CERVICITES Flashcards
CLAMÍDIA e GONOCOCO
É a inflamação da mucosa endocervical (epitélio colunar do colo), geralmente de origem infecciosa, podendo ser dividida em gonocócica (causada pela Neisseria gonorrhoeae) e não gonocócica.
Cervicite ou Endocervicite
A (1) é quando a parte mais estreita do colo uterino feminino, a cérvice, contém uma inflamação. Pode ser crônica ou aguda. A crônica não tem relação com infecção, mas acontece por meio de algum trauma, ou de produtos químicos e que causam alergia e irritação, como o látex, tampões, diafragma, lubrificantes, cremes etc.
CERVICITE
As cervicites são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), cujo desfecho impacta de maneira importante na ocorrência de complicações ginecológicas e materno-fetais.
Os agentes mais envolvidos na infecção
são (1)
Porém também pode ser causada por (2)
(1) Chlamydia trachomatis (CT) e a Neisseria gonorrhoeae (NG);
(2) Trichomonas vaginalis, Herpes simplex virus e Mycoplasma genitalium.
FATORES DE RISCO PARA CERVICITE
Idade jovem
Baixo nível socioeconômico
Múltiplos parceiros
Antecedente de IST
Uso irregular de preservativos
A maior parte das pacientes apresenta-se assintomática nas cervicites. Em cerca de 30% dos casos podem surgir sintomas, que podem ser:
Principais: secreção vaginal mucopurulenta e sangramento após relação sexual ou entre as menstruações.
As pacientes podem apresentar também: disúria, dispareunia e irritação vulvovaginal.
É uma bactéria gram-negativa e intracelular obrigatória. Ela é responsável pela maior parte das cervicites e é considerada a IST bacteriana mais comum no mundo.
CLAMÍDIA
Esse agente etiológico tem propensão pelo epitélio transicional e colunar.
CLAMÍDIA
Mais de 70% dos casos são assintomáticos, mas quando há manifestação clínica, os principais sintomas são: edema de colo, hiperemia, mucorreia, acentuação da ectopia, dor à mobilização do colo e sangramento pós-coito ou intermenstrual. Nela, não costuma haver secreção purulenta saindo pelo colo.
CLAMÍDIA
É uma bactéria diplococo gram-negativa, não flagelada, encapsulada, intracelular e anaeróbia facultativa. Devido ao processo inflamatório ocasionado em resposta à infecção gonocócica, a cervicite por esse agente costuma apresentar um quadro mais exuberante e sintomático que as demais.
GONOCOCO
As principais manifestações clínicas são: secreção purulenta ou mucopurulenta endocervical, sangramento endocervical e edema cervical.
GONOCOCO
É patógeno intracelular facultativo: vive dentro e fora das células.
GONOCOCO
O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por C. trachomatis e N. gonorrhoeae pode ser feito por:
Detecção do material genético dos agentes infecciosos por biologia molecular - NAAT (Nucleic Acid Amplification Test), também chamado de PCR (Polymerase Chain Reaction) ou pela captura híbrida que é menos sensível que o NAAT
Atualmente, vários métodos diagnósticos podem ser empregados para detectar gonorreia e clamídia, dentre eles:
Ensaios de Amplificação de Ácidos Nucleicos – PCR,
Captura híbrida e a
Sorologia (ELISA).
TRATAMENTO
CONDIÇÃO CLÍNICA = Infecção anogenital não complicada e da faringe (uretra, colo do útero e reto)
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única,
+
Azitromicina 1g VO, em dose única
TRATAMENTO
CONDIÇÃO CLÍNICA = Infecção gonocócica disseminada
Ceftriaxona 1g IM ou IV/dia por ao menos 7 dias
+
Azitromicina 1g, VO, dose única
TRATAMENTO
CONDIÇÃO CLÍNICA = Conjuntivite gonocócica no adulto
Ceftriaxona 1 g, IM, dose única
TRATAMENTO
CONDIÇÃO CLÍNICA = Infecção por clamídia
Azitromicina 1g, VO, dose única
OU
Doxiciclina 100 mg, VO, 2x/dia, 7 dias (exceto gestantes).
OBS.: na gestação deve ser coletado teste de controle após três semanas do fim do tratamento, para confirmar êxito terapêutico
RASTREAMENTO E PREVENÇÃO - CERVICITES
O rastreamento para clamídia e gonococo não é recomendado pelo Ministério da Saúde, porém o CDC recomenda o screening em mulheres com menos de 25 anos e com vida sexual ativa e em mulheres com mais de 25 anos e com fatores de risco para infecção (parceiro novo, múltiplos parceiros, parceiro que tem relações sexuais com outras pessoas, parceiro com diagnóstico de outra IST)
TRATAMENTO DE PARCEIROS
Todos os parceiros devem ser tratados para CT e NG se o último contato foi antes do diagnóstico. O
tratamento deve ser igual ao da paciente com cervicite.
O antecedente de inflamação pélvica aguda por (1) aumenta as chances de gestação ectópica em 6 a 10 vezes após uma DIP.
Clamídia
São sequelas de infecção por (1) a dor pélvica crônica em 20% dos casos de DIP e a infertilidade - 12-15% dos casos, aumentando em caso de novos episódios.
Clamídia
Todas as pacientes com infecção por Clamídia devem ser tratadas, mesmo que não haja sintomas
G2 P2 A0, 24 anos, sem parceiro fixo, compareceu para consulta na UBS com queixa de corrimento vaginal amarelo esverdeado, pruriginoso. No exame especular, além da presença do corrimento, observa-se muco endocervical de aspecto purulento e colo friável. Após confirmar o diagnóstico de IST, a paciente foi tratada com Metronidazol 500 mg 12/12h por via oral, Azitromicina 1g em dose única por via oral e Ceftriaxone 500 mg dose única via intramuscular. Quais agentes etiológicos foram abordados com essa estratégia terapêutica?
Trichomonas vaginalis,
Chlamydia trachomatis e
Neisseria gonorrhoeae.
Adolescente, 16 anos, refere variedade de parceiros sexuais nos últimos 6 meses, apresenta ao exame ginecológico de rotina corrimento branco-acinzentado, bolhoso, colo uterino avermelhado, canal endocervical sangrante facilmente. Está em uso de implante subcutâneo de etonogestrel há 1 ano e refere uso irregular de preservativo masculino. Foi atendida na Unidade Básica de Saúde, que não dispõe de exames para identificar o(os) agente(s) patógeno(s) envolvido(s). A conduta adequada é prescrever:
Ceftriaxona 500 mg IM
+
Azitromicina 1.000 mg VO, ambos em dose única.