vantagens em relação à heparina não fracionada são: (1) farmacocinética mais previsível, por menor ligação às proteínas plasmáticas; (2) uso subcutâneo; (3) não necessita de PTTa de 6/6h para controle; (4) menor incidência de plaquetopenia. Mantida enquanto durar a internação ou até 8 dias (o que for menor).
o Droga de escolha após angioplastia: Heparina não fracionada (HNF). Mantida por 48 horas.

51
Q

Quais as indicações para anticoagulação prolongada no IAM com ST?

A

INDICAÇÕES PARA
ANTICOAGULAÇÃO PROLONGADA
(3-6 meses) NO IAMST

  1. Fibrilação atrial persistente ou paroxística*.
  2. Tromboembolismo (pulmonar ou sistêmico).
  3. Trombo no VE.
  4. Acinesia extensa da parede anterior.
  5. Disfunção sistólica grave do VE, com ou
    sem clínica de insuficiência cardíaca.
52
Q

Quais as estratégias de reperfusão no IAM sem SST?

A

1) Coronariografia e revascularização o mais rápido possível (angioplastia ou CRVM, ou mesmo tratamento exclusivamente clínico, na dependência da anatomia coronariana) – Estratégia invasiva precoce;
2) Coronariografia e revascularização se houver persistência ou recidiva dos sinais e sintomas de isquemia em paciente sob tratamento clínico otimizado (anti-isquêmico e antitrombótico) – Estratégia conservadora, ou “invasiva seletiva”

53
Q

Como escolher a estratégia de reperfusão no IAM sem SST?

A
  • Em pacientes de médio/ alto risco a estratégia invasiva precoce é superior à estratégia conservadora, proporcionando menores taxas de óbito e IAM a curto prazo. Já em pacientes de baixo risco, não há diferença no resultado clínico entre as duas estratégias, e por isso não se indica, a princípio, a estratégia invasiva precoce.
  • SEMPRE adotar a estratégia invasiva precoce nos seguintes casos: (1) angioplastia nos últimos seis meses, SCA atual; (2) CRVM a qualquer tempo, SCA atual.
  • NÃO devemos adotar uma estratégia invasiva (precoce ou seletiva) em pacientes de médio/alto risco nas seguintes situações: expectativa de vida reduzida (ex.: câncer, falências orgânicas terminais) ou recusa do paciente em se submeter à coronariografia/revascularização.
54
Q

Qual é a melhor estratégia de reperfusão no IAM sem SST?

A

Em comparação com a CRVM, a angioplastia possui menor morbimortalidade em curto prazo, porém, em longo prazo, a probabilidade de ser necessário um novo procedimento de revascularização é maior.

55
Q

Quando a CRVM é preferível em relação a angioplastia na DCA sem SST?

A
  1. Estenose > 50% no tronco da coronária esquerda.
  2. Estenose > 50% em múltiplos vasos + disfunção
    sistólica do VE (FE < 50%) ou diabetes
    mellitus.
  3. Qualquer lesão sem possibilidade técnica
    de abordagem por angioplastia percutânea.
56
Q

V ou F: Trombolíticos são preconizados na DCS sem SST.

A

F. NÃO se deve ministrar trombolíticos ao paciente com SCA sem supra de ST! Diversos estudos comprovaram que tal conduta, paradoxalmente, AUMENTA a mortalidade.