T6 - Neuroftalmologia (1) Flashcards

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1
Q

Diâmetro pupilar (clínico)?

A

O diâmetro da imagem da pupila formada na córnea é 20% maior do que o da pupila anatómica (por efeito da córnea) – olhamos para a pupila pela córnea, que funciona como uma lente positiva, aumentando a sua imagem.

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2
Q

Músculos com ação sobre o diâmetro pupilar?

A

→ Dilatador da Pupila (inervação simpática)
→ Esfíncter da Pupila (inervação parassimpática)
Conclui-se, portanto, que o sistema nervoso simpático exerce ação midriática, enquanto sistema nervoso parassimpático promove miose.

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3
Q

Anisocoria?

A

Diferença no diâmetro pupilar de mais de 0,4mm.
Cerca de 20% das anisocorias são fisiológicas (diferença entre os diâmetros pupilares menor que 1mm) e a diferença mantém-se no escuro.

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4
Q

Anisocoria é fisiológica ou patológica?

A

Uso de fotografias antigas – se estas também evidenciavam anisocoria, é provável que esta seja fisiológica.
Por outro lado, as anisocorias fisiológicas mantêm-se ou acentuam-se no escuro.

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5
Q

Leucocoria?

A

Coloração branca da área pupilar. É uma situação de emergência: dever-se-á enviar para oftalmologia no mesmo dia.

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6
Q

Funções da Pupila?

A
# Regulação da quantidade de luz que atinge a retina.
# Controlo das aberrações cromáticas e esféricas. A miose diminui a aberração cromática e esférica, mas aumenta a difração.
# Regulação da profundidade de campo. A profundidade de campo está relacionada, mas é diferente de distância focal; define-se como a distância que um objeto pode mover-se (no sentido anterior ou posterior em relação a um sistema ótico de focagem definida) e ainda ser considerado como focado
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7
Q

Hippus?

A

Movimento alternante de contração e relaxamento pupilar: concomitante com a respiração.
É fisiológico:
→ Expiração: miose
→ Inspiração: midríase

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8
Q

Fármacos Pupila - Mióticos?

A
# MIÓTICOS
--- Agonistas muscarínicos
. Acetilcolina
. Pilocarpina
. Carbacol
--- Inibidores das colinesterases
. Fisostigmina
. Ecotiofato

Parassimpático é mais forte que o simpático na pupila!!
Simpático apenas no m. dilatador, SNP no m. ciliar e m. constritor (afeta acommodação)!!

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9
Q

Fármacos Pupila - Midriáticos?

A
# MIDRIÁTICOS
--- Simpaticomiméticos
. Epinefrina
. Cocaína
.. Fenilefrina
--- Parassimpaticolíticos
. Atropina
. Escopolamina
. Homatropina
.. Tropicamida
. Ciclopentolato

Parassimpático é mais forte que o simpático na pupila!!
Simpático apenas no m. dilatador, SNP no m. ciliar e m. constritor (afeta acommodação)!!

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10
Q

Reflexos Pupilares - Tipos?

A

Constritores
→ À luz (direto e consensual)
→ Pupilar ao perto (acomodação/convergência)
→ Orbicular: quando se pede ao doente apra fechar um olho e se contraria o músculo orbicular ocorre miose
→ Óculo-pupilar (trigeminal) – tocar com algodão na córnea
→ Vagotónico(expiração)

# Dilataddores
→ Diminuição de luz
→ Dor
→ Estimulação vestibular e coclear
→ Medo e ansiedade
→ Vagotónico (inspiração)
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11
Q

Anisocoria nas Urgências?

A

Primeiro passo passa por investigar o contacto com substâncias midriáticas – tal nem sempre se revela fácil, pois, por vezes, basta tocar no miadriático e, em seguida tocar no olho.
Para além de fármacos/gotas, é importante averiguar o contacto com inseticidas (os organofosforados exercem a ação midriática) e com algumas plantas (tal como as trombeteiras).
Caso não seja possível averiguar a causa da anisocoria no serviço de urgência, o doente poderá ser enviado para casa com reavaliação após 2-3 dias – caso anisocoria seja de causa tóxica, esta desaparece ao fim do período indicado.

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12
Q

Inervação Simpática da Pupila?

A

Hipotálamo (primeiro neurónio) → Protuberância Espinhal Medular (segunda neurónio) → Colunas Intermédio-laterais (sinapse no centro cicloespinhal de Budge) → Passa junto do ápice do pulmão (se lesão neste local: Síndrome de Pancoast) → Gânglio cervical superior, ao nível do ângulo mandibular (terceiro neurónio) → Plexo da carótida interna → Entra na órbita → Passa pelo gânglio ciliar sem fazer sinapses → Nervo ciliar longo posterior → Músculo dilatador da pupila

A partir do plexo carotídeo interno, é dado um ramo para a face e outro para órbita. O ramo para órbita integra o trigémio (nomeadamente o nervo nasociliar), inervando o dilatador da pupila. Para além disso, regista-se inervação simpática para o músculo de Müller, o qual eleva a pálpebra superior. Este fenómeno explica a ptose registada na Síndrome de Horner, bem como a elevação da pálpebra superior em pacientes submetidos a terapia com fenilefrina.

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13
Q

Síndrome de Horner?

A

É uma síndrome de inibição simpática unilateral;

Tumores predisponentes à síndrome de Horner:
→ Adulto – tumores do vértice do pulmão;
→ Criança – Tumor do Timo e neuroblastoma

Manifestações clínicas:
→ Miose
→ Ptose palpebral discreta
→ Anidrose
→ Reflexo motor da pupila normal
→ Vasodilatação ipsilateral permanente
→ Heterocromia (Situações congénitas dado SNS intervir na pigmentação da íris)
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14
Q

Diagnóstico de S. de Horner - Teste da Cocaína?

A

Teste da cocaína:
→ Faz o diagnóstico de Síndrome de Horner;
→ Coloca-se uma gota de cocaína, que é um inibidor da recaptação de noradrenalina ao nível da fenda sináptica. O indivíduo saudável faz midríase; o indivíduo com paralisia do simpático não dilata (ou dilata menos) do que o olho contralateral (que funciona como um controo/termo de comparação)

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15
Q

Diagnóstico de S. de Horner - Teste da Hidroxianfetamina?

A

Teste da Hidroxianfetamina:
→ Permite distinguir se a paralisia do simpático se deve a uma lesão do primeiro ou do segundo neurónio (o que indica uma lesão ao nível da espinhal medula ou do pulmão) ou, por outro lado, se se deve a uma lesão do terceiro neurónio.
- Se a lesão se deve ao primeiro ou segundo neurónio, e o terceiro neurónio está íntegro, há libertação de noradrenalina a partir do terceiro neurónio e, portanto, há midríase
- Se a lesão é do terceiro neurónio, não existem vesículas de noradrenalina e, portanto, não há midríase.

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16
Q

Reflexo à luz?

A

→ Via subcortical;
→ 5 neurónios:
- Bipolar
- Ganglionar (os axónios destas células formam o nervo ótico)
- Pré-tectal (estes neurónios com origem na zona pré-tectal vão sofrer decussão através da comissura posterior, atingindo os núcleos da Edinger bilateralmente)
- Núcleos de Edinger-Westphal (bilateral)
- Gânglio ciliar

17
Q

Texto de Swinging Flashlight?

A

Este teste põe em evidência um defeito pupilar relativo do reflexo pupilar. Faz-se a estimulação luminosa dos dois olhos de forma alternada e rápida.
→ O olho com lesão aferente vai apresentar uma miose forte no reflexo consensual à luz;
→ O olho com a lesão aferente vai apresentar uma midríase paradoxal no reflexo direto à luz.

18
Q

Sinal de Marcus Gunn?

A

Por lesão do nervo ótico (por exemplo, por esmagamento na fratura do canal ótico).
É um defeito pupilar aferente relativo.
DPAR - defeito pupilar aferente relativo
Quando se ilumina o olho do lado da lesão, não há reflexo nem direto nem consensual (ausência de reflexo fotomotor).

19
Q

A que nível não é afetado o reflexo?

A

Se a lesão for cortical, não há alteração dos reflexos, porque a lesão é acima da área pré-tectal (da saída das fibras do reflexo).

20
Q

Pupila de Argyll Robertson?

A

Por lesão do braço quadrigeminal anterior e da área pré-tectal mesencefálica.
É típico da neurosífilis.
Vai haver uma dissociação entre a resposta pupilar à luz (reflexo direto e consensual ausentes) e a resposta pupilar ao perto (por vezes com miose exagerada).
A razão desta dissociação é o facto destes dois reflexos pupilares seguirem vias diferentes (o reflexo à luz segue a via acessória e o reflexo ao perto segue a via principal).

21
Q

Oftalmoplegia Interna com Pupila Fixa?

A

Por lesão mais posterior, ao nível do núcleo de Edinger-Westphal (ou do III par, sendo que, neste caso, também há paralisia dos músculos extra-oculares e ptose). Pode dar anisocoria se for unilateral.
É uma lesão das vias eferentes parassimpáticas.
Lesão que destrói progressivamente o III par e, posteriormente, o núcleo de Edinger Westphal.

22
Q

Pupila Tónica de Adie?

A

Por lesão do gânglio ciliar ou fibras pós-ganglionares.
O indivíduo é capaz de fazer miose ao perto (reflexo ao perto conservado), mas depois demora muito tempo a voltar ao estado inicial (dilatação atrasada)
O doente vai apresentar anisocoria com uma pupila dilatada no olho afetado. É uma das vias eferentes parassimpáticas. Há midríase pouco reativa.

Um exame complementar de diagnóstico é a pilocarpina diluída 0,1%; o olho normal tem um teste negativo; enquanto que a pupila de Adie tem hipersensibilidade à pilocarpina, por ter maior número de recetores.