Menopausa e Climatério Flashcards
Refere-se à data da última menstruação de uma mulher por falência ovariana. Esse diagnóstico é retrospectivo, podendo apenas ser confirmado após um ano da cessação da menstruação.
Menopausa
A idade média da ocorrência da menopausa ao redor do mundo está entre os
46 e os 52 anos.
Definição de Climatério:
é o período fisiológico que se inicia desde os primeiros indícios de insuficiência ovariana, mesmo que os ciclos continuem regulares ou até ovulatórios, e termina na senectude ou senilidade que, por sua vez, se inicia aos 65 anos. Esse período é marcado pela irregularidade menstrual e, em média, dura entre quatro e sete anos.
Definição de Perimenopausa
É o intervalo entre o início dos sintomas de irregularidade menstrual até o final do primeiro ano após a menopausa.
É um evento fisiológico e inevitável que ocorre devido ao envelhecimento ovariano e sua consequente perda progressiva de função. Geralmente, ocorre de forma natural no final da quarta e início da quinta década de vida, com variações devidas a diferenças étnicas, regionais, ambientais e comportamentais, como o tabagismo.
Definição de Pós-menopausa
é o período que se inicia 12 meses após a última menstruação e vai até os 65 anos.
Definição de Senilidade
é o período que se inicia a partir dos 65 anos.
Refere-se à cessação da menstruação antes dos 40 anos, associada ao aumento dos níveis de FSH
Insuficiência ovariana prematura
Definição de Menopausa precoce
Antes dos 40 anos, espontânea ou induzida
Definição de Menopausa tardia
Após os 52 ou 55 anos
O episódio dura cerca de um a cinco minutos e a maior parte das mulheres refere como uma onda
de calor repentina, ascendente, mais frequente à noite, com início predominantemente em tronco e disseminando-se para tórax, pescoço e face, que se generaliza e leva à sudorese e rubor. Há aumento de pressão arterial e de frequência cardíaca e pode ser acompanhado de palpitações, ansiedade, irritabilidade e pânico.
Fogacho
Perfil Hormonal na Perimenopausa
- queda gradual da inibina
- elevação FSH
- Estradiol dentro da normalidade
- ciclos anovolutórios a partir de níveis insuficientes de estradiol para deflagarem o pico de LH e, por isso, ausência de produção de progesterona.
Perfil Hormonal na Pos-menopausa
- 1os anos pós menopausa: FSH e LH elevados por picos de GNRH
- AMH niveis indetectáveis
- Produção de estrona por aromatização periférica
- ausência de produção de progesterona
Sintomas precoces menopausa
- irregularidade menstrual
- alterações vasomotoras ou fogachos
Sintomas tardios menopausa
- atrofia genital
- distúrbio do humor e do sono
- alteração da libido
- osteoporose
Indicações de TH
- Sintomas vasomotores que afetam a qualidade de vida
- Atrofia urogenital (uso tópico)
- Prevenção e tratamento da osteoporose em casos selecionados
Janela de oportunidade para iniciar a TRH
Idade inferior a 60 anos e menos de 10 anos desde a menopausa
Contraindicações À TH
- sangramento vaginal de causa desconhecida
- antecedente de neoplasia hormonio-dependente (CA mama e endométrio)
- lesões precursoras do CA de mama
- doença hepática descompensada
- antecedentes de DAC e DCV
- Doença trombotica ou embolica venosa antiga ou atual
- LES com risco trombótico
- Porfiria
- Meningioma
Sobre os Riscos da TRH, sabe-se de seus efeitos sobre a incidência de determinados tipos cânceres, sendo os três sítios mais
estudados e que aparecem mais nas provas:
- colorretal (PROTEÇÃO)
- endométrio (PROTEÇÃO)
- mama (RISCO)
EXAMES NECESSÁRIOS SE TERAPIA HORMONAL
- A anamnese e o exame físico detalhados
- Mamografia há, no máximo, um ano (nível de evidência: A).
- Dosagem de colesterol total, HDL - colesterol, triglicérides e glicemia de jejum antes do ínicio da TH (nível de evidência: B)
- Deve ser realizado rastreamento mamográfico anual em usuárias de TH (nível de evidência: A)
- A avaliação periódica dos fatores de risco cardiovascular deve fazer parte da propedêutica de mulheres em uso do TH (nível de evidência: B
A terapia hormonal pode ser dividida em duas categorias:
1. estrogênica isolada e
2. estroprogestativa.
- Mulheres histerectomizadas:
- Mulheres com útero:
- Mulheres histerectomizadas: uso de estrogênio isoladamente.
- Mulheres com útero: estrogênio + progestagênio (proteção endometrial).
- Sequencial: estrogênio contínuo + progestagênio (12-14 dias no mês ou a cada 3 a 6 meses) → preferencial até os primeiros anos
de pós-menopausa.
- Sequencial: estrogênio contínuo + progestagênio (12-14 dias no mês ou a cada 3 a 6 meses) → preferencial até os primeiros anos
- Esse esquema apresenta taxa de sangramento maior, porém permite uma regularização do sangramento menstrual, uma queixa bastante comum nessa fase do climatério.
- Contínuo: ambos os hormônios contínuos (preferencial na pós-menopausa).
SOBRE TEMPO DE USO DA TRH
Não há um tempo máximo para o uso da terapia hormonal. As avaliações devem ser individualizadas e os riscos e benefícios de cada paciente devem ser levados em consideração. Deve ser priorizado o uso na menor dose e pelo menor tempo possível para alívio dos sintomas.
Não têm papel na melhora da sintomatologia do climatério. Seu uso está indicado em pacientes que tenham indicação de TH e que possuam útero, com a única finalidade de promover atrofia endometrial e reduzir o risco
de hiperplasia endometrial, bem como câncer de endométrio associado ao uso de estrogênio exógeno
Progestagênio
É um esteroide sintético derivado da 19-noretisterona com propriedades progestagênica, estrogênica e androgênica, que pode ser empregada como terapia hormonal. Ela apresenta efeito no alívio dos sintomas vasomotores, na atrofia vulvovaginal e na perda de massa óssea. Também tem efeito positivo sobre a sexualidade, o bem-estar e o humor pela ação androgênica da própria molécula e pela redução dos níveis de SHBG. As contraindicações são as mesmas do uso das outras terapias hormonais sistêmicas.
TIBOLONA
TRATAMENTO NÃO HORMONAL DOS SINTOMAS
CLIMATÉRICOS
DROGA // EFICÁCIA
VENLAFAXINA // 61%
DESVENLAFAXINA // 66%
PAROXETINA // 51,7%
SERTRALINA // RESULTADOS CONFLITANTES
FLUOXETINA // NÃO DEMONSTRA EFEITO
CLONIDINA // REDUÇÃO DISCRETA
GABAPENTINA // 50%
A transição menopáusica é uma progressão endócrina gradual que leva as mulheres do período de ciclos regulares até o fim da menstruação associado a senescência ovariana. Sobre as alterações fisiológicas desse período, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) Um dos primeiros eventos é a redução da secreção de inibina ovariana
( ) Ocorre um aumento transitório na produção do sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA) pela suprarrenal.
( ) Há um aumento discreto do hormônio folículo- estimulante (FSH) e dos estrogênios com aumento da taxa de perda dos folículos ovarianos.
( ) Ocorre um aumento compensatório na produção da globulina de ligação ao hormônio sexual (SHBG). Assinale a sequência correta.
**(V ) Um dos primeiros eventos é a redução da secreção de inibina ovariana. **
O período de transição menopáusica se inicia próximo a quinta década de vida e se caracteriza inicialmente por uma diminuição importante do número de folículos ovarianos, levando a uma diminuição da produção de inibina B (produzida pelas células da granulosa dos ovários), que por sua vez desativa o feedback negativo sobre a hipófise, aumentando os níveis de FSH.
**(F ) Ocorre um aumento transitório na produção do sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA) pela suprarrenal. **
Em relação à produção de androgênios, há uma redução significativa da produção desses hormônios pela glândula suprarrenal. Os níveis de SDHEA (sulfato de desidroepiandrosterona), androstenediona e pregnolona apresentam-se reduzidos após a menopausa. Existe ainda uma pequena produção androgênica pelos ovários, pois com a diminuição da massa folicular, há um aumento do estroma ovariano, que produz esses hormônios.
**(V ) Há um aumento discreto do hormônio folículo- estimulante (FSH) e dos estrogênios com aumento da taxa de perda dos folículos ovarianos. **
Como foi justificado na primeira afirmativa, a redução dos niveis de inibina B leva ao aumento de FSH. . Nesse período há um aumento da resposta folicular ovariana pela ação dessa gonadotrofina, inclusive com aumento dos níveis estrogênicos e com aceleração da depleção dos folículos ovarianos.
(F) Ocorre um aumento compensatório na produção da globulina de ligação ao hormônio sexual (SHBG).
A produção de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) também decresce na menopausa, ocasionando um aumento da fração livre de estrogênio e testosterona. Lembrando que apenas a fração hormonal que circula livre da ligação com proteína é que apresenta atividade biológica.
Mulher de 49 anos refere ciclos oligomenorreicos há 2 anos, com última menstruação há seis meses. Apresenta-se com queixa de fogachos, insônia, labilidade emocional e diminuição da libido. Nega comorbidades. Frente a esse quadro, julgue V ou F:
I. A paciente encontra-se na perimenopausa.
II. Há indicação de terapia hormonal, e esta deverá ser combinada (estroprogestativa) ou com tibolona.
III. Os ciclos anovulatórios são a principal causa de irregularidade menstrual nesse período.
IV. Dosagens de FSH, LH e estradiol são fundamentais para o diagnóstico nessa paciente.
**I. (V) A paciente encontra-se na perimenopausa. **
Trata-se de uma afirmativa correta, pois a perimenopausa é o intervalo entre o início dos sintomas de irregularidade menstrual até o final do primeiro ano após a menopausa. Além disso, esse período é marcado pela ocorrência de diversas alterações no organismo feminino, como as evidenciadas pelo caso clínico, devido à flutuação hormonal e ao hipoestrogenismo.
II. (V) Há indicação de terapia hormonal, e esta deverá ser combinada (estroprogestativa) ou com tibolona.
Trata-se de uma afirmativa correta, pois as indicações atuais de TH são o tratamento de sintomas vasomotores e da atrofia vulvovaginal, além da prevenção de osteoporose em casos individualizados. A paciente em questão apresenta queixa de fogachos (sintomas vasomotores).
**III. (V) Os ciclos anovulatórios são a principal causa de irregularidade menstrual nesse período. **
Trata-se de uma afirmativa correta, pois em determinado momento da perimenopausa, a reserva folicular torna-se tão baixa que não é possível haver produção de estradiol suficiente para a ocorrência do pico de LH e, consequentemente da ovulação. Os ciclos tornam-se anovulatórios e a concentração de progesterona se reduz drasticamente.
IV. (F) Dosagens de FSH, LH e estradiol são fundamentais para o diagnóstico nessa paciente
Trata-se de uma afirmativa incorreta, pois o diagnóstico da perimenopausa é clínico e muitas vezes, apesar dos sintomas, os níveis hormonais podem se manter normais nas dosagens.
O período perimenopausal precoce é caracterizado por:
Ciclos variáveis
Amenorreia por menos de 60 dias
O período de transição menopausal ou perimenopausal tardio se caracteriza por
Amenorreia por mais de 60 dias,
FSH elevado e
Início de sintomas vasomotores.
O período menopausal precoce se caracteriza por
Ausência de menstruação
FSH elevado
Sintomas vasomotores muito prováveis.
O período menopausal tardio se caracteriza por
Ausência de menstruação
FSH estável
Presença de sintomas urogenitais.