9. Edema do Disco Óptico Flashcards
Papiledema - Onde é produzido o LCE? Qual é o trajecto que faz? De que forma chega ao N. Optico?
Produção
- 2/3 são produzidos no Plexo Coroideu dos Ventrículos Laterais
- 1/3 são produzidos por outras fontes (incluindo células do epêndima)
Trajecto
- Passa dos ventrículos laterais para o 3º ventrículo pelo Buraco de Munro
- 4º ventrículo - pelo Aqueduto de Silvius
- Espaço subaracnoideu - Buracos de Luschka e Magendie
- Reabosorvido para circulação venosa pelas vilosidades aracnóides, placa cribiforme e linfáticos nasais
Em relação ao ao Nervo Optico
- Passa do Espaço subaracnoideu para a bainha do nervo óptico pela Cisterna Quiasmática
- Há muita variabilidade inter-indivíduo no espaço subaracnoideu peri-óptico, influenciada pela presença variável de trabéculas e septos fibrosos
- Na porção terminal orbitária, termina no espaço retrobulbar em fundo de saco, onde se reverte o gradiente de pressão em direção à cavidade intracraniana
- Na Dura Mater peri-óptica pode haver reabsorção de LCE para os linfáticos e espaços perivasculares em torno do nervo óptico
Papiledema - Que tipos de Fluxo do LCE existem? Como é que a respiração altera a dinâmica?
- Contínuo - de acordo com a pressão hidrostática
- Pulsátil - bidireccional, de acordo com pulsatilidade cardíaca através das artérias cerebrais
Relacionado com a respiração - Inspiração leva a fluxo cefálico
- Expiração leva a fluxo caudal
Papiledema - Fisiopatologia - A que se deve? Qual a alteração que o provoca? Quais são as 2 teorias que explicam a sua ocorrência?
- Resulta de um gradiente de pressão ANORMAL na lâmina crivosa
- Isso leva a ESTASE do Fluxo Axoplásmico com edema intraxonal na porção Pré-Laminar
- Estas alterações não interferem com a transmissão transmembranas sináptica, pelo que a função visual pode ser normal durante períodos extensos
Teoria mecânica
- O aumento de pressão intracraniana transmite-se até à região retrobulbar, alterando o gradiente de pressão laminar
- Isto leva a acumulação axoplásmica na lâmina crivosa, com distensão dos axónios PRE-laminares e edema do disco óptico
Teoria Isquémia
- Estase do fluxo axoplasmático é causada pelo compromisso na circulação das A. Ciliares Curtas Posteriores, que alimentam o nervo óptico
- Há uma elevação da pressão venosa retiniana
- Isto leva a redução da pressão de perfusão, com isquémia da região laminar do disco, estase do fluxo axonal e edema
Hoje em dia, sabe-se que há contribuição de ambas as teorias
Papiledema - A que se devem as alterações vasculares secundárias ao papiledema? Como evoluem? Quais são?
Devem-se sobretudo a estase VENOSA da rede capilar peripapilar
Vão aparecendo progressivamente e aumentam consoante a gravidade e prolongamento no tempo do papiledema
- Dilatação venosa
- Hemorragia
- Microaneurismas
- Atraso do preenchimento dos capilares pré-laminares
- Quebra da barreira hemato-retiniana (com difusão na AngF)
- Desenvolvimento de shunts
Papiledema - Que factores podem levar a Assimetria ou Unilateralidade do Papiledema?
- Trabéculas, septos e pilares no espaço aracnoideu são variáveis
- Fusão parcial da pia com a aracnoide no canal óptico (variável entre lados e entre pessoas)
- Alterações ósseas no canal óptico que podem levar a que a pressão seja “amparada” nessa região, não chegando à lamina crivosa - efeito gargalo de garrafa
- Ângulo de inserção no nervo óptico - discos oblíquos associados a MENOS gradiente de pressão
- Tamanho da papila
- Espessura da bainha do Nervo Optico
- Discos ATROFICOS não apresentam edema quando há HTIC (não há fluxo para ser interrompido) :O
Papiledema - Quais são as principais causas?
Causas de Papiledema
- HTIC Idiopática
Lesões intracranianas ocupando espaço
- Neoplasia
- Infeção
- Inflamação
- Hemorragia
- Quisto
Edema cerebral
Diminuição da Drenagem do LCR
- Hidrocefalia
- Meningite
- Encefalite
- Mieloma Multiplo
Diminuição da drenagem venosa Cerebral
- Trombose de seios venosos (excluir trombofilias)
- Aumento da pressão venosa (S. Veia Cava Superior, Insuficiencia Cardiaca, Hiperviscosidade)
- Malformação AV
Aumento da Produção de LCR
- Tumor do plexo coroideu
- Fístula arterio-venosa dural
Aumento da Viscosidade do LCR
- Neoplasias
- Inflamação
Diminuição da compliance craniana
- Craniossinostoses
- Displasia Fibrosa
Hipertensão intracraniana induzida por fármacos
- Vitamina A
- Isotretinoina (acne)
- Tetraciclinas
- Growth Hormone
- Lítio
- Corticosteroides
Edema do Disco - Quais são as Principais causas NÃO relacionadas com HTIC (não-papiledema) ? Unilateral e Bilateral
UNILATERAL
- Nevrite Optica (Inflamatória / Infecciosa)
- NOIA
- Neuropatia óptica compressiva
- Oclusão da veia central da retina
BILATERAL
- HTA maligna
- Nevrite Optica Bilateral (Inflamatória / Infecciosa)
- Neuropatia óptica tóxica
- Causas inflamatórias / Infecciosas
Papiledema - Quais são os principais Sintomas?
- Cefaleia
- Náuseas e vómitos
- Tinuttis pulsáteis
- Diminuição visão - Em fases iniciais sob o padrão de Obscurações visuais transitórias
- Alterações do campo visual
Papiledema - Qual é o aspecto do disco?
- Edema dos bordos do disco óptico BILATERAL
- Aparecimento do edema segue a regra ISNT - está correlacionado com CNF :O
- Obscuração dos vasos do disco
- Hemorragias peripapilares em chama de vela
- Manchas algodonosas peripapilares
- Tortuosidade e dilatação venosa
Papiledema - Quais são as alterações Extra-disco?
- Linhas de Paton - Pregas retinianas circunferenciais
- Distorção mecânica do globo com achatamento posterior (visível na Ecografia e Neuroimagem) :O
- Ausencia de pulso venoso espontâneo (15-20% da população já não tem)
- Pregas coroideias lineares ou curvilíneas
- Parésia do VI par (em relação com a HTIC)
Papiledema - Qual a relação da gravidade do Papiledema com a gravidade da HTIC?
- Correlacionam-se, mas de forma não linear
Papiledema - Qual a relação da gravidade do Papiledema com a perda de AV?
- Não se correlacionam
Papiledema - Classificação de Frisen
Estadio 0 - Disco Normal
Estadio 1 - Papiledema precoce com apagamento das margens nasais (que poupa lado temporal)
Estadio 2 - Papiledema estabelecido com elevação circunferencial
Estadio 3 - Obscuração dos vasos peri disco
Estadio 4 - Obscuração dos vasos no interior do disco
Estadio 5 - Obscuração da totalidade do disco
Papiledema - OCT - Qual é o sinal específico do Papiledema? Como se compara com o sinal das Drusas?
Sinal do U
- Complexo EPR+Bruch é empurrado anteriormente pelo edema
Drusas do Disco dão Sinal em V
Papiledema - AngF - O que vê que faz DDx com causas de Pseudopapiledema?
- Permite identificar Difusão (que só ocorre no verdadeiro papiledema)