FRATURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO NA CRIANÇA Flashcards
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Epidemiologia:
- Fratura mais comum do cotovelo pediátrico
- Pico de 5 a 7 anos de idade
- Membro esquerdo
- Mais comum em meninos
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Anatomia neurovascular da região antecubital:
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Mecanismo de trauma (2):
-
Queda com o cotovelo estendido
- O olécrano impacta no úmero distal → zona de fraqueza + fulcro de forças
- Traumas em extensão correspondem a 98% das fraturas
-
Queda com o cotovelo em flexão (são raras - 2%)
- Trauma direto posterior no cotovelo
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Em fraturas com mecanismo de trauma em extensão, quais os padrões de fratura (desvio) e suas respectivas incidências (%)?
- Desvio posteromedial - 75% (antebraço em pronação)
- Desvio posterolateral - 25% (antebraço em supinação)
Para identificar na radiografia, se guiar pela cabeça do rádio (lateral) e olécrano (medial)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual o desvio das fraturas no mecanismo de trauma em extensão + antebraço em pronação?
- Posteromedial
BIZU: O polegar aponta para o lado do desvio
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual o desvio das fraturas no mecanismo de trauma em extensão + antebraço em supinação?
- Posterolateral
BIZU: O polegar aponta para o lado do desvio
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Exame físico - representação da deformidade em “S”:
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Ao exame físico, o que representa o sinal de Pucker (sinal da cova anterior)?
-
Encarceiramento do m. braquial no fragmento proximal
- “Covinha” gerada na região antecubital do cotovelo
- Pior prognóstico para redução
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual a manobra utilizada para desencarceiramento do fragmento próximal no m. braquial?
- Manobra da ordenha
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- O que representa o sinal de Kirmisson?
- Equimose antecubital
Fratura supracondiliana do úmero na criança
-
V ou F:
- Sempre deve-se avaliar o status neurológico.
- Verdadeiro
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- O que deve-se avaliar no exame físico vascular (3)?
- Pulsos
- Coloração
- Enchimento capilar
Fratura supracondiliana do úmero na criança
-
V ou F:
- Alterações vasculares ocorrem em até 20% das fraturas desviadas.
- Verdadeiro
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Na avaliação vascular inicial, se pulso periférico ausente / diminuído, qual deve ser a conduta imediata?
- Redução imediata da fratura
- Levar para o bloco cirúrgico e fixar
Após fixação, reavaliar o pulso
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual a conduta se o paciente apresentar pulso periférico ausente/diminuído no pré op e no pós op evoluir com:
- 1) Pulso normal / mão bem perfundida?
- 2) Pulso diminuído / mão bem perfundida?
- 3) Pulso diminuído / mão mal perfundida?
- 1) Pulso normal / mão bem perfundida → pós op normal
- 2) Pulso diminuído / mão bem perfundida → 48 horas de observação
- 3) Pulso diminuído / mão mal perfundida → explorar com cirurgião vascular
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Se pulso periférico normal no pré op e no pós op o paciente apresentar pulso ausente e mão mal perfundida, qual deve ser a conduta?
-
Retirar pinos e imobilização e reavaliar pulso
-
Manteve mal perfundido?
→ explorar com cirurgião vascular -
Melhorou perfusão?
→ reduzir novamente e fixar
-
Manteve mal perfundido?
A principal causa de ausência de pulso é o encarceiramento vascular na redução
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Na avaliação radiográfica, qual a forma correta de posicionamento da incidência AP?
- Imagem autoexplicativa
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Avaliação por imagem:
- Como é calculado o ângulo de Baumann e qual o valor de referência?
- Calculado no AP
- Ângulo entre a linha perpendicular ao eixo longo do úmero e a linha ao longo da epífise do côndilo lateral
- VR: 10° a 25°
Critério para avaliar redução: ângulo de Baumann > 10° // Evita cúbito varo
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual a consequência do ângulo de Baumann diminuído (< 10°)?
-
Cúbito varo (principal complicação da consolidação viciosa)
- Ocorre devido da cominuição medial
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Avaliação por imagem:
- Como é calculado o ângulo-diáfise capítulo e qual o valor de referência?
- Calculado no Perfil
- Eixo longo da diáfise do úmero com o capítulo
- VR: 40°
Critério para avaliar redução
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Avaliação por imagem:
- Na incidência em Perfil, quando suspeitar de fratura?
- Quebra da ampulheta (região delimitada pela fossa do coronóide e fossa do olécrano)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Avaliação por imagem:
- Qual o melhor critério para avaliação de fraturas com menor desvio?
- Incidência Perfil
-
Linha na cortical anterior do úmero
-
Deve passar no 1/3 médio do capítulo
- Em pacientes menores de 4 anos a linha passa no terço anterior do capítulo
-
Deve passar no 1/3 médio do capítulo
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Avaliação por imagem:
- Quando suspeitar de fraturas sem desvio?
- Incidência Perfil
- Sinal do coxim gorduroso
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual fragmento é responsável por lesionar as estruturas neurovasculares?
- Ponta óssea da metáfise proximal
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais estruturas estão em risco em fraturas com desvio posteromedial e posterolateral?
-
Desvio posteromedial
- Periósteo lateral
- N. radial
-
Desvio posterolateral
- Periósteo medial
- N. interosséo anterior (ramo do nervo mediano)
- A. braquial
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Classificação de Gartland (4):
-
Tipo 1 → sem desvio ou minimamente desviado (< 2 mm)
- Sinal do coxim gorduroso
-
Tipo 2 → desviado (> 2 mm) / angulação posterior
- Cortical anterior rompida
- Cortical posterior integra
- Periósteo intacto
- 2A - sem rotação (estável)
- 2B - fragmento distal rodado
-
Tipo 3 → completamente desviado / angulação posterior
- Cortical anterior rompida
- Cortical posterior rompida
- Periósteo intacto
-
Tipo 4 (intraoperatório) → completamente desviado, instabilidade multidirecional // instável
- Cortical anterior rompida
- Cortical posterior rompida
- Periósteo rompido
Imagens no Perfil
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Tratamento para Gartland Tipo 1:
- Conservador
- Gesso axilopalmar com pouca flexão (45°)
- Tala axilopalmar se muito edema
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Tratamento para Gartland Tipo 2, 3 e 4 ou diminuição do ângulo de Baumann:
- Cirúrgico
- Redução e fixação
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- No tratamento, quando realizar redução aberta (3)?
- Incapacidade de redução fechada
- Fraturas expostas
- Fraturas que necessitam de reparo vascular
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- No tratamento, qual via de acesso utilizar preferencialmente?
-
Anterior
- Mais recomendada
- Menos possibilidade de lesão vascular
- Posterior
- Mais chance de restrição de arco de movimento
- Dano ao periósteo → instabilidade
- Dano a vascularização posterior → necrose
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- No tratamento, como realizar a redução?
- 1° → tração
- 2° → alinhamento varo e valgo
- 3° → flexão e fulcro de força com o polegar para anteriorizar o úmero distal
-
4° → estabilizar a fratura
- Supinação → para desvio posterolateral
- Pronação → para desvio posteromedial
O polegar aponta para o desvio
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Após a redução e estabilização da fratura, na avaliação radiológica intraoperatória, qual incidência deve ser realizada?
- AP de Jones
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais os critérios de uma boa redução no Perfil?
- Retorno do sinal da ampulheta
- Retorno do ângulo diáfise capitelar
- Realinhamento da linha umeral anterior
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais os critérios de uma boa redução no AP?
- Retorno ao ângulo de Baumann → > 10° (evita o cúbito varo)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- No tratamento cirúrgico, quais as possibilidades de passagem de fio K para fixação?
- Fixação com 2 ou 3 fios laterais
- Fixação com 2 fios cruzados
- 3 fios laterais tem força biomecânica similar a de 2 fios cruzados
- Fios cruzados podem complicar com lesão do nervo ulnar
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- No tratamento cirúrgico com fio K, quais os critérios para uma boa fixação?
- Os dois fios devem passar pelas duas corticais
- Os dois fios devem passar pelos fragmentos proximal e distal
- Os dois fios devem ser divergentes (não devem cruzar no foco da fratura)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais as principais complicações?
- Lesão vascular (art. braquial)
- Síndrome compartimental aguda (SCA)
- Lesão nervosa
- NIA (ramo de n. mediano)
- N. radial
- Consolidação viciosa - desvio angular (varo) → mais comum
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Qual a complicação mais comum?
-
Consolidação viciosa
-
Cúbito Varo
- Hiperextensão
- Varo
- Rotação interna
-
Cúbito Varo
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Dentro das complicações, qual a “%” de acometimento de lesão vascular e qual a artéria mais lesada?
- Acomete de 1 a 15% dos pacientes
- Lesão da art. braquial (desvio posterolateral)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Dentro das complicações, qual a artéria mais lesada?
- Art. braquial (desvio posterolateral)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Dentro das complicações, qual a “%” de evolução com SCA e qual lesão dificulta do diagnóstico?
- Acomete de 0,1 a 0,5% dos pacientes
- Normalmente acomete mais pacientes com desvio posterolateral
- Ocorre mais quando há lesão do n. mediano → hipoestesia da região anterior do antebraço → diminui dor → dificulta o diagnóstico de SCA
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais os 5 P’s para avaliação de SCA?
Na criança NÃO é um bom preditor avaliativo
- Pain (dor)
- Pulse (pulso)
- Pallor (coloração)
- Paresthesia (parestesia)
- Paralisis (paralisia)
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Quais os 3 A’s para avaliação de SCA?
- Agitação (principal)
- Aumento de analgesia (opióides)
- Ansiedade
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Dentro das complicações, qual a “%” de acometimento com neuropraxia e quais os principais nervos lesados (1° e 2°)?
- Acomete cerca de 16% dos pacientes
- O n. interósseo anterior (NIA) - ramo do n. mediano é o mais acometido (5%) → ocorre no desvio posterolateral
- O 2° nervo mais acometido é o radial (4%) → ocorre no desvio posteromedial
Fratura supracondiliana do úmero na criança
- Em caso de fraturas supracondilianas em flexão (raras):
- 1) Qual a “%” de acometimento?
- 2) Qual o mecanismo de trauma?
- 3) Qual o desvio apresentado?
- 4) Qual a principal lesão nervosa?
- 5) Como fazer a imobilização?
- 1) 2% das fraturas supracondilianas
- 2) Trauma direto posterior
- 3) Desvio para anterior
- 4) Neuropraxia do n. ulnar
- 5) Redução e imobilização em extensão