T5 - Cefaleias Flashcards

1
Q

Epidemiologia de Cefaleias?

A

99% das mulheres e 94% dos homens vão ter um episódio de cefaleia ao longo da suas vidas.
Embora as cefaleias primárias (ex. enxaqueca e cefaleia de tensão) sejam as mais frequentes, existe uma lista vasta de outras causas.

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2
Q

Classificação de Cefaleias?

A

Cefaleias Primárias
Cefaleias Secundárias
Neuropatias Cranianas Dolorosas

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3
Q

Abordagem clínica - Pontos principais a abordar na história clínica de Cefaleias?

A
  • Relação temporal - tempo que decorre até intensidade máxima, frequência e duração
  • Localização da dor - unilateral, bilateral, frontal, occipital, facial e irradiação
  • Qualidade da dor - pulsátil, moedeira, tipo choque elétrico, em facada, contínua
  • Sintomas associados - febre, náuseas, vómitos, perda de consciência, lacrimejo, “flushing”, rigidez cervical, fono/fotofobia, vertigem
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4
Q

Outros Pontos principais a abordar na história clínica de Cefaleias?

A
  • Intensidade da dor
  • Factores precipitantes e agravantes
  • Factores de alívio
  • Antecedentes patológicos
  • História familiar
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5
Q

Sistematizando Cefaleias?

A

Localização (local primário e irradiação)
Outras (sintomas acompanhantes,…)
Caráter (moedeira, aperto, pulsátil..)
Ambiente/Analgésicos
Tempo (início (explosivo…) duração, frequência)
Alívio/Agravamento
Severidade/Intensidade/Impacto (sono, AVDs, lazer)

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6
Q

Sinais de Alarme de Cefaleias?

A
SNOOP 4
Systemic symptoms or signs
Neurologic symptoms or signs
Onset (peak at onset or <1min)
Older (after 50 years)
Previous headache (pattern change)
Postural/Positional aggravation
Precipitated by Valsalva, exercise...
Papilledema
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7
Q

Cefaleia Primária - Cefaleia tipo Tensão?

A
  • Habitualmente uma cefaleia bilateral
  • Não pulsátil com carácter de aperto/ pressão ou “em capacete”
  • Duração é variável (30 min a 7 dias)
  • Cefaleia de tensão crónica: >15dias/mês, 180dias/ano
  • Intensidade ligeira-moderada (não inibe a atividade)
  • Não agrava com a atividade ou esforço
  • Pode dar anorexia, mas sem náuseas ou vómitos
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8
Q

Tratamento Agudo de Cefaleia de Tensão? Profilático?

A

Se necessário, paracetamol/AINE , max 3x por semana

Técnicas de relaxamento, hygiene do sono, exercício físico
1ªL - Amitriptilina

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9
Q

Cefaleia Primária - Enxaqueca?

A
  • Cefaleia mais frequentemente unilateral (variando de lado a cada crise)
  • Pulsátil; localização mais frequente: fronto-orbitária
  • Mais frequente: início das crises na adolescência
  • Episódios recorrentes de duração variável (4 horas a 3 dias)
  • Intensidade moderada a grave
  • Acompanha-se de pelo menos 1 dos seguintes: náuseas e/ou vómitos, fotofobia e fonofobia
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10
Q

Outros factos sobre Enxaqueca?

A
  • Exacerbação com atividade física de rotina (ou levando o indivíduo a evitá-la)
  • O sono tipicamente anula o episódio
  • Mais frequente na mulher; relação com ciclo hormonal
  • Frequente história familiar
  • Existem fatores precipitantes que o doente aprende a evitar - alteração do padrão do sono, determinados alimentos, álcool, excesso de atividade física
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11
Q

Tipos de enxaqueca?

A
• Enxaqueca sem aura
• Enxaqueca com aura
Aura: sintomas neurológicos focais, transitórios e recorrentes (que se instalam progressivamente entre 5 a 20 minutos e que habitualmente não duram mais de 1 hora)
– Sintomas visuais
– Sintomas sensitivos
– Disfasia
• Aura sem enxaqueca
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12
Q

Tratamento Agudo Enxaqueca?

A

Precocemente no início da cefaleia (primeira meia hora) - paracetamol, aspirina, ibuprofeno, naproxeno,…, triptanos são mais específicos

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13
Q

Tratamento Profilático de Enxaqueca?

A
Cefaleias frequentes (>4 mes ou >8 dias por mes), graves e debilitadoras
Topiramato, Propranolol, Amitriptilina
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14
Q

Cefaleia em Salvas?

A
  • Cefaleia peri-orbitária, unilateral, excruciante, com duração de 30 a 120 minutos durante os quais o doente está agitado.
  • Acompanha-se de miose, lacrimejo, olho vermelho, rinorreia ipsilaterais.
  • Mais frequente no homem e inicia-se entre os 15-40 anos.
  • Predomínio no final do dia, com episódios recorrentes que deixam o doente irrequieto e agitado.
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15
Q

Tratamento Cefaleias em Salvas?

A

Agudo - Sumatriptano, Oxigénio alto débito (10-15l /min)
Bridge - Prednisolona, dexametasona, bloqueios do grande nervo occipital
Preventivo - Verapamil

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16
Q

Cefaleias Secundárias - Hemorragia Subaracnoideia?

A
  • Cefaleia de início súbito.
  • Intensa (a pior cefaleia experimentada pelo doente).
  • Generalizada, constante e profunda.
  • Sinais de hipertensão intracraniana.
  • Pode associar-se a rigidez da nuca, fotofobia e vómitos.
  • Sinais focais ao exame neurológico: isquemia por fenónemo de vasoespamo; hemorragia intraparenquimatosa; compressão de pares cranianos por aneurismas.
17
Q

Diagnóstico de Hemorragia Subaracnoideia?

A

§ Diagnóstico no SU por TC cerebral seguido de angio TC
§ TC CE
§ Pode não identificar pequenas HSAs
§ Se a história é altamente sugestiva de HSA, mesmo com TC
cerebral normal manter investigação e vigilância
§ Ponderar punção lombar, RM cerebral, Angiografia

18
Q

Cefaleias Secundárias - Hipertensão Intracraniana?

A
  • Cefaleia em crescendo
  • Predomínio matinal (acorda muitas vezes o doente)
  • Náuseas e vómitos
  • Mudanças de posição e esforço agravam
  • Piora no decúbito
  • Perdas transitórias de visão e zumbidos pulsáteis são frequentes
  • Associa-se a papiledema
  • Pode ser causa de parésia do VI nervo craniano (diplopia)
19
Q

Causas de Hipertensão Intracraniana?

A

Tumor, Infeção do SNC, TVC, Idiopática

20
Q

Cefaleia Secundária - Trombose Venoso Cerebral?

A

Cefaleia é o sintoma mais frequente (80%–90%) : aguda, subaguda, crónica…
Outros: sinais focais, convulsões…
Suspeitar sobretudo se: cefaleia associada a sinais focais; agravamento com o decúbito (HIC); crise epilética….
Seio long.sup, seio transverso – 70% casos

21
Q

Cefaleia Secundária - Síndrome de Hipotensão Intracraniana?

A
  • Manifesta-se classicamente como cefaleia ortostática melhorada com decúbito
  • A evolução pode assumir formas potencialmente muito graves
  • Classicamente: 30% dos casos após PL
  • O síndrome de hipotensão intracraniana espontânea (SHIE) é caracterizado por hipovolémia/hipotensão de LCR, causada por fístula espontânea de LCR crânio-espinhal para o espaço subdural/epidural.
  • Apresenta características típicas na RM cerebral e vertebro-medular.
  • O tratamento varia da abordagem conservadora ao blood patch “cego” ou dirigido ou tratamento cirúrgico
22
Q

Infeção do SNC - Meningite?

A
  • Cefaleia, alteração do estado de consciência
  • Sinais de HIC presentes
  • Irritação meníngea/fotofobia
  • Sinais focais
Atenção TC antes de PL sobretudo se:
• Sinais focais
• Alteração do estado de consciência
• Sinais de HIC
• Infeção pelo VIH
23
Q

Cefaleia Secundária - Disseção Arterial?

A
  • Cefaleia espontânea ou despertada por: ex. trauma cefálico
  • Cefaleia unilateral, por vezes de instalação súbita, mas progressiva, com irradiação para face, região cervical (occipital)
  • Disseção da artéria vertebral: cefaleia + dor cervical a preceder sinais focais
  • Por vezes associada a zumbido pulsátil
  • Atenção sobretudo a sinais focais
24
Q

Cefaleia Secundária - Artrite de Células Gigantes?

A
  • Deve ser suspeitada nas cefaleias de início tardio > 50 anos.
  • Vasculite mais comum >50 anos
  • Cefaleia inicialmente unilateral, temporal, dolorosa à palpação.
  • Febre, mal estar, dores articulares, claudicação da mandíbula anemia e VS aumentada.
  • Risco de cegueira, AVC
  • Diagnóstico precoce fundamental para inicio de terapêutica com corticóide
25
Q

Neuropatias cranianas dolorosas - Nevralgia do Trigémio?

A
  • Dor intensa (tic doloreux), tipo choque eléctrico de curta duração e frequente iniciado por estimulação de uma determinada área/espontânea (zona de disparo) e com exame neurológico normal.
  • Atinge geralmente a 2a e/ou a 3a divisão de trigémino. Muito raramente a 1a divisão.
  • Unilateral.
  • A sua forma clássica tem o seu início entre os 52 e os 59 anos de idade.
  • As formas com início em idades mais jovens são geralmente secundárias.
26
Q

Tratamento Nevralgia do Trigémio?

A

Anti-epiléticos: carbamazepina +++

Terapêutica cirúrgica é de 2a linha, quando o tratamento médico falha.