Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Flashcards
Homem 17a, descobriu ser portador do vírus da imunodeficiência humana durante investigação de quadro neurológico diagnosticado como neurotoxoplasmose, em tratamento há 5d com sulfadiazina e pirimetamina. O início da terapia retroviral deverá ocorrer:
- Imediatamente e independente da contagem de linfócitos T CD4
Verdadeiro
Infecção pelo T. gondii que ocorre geralmente com CD4 <100. O diagnóstico é clínico radiológico (TC c/ contraste = lesões hipodensas, edema perilesional, realce de contraste em anel)
O tratamento é feito com supfadiazina + pirimetamina por 6sem. Com 14d de tratamento e com melhora clínica, inicia-se ácido folínico
A profilaxia 1ª com SMT-TMP = CD4 <100 e IgG + para toxoplasma
Pct comparece à primeira consulta após o diagnóstico de infecção pelo HIV para início do ttm. Nega ter apresentado ou tratado qualquer infecção oportunista antes, incluindo tuberculose. Está assintomático e não há alterações no exame físico. Traz resultado dos exames de CD4 80, carga viral >500.000, sorologia para toxo IgG reagente, IgM não reagente, teste tuberculínico 10 mm, pesquisa de BARR em 3 amostras de escarro negativas e RX de tórax normal. O médico prescreveu a TARV e medicamentos para a profilaxia de infecções oportunistas. Assinale a alternativa que apresenta uma infecção para a qual NÃO há indicação de profilaxia medicamentosa para esse pct:
A) Pneumocistose
B) Complexo Mycobacterium avium
C) Mycobacterium tuberculosis
D) Neurotoxoplasmose
Letra B
Pct com imunossupressão grave pelo HIV, apresentando contagem de CD4 80 e carga viral altíssima (>500.000), havendo risco elevado de infecção por bactérias de baixa patogenicidade. Sabemos que esse pct deve receber isoniazida para tratamento de infecção latente pela tuberculose (PT reatora), SMT-TMP para profilaxia da infecção por Pneumocystis jirovecii (CD4<200) e reativação da toxoplasmose (CD4<100). Todavia, ainda não há indicação para profilaxia contra MAC, o que ocorre quando CD4 está ainda mais baixo (CD4<50).
Em relação a profilaxia pré-exposição ao HIV, marque a alternativa INCORRETA:
A) Começa a fazer efeito após 7d de uso para a relação anal e 20d de uso para a relação vaginal
B) Consiste na tomada diária de um cp que impede que o vírus causador da AIDS infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus
C) É indicada para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV, como as populações-chave: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans, trabalhadoras do sexo, parceiros sorodiscordantes
Letra B
A PrEP é a combinação de 2 med (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos) que o vírus usam para infectar o organismo. Porém, o efeito desejado só é obtido se os comprimidos forem ingeridos diariamente, obtendo-se uma concentração suficiente do medicamento na corrente sanguínea. Isso reduzirá enormemente as chances do vírus se estabelecer e se multiplicar no organismo. Ou seja, não podemos afirmar com 100% de certeza de que a PrEP impedirá que o vírus causador da AIDS infecte o organismo, mesmo se tomada da maneira correta
Na abordagem do HIV na AP, habilidades como empatia, isenção de julgamento, capacidade de estabelecer vínculo, capacidade de motivação, de estímulo ao autocuidado e estímulo ao planejamento individualizado tornam-se necessárias. No manejo da pessoa que vive com HIV (PVHIV) é correto afirmar que o médico:
A) Deverá avaliar o risco cardiovascular de todas as PVHIV, inclusive daquelas que iniciaram TARV
B) Deve orientar as PVHIV que usam álcool, principalmente nos fins de semana, que devem interromper o uso da TARV devido ao efeito antabuse
Letra A
Os efeitos adversos da TARV podem ser exacerbados com o uso concomitante de álcool, a exemplo do que pode ocorrer com o efavirenz. Assim, é necessário abordar o uso recreativo de álcool e outras drogas, aconselhando o pct para que o uso do medicamento NÃO seja interrompido
Na evolução da infecção pelo HIV, é comum ocorrer envelhecimento precoce, que pode ser explicado pela associação de:
- Processo inflamatório crônico e ativação imune persistente
Correto
O envelhecimento precoce a que se refere o enunciado significa que, nos pcts HIV+, doenças de faixa etária mais avançada acometem pcts mais jovens - neoplasias, doença arterial coronarianas, demências. Tudo isso se deve ao fato de que, mesmo com carga viral indetectável, alguma replicação do vírus ainda acontece (SNC, órgãos linfoides) o que deixa o sistema imune em estado de atenção contínuo, determinando inflamação crônica. O uso de antirretrovirais reduz todo esse processo, mas é incapaz de suprimi-lo por completo
É conduta correta numa pct HIV+ em relação ao parto:
- Indicar cesárea eletiva em parturiente com dilatação < 4cm e bolsa íntegra com carga viral >ou= 1.000 cópias/ml ou desconhecida com infusão de AZT pelo menos 3hrs antes do parto
Verdadeiro
Gestante sem pré-natal, moradora de rua e usuária de drogas da entrada em maternidade. Dentre as opções a seguir, a medida a ser tomada com o objetivo de reduzir a chance de transmissão de doença infecciosa materna é:
- Realizar o teste rápido anti-HIV a fim de avaliar o uso de zidovudina (AZT) no periparto da pct, passível de infecção pelo vírus
Correto
Em pcts com SIDA, o vírus JC está implicado com:
- Leucoencefalopatia multifocal progressiva
Verdadeiro
A LEMP é uma condição que ocorre tipicamente em pcts com CD4 <200. Ela se caracteriza por alteração do estado mental, distúrbios da fala, visão e marcha, além de hemiparesia. A TC de crânio revela lesões hipodensas, não captantes de contraste, sem efeito de massa e localizadas na substância branca. Observamos sinal hiperintenso em T2 na RM. O diagnóstico pode ser feito por pesquisa do vírus no LCR e o tratamento é baseado na TARV
Mulher com 40s de gravidez deu entrada na emergência do PS com contrações uterinas iniciadas há cerca de 2hrs. O colo uterino encontrava-se dilatado para 3cm, e a bolsa íntegra. Referiu ser HIV+ e que não realizou exame de carga viral. A conduta é:
- Realizar parto cesáreo
Correto
Em mulheres HIV+ com carga viral desconhecida ou >1000 cópias após a 34ª semana de gestação, a cesárea eletiva na 38ª semana diminui o risco de transmissão vertical. Se a gestante fez uso adequado da TARV e possui carga viral <1000 após a 34ª semana, a via de parto pode ter indicação puramente obstétrica
Dentre as alternativas abaixo, aquela que apresenta teopismo para o SNC é a:
A) Histoplasmose
B) Aspergilose
C) Blastomicose
D) Actinomicose
E) Criptococose
Letra E
Actinomicose não é doença fungica (bactéria Actinomyces israelii). A blastomicose é à paracoccidioidomicose, cuja clínica é marcada por acometimento pulmonar semelhante ao da tuberculose. Embora possa acometer o SNC (forma disseminada), a doença pelo Histoplasma acomete pulmões e pele, tipicamente. A aspergilose também é causa de doença pulmonar. O C. neoformans pode determinar doença pulmonar e do SNC, causando meningite criptocócica em pcts HIV+ com CD4 <100. É caracterizada por valores absurdamente altos de PIC. O diagnóstico é dado pela avaliação do liquor (observa-se o fungo corado pelo Nanquim)
No cenário de prática da AP, a escolha do tratamento inicial para pessoa com diagnóstico de coinfecção de Tb e HIV merece atenção devido os riscos de maior falha terapêutica e recidiva. Sobre a primeira abordagem farmacológica em pcts sem sinal de imunodeficiência, podemos afirmar que deve-se iniciar o tratamento:
- Antirretroviral, entre a fase intensiva e a de manutenção da tb
Verdadeiro
Se descobrir a tb junto com a Aids = começar o RIPE (2RIPE + 4RI) e em 2s, iniciar a TARV
O portador do vírus HiV pode transmiti-lo desde o momento de aquisição da infecção, entretanto, os indivíduos com infecção muito recente ou imunossupressão avançada tem maior concentração do HIV no sangue (carga viral) e nas secreções sexuais, transmitindo com maior facilidade o vírus. Qual alternativa relaciona corretamente a fase de infecção e os sintomas?
A) na fase sintomática inicial, o portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecífico de intensidade variável e não são ainda encontrados além de processos oportunistas como a candidíase oral
B) Na fase assintomática, alguns pcts podem apresentar uma linfadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor
Letra B
Na fase sintomática, o portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecífico de intensidade variável, além de processos oportunísticos de menor gravidade, que por definição não são definidores de Aids, conhecidos como ARC (Aids Related Complex)
Na pneumonia por Pneumocystis jirovecii em recém-nascido com exposição vertical ao HIV, o manejo da profilaxia deverá ser:
A) Iniciada após as 4s do uso do AZT em RN que nasceu assintomático e mantida até a 2ª carga viral indetectável
B) Mantido desde o nascimento junto com o AZT, até a 2ª carga vital indetectável
Letra A
Encontramos a recomendação que todas as crianças expostas ao HIV devem receber a profilaxia com SMT-TMP a partir de 4s de vida até que tenham 2 CV indetectáveis.
Escolha a alternativa INCORRETA sobre HIV/Aids:
A) Pneumonias frequentes ou atípicas por Pneumococo podem sugerir o diagnóstico de HIV
B) Neurotoxo e diarreia crônica por isosporíase são doenças definidoras de Aids
C) A meningite criptocócica na Aids caracteriza-se pela apresentação aguda de cefaleia, sinais de meningismo e febre, evoluindo em poucos dias para óbito se não tratada
Letra C
Infecções bacterianas frequentes e repetidas sugerem o diagnóstico de infecção pelo HIV.
Neurotoxo, diarreia por isospora, CA de colo uterino invasivo, pneumocistose pulmonar, candidíase esofágica e da árvore respiratória, entre outras, são doenças definidoras de Aids
Nos pcts que desenvolvem meningite criptocócica e estão na fase Aids, sinais de meningismo são raros. O que domina o quadro são características sugestivas de hipertensão intracraniana, como cefaleia e papiledema
Homem de 29a esta há 3s com tosse seca e dispneia, que foi se acentuando, e agora está intensa. Vem apresentando também febre. No exame físico há monilíase oral, esforço respiratório, FR 30; crepitações pulmonares discretas, FC 112; PA 100/65; Glasgow 15, sem sinais meníngeos. Exames complementares: DHL sérica 980; gasometria com paO2 68. Rx de tórax com infiltrado intersticial peri-hilar. Qual a conduta?
- Sulfametoxazol- Trimetoprima e corticoide
Correto
Devemos fazer o teste rápido para HIV e, independente do resultado, dar início ao tratamento empírico contra o P. jirovecii, com SMT-TMP. Como há hipoxemia (pO2 <70) é preciso associar glicocorticoide