FRATURA DO FÊMUR DISTAL NA CRIANÇA Flashcards
Fratura do fêmur distal na criança
- Epidemiologia:
- Incomum → < 2% de todas as lesões fisárias
- 5% das fraturas fisárias de ossos longos
- Faixa etária de 2 a 11 anos
- 49% lesões esportivas (adolescentes)
- 25% automobilística (crianças menores)
- Abuso infantil - fratura na periferia metafisária → lesão do canto → patognomônico
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a contribuição da fise distal no crescimento longitudinal do fêmur e do membro inferior como um todo?
- Crescimento longitudinal do fêmur → 70%
- Crescimento do membro → 40%
Fratura do fêmur distal na criança
- Mecanismo de trauma:
- Trauma de alta energia em varo e valgo (mais comum)
- A fise é menos resistente às lesões torcionais
- Traumas em hiperflexão ou hiperextensão causam deformidade no plano sagital
- Hiperextensão = deslocamento anterior (risco neurovascular)
Fratura do fêmur distal na criança
- Quando surge o núcleo de ossificação do fêmur distal?
- Ao nascimento, por volta de 36 semanas de gestação
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a idade média de fechamento do núcleo de ossificação do fêmur distal?
- 17 a 19 anos (divergência entre literaturas)
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a taxa de crescimento (mm/ano) do fêmur?
- De 8 a 10 mm / ano
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a principal característica da fise do fêmur distal em crianças < 2 anos?
-
Fise linear
- Menos suscetível a deformidades
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a principal característica da fise do fêmur distal em crianças > 2 anos?
-
Fise ondulada
- Mais suscetível a deformidades
Fratura do fêmur distal na criança
-
V ou F:
- Na faixa etária pediátrica os ligamentos colaterais são mais resistentes que a fise, acarretando, portanto, maior ocorrência de lesões fisárias.
- Verdadeiro
Fratura do fêmur distal na criança
- Classificação Salter-Harris (6):
-
SH 1 (15%)
- Neonatos
-
SH 2 (57%)
- Adolescentes → mais comum
-
SH 3 (10%)
- Adolesentes na fase final de crescimento → mais associada a lesão do LCA
-
SH 4 (12%)
- Adolescentes → rara, acarreta em muito distúrbio de crescimento
-
SH 5 (3%)
- Compressão, queda de altura
-
SH 6
- Avulsão na fise pelo LCL
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais características das lesões Salter-Harris 1?
- Ocorrência de 15%
- Neonatos
- Diagnóstico as vezes retrospectivo (sem desvio)
- Pode ocorrer fechamento da fise
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais características das lesões Salter-Harris 2?
- Ocorrência de 57%
- Mais frequente de todas
- Adolescentes
- Fragmento metafisário (Thurston Holland) preso à epífise (lado de compressão )
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais características das lesões Salter-Harris 3?
- Ocorrência de 10%
- Côndilo femoral medial
- Adolescentes, quase esqueleticamente maduros
- Força em valgo → transmitida pelo LCM e cápsula articular
- Associada a lesão de LCA e fragmentos osteocondrais livres
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual lesão musculoesquelética está associada a fraturas do côndilo femoral medial SH 3?
- Lesão do ligamento cruzado anterior (LCA)
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais características das lesões Salter-Harris 4,5 e 6?
-
SH 4:
- Ocorrência de 12%
- Adolescentes, quase esqueleticamente maduros
- Redução anatômica necessária
-
SH 5:
- Ocorrência de 3% (rara)
- Lesão por compressão (queda de altura)
- Rx inicial normal → diagnóstico retrospectivo
-
SH 6:
- Fratura avulsão da periferia da fise → fragmento osteocondral
- Trauma em varo com avulsão de parte do LCL
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais lesões associadas?
- Lesões viscerais → 5% dos pacientes
-
Lesões musculoesqueléticas → 10 a 15% dos pacientes
- Lesão ligamentar: LCA (fise quase fechada) mais associada com SH 3 / côndilo medial
- Queixa de instabilidade → de 8 a 37% dos casos
- Vascular / fraturas expostas (raro) → cerca de 3%
- Nervo fibular (neuropraxia) → cerca de 2 a 7% dos casos
Fratura do fêmur distal na criança
- Como é realizada a redução fechada (incruenta) das fraturas?
- Lado côncavo deve ser manipulado e realinhado com o eixo femoral
- Periósteo no lado da concavidade geralmente íntegro
- Fraturas em valgo e varo → tração + leve flexão do joelho + apoio medial ou lateral + redução da epífise distal
- Fratura com desvio anterior → tração + grande flexão
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual o tratamento para fraturas SH 1 e SH 2 (sem e com desvio)?
-
Sem desvio
- Conservador (3 a 4 semanas)
- Joelho semi-fletido (15 a 20°) e pé em equino (relaxa o m. gastrocnêmio)
-
Com desvio (> 2 mm)
- Cirúrgico
- Redução fechada + fixação percutânea (fios K ou parafuso esponjoso)
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual o tratamento para fraturas SH 3 e SH 4?
- Cirurgia
- Redução + fixação
Fratura do fêmur distal na criança
- Tratamento:
- Quais os desvios aceitáveis nos planos sagital (ant/post), coronal (varo e valgo) e rotacional?
-
Plano sagital (ant/post)
- < 10 anos → até 20° de angulação
- Maturidade → < 10° de angulação
-
Coronal (varo e valgo)
- < 5° de angulação
-
Rotacional
- Não aceita-se desvio
Fratura do fêmur distal na criança
- Quais as principais complicações?
-
Distúrbio / parada do crescimento
- 52% dos casos
- Evidente com 6 meses de consolidação
- Realizar acompanhamento periódico (2 anos)
- SH 4 (64%) > SH 1 (36%)
-
Deformidade angular
- 29% dos casos
Fratura do fêmur distal na criança
- Qual a complicação mais comum?
-
Distúrbio / parada do crescimento
- 52% dos casos
Fratura do fêmur distal na criança
- O que são as linhas de PARK-HARRIS?
- São linhas escleróticas na região metafisária
- Indicativas de parada ou diminuição da velocidade de crescimento devido a trauma, má nutrição, etc
- Se linha mantem-se simétrica a fise, crescimento voltou ao normal (fig. B)
- Se linha assimetrica é indicativo de deformidade presente com possível fechamento fisário (fig. A)