HAS secundária Flashcards
Qual o conceito de HAS secundária?
Aumento da pressão arterial sistêmica devido a uma causa identificável.
Qual a epidemiologia da HAS secundária?
▪ Carca de 5% dos acidentes com HA tem uma forma secundaria e a maioria dos pacientes tem a HA essencial (idiopática ou primária).
▪ Como as formas secundárias são raras, a pesquisa é cara e trabalhosa, não é custo / efetividade pesquisar uma causa secundária em todos os pacientes. Por isso, são necessários critérios de suspeição da hipertensão secundária para guiarmos nossa investigação, embora o tratamento da causa pode curar ou melhorar a HAS.
O que é pseudohipertensão
Quando a pressão medida pelo método direto é menor que a pressão medida pelo método indireto (15 mmHg) – Manobra de Osler. (arteriosclerose do idoso)
Manobra de Osler: Palpação da artéria radial sem pulsação, ou seja, mesmo após a insuflação do manguito acima da pressão sistólica, por rigidez aterosclerótica da parede arterial, sendo sinal de pseudo-hipertensão (fibrose senil de grandes vasos).
O que deve ser excluído antes de buscar causas secundárias/resistências a HAS?
✓ Medida inadequada da PA ✓ Hipertensão do avental branco ✓ Tratamento inadequado ✓ Não adesão ao tratamento ✓ Progressão das lesões nos órgãos-alvo da hipertensão ✓ Presença de comorbidades ✓ Interação com medicamentos
Quais as características clínicas que sugerem HAS secundária?
- Hipertensão de início recente (< 30 anos) em pacientes sem outros fatores de risco (por exemplo, história familiar, obesidade); Aumento da PA em crianças antes da puberdade.
- Hipertensão resistente.
- Hipertensão severa (> 180 / 110 mmHg) ou emergência hipertensiva.
- Aumento súbito da PA em pacientes previamente estável.
- Elevação súbita persistente da pressão em pessoas com idade superior a 50 anos.
- Presença de lesão em órgão alvo (HVE, retinopatia hipertensiva, etc).
- Non dipping ou dipping reverso na MAPA/24 horas (dipper ≥ 10%)
o Non Dipping – Queda da PA noturna < 10% em relação aos valores noturnos.
o Extreme Dipper – Redução > 20%
o Dipping Reverso – Valores se mantêm ou se elevam durante o sono.
Como fazer o screening de hipertensão secundária?
Primeiramente avaliar pistas gerais, como idade, hábitos, hipertnensão severe/resistente,lesão de órgãos alvo
Depois realizar MAPA 24 hrs para excluir HAB, pseudoresistência e dipping status FC
Excluir outros fatores relacionados a drogas e confirmar a adesão ao tratamento
Screening de formas secundárias: SAOS (apneia obstrutiva do sono), doença do parênquima renal/vascular, aldesteronismo primário, outras causas endócrinas, coarctação da aorta
Como é a hipertensão secundária por doença do parênquima renal?
▪ Causa mais comum de HA secundária em crianças e a segunda em adultos.
▪ Define-se DRC por RFG-e < 60 ml/min ou anormalidades na urinálise (proteinúria, hematúria) e/ou morfologia renal mantidas por 3 meses.
o Proteinúria > 2 g/24h é altamente sugestiva de HAS secundária à doença renal parenquimatosa.
▪ Os mecanismos implicados são: Sobrecarga de volume e maior ativação do SRAA.
▪ Exames:
o Para todo paciente com HA deve-se dosar a creatinina sérica, calcular o RFG-e e realizar análise de urina para o rastreamento de DRC.
o Outros: Albuminúria; US; TC; RNM
o Biópsia renal: Quando ocorre declínio rápido da filtração glomerular ou proteinúria > 3,5 g/g de creatininúria.
▪ Tratamento de escolha: IECA e BRA (bloqueadores do receptor de angio II).
Como é a hipertensão secundária renovascular?
▪ É secundaria à estenose parcial ou total, uni ou bilateral da artéria renal (EAR) ou de um dos seus ramos, desencadeada e mantida por isquemia do tecido renal.
▪ Quando a doença é bilateral, se for administrado IECA ou BRA a pressão sobe muito e rapidamente (“em espada”). Logo, são contraindicações!
▪ Deve ser suspeitada nos seguintes casos:
o Paciente que ficam hipertensos com < 30 anos
o Pacientes que ficam hipertensos com > 55 anos
o Hipertensos graves refratários
o Hipertensos cuja função renal piora com o uso de IECA ou BRA.
Como deve-se proceder a investigação da HA por doença renovascular?
Pede-se um USG doppler das artérias renais, se clínica e doppler forem positivos, angiografia das renais se houver indicação para tratamento invasivo.
Se o doppler vier negativo, mas houver suspeita, acompanhar clinicamente em casos de média probabilidade. Mas em casos de alta probabilidade, fazer uma angioTC, se essa vier positiva, fazer uma angiografia.
Quais os sinais e sintomas de HA por doença renovascular?
✓ Tabagismo ✓ Diabetes ✓ Aterosclerose Generalizada ✓ Redução da Função Renal Com IECA/BRA ✓ Edema Agudo de Pulmão Recorrente ✓ Hipertensão Severa ✓ Queda do Dipping Noturno ✓ Doença Arterial Coronariana ✓ Piora da Função Renal ✓ Hiperaldosteronismo Secundário ✓ Sopro Abdominal ✓ Doença Vascular Periférica
Como é a hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário?
▪ É uma condição clínica determinada por produção excessiva, inadequada e autônoma de aldosterona pelo córtex da suprarrenal.
▪ Causa: Hiperplasia bilateral das adrenais ou por adenoma unilateral produtor de aldosterona (APA) e, mais raramente, por hiperplasia adrenal unilateral, carcinoma adrenal ou de origem genética.
▪ A prevalência do HAP em hipertensos é de 3-22%, sendo mais alta em hipertensos em estágio 3 e/ou resistentes.
▪ A prevalência de hipocalemia no HAP é 9-37%.
Em que casos deve se suspeitar de hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário?
o Hipocalemia espontânea ou induzida por uso de diuréticos
o Incidentaloma de adrenal
o HAR
o História familiar de HA ou de DCV antes dos 40 anos
Quais os sinais e sintomas de hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário?
✓ Fadiga ✓ Fraqueza muscular ✓ Poliúria ✓ Polidipsia ✓ Constipação ✓ Hipertensão severa ✓ Queda do Dipping Noturno
Como se faz o diagnóstico de hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário?
O exame de triagem é a relação Aldosterona/Atividade de Renina Plasmática (ARP) maior que 30, com níveis séricos de aldosterona acima de 15 ng/dl. Para a realização
dessas dosagens os anti-hipertensivos em geral não precisam ser suspensos, com exceção da espironolactona, que deve ser suspensa 4-6 semanas antes. Uma TC abdominal deve então ser realizada para confirmar se há um tumor suprarrenal (adenoma).
No plasma, acha-se alta de aldosterona, baixa de renina, hipocalemia, hipernatremia, baixa de magnésio e alcalose metabólica.
Na urina, acha-se alta de aldosterona, aumento da excreção de potássio e diminuição de sódio, diminuição do pH.
Como fazer o screening de hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo primário?
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