T9 - Glaucoma (2) Flashcards
Glaucoma congénito?
Se grave o diagnóstico é fácil, se ligeiro o diagnóstico pode ser difícil!
Tem indicação cirúrgica formal – é uma doença que têm que ser sempre o tratamento cirúrgico (ao contrário da catarata congénita, que exige uma reavaliação).
Cor azul-esverdeada da córnea, com edema pelo que não deixa ver a pupila.
Associado a olho grande.
Se o diagnóstico não for precoce: muito mau prognóstico.
Quadro Clínico de Glaucoma Congénito?
→ Evidente ao nascimento ou nos 1º meses de vida (olhos grandes e azuis). Esclera distendida – fica mais fina, visualiza-se a coróide, rica em vasos – toda esclera fica com tonalidade azulada (do sangue) → todo o olho é azul!! → Lacrimejo → Fotofobia → Olhos grandes (Buftalmia) → Córneas turvas (edema da córnea) → Uni/Bilateral → Mais frequente no sexo masculino → Trabeculodisgenesia
Tratamento de Glaucoma Congénito?
O tratamento médico e cirúrgico deve ser feito o 1º dia de vida! Porque existe uma tensão intra-ocular muito elevada! → Cirurgia imediata – goniotomia, trabeculotomia (furos a laser no trabéculo) – impede a perda da visão (era causa de cegueira há uns anos porque não eram tratados – parto em casa).
Glaucoma infantil?
Em tudo igual ao congénito, mas menos exuberante.
→ Infância ou adolescência – a 1ª manifestação pode ser aos 10-13 anos, com perda do campo visual (afeção da visão central) – vão ao oftalmologista porque se queixam de hipovisão, em que é a mãe que repara que o filho não vê bem.
→ Inclui os casos de glaucoma congénito;
→ Assintomática nas primeiras fases da doença (tal como o glaucoma primário de ângulo aberto)
→ Grande potencial de cegueira por atrofia ótica completa por tensão intra-ocular muito elevada
→ Normalmente no sexo masculino
Glaucoma Secundário?
→ Síndrome de Sturge-Weber (angiomatose): aumento da pressão venosa epiescleral → aumento da tensão intra-ocular, por dificuldade no retorno venoso (aumento da pressão no canal de Schlemm)
→ Processos inflamatórios ou infeciosos (como irites ou iridociclites)
– Também pode ocorrer glaucoma secundário a sinequias anteriores (consequência da uveíte), cicatrizes e neovascularização. As sinequias provocam oclusão da rede trabecular (do ângulo iridocorneano).
→ Doenças vasculares: diabetes, trombose da veia central da retina; os angiomas congénitos não acarretam problemas per se, mas podem resultar em glaucoma.
Visão tubular?
→ Ocorre por perda de visão periférica.
→ O doente pode ter 10/10 de visão e estar funcionalmente cego.
→ Medir a acuidade visual para diagnóstico de glaucoma é totalmente inadequado! Porque o doente mantém uma acuidade visual normal até ao dia em que cega! Isto é, até ao dia em que há um escotoma central.
→ O doente perde a visão à periferia.
→ A visão tubular é compatível com uma acuidade visual de 10/10, mas há perda da orientação espacial.
Importante: só quando o campo visual é apenas de 30º centrais é que o doente começa a ter perceção da perda na perimetria estática, o que leva a um diagnóstico tardio.
Hipertensão Ocular?
→ Hipertensão intra-ocular como fator de risco e fator causal:
– Fator de risco se tensão intra-ocular 25-30/35mmHg
– Fator causal se >30/35 mmHg (depende da grandeza da pressão intra-ocular)
→ Correlação fraca entre valor tensional e a gravidade do glaucoma
→ A prevalência de glaucoma aumenta com o valor de tensão intra-ocular
O tratamento da tensão intra-ocular diminui o risco de progressão para glaucoma.
Nem todos os indivíduos com hipertensão ocular evoluem para glaucoma (apenas 10% - só 1 em cada 10 pessoas com aumento da pressão intra-ocular) logo, demonstração de hipertensão ocular.
Fatores de risco de Glaucoma?
→ Idade avançada → Raça negra → Tensão ocular elevada → História Familiar → Miopia Elevada → Doneça cardiovascular → Diabetes → Tabaco?
Glaucomas normotensionais?
50% dos doentes têm glaucomas normotensionais (<21mmHg) – nestes doentes também é necessário diminuir a tensão intra-ocular, pois o limiar tensional que provoca dano é menor.
→ O glaucoma normotensional encontra-se particularmente associado a mecanismos vasculares/isquémicas, sendo importantes fatores de risco: sexo feminino, a presença concomitante de vasculopatias periféricas (tendência a ter as mãos e os pés frios) e/ou enxaquecas.
Pressão intra-ocular?
Pesquisa se por Tonometria por aplanação (Tonómetro de Goldman) e indentação (Tonómetro de Schiotz). A melhor técnica é da aplanação. É importante medir a tensão intra-ocular, pois o doente é geralmente assintomático, mesmo com tensão alta.
Tonómetro de Goldman?
→ Colocação de gotas de corante amarelo no olho.
→ Aplicação da lente de Goldman (encosta-se o prisma à córnea), depois de devidamente anestesiado.
→ Observação de 2 semi-circulos, cuja posição relativa altera-se se a pressão intra-ocular se alterar.
– Os círculos são móveis e variam com os batimentos cardíacos, porque altera a pressão intra-ocular.
→ Técnica fácil e rigorosa.
Tonómetro de Schiotz?
→ Métodos mais simples, mas menos rigoroso de medição da pressão intraocular: a córnea é indentada com o espigão e a resistência é transmitida para uma escala, que dá o valor da pressão intraocular.
→ Vantagem: muito mais barato (todos os médicos de clínica geral usam EUA).
→ Cerca de 40% dos doentes com mais de 40 anos tem hipertensão intraocular.
Gonioscopia?
O ângulo iridocorneano não é acessível pelo oftalmoscópio (lei fundamental da ótica – lei de Snell – a partir de um certo ângulo de incidência toda a luz é refletida e nenhuma é refratada → logo não é possível visualizar o ângulo, exceto por gonoscopia, usando o cristal de Goldman).
Sinais de Lesão por glaucoma?
- Alongamento da escavação
- Escavação igual ou superior a 0.6
- Assimetria inter-ocular da relação C/D
- Palidez difusa
- Visibilidade dos poros da lâmina crivosa
- Vassos do disco desviados para o laso nasal
- Hemorragia no disco
- Chanfradura ou ‘Notch’
Rastreio?
MEDIÇÃO da TENSÃO OCULAR \+ AVALIAÇÃO do DISCO ÓPTICO \+ AVALIAÇÃO do CAMPO VISUAL