Anotações Nefrologia 2 (NTA, NIA, NP, DEspec, OAR) Flashcards

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1
Q

Função dos túbulos?

A

Reabsorção de 98% do filtrado glomerular

O que não é absorvido é o excesso.

Secreção ativa de escórias e eletrólitos

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2
Q

Necrose tubular aguda

O que é?

A

Lesões nos túbulos levando ao acúmulo de células e obstrução parcial – oligoanúria

Se tratado, túbulo fica “esburacado”, mas REVERSÍVEL com recuperação da função renal (7 a 21 dias)

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3
Q

Características da urina na NTA

+ lesão pré-renal

A

Epitélio reabsorve sódio e água

Lesionado: urina com muito sódia e muita água (túbulos desligados) MESMO se oligoanúria

Na uri > 40 (alto)
Fe Na > 1% (alto)
Osm uri baixa (< 350)
Densidade Uri baixa < 1015
Cilindros epiteliais granulosos epiteliais
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4
Q

Quais os dois exames que poderiam refletir estado inicial da NTA?

A

NGAL
KIM-1

Ainda não validados/utilizados na prática

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5
Q

Como a NTA reduz TFG? (3)

A

1) Feedback tubuloglomerular: aparelho justaglomerular no túbulo distal está recebendo um filtrado carregado de eltrólitos -> mácula densa entende que tem muita filtração glomerular -> VASOCONSTRICÇÃO GLOMERULAR, diminuindo ainda mais a função renal
2) Plugs obstrutivos
3) Backleak de escórias: retorno de escórias para o plasma, as quais deveriam ter sido eliminadas

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6
Q

NTA
Oligúrica x Não-oligúrica
Por que pode ser não-oligúrica?

A

NTA nefrotóxicas: pode não ter oligúria (ainda ter poliúria) -> não ocorre descamação para o lúmen tubular, apenas perde a função reabsortiva
Continua tendo muito sódio e água na urina, mas sem cilindros epiteliais

TFG = 10ml/min (10% normal) –> 14400ml/dia -> Reabsorção em 75% –> 10800ml –> perde 3600ml

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7
Q

Causas de NTA
Isquêmicas
Tóxicas

A

Isquêmicas: hipoperfusão. Difere da pré-renal porque nesta os rins estão ávidos por reabsorção
— CHOQUE CIRCULATÓRIO

Tóxicas: toxicidade tubular direta (1) ou vasoconstricção arteríolas (2)

  • – 1) Aminoglicosídeos (TCP), Anfo B (AH e TC), MIOGLOBINA (TCP)
    2) Contraste, tacrolimus, ciclosporina e Mioglobina
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8
Q

Quais os mecanismos de lesão renal por aminoglicosídeos, anfo B e Mioglobina?

A

Aminoglicosídeos: reabsorvido logo pois é composto de Amino e Glicosídeo, com grande afinidade no TCP. Se grandes concentrações, são TÓXICOS

Anfo B: detergente de membranas lipídicas (age no ergosterol dos fungos) - acaba desestabilizando colesterol nas membranas em porções distais do néfron, aumentando permeabilidade. Assim, aumenta secreção de K+ na urina.

Mioglobina: precipita no TCP. Possui grupamentos Heme, com grande quantidade de Ferro, aumentando estresse oxidativo

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9
Q

Tratamento de NTA

A

Não há como acelerar regeneração dos túbulos
7 a 21 dias para reverter o quadro
Ideal é PREVENÇÃO

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10
Q

Como prevenir NTA em pacientes que utilizarão contraste iodado?

A

Principais FR é lesão renal prévia e DM

Volemia adequada
HCO3
Acetilcisteína
Formulação iso-hipo-osmolar em baixa dose

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11
Q

Qual a hitória natural da NTA?

A

Inicial: intervenção eficaz
Manutenção: 7 a 21 dias (até 12 meses) - reversível
Recuperação: POLIÚRIA - vai recuperando aos poucos a função tubular, queda das escórias nitrogenadas
— Pode voltar a ter NTA pelo aumento nas perdas de sal, água e eletrólitos (manter internação)

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12
Q

NIA

O que é? Causas?

A

Inflamação no interstício levando à diminuição do calibre da cápsula de bowman

Fármaco-induzida (alérgica) -> reação sistêmica / difícil de ser diagnosticada
Infecciosa (pielonefrite - geralmente não causa IRA por ser unilateral)
Autoimune/idiopática

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13
Q

NIA fármaco-induzidas

Quais fármacos?

A

Beta-lactâmicos, sulfas, rifampicina
AINEs: “eno”
Diuréticos: tiazídicos e furosemida
Alopurinol, fenitoína, omeprazol

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14
Q

Quando pensar em NIA??

A
Uso recente de alguma das drogas:
Beta-lactâmicos, sulfas, rifampicina
AINEs: "eno"
Diuréticos: tiazídicos e furosemida
Alopurinol, fenitoína, omeprazol
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15
Q

Qual a clínica-laboratorial na NIA?

A

IRA oligúrica + dor lombar (edema intersticial + cápsula distendida)
Aumento da ecogenicidade na USG (infiltrado de células inflamatórias)
Febre + rash cutâneo
Eosinofilia + aumento IgE
Hematúria + ptnúria + piúria (cilindros piucitários)
FENa > 1% (desligam os tubos)
EOSINOFILÚRIA (1/3 dos casos)

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16
Q

V ou F

Eosinofilúria sempre está presente na NIA

A

Falso. Apenas 1/3 dos casos.

Pode estar presente no ateroembolismo renal

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17
Q

Pra que serve a COLORAÇÃO DE HANSEL?

A

Coloração utilizada para pesquisa de Eosinófilos na urina

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18
Q

Qual a exceção no quadro clínico clássico na NIA?

A

AINES

  • Ausência de manifestações alérgicas
  • Meses e até anos após uso
  • 70% sinais e sintomas de Sd Nefrótica
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19
Q

Como confirmar Dx de NIA?

A

Biópsia
Edema de interstício
A princípio NÃO fazer!!!

20
Q

TTO na NIA?

A

Retirar medicamento causador
Se Alérgica típica = corticoide
Se NIA atípica = Biópsia

21
Q

NIC

O que é?

A

Substituição do edema por tecido fibroso, além da presença de hipocelularidade

22
Q

NIC

Peculiaridades

A

Perda de funções tubulares específicas (concentração e acidificação) -> Poliúria por dificuldade na concentração
HAS secundária
Anemia desproporcional ao grau de perda da função renal (destruição da eritopoietina)
BMQ: semelhante à NIA SEM eosinofilúria

23
Q

Causas de NIC (nefrite intersticial crônica)

A

Persistência da NIA: não tratada levando à fibrose e atrofia

Ausência de NIA precedente: obstrutiva, analgésica, nefrocalcinose, hipocalêmica, saturnismo e lítio

24
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Nefropatia obstrutiva

A

Aguda: queda TFG nas primeiras 12-24h levando ao aumento da pressão na cápsula de bowman, contrapondo pressão hidrostática

Crônica: liberação de fatores quimiotáxicos -> fibrose no parênquima, sem recuperar função renal

25
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Nefropatia analgésica

A

Clássico: fenacetina (paracetamol) + Aspirina (AAS) –» liberação de produto tóxico pela fenacetina. AAS deixava a célula tubular suscetível aos metabólitos tóxicos

Associação com necrose de papila

TC de abdome com parênquima/papilas calcificadas

Associação com carcinoma urotelial

26
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Nefrocalcinose

A

Hipercalcemia prolongada
Néfron distal levando à disfunção
Sarcoidose, metástases líticas, ATR tipo I, hipervitaminose D, mielome múltiplo, hiperpara

Exame de imagem com parênquima pipocado de calcificações

27
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Nefropatia Hipocalêmica

A

HipoK grave e prolongada
Degeneração Vacuolar (reversível)
Atrofia/fibrose (irreversível)
Abuso de laxantes, bulimia nervosa, toxicidade diuréticos e hiperaldosteronismo

28
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Saturnismo

A

Diminuição na incidência
Disfunção do TCP (chumbo é pesado)
Pode ter associado a gota saturnina (gota tofosa grave + HAS + IRC)
Dx difícil: plumbemia
TTO: quelantes (EDTA) - tenta zerar o chumbo pela urina

29
Q

NIC (nefrite intersticial crônica)

Lítio

A
Uso prolongado (10-20 anos)
Acúmulo no TColetor (células de sódio acabam reabsorvendo lítio)
Prevenção: lítio sérico < 1mEq + Amiloride (age no TColetor)
30
Q

Necrose de papila renal

Fisiopato

A

Desaguam os tubos coletores nas papilas
Porções menos perfundidas
Vasa reta atravessa a medula e perdem O2 no caminho, chegando à papila com pouco oxigênio

31
Q

Quais as causas de Necrose da Papila Renal?

A

Pielonefrite: edema
HbS (anemia falciforme: Hm atravessam vasa reta, em foice, obstruindo)
Obstrução: aumenta pressão hidrostática no cálice, diminuindo ainda mais a perfusão
Diabetes mellitus: lesões microvasculares, levando a obstrução
Analgésicos: metabólito tóxico da fenacetina não degradado (impedido pelos metabólitos do AAS)

32
Q

Necrose da Papila Renal

Exames diagnóstico

A

Urografia excretora
“Sombras em anel” - ring shadow
Papila se soltou do parênquima e caiu no sistema coletor, apresentando falhas de enchimento

33
Q

Necrose da Papila Renal

Clínica

A
Pode ser agudo ou fulminante
Cólica nefrética -> obstrução ureter
Urina infectada pois há sangue e tecido nas vias urinárias
IRA pós-renal por obstrução
Hematúria

Insidiosa:
Analgésicos, com perda da função renal progressiva e calcificação das papilas renais

Dx geralmente em necrópsia

34
Q

Quando usar corticoide no tratamento da nefrite intersticial?

A

Em casos que o benefício supera o risco, ou seja, doença com mau prognóstico se não tratada.

Sd TINU (tubulointersticial + uveíte) geralmente se resolve em 1 ano, nao sendo necessário uso de corticoide

35
Q

Qual medicação está contraindicada em associação com fibrato pelo risco de miotoxicidade importante?

A

Estatinas.

36
Q

Quando suspeitar de hipertensão renovascular?

A

Extremos etários
Portadores de doença grave e refratária

Lembrar que estenose de artéria renal piora com IECA ou BRA pelo mecanismo compensatório da renina

37
Q

Qual a tríade do aneurismo de aorta abdominal e sua complicação?

A

Massa abdominal pulsátil, dor abdominal e hipotensão

Isquemia miocárdio - mais comum após cirurgias abertas
Insuficiência renal aguda se AAAroto: tempo prolongado de clampeamento da aorta

38
Q

Quais alterações esperadas em pacientes com Lise tumoral?

A

Hiperuricemia (metabólito de ácidos nucléicos)

Hipercalemia + Hiperfosfatemia (eletrólitos do intracelular)

Hipocalcemia (se liga ao fosfato)

39
Q

Paciente com esmagamento.

Qual a conduta para evitar lesão renal?

A

Hidratação vigorosa com solução salina isotônica 1-2L/h (DU 200ml/h)

Alcalinizar urina com BIC de sódio diluído em salina a 0,45%

40
Q

Quais as alterações em pacientes com rabdomiólise?

A

Mialgia, urina escurecida, elevação de CPK, IRA, hipercalemia, acidose metabólica
Hipovolemia (terceiro espaço) e vasoconstrição intensa (mioglobina neutraliza NO)

41
Q

IRA após exame angiográfico. Qual hipótese?

A

1) Nefropatia por contraste: azotemia aguda e transitória
2) Ateroembolismo: azotemia relativamente tardia e irreversível + estigmas periféricos da embolização de cristais de colesterol

42
Q

Alterações presentes em casos de ateroembolismo renal (5)

A

Queda do complemento
Eosinofilia/eosinofilúria (transitórias)
Placas de Hollenhorst (retina)
Sd do dedo azul

43
Q

Insuficiência renal + uso de Sulfas + rash + eosinofilúria + eosinófilos

A

NIA

44
Q

Qual o tratamento em pacientes com Diabetes Insipidus Nefrogênico por uso crônica do lítio?

A

1) restrição dietética de solutos (diminui quantidade de líquido necessária para excreção)
2) diuréticos tiazídicos
3) AINEs (indometacina) - ação antagônica no ADH
4) Amiloride (age no tubo coletor fechando os poros para absorção de sódio, impedindo absorção de lítio)

45
Q

Qual a função dos diuréticos tiazídicos?

A

Bloqueiam cotransporte Na-Cl no tubúlo contorcido distal, chegando mais sódio ao tubo coletor

46
Q

Qual anti-hipertensivo pode levar a Insufi. Renal?

A

IECA por dilatação das arteríolas eferentes

Se estenose da artéria renal, o mecanismo compensatório é a vasoconstrição da eferente para manter uma pressão capilar glomerular adequada mesmo com redução do fluxo sanguíneo.

47
Q

Sd de Fanconi

Onde é encontrada?

A

Túbulo proximal

Perda na reabsorção de glicose, aminoácidos, fosfato, bicarbonato

Além desses, causa hipovolemia (perda de sal e água) e hipocalemia (excesso de sódio chegando no néfron distal, levando a caliurese)