FRATURA DO FÊMUR PROXIMAL NA CRIANÇA Flashcards
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Epidemiologia:
- Raras → < 1% de todas fraturas pediátricas
-
Resultam de traumas de alta energia
- 30% estão associadas a TCE, trauma abdominal ou outras fraturas
- Fraturas com trauma de baixa energia
- Relacionadas a tumores ou doenças metabólicas
- Ocorrem mais comumente no colo femoral ou região intertrocantérica
- Alta taxa de complicações e morbidade
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a ordem de surgimento dos núcleos de ossificação?
- 1° - Epífise da cabeça femoral → 4 a 6 meses
- 2° - Epífese do trocânter maior → 4 anos
- 3° - Epífese do trocanter menor → 10 anos
- Ossificação do fêmur → 7° semana de vida intra-útero
- Porção medial cresce mais rápido que a lateral
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a idade média de fechamento dos núcleos de ossificação?
- Dos 16 ao 18 anos
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Variação do ângulo cervico-diafisário do fêmur de acordo com a idade:
- RN?
- 1 a 3 anos?
- Maturidade?
- RN → 150°
- 1 a 3 anos → 145°
- Maturidade → 135°
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Variação da anteversão femoral de acordo com a idade:
- RN?
- Maturidade?
- RN → 40°
- Maturidade → em média 15°
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a principal contribuição vascular da cabeça femoral de 0 a 3 anos?
- Artéria circunflexa femoral medial (ACFM)
- Artéria circunflexa femoral lateral (ACFL)
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a principal contribuição vascular da cabeça femoral de 3 a 8 anos?
- Artéria circunflexa femoral medial (ACFM) predomina
- Emite 2 ramos extracapsulares
- Ramo póstero-superior
- Ramo póstero-inferior
- Emite 2 ramos extracapsulares
De 4 a 8 anos a fise se torna uma barreira ao suprimento sanguíneo
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a principal contribuição vascular da cabeça femoral acima de 8 anos?
- Artéria circunflexa femoral medial (ACFM) predomina
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a contribuição do ramo acetabular da artéria obturatória (ligamento redondo) no recém-nascido?
- Tem pouca importância
No adulto a contribuição é cerca de 20%
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Mecanismo de trauma:
- Alta energia
- Carga axial, torção, hiperabdução ou trauma direto
- Fise → região mais frágil
- Atenção para fraturas patológicas → baixa energia
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Classificação Delbet & Colona (4):
-
Tipo I → fratura transepifisária
- A → sem luxação acetabular
- B → com luxação acetabular
- Tipo II → fratura transcervical
- Tipo III → fratura cervicotrocantérica
- Tipo IV → fratura intertrocantérica
Dita o prognóstico
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Características da classificação Delbet & Colona Tipo I (transepifisária):
- IA - sem luxação acetabular (50%) → melhor prognóstico
- IB - com luxação acetabular (50%)
- São raras → cerca de 8% das fraturas de fêmur proximal em crianças
- Em lesões do tipo IB → NA e fechamento prematuro (100% dos pacientes)
- Diagnóstico diferencial → epifisiólise (baixa energia)
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Características da classificação Delbet & Colona Tipo II (transcervical):
- São intracapsulares
- Mais comum → 45 a 50% das fraturas de fêmur proximal em crianças
- Fraturas sem desvio → melhor prognóstico
- Pode acarretar até 50% de NA (variável com o desvio da fratura)
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Características da classificação Delbet & Colona Tipo III (cervicotrocantérica):
- 2° tipo mais comum (34%)
- Podem ser intra ou extracapsular
- Pode acarretar até 18% de NA
- Fechamento prematuro da fise ocorre em até 25% dos casos
- Coxa vara ocorre em aproximadamente 14% dos casos
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Características da classificação Delbet & Colona Tipo IV (intertrocantérica):
- Correspondem a apenas 12% das fraturas de fêmur proximal em crianças
- São extracapsulares
- Melhor prognóstico
- NA é rara, cerca de 5%
- Coxa vara e fechamento precoce da fise podem ocorrer
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Dentro da classificação “Delbet & Colona, qual o tipo mais comum?
-
Tipo II (transcervical)
- Incidência de 45 a 50%
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Quais as principais indicações para o tratamento conservador?
Baseado na classificação e idade
-
Sem desvio
- Tipo I → de 0 a 2 anos
- Tipo II e III → abaixo de 5 anos
- Fratura por estresse sem desvio
- Quais as contraindicações relativas para o tratamento conservador?
Baseado na classificação e idade
- Tipo I → acima de 2 anos
- Tipo II e III → acima de 5 anos (crianças mais velhas)
- Fraturas desviadas
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Quais as opções de imobilização para o tratamento conservador?
Variável de acordo com a idade
- < 1 ano → suspensório de Pavlik ou órtese de abdução
- 1 a 5 anos → gesso pelvicopodálico
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Quais as principais indicações para o tratamento cirúrgico?
- Fraturas desviadas
-
Fraturas sem desvio > 5 anos
- Fratura sem desvio = fixação percutânea
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- No tratamento cirúrgico, de acordo com a idade, quais os materiais de síntese recomendados?
- Abaixo de 4 anos → Fio K
- De 4 a 7 anos → canulado de 4.0 mm
- Acima de 7 anos → canulado de 5,0 a 6,5 mm
- Redução anatômica
- Redução fechada → fixação percutânea
- Redução aberta → para desvio após tentativa de redução fechada
- Preferencialmente não cruzar a fise
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Qual a técnica de redução das fraturas (3 passos)?
-
TARI
- Tração
- Abdução
- Rotação Interna
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Quais as principais complicações (5)?
- 1° → NAV (principal)
- 2° → fechamento precoce da fise (28%)
- 3° → coxa vara (20 a 30%)
- 4° → pseudoartrose (incidência de 7%)
- 5° → infecção (rara)
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Dentro das complicações, quais as características da NAV?
- Complicação mais grave e mais frequente das fraturas de quadril (30%)
- O risco é maior em fraturas desviadas do tipo IB (100%), II e III
- Incidência → IA + IB (38%); II (28%); III (18%) e IV (5%)
- Menor risco se tratar antes de 24 horas
Fraturas do fêmur proximal em crianças
- Classificação de RATLIFF para NAV (3):
-
Tipo I → envolve toda a cabeça femoral
- Dano na vascularização medial e lateral
- Mais grave e mais comum → pior prognóstico
-
Tipo II → envolve parcialmente a cabeça femoral da epífise proximal (anterolateral)
- Dano de um ou mais vasos epifisários laterais
-
Tipo III → envolve da linha de fratura à fise
- Dano de vasos retinaculares
- Raro e com bom prognóstico