T3 - Dermatite atópica e outros eczemas (1) Flashcards

1
Q

Eczema?

A
    • Agudo : lesoes eritemato-vesiculosas que muitas vezes exsudam um liquido seroso, caraterizando se por espongiose
    • Crónico : pele seca , liquenificada, descamativa que histologicamente assume aspeto psorisiforme (epiderme espessada)
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2
Q

Epidemiologia da dermatite atopica?

A
    • ↑ incidência? - hipótese “higiénica”
  • Países industrializados
  • 2ª metade do séc XX
    • Prevalência 10-30% / 1-3% adulto
    • Hereditariedade complexa e poligénica
  • Atopia materna > paterna, irmão > pais
  • Concordância gemelar
  • História de atopia
    • ↑ Estrato sócio-económico, área urbana
    • ↓ Nº de filhos
    • Marcha atópica

– Sensibilização a alergénios

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3
Q

Critérios de Diagnóstico de Dermatite Atópica?

A

Essencial
- Prurido (fibras C, baixa intensidade mas crónico) - não traduz alergia
- Eczema (crónico/recorrente) :
. Facial – superfície extensora membros (< 4A)
. Flexuras

Importante (suportam diagnóstico)

  • Idade início (< 2A é importante)
  • Atopia (pessoal e/ou familiar; IgE)
  • Xerose cutânea (último ano)

Associadas (sugerem diagnóstico)

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4
Q

Tipo de eczema?

A

– 60% < 1a / 80% < 5a

    • Extrínseco (70-80%) (sensibilizações alergénicas) e intrínseco (IgE) (fenótipo semlhante mas sem sensibilização):
  • Eczema atópico vs. não atópico
  • Intrínseco mais frequente no género F?
  • Extrínseco e marcha atópica
    • Por vezes formas localizadas
  • Doença profissional no adulto (eczema mãos)
  • Pálpebras, palmoplantar, pitiríase alba, queílite, mamilo, retro e infra-auricular, infra-nasal, vulvar
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5
Q

Outras apresentações clínicas?

A
Eczema numular
Eczema peri-oral
Eczema das pálpebras
Líquen simples crónico
Eritrodermia
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6
Q

Clínica – sinais atópicos preditivos?

A
Pitiríase alba
Eczema mamilo
Eczema retro e infra-auricular
Queílite angular
Dermografismo branco 60% (reação cutanea a pressão com palidez, traduz alterações de inervação adrenergica nos vasos cutaneos dos doentes atopicos)
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7
Q

Clínica – sinais atópicos minor?

A

Pregas infra-orbitárias de Dennie-Morgan 60-80%
Sombreado infra-orbitário
Queratose pilar 55%
Hiperlinearidade palmar

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8
Q

Clínica – complicações?

A

Risco aumentado de infeçao cutanea secundaria
– Sinal de Hertoghe (rarefação dos pelos das sobrancelhas no terço externo)
– Discromia (hipopigmentação pós-inflamatória)
– Impétigo secundário (estafilococico) (citocinas Th2 aumentam adesao)
– Eczema herpético (Erupçao variceliforme de Kaposi, VHS, erupçao generalizada, monomorfica, traduz Th1 diminuida, diminuição de peptidos antimicrobianos )
– Oculares 25-42% :
. Queratocono
. Queratoconjuntivite vernal
. Catarata subcapsular anteriror

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9
Q

Desencadeantes - agravantes?

A

Xerose cutânea (alterações da integridade da barreira cutanea)

  • Frio, ↓ humidade
  • ↑ Perda transepidérmica água
  • ↓ Ceramida 1 e do NMF
  • Mutação gene filagrina (ictiose vulgar)

Temperatura
- ↓ exterior, ↑ central (hipersudorese)

Irritantes locais
- Lanifícios (tecidos rugosos), detergentes/sabões, conservantes

Stress

Pré-menstrual (30%), gravidez (1º 6M)

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10
Q

Imunopatogénese da Dermatite Atópica?

A

Fase Aguda - polarizaçao da resposta Th2 com produçao de citocimnas desse perfil, IL4, 13, 5, 17, 22
Fase Crónica - IL12 , IL22 - proliferaçao da epiderme e espessamento tipico da fase cronica
Certas celulas, celulas de langerhans (apresentadoras de antigénios) e dendriticas e mastocitos, apresentam aumento da densidade de recetores de alta afinidade para a IgE, podera explicar a sensibilizaçao alergica poder agravar as lesoes de eczema topico (Th1 mediada - IFN gama)

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11
Q

Outros desencadeantes - agravantes?

A

Alimentos (trofalergénios)
Pneumo(aero)alergénios
Agentes infeciosos
Dermatite de contacto

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12
Q

Trofalergénios como fator agravante?

A

Estima-se papel agravante em 40% das formas moderada a grave de DA
Alergia alimentar é mais frequente < 4 anos como a DA
Sensibilização em 80% dos casos, mas só 35-40% manifestam alergia
Sensibilização a trofalergénios aumenta o risco de marcha atópica (asma), sobretudo se mutação FLG
Leite, ovo, trigo, soja / frutos secos, peixe, marisco, semente de sésamo

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13
Q

Alimentos?

A

O agravamento nem sempre se deve a mecanismos imunológicos
– Vasodilatação (bebidas quentes,…)
- Alimentos ricos em aminas vasoativas (histamina, tiramina) – flushing, r. pseudoalérgicas
. Queijos (azul, parmesão, roquefort, couve, espinafre, beringela, charcutaria, vinhos (chianti, burgundy), peixe fumado
– Alimentos libertadores de histamina
. Tripsina presente nos alimentos, clara ovo, crustáceos, álcool, chocolate, morango, tomate, citrinos

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14
Q

Pneumoalergénios?

A

– Causa infrequente de exarcebação!
– Sensibilização 30-50% nos testes epicutâneos (patch)
. Mais frequente > 10 anos (adulto)
. Ácaros, fâneros animais (cães > gatos > aves), pólens, bolores
. Reação cruzada pólen-alimento (avelã, maçã, cenoura, aipo; norte da Europa)
. Descamação humana (autossensibilização)
– Sensibilização com valor preditivo (+) de forma grave e persistente de DA
– Aumenta o risco de marcha atópica (asma) se sensibilização aos ácaros na DA grave

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15
Q

Agentes infeciosos – disbiose – alterações do microbiota?

A

Staphyloccocus aureus

    • Colonização áreas inflamatórias (90%)
  • IL-4 (fibronectina, ↓ defensinas)
  • Facilitada em certos polimorfismos dos TLR-2
    • Impétigo secundário

Malassezia sp

    • IgE anti-Malassezia
      • lesões cérvico-faciais do adolescente

HSV, VZV

    • Erupção variceliforme de Kaposi (eczema herpético)
    • Atenção ao herpes recorrente nos cuidadores
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16
Q

Dermatite de contacto irritativa e alérgica?

A

– DA é fator risco para DCI e DCA (eczema mãos)
– Dermatite contacto alérgica
. Mais frequente no adulto com DA
. Fator agravamento da DA em 43% casos
. Prevalência de sensibilização idêntica ao não atópico
. Tópicos (corticosteróides e outros)
– Mutações FLG aumentem a sensibilização ao Ni (no atópico e não atópico)

17
Q

Tratamento – medidas gerais - Doença crónica?

A

Forte impacto qualidade de vida pessoal e familiar
Impacto económico significativo
Evolução

18
Q

Tratamento – medidas gerais - Objetivos?

A
Curto prazo (remissão do prurido e da inflamação)
Longo prazo (manter remissão, reduzir ef lat, reduzir marcha atópica ?)
19
Q

Tratamento – medidas gerais - ‘Psicoterapia’?

A

Relação mãe-filho, grupos suporte, programas de educação

20
Q

Tratamento – medidas gerais - Evicções irritantes?

A

Sabões, detergentes, roupa rugosa (lanifícios, sintética)

Roupa antimicrobiana ?

21
Q

Tratamento – medidas gerais - Banho?

A

Frequência (1-2x/d), duração curta, temp < 32ºC
Preferir detergente sintético pH 5,5-6 (usar só 1x/d)
Uso antissético controverso (resistência, dermatite contacto)

22
Q

Tratamento – medidas gerais - Emoliente?

A

– Componentes
. Oclusivo (filmogénico; vaselina, dimeticone,…)
. Humectante (≈ factor emoliente natural; glicerol, dexpantenol, …)
. Modificador estrato córneo (ceramidas, colesterol, ác. gordos, ác láctico,…) - estimulação corpos lamelares
. Emoliente estrito (cetil-estearato, alquilbenzoato,….)
. ↓ necessidade de corticoterapia ?
– Aplicação 1-2x /d (3’ pós-banho), evitar eczema agudo
– Atenção componentes que induzam dermatite contacto
– Associação de anti-pruriginosos (atg canabinóides,…) ?

23
Q

Tratamento – medidas gerais - Atividade Física?

A

Natação permitida, mas cloro pode irritar…; evitar sudação excessiva

24
Q

Tratamento – impacto da dieta?

A
    • Com a exceção da alergia alimentar, o impacto na criança com DA é baixo ou controverso (eliminação de alimentos, atraso sólidos para além do ano de idade, amamentação exclusiva para além dos 6 meses,…)
    • Dieta com baixo teor de pseudoalergénios pode melhorar a DA do adulto por mecanismos não imunológicos
    • Pré, pró e simbióticos com fraca evidência científica em revisões sistematizadas
25
Q

Tratamento – impacto dos aeroalergénios?

A

↓ carga ácaros

  • Interesse, sobretudo, nas formas graves e nos doentes sensibilizados
  • Aspiração frequente do pó; lavagem roupa quente, acaricidas, tecidos barreira (poliuretano), desumificadores (< 50%) e ar condicionado
  • Imunoterapia (indução tolerância) : útil se DA agravada por aeroalergénios

Animal doméstico
- Cão protetor e gato aumenta o risco(?) em crianças sensibilizadas