Angina estável Flashcards
O que é isquemia?
Desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio, devido à diminuição da oferta e/ou aumento do consumo. O resultado final da isquemia é a queda na produção celular de energia (ATP), o que leva à perda de função e, se a isquemia for grave e persistente, culmina em necrose da célula.
O que é insuficiência coronariana?
É a síndrome clínica dada pela deficiência no suprimento sanguíneo através das coronárias epicárdicas, resultando em isquemia miocárdica. Esta síndrome pode se apresentar de maneira crônica ou aguda.
1) Crônicas: O paciente refere sinais e sintomas de isquemia durante o esforço, mas em repouso essas manifestações desaparecem. Não há “instabilidade” da placa de ateroma, mas esta é grande o suficiente para obstruir a maior parte do lúmen coronariano (> 50%), produzindo isquemia somente em face de um aumento na demanda miocárdica – Angina Estável.
2) Agudas(izadas): O paciente evolui em curto espaço de tempo com sinais e sintomas de isquemia progressiva, que acaba se manifestando em REPOUSO. A causa deste problema é a instabilidade da placa de ateroma, que sofre rupturas em sua superfície originando um trombo. Manifesta-se de 3 formas distintas:
→ Angina Instável
→ IAM sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSST)
→ IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMST)
Qual a irrigação proferida pela coronária direita?
Irriga o miocárdio do VD e, quando dominante (70% dos casos), irriga também a porção basal do septo e a parede inferior e posterior do VE.
Qual a irrigação proferida pela descendente anterior?
Irriga quase todo o septo IV, a parede anterior e a região apical do VE. É extremamente importante, pois irriga a maior parte do VE.
Qual a irrigação proferida pela circunflexa?
Irriga a parede lateral do VE e, quando dominante (30% dos casos), irriga também a porção basal do septo e a parede inferior e posterior do VE.
Como identificar qual a artéria é a dominante?
O que caracteriza uma coronária epicárdica como “dominante” é o fato dela dar origem aos ramos posteriores: artéria do nódulo AV e descendente posterior (interventricular posterior).
O que é taxa de extração de O2?
a fração do conteúdo arterial de oxigênio captada pelos tecidos quando da passagem do sangue pela microcirculação. No miocárdio ela é relativamente FIXA. Sendo assim, senão há como aumentar a taxa de extração de O2, a única forma de aumentar o aporte de O2 ao tecido cardíaco é aumentando o fluxo de sangue através das coronárias.
O que é reserva coronariana?
É a capacidade fisiológica do fluxo sanguíneo coronariano aumentar acima dos níveis basais, ajustando-se a qualquer aumento do consumo miocárdico de O2. É dependente de:
→ Área transversa da coronária
→ Resistência na microcirculação
→ Frequência cardíaca
Cite vasodilatadores e um vasoconstritos fisiológicos.
Vasodilatadores:
▪ Óxido nítrico
▪ Fator hiperpolarizante endotelial
▪ Prostaciclinas
Vasoconstritor:
▪ Endotelinas
Como reage a circulação coronariana a oclusões hemodinâmicas?
Na medida em que surgirem oclusões hemodinamicamente significativas (> 50% do lúmen) nas coronárias epicárdicas, a reserva coronariana será progressivamente requisitada, a fim de manter em equilíbrio a relação entre oferta e consumo de oxigênio. Isso acontece mesmo que não haja aumento na demanda por oxigênio (isto é, mesmo no estado de repouso), o que acaba “esgotando” a reserva coronariana e, desse modo, diminui a capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo em resposta a um verdadeiro aumento da demanda.
O que acontece hemodinamicamente nas síndromes coronarianas agudas?
Se a obstrução for aguda e grave (acometendo > 80% do lúmen), mesmo com uma vasodilatação arteriolar máxima, o fluxo ficará tão baixo que não será suficiente para suprir a necessidade basal de oxigênio, sobrevindo isquemia miocárdica em repouso – e posteriormente infarto – caso não exista uma circulação colateral bem desenvolvida (ou caso a coronária não seja reperfundida a tempo).
O que acontece hemodinamicamente na angina estável?
Se a obstrução for mais gradual e não tão grave (entre 50 - 80%), a reserva coronariana será parcialmente utilizada no estado de repouso, sobrando uma capacidade variável de vasodilatação adicional. Se neste contexto houver qualquer aumento da demanda miocárdica (esforço físico, emoção intensa), aquele “pouquinho” de reserva coronariana residual poderá não ser suficiente para suprir as necessidades de O2, justificando o surgimento de isquemia esforço-induzida.
Cite causas de doença isquêmica do miocárdio.
1) Aterosclerose
2) Arterites
− Doença de Takayasu
− Poliarterite Nodosa
− LES
− Síndrome de Kawasaki
− Sífilis
− Endocardite /Salmonela
− Doença de Células Gigantes
3) Anomalias congênitas
− Origem na Aorta
− Origem na Pulmonar
− Fístulas
− Pontes Miocárdicas
4) Embólicas
− Trombos, Tumores, Cálcio e Vegetações
− Cirurgia cardíaca, Cateterismo e Próteses
− Paradoxal
5) Dissecção Aórtica
6) Espasmo
7) Traumatismo
8) Cocaína
Qual a fisiopatologia da aterosclerose?
Processo inflamatório crônico em que há infiltração de partículas de LDL no espaço subendotelial, desencadeando uma resposta inflamatória que estimula a fagocitose dessas partículas por macrófagos, formando as células espumosas. Há então, a migração de células musculares lisas da camada média para a íntima com síntese de fibroblastos, levando à formação, ao longo dos anos, de placas, as quais podem vir a obstruir o fluxo sanguíneo da artéria, em maior ou menor grau.
Quais os fatores de risco primários para doença cardiovascular?
✓ Tabagismo ✓ Hipercolesterolemia ✓ Hipertrigliceridemia ✓ Hipertensão arterial sistêmica ✓ Diabetes mellitus ✓ Obesidade ✓ Idade ✓ Sexo masculino e feminino pós-menopausa ✓ História familiar de coronariopatia
Quais os fatores de risco secundários para doença cardiovascular?
✓ Sedentarismo
✓ Personalidade
✓ Condição social
O que é angina estável?
- Representa a forma sintomática crônica da doença coronariana.
- Caracterizada por isquemia miocárdica transitória, esforço-induzida, que melhora com o repouso.
- Causada por uma obstrução fixa hemodinamicamente significativa (> 50% do lúmen) de uma ou mais coronárias epicárdicas por placas de ateroma “estáveis” (superfície íntegra e sem trombos) que, em situação de demanda aumentada (exercício físico, emoções intensas, frio, drogas simpatomiméticas), leva ao desequilíbrio entre oferta e consumo de O2, isto porque esta artéria já não produz nas mesmas quantidades as substâncias vasodilatadoras necessárias para a reserva coronariana.
Quais os fatores de risco para aterosclerose?
1- Idade (homens ≥ 45 anos; mulheres ≥ 55
anos).
2- Colesterol LDL alto.
3- Colesterol HDL baixo.
4- Tabagismo.
5- HAS.
6- Diabetes mellitus.
7- Obesidade.
8- Sedentarismo.
9- História familiar de doença coronariana
precoce.
10- Dieta “aterogênica”.
11- Aumento de Lipoproteína A (LpA).
12- Aumento de fatores pró-trombóticos.
13- Aumento de fatores pró-inflamatórios.
14- Resistência à insulina.
Obs.: Colesterol HDL alto (> 60 mg/dl) é considerado
fator de proteção contra a aterosclerose.
Quais as Alterações do Exame Físico que
Podem Aparecer Durante a Angina?
Inspeção e Palpação: Percepção de um impulso “discinético”
no ápice cardíaco;
frêmito da regurgitação mitral.
Ausculta: Surgimento de B4 (quarta bulha = disfunção diastólica do VE) e/ou B3 (terceira bulha = disfunção sistólica do VE); sopro de regurgitação mitral; desdobramento paradoxal de B2 (BRE transitório); estertoração pulmonar (edema pulmonar por falência do VE).
Como classificar a dor torácica?
Definitivamente anginosa
Dor ou desconforto retroesternal ou precordial, geral- mente precipitada pelo esforço físico, podendo-se ir- radiar para ombro, mandíbula ou face interna do braço (ambos), com duração de alguns minutos, e aliviada pelo repouso ou nitrato em menos de 10 minutos
Angina Típica (definitiva)
Desconforto ou dor retroesternal
Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional
Aliviada com o repouso ou uso de nitroglicerina
¬ Angina Atípica (provável)
Presença de apenas 2 fatores anteriores
¬ Dor torácica não cardíaca
Presença de apenas 1 ou nenhum dos fatores
anteriores
V ou F: O diagnóstico de angina típica representa 80% de chance de ser decorrente de doença coronariana.
V
Quais os principais critérios que denunciam síndrome coronariana aguda?
1) Paciente com angina prévia, porém, diminuição progressiva do limiar anginoso (ANGINA EM CRESCENDO);
2) Angina de início há no máximo dois meses, que evoluiu de forma rápida até a classe III da CCS (ANGINA DE INÍCIO RECENTE);
3) Angina em repouso com > 20 min de duração ocorrendo há no máximo uma semana (ANGINA DE REPOUSO).
Quais os equivalentes anginosos?
▪ Dispneia de esforço: Queda na fração de ejeção do VE, levando à congestão pulmonar.
▪ Fadiga / Tonteira / Sensação de Desmaio: Queda na fração de ejeção do VE, levando ao baixo débito cardíaco.
▪ Sopro Transitório de Regurgitação Mitral: Isquemia dos músculos papilares
▪ Palpitações: Taquiarritmias induzidas
pela isquemia
▪ Eructações
▪ Desconforto Após Refeição
Em que pacientes os equivalentes anginosos são mais frequentes?
Os equivalentes anginosos estão presentes especialmente em idosos, diabéticos, mulheres e receptores de transplante cardíaco.
O que é angina pectoris estável?
Dor inalterada nos últimos 3 meses quanto à duração, intensidade, frequência, limiar e uso de medicação, ou seja, mantém as características clínicas.