T4 - Olho Vermelho II (1) Flashcards

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1
Q

Histologia da Córnea?

A

Exterior para interior:
→ Epitélio estratificado, com 5 ou 6 camadas de espessura, não queratinizado. 50 μm.
→ Membrana de Bowman: 10 a 13 μm (membrana basal epitélio).
→ Estroma: entre 0,52 e 0,65 mm
→ Membrana de Descemet: 2-3 a 20-30 μm
→ Endotélio: monocamada com 5 μm (remove a água da córnea para o humor aquoso; tem uma bomba sódio-potássio – tem tight-junctions que impedem que a água vença o gradiente de pressão).

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2
Q

Filme Lacrimal?

A

→ Gordura (0,1 μm), externamente, que diminui a evaporação da lágrima (camada lipídica).
→ Água (7 μm), que torna a córnea polida e transforma-a numa lente.
→ Mucina (0,04 μm), internamente, que ajuda a fixar a lágrima – responsável pela aderência do filme lacrimal à córnea.

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3
Q

Disco de Plácido?

A

Informa acerca da regularidade da córnea.
Foi inventado por Plácido da Costa (médico que lecionou no Porto), constituindo a base da topografia da córnea.
Este instrumento avalia a existência de concentricidade das camadas da córnea – caso não se registe concentricidade, verifica-se astigmatismo

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4
Q

A córnea é uma lente eficaz porque?

A

→ É polida, devido à lágrima.
→ Tem conteúdo pobre em água (é o tecido humano com menor quantidade de água)
→ Tem fibras de colagénio no estroma, paralelas e extremamente compactas, sem espaços livres ou água, de modo a ser obtida transparência – só se visualiza a íris e a pupila

Nota: No edema da córnea (hipovisão e halos corados) há alteração da bomba sódio-potássio que existe no epitélio da córnea e contraria a pressão do humor aquoso ou da barreira (passa a haver humor aquoso no estroma corneano)

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5
Q

Enervação da Córnea?

A

É ricamente enervada (muitas terminações nervosas periféricas), daí que tenha grande sensibilidade.
O nervo responsável por esta enervação é o V.

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6
Q

Alterações Congénitas da Córnea?

A

→ Megalocórnea: típica do glaucoma (“olho de boi” ou buftalmos); definição: quando o diâmetro da córnea é superior a 12,5mm
→ Microcórnea: associada a microftalmia, olho pequeno que pode ser incompatível com a visão
→ Ceratoglobo
→ Córnea plana ou esclerocórnea
→ Alterações da transparência corneana: embriotoxon posterior, anomalia da Axenfeld, Síndrome de Rieger, Anomalia de Peter
→ Ceratocone: degenerescência corneana que aumenta a curvatura (miopia) – alteração congénita mais frequente

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7
Q

Ceratocone?

A
  • Doença degenerativa em que a córnea assume a forma de cone e adquire uma forma irregular
  • Miopia e/ou astigmatismo de aparecimento tardio (20 anos)
  • Aumento da curvatura → aumenta o poder refrativo (erro refrativo tipo miópico)
  • Córnea irregular → astigmatismo miópico
  • Evolução muito rápida: aumenta muito em 1/2 anos
  • No vértice do cone, a córnea é muito fina e perde transparência, pode até romper.
  • Nunca se deve corrigir com óculos: lentes de contacto em quando for possível!!
  • Tratamento: bom candidato a transplante de córnea; as lentes de contacto muitas das vezes não dão bom resultado porque não se adaptam muito bem
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8
Q

Distrofias hereditárias da córnea?

A

Importante a lâmpada de fenda e biomicroscópio para fazer diagnóstico diferencial destas patologias, uma vez têm diferentes prognósticos

  • Epitelial
  • Membrana basal
  • Estroma
  • Endotelial
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9
Q

Clínica da ceratite (inflamação da córnea)?

A

Sintomas:
→ Fotofobia
→ Lacrimação
→ Blefaroespasmo
→ Dor difusa no olho e na órbita
→ Turvação da córnea (edema e infiltração leucocitária)
→ Vascularização (superficial ou profunda)
→ Precipitados ceráticos (depósitos de polimorfonucleares ou eosinófilos no endotélio)

Nota: A colheita de córnea de cadáveres pode ser feita horas após a morte porque é avascular. Além disso, o transplante da córnea não tem problema de rejeição de transplantes como nos outros órgãos.

Diagnóstico: Clínica, biomicroscópio e exame bacteriológico do exsudado e do epitélio corneano (se ceratite complicada).

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10
Q

Ceratites Bacterianas?

A

→ Streptococcus pneumoniae: problema de drenagem das lágrimas – pode originar úlceras e abcessos da córnea (por exemplo, abcesso de transplante da córnea). Pode ser incapacitante (não adquirir a transparência da córnea). É o mais frequente. Antibioterapia trata a infeção, mas não permite a recuperação da visão.
→ Staphylococcus aureus: tipicamente marginal/justalímbico (infeção do limbo corneano).
→ Pseudomonas aeruginosa: enorme capacidade de invasão do tecido corneano (cicatrização com perda de transparência e hipovisão – causa cegueira pela grande destruição da córnea).

Tratamento: transplante da córnea

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11
Q

Ceratite Fúngica?

A

→ Mais comum nos ambientes rurais.
→ Resulta de pequenos traumatismos com vegetais – úlcera com inóculo de fungos que proliferam (importante: profilaxia).
→ Difícil tratar, pois requer internamento para preparação de anti-fúngicos.

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12
Q

Ceratite por Rosácea?

A

→ Olho vermelho associado a blefarite.
→ É uma ceratoconjuntivite, dá úlceras da córnea e é muito difícil tratar porque há vascularização da córnea.
→ Ceratite crónica que pode permanecer durante toda a vida do doente.
→ Olho permanentemente vermelho, com atingimento do limbo.
→ Típica da lente de contacto.

Nota: É uma infeção e proliferação de vasos (a córnea normal é avascular), geralmente como resposta à anóxia.

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13
Q

Ceratite por Acanthamoeba?

A

→ Associada ao uso lentes de contacto lavadas com água da torneira (à falta de líquido próprio, deve lavar-se com saliva; nunca com água da torneira)

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14
Q

Ceratite Herpética?

A

→ Diagnóstico fácil quando há úlcera cutâneas.
→ A ceratite herpética é, talvez, a mais frequente.
→ Importante: Os corticoides estão contraindicados porque pode haver evolução mais rápida para a forma necrótica. Tratamento antiviral. A infeção herpética é tipicamente epitelial, daí a importância desta medida, evitando-se assim a invasão do estroma da córnea.
→ Podem surgir úlceras palpebrais e úlceras dendríticas:
- Simplex, primário
- Simplex, dendrítica e geográfica → padrões típicos de infeção em que o envolvimento está confinado aos epitélios (e mantém-se assim se não se der cortisona)
- Simplex, disciforme
- Simplex, necrosante
- Zooster pseudodendítrica

Há risco de recorrência da infeção herpética no próprio tecido transplantado.

Nota: Nunca receitar corticoterapia sem ter a certeza que se trata de uma ceratite herpética! Na conjuntivite, os corticoides servem para diminuir o desconforto e os sintomas. A maioria dos colírios apresenta uma associação entre antibióticos e corticoides, pelo que se deve ser bastante cuidadoso na escolha dos colírios a administrar.

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15
Q

Ceratite Traumática?

A

Corpo estranho corneano

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16
Q

Doenças degenerativas da córnea - Pterygium/pterígio?

A

→ Hipertrofia do tecido conjuntivo, geralmente nos utilizadores de lentes de contacto; se chegar à pupila, o doente deixa de ver
→ Parecido com o tracoma, mas no tracoma o pannus fibrovascular é superior e no pterygium, é medial ou lateral
→ O tratamento é primariamente por motivos estéticos, depois, é essencial preservar a acuidade visual
→ O pterígio pode causar visão turva por induzir um astigmatismo (irregularidade na córnea)
→ O pterígio normalmente liga a córnea à conjuntiva nasal
→ A pinguécula constitui frequentemente a lesão precursora
→ Também se pode registar pterígio como reação ao uso de lentes de contacto
→ Dispender muito tempo ao ar livre constitui um fator de risco para pterígio

17
Q

Doenças degenerativas da córnea - Pinguécula?

A

→ Mancha amarelada de depósito de gordura junto ao limbo (tecido bulbar subconjuntival hipertrófico) de forma triangular
→ É precursora do pterígio – lesão que pode envolver a pupila e causar cegueira
→ Indicação para cirurgia de urgência

18
Q

Doenças degenerativas da córnea - Ceratopatia em Banda?

A

→ Surge na córnea, a descoberto, na fenda palpebral: é típica da AR juvenil (deposição de cálcio na córnea no espaço subconjuntival). Não afeta a visão dos doentes

19
Q

Doenças degenerativas da córnea - Degenerescência de Terrien?

A

→ Doença auto-imune, há adelgaçamento da periferia da córnea

20
Q

Doenças degenerativas da córnea - Arco Senil?

A

→ Opacidade circular na periferia da córnea; atualmente designado “arco relacionado com a idade”;
→ Não condiciona défice da acuidade visual, mais frequentemente > 65 anos;
→ Há perda da transparência da periferia da córnea.
→ Em idades jovens (<40 anos) está associado a dislipidemia, pelo que é indicação imediata de investigação do perfil lipídico!

21
Q

Doenças degenerativas da córnea - Ceratite neurotrófica?

A
  • Paralisia do V par (que inerva a córnea) – diminuição de neurotrofinas → ceratite
  • Causas:
    ▪ Secção cirúrgica do V par ou dos seus ramos
    ▪ Doenças Congénitas
    ▪ Diabetes
    ▪ Alterações oculares: herpes Simplex, varicela e lepra
    ▪ Queimaduras químicas: lavar até pH de 7; olho branco é mau prognóstico → Sinal de isquemia.
    ▪ Exposição a tóxicos
    ▪ Distrofia corneana: lattice, granular
    ▪ Medicação tópica
22
Q

Ceratoconjuntivite Química?

A

Soda Caústica

Acidentes com bases são tipicamento piores do que com ácidos