Tratamento HAS Flashcards
Simplificadamente, qual a fisiopatologia da HAS?
1) Hiperatividade do Sistema Nervoso Simpático
2) Mecanismo Renal: Excesso de Sal e Natriurese
3) Mecanismo Hormonal: SRAA
4) Mecanismo Vascular: Disfunção Endotelial (Óxido Nítrico)
Quais os benefícios do tratamento da HAS?
1) Insuficiência Cardíaca: Redução da ocorrência em 50%
2) Acidente Vascular Encefálico: Redução da ocorrência em 35 a 40%
3) Doença Arterial Coronariana: Redução da ocorrência em 20 a 25%
Como se estima qual a agressividade que o tratamento vai ter?
Uma estimativa do risco cardiovascular (risco de eventos futuros, como IAM e AVC) é essencial para definir a necessidade e a “agressividade” da terapêutica anti-hipertensiva. Diversas formas de avaliação do RCV foram desenvolvidas nas últimas décadas, mas nenhuma foi especificamente validada na população brasileira. Logo, não se recomenda a adoção exclusiva de um único escore na avaliação do RCV nos pacientes!
- Estimativa do RCV Diretamente Relacionado à HAS
*Estimativa do RCV em dez anos, independentemente
da presença de HAS
Como funciona a Estimativa do RCV diretamente relacionado
à HAS?
Consiste em avaliar o risco cardiovascular “adicional”,
isto é, somar o risco atribuível ao grau
de hipertensão do paciente com o risco atribuível
à presença de outros fatores.
Que fatores de risco a “Estimativa do RCV diretamente relacionado
à HAS” considera?
• Sexo Masculino. • Idade (♂: ≥ 55 anos; ♀: ≥ 65 anos). • DCV “prematura” em parente de 1º grau (♂: < 55 anos; ♀: < 65 anos). • Tabagismo. • Dislipidemia: o Colesterol Total > 190 mg/dl; e/ou o LDL > 115 mg/dl; e/ou o HDL < 40 mg/dl em homens ou < 46 mg/dl em mulheres; e/ou o TG > 150 mg/dl. • Resistência à insulina: o Glicemia de jejum 100-125 mg/dl; o Glicemia 2h após TOTG 140-199 mg/dl; o HbA1C 5,7-6,4%. • Obesidade: o IMC ≥ 30 kg/m2; o CA ≥ 102 cm homens e ≥ 88 cm mulheres.
V ou F: Pacientes com lesão de órgão alvo, doença renal crônica, doença cardiovascular estabelecida ou diabetes Mellitus são sempre considerados de alto risco.
V.
Quais lesões de órgão alvo que definem risco ALTO em pacientes com
PA ≥ 130 x 85 mmHg?
• Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE), definida como... o No ECG: índice de Sokolow-Lyon (SV1 + RV5 ou RV6) ≥ 35 mm, ou onda R em aVL ≥ 11 mm, ou índice de “Cornell-voltagem” > 2440. o No ecocardiograma: índice de massa do VE > 115 g/m2 homens e > 95 g/m2 mulheres. • USG-Doppler de carótidas: EMI > 0.9 mm ou presença de placa de ateroma. • VOP carótido-femoral > 10 m/s. • ITB < 0.9. • DRC estágio III (ClCr 30-60 ml/min). • Albuminúria 30-300 mg/dia ou relação albumina/creatinina em spot urinário 30-300 mg/g.
EMI = Espessura Mediointimal; VOP = Velocidade da
Onda de Pulso; ITB = Índice Tornozelo-Braquial; DRC
= Doença Renal Crônica.
Quais Doenças estabelecidas que
definem risco ALTO em pacientes com
PA ≥ 130 x 85 mmHg?
• Doença cerebrovascular:
o AVE isquêmico;
o AVE hemorrágico;
o AIT.
• Doença coronariana: o Angina estável ou instável; o IAM; o Revascularização prévia (angioplastia ou cirurgia).
• ICFER ou ICFEN. • DAP sintomática em MMII. • DRC estágio IV ou V (ClCr < 30 ml/min). • Albuminúria > 300 mg/dia. • Retinopatia “avançada” = exsudatos, hemorragias, papiledema.
AVE = Acidente Vascular Encefálico; AIT = Ataque
Isquêmico Transitório; IAM = Infarto Agudo do Miocárdio;
ICFER = Insuficiência Cardíaca com Fração
de Ejeção Reduzida; ICFEN = Insuficiência Cardíaca
com Fração de Ejeção Normal; DAP = Doença Arterial
Periférica; DRC = Doença Renal Crônica.
Como funciona a estimativa do RCV em qualquer pessoa com idade entre 30-74 anos (hipertensos ou não hipertensos)
É uma estratégia em três etapas:
1ª ETAPA: identificação de doença aterosclerótica
e seus equivalentes
2ª ETAPA: cálculo do Escore de Risco Global
(ERG).
3ª ETAPA: reclassificação do risco na presença
de fatores agravantes.
Como caracterizar doenças ateroscleróticas e equivalentes?
Doença Aterosclerótica e
Equivalentes (qualquer um = RISCO ALTO)
- Doença aterosclerótica clinicamente evidente
(coronariopatia, doença cerebrovascular, DAP). - Aterosclerose subclínica significativa (documentada
por métodos complementares). - História de algum procedimento de revascularização
arterial. - Diabetes mellitus.
- Doença renal crônica.
- Hipercolesterolemia familiar
Qual o papel do ERG na classificação de risco?
Se a 1a etapa for “negativa” (isto é, se nenhuma
das condições de aterosclerose e equivalentes for encontrada),
o próximo passo é calcular o ERG, que estima o risco de eventos cardiovasculares
nos próximos dez anos… O ERG é calculado de maneira diferente para mulheres e homens.
Um ERG < 5% define risco BAIXO, exceto se houver história familiar de DCV “prematura”,o que eleva o risco para a categoria
INTERMEDIÁRIO.
Homens com ERG entre 5-20%, e mulherescom ERG entre 5-10% são classificados como risco INTERMEDIÁRIO.
O risco será ALTO para homens com ERG > 20% e mulheres com ERG > 10%.
Quais critérios o ERG leva em comparação?
Idade HDL Colesterol Total PAS não tratada PAS tratada Fumo Diabetes
Como funciona a reclassificação do risco na presença
de fatores agravantes?
Na Estimativa do RCV em dez anos, independentemente
da presença de HAS, Pacientes de risco INTERMEDIÁRIO serão
reclassificados para risco ALTO se possuírem
pelo menos um dos fatores agravantes.
Quais os fatores agravantes considerados na etapa de reclassificação de RCV?
- Doença coronariana “prematura” em parente
de 1º grau (♂: < 55 anos; ♀: < 65 anos). - Diagnóstico de síndrome metabólica.
- Albuminúria > 30 mg/dia ou relação albumina/
creatinina em spot urinário > 30 mg/g. - HVE.
- Proteína C-reativa ultrassensível > 2 mg/l.
- EMI de carótida > 1.0 mm.
- Escore de cálcio coronário > 100 ou acima do percentil 75 para sexo e idade.
- ITB < 0.9.
HVE = Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo;
EMI = Espessura Mediointimal; ITB = Índice
Tornozelo-Braquial
Quais os critérios diagnósticos para síndrome metabólica?
Síndrome Metabólica (3 ou mais dos abaixo):
1. Obesidade abdominal:
o Homens: ≥ 94 cm;
o Mulheres: ≥ 80 cm.
- HDL:
o Homens: < 40 mg/dl;
o Mulheres: < 50 mg/dl. - TG ≥ 150 mg/dl ou tratamento para hipertrigliceridemia.
- PA (ou tratamento para HA):
o PAS ≥ 130 mmHg; e/ou
o PAD ≥ 85 mmHg. - Glicemia ≥ 100 mg/dl ou tratamento para diabetes
mellitus.
Quais indivíduos devem ser tratados medicamentoso para HAS?
*Indivíduos com HAS estágio 2 ou 3 (isto é, PA
≥ 160 x 100 mmHg), bem como indivíduos
com HAS estágio 1, mas com risco carvascular ALTO, devem iniciar de imediato o
tratamento anti-hipertensivo não medicamentoso
*Na HAS sistólica isolada dos idosos (≥ 60
anos), o tratamento medicamentoso está indicado
a partir de uma PAS ≥ 140 mmHg, desde
que bem tolerado. Nos “muito idosos” (≥
80 anos), o tratamento medicamentoso passa
e medicamentoso.
*Na HAS sistólica isolada dos jovens (< 30
anos), o tratamento medicamentoso só está
indicado se o risco cardiovascular global for
alto.
Quais pacientes recebem por hora somente o tratamento não medicamentoso?
*Indivíduos com HAS estágio 1 e risco cardiovascular
intermediário ou baixo devem tentar
o tratamento não medicamentoso isolado por
um prazo de três e seis meses, respectivamente.
Se após tal período a PA não ficar dentro da
meta (três meses para o risco intermediário e
seis meses para o risco baixo), deve-se iniciar
o tratamento medicamentoso
*Pré-hipertensos na faixa de PA entre 130-139
x 85-89 mmHg devem iniciar de imediato tratamento
não medicamentoso, pois isso reduz a
evolução para HAS
*Na HAS sistólica isolada dos jovens (< 30
anos), o tratamento não medicamentoso só está
indicado se o risco cardiovascular global for
intermediário ou baixo.
Quais as metas pressóricas segundo as diretrizes de HAS?
HAS estágio I e II com RCV alto* < 130 x 80 mmHg
HAS estágio III, HA estágio I e II com RCV baixo ou intermediário < 140 x 90 mmHg
O que é curvatura J?
perfusão das artérias coronárias acontece
durante a diástole, momento em que a valva
aórtica encontra-se fechada e a pressão
arterial está em seu nadir (isto é, seu valor
mínimo: a PA diastólica). A PA diastólica ao
nível da raiz aórtica “empurra” o sangue pelos
óstios coronarianos, determinando a perfusão
do miocárdio… Assim, uma queda excessiva
da PA diastólica pode gerar isquemia
miocárdica, particularmente na vigência de
obstrução coronariana! Já foi amplamente
demonstrado que o tratamento da HAS reduz
a morbimortalidade cardiovascular, incluindo
uma redução de eventos coronarianos fatais e não fatais. No entanto, nos coronariopatas,
isso é observado até certo ponto, principalmente
em relação à PA diastólica (por volta
de 65-70 mmHg). Reduções abaixo desse limiar
(PAD < 65 mmHg) AUMENTAM a mortalidade
relacionada aos eventos isquêmicos
do coração!!! Assim, plotando-se num gráfico
a relação entre os níveis de PA diastólica e a
mortalidade cardiovascular, observamos uma
“curva em J”, isto é, não é apenas o aumento
da PA diastólica que se associa a um aumento
exponencial da mortalidade – uma queda
excessiva da PA diastólica também acaba
tendo o mesmo efeito!!! Visando uma maior
segurança do paciente, recomenda-se que
o tratamento de hipertensos coronariopatas
não abaixe a PA para valores inferiores a 120
x 70 mmHg…
Quais as indicações de tratamento não medicamentoso de HAS quanto ao controle do peso e da circunferência abdominal?
Manter:
- IMC < 25 kg/m2 até 65 anos.
- IMC < 27 kg/m2 após 65 anos.
- CA < 94 cm em homens e < 80 cm em mulheres.
Quais as indicações de tratamento não medicamentoso de HAS quanto a dieta
- Adotar a dieta DASH.
DASH” (Dietary Approaches to Stop Hypertension),
rica em frutas, hortaliças e laticínios
com baixo teor de gordura, e pobre em
carne vermelha, doces e bebidas adoçadas.
Quais as indicações de tratamento não medicamentoso de HAS quanto ao consumo de sal?
- Máx. de 2 g/dia de sódio, ou 5 g/dia de NaCl.
Quais as indicações de tratamento não medicamentoso de HAS quanto ao consumo de álcool?
- Máx. de 1 dose/dia em mulheres e pessoas com baixo peso, e 2 doses/dia
em homens.
(mecanismo: ativação adrenérgica
central por efeito direto do etanol
Quais as indicações de tratamento não medicamentoso de HAS quanto a exercícios físicosl?
- Recomendação POPULACIONAL (incluindo todos os hipertensos): fazer
pelo menos 30min/dia de atividade aeróbica por 5-7 dias da semana. - Recomendação INDIVIDUALIZADA (visando maiores benefícios): sempre
que possível, associar atividades aeróbicas com exercícios resistidos (estes
de 2-3x/semana).
V ou F: Cessação do tabagismo, “respiração lenta” (reduzir FR para < 6-10/min,
durante 15-20min/dia, por pelo menos 8 semanas) e técnicas para “controle
do estresse” (psicoterapia, meditação, biofeedback e/ou técnicas de
relaxamento) e a adoção de um cuidado multiprofissional são algumas técnicas de cuidado não medicamentoso da HAS.
V.
Como é resumidamente o tratamento da HAS no estágio I?
o Baixo Risco: MEV por 6 meses e reavaliar
o Médio Risco: MEV por 3 meses e reavaliar
o Alto Risco: MEV e medicamento
Como é resumidamente o tratamento da HAS no estágio II e III?
o Baixo, Médio ou Alto Risco: MEV e medicamento
Como é resumidamente o tratamento da pré-hipertensão?
o Baixo e Médio Risco: MEV por 6 meses e reavaliar
o Alto Risco (com ou sem DCV): MEV e tratamento
Quais as metas pressóricas para pacientes hipertensos nos estágios I e II com risco cardiovascular alto?
<130 x 80
Quais as metas pressóricas para pacientes hipertensos nos estágios I e II com risco cardiovascular baixo e médio e hipertensos estágio III?
<140 x 90
Quais as características de um anti-hipertensivo ideal?
o Atingir metas Potência o Ser custo-eficaz o Ser metabolicamente neutro o Ter menos efeitos colaterais o Permitir associações fixas o Proteger órgãos-alvo
Quais as classes de anti-hipertensivos disponíveis?
o Diuréticos o Inibidores Adrenérgicos o Agentes de Ação Central – Agonistas α2 o β-Bloqueadores o α-Bloqueadores o Vasodilatadores Diretos o Bloqueadores de Canais de Cálcio o Inibidores da ECA o Bloqueadores do Receptor de Angiotensina o Bloqueadores Diretos de Renina
O que é uma droga anti-hipertensiva de primeira linha?
Toda droga que, além de baixar a PA, reduz a morbimortalidade cardiovascular.
Quais as classes de anti-hipertensivos de 1ª linha?
- Diuréticos (DIU)
- Bloqueadores de Canais de Cálcio (BCC)
- Inibidores da ECA (IECA)
- Bloqueadores do Receptor de Angiotensina II (BRA)
- β-Bloqueadores (BB)
Quais os principais benefícios dos diuréticos?
▪ Reduzem a morbimortalidade cardiovascular, apresentando maior número de evidências de benefício em relação a todos os desfechos cardiovasculares.
Quais os efeitos adversos do uso de diuréticos?
▪ Fraqueza ▪ Câimbra ▪ Disfunção erétil ▪ Intolerância à glicose ▪ Hipovolemia ▪ Hiponatremia ▪ Hipopocalemia ▪ Hipomagnesemia ▪ Hipergliemia ▪ Hiperlipidemia ▪ Hiperurecemia
Caracterize o uso de tiazídicos.
− Seu mecanismo de ação é inibir a ação do ion transportador Na+CL- no túbulo distal com aumento de eliminação de Na+, Cl-, K+ e água
− Natriuréticos com redução do volume extracelular
− Redução da RVP
− São a preferência em doses baixas, pois podem ser tomados 1x ao dia e promovem uma redução mais suave da PA
− Podem ser utilizados em associação com a espironolactona.