Neuroanatomia (Parte final) Flashcards

1
Q

Núcleos da Base

A
  • Massas de corpos de neurônios imersos em substância branca na base do telencéfalo;
  • Claustrum, corpo amigdaloide e corpo estriado =(núcleo caudado + putâmen + globo pálido)
  • Putâmen + globo pálido = núcleo lentiforme
  • Exceto pela parte anterior (Netter), a fenda da cápsula interna separa o núcleo lentiforme do das partes do caudado (cabeça, corpo e cauda)
  • Neoestriado (putâmen + caudado) e paleoestriado (globo pálido)
  • Em geral, os impulsos aferentes do corpo estriado chegam ao neoestriado e os eferentes saem do globo pálido (paleoestriado)
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2
Q

Circuito básico

A

Fibras cortico-estriatais > striatum > globo pálido > núcleos VA e VL do tálamo > se projetam para área motora suplementar do córtex > área motora > influeciar trato corticoespinal

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3
Q

Circuito subsidiários

A

Circuito nigro-estriato-nigral: estabelece uma conexão recíproca entre a substância negra do mesencéfalo e o
córtex cerebral. Fibras nigro-estriatais são dopaminérgicas e exercem ação puramente
moduladora sobre o circuito básico; Lesões das fibras nigro-estriatais causam a doença de Parkinson.

Circuito pálido-subtalálamo-palidal: por meio deste, o núcleo subtalâmico é capaz de modificar a atividade do circuito básico, agindo assim diretamente sobre a motricidade somática. Por esta razão, lesões do núcleo
subtalâmico causam o hemibalismo, doença em que há grave perturbação da atividade motora

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4
Q

Função primordial dos núcleos da base e justificativa para sua ação frente ao tálamo

A

Modular o planejamento motor gerado pelas áreas motoras do córtex, em especial, neste primeiro momento, a área motora suplementar. O estímulo deve passar pelos núcleos da base para que estes (através de estruturas subsidiárias a eles, como a substância negra e os núcleos subtalâmicos) modulem o efeito excitatório que, naturalmente, o tálamo exerce sobre a área motora primária, para que daí, o comando do movimento seja enviado pelo tracto córtico-espinhal para os órgãos efetuadores (músculos)

  • o tálamo, por si só, tem um efeito altamente excitatório sobre o córtex motor, sendo necessária a ação desses núcleos para que haja uma moderação desse estímulo.

RESUMO: “tudo que é tálamo excita”

  • o striatum e o pallidum apresentam natureza inibitória
  • tálamo e núcleo subtalâmico apresentam natureza excitatória
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5
Q

Circuito motor

Ato motor geral
Via direta
Via indireta

A
  • O planejamento motor é primeiramente elaborado pela área motora suplementar (localizada da face medial do giro frontalsuperior, área 6 de Brodmann), de onde, por meio de fibras córtico-estriatais, chegam estímulos excitatórios (glutaminérgicos) para o
    striatum (núcleo caudado e putâmen). Este striatum estabelece conexões recíprocas com a substância negra (via nigro-striatum-nigrais), a qual, por meio de fibras dopaminérgicas exercerá efeitos diferentes a depender do receptor dopaminérgico ativado:
  • Via direta - Receptores D1, ao se ligarem a dopamina, são ativados e fazem com que ele exerça sua ação inibitória normal sobre o globo pálido medial;
  • Via indireta - Receptor D2: quando se ligam a dopamina, eles são inativados, e passam a exercer uma ação inibitória fraca sobre o GPL, liberando a sua ação. Este, por sua vez, passa a inibir o núcleo subtalâmico (que, como vimos, também tem natureza excitatória).
  • a ideia mais aceita é de que a via indireta é responsável por suavizar o movimento ou frear; já
    a direta facilitaria e ambas participariam na gradação de amplitude e velocidade do movimento
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6
Q

Síndromes Hipocinéticas - Lesão da Substância Negra

A
  • Têm o a doença de Parkinson como protótipo; diante da depleção dos neurônios dopaminérgicos da substância negra, os receptores D2 deixam
    de ser inibidos, e passam a reduzir a ação inibitória que o GPL exerce sobre o núcleo subtalâmico. Desta forma, o núcleo subtalâmico passa a exercer uma ação
    hiperexcitatória sobre o GPM.
  • Como a função do GPM é inibir o tálamo, ele passará a inibir de forma exagerada o tálamo, fazendo com que este estimule de maneira deficiente o córtex motor primário, caracterizando a bradicinesia (diminuição da amplitude e rapidez dos movimentos) característico das síndromes hipocinéticas.
  • Parkinsonismo: sintomas do Parkinson mesmo possuindo a Substância Negra Normal. Exemplos: Droga, Haloperidol (compete com a dopamina pelo receptor D2; GPL pouco inibido; pouco inibe núcleo subtalâmico > hiperestimulação do GPM > hiperinibição do tálamo > pouca estimulação do córtex motor
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7
Q

Síndrome hipercinéticas - Lesão do núcleo subtalâmico

A
  • Com a redução da ação excitatória do núcleo subtalâmico sobre o GPM, este último pouco inibe o Tálamo, que fica livre para estimular vigorosamente o córtex motor, caracterizando o quadro hipercinético característico - aumento da amplitude e rapidez dos movimentos - do hemibalismo
  • Em síntese, quando ocorre lesão no núcleo subtalâmico, o tálamo passa a trabalhar de forma desinibida, como se não existissem os núcleos da base.
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8
Q

Sintomas característicos do Parkinsonismo e classificação em primário e secundário

A

(1817) James Parkinson - tremores, aumento do tônus e dificuldade para iniciar movimentos voluntários > síndrome dos núcleos da base (ainda chamada de síndrome extrapiramidal)
- Tremor nas extremidades quando estão paradas (desaparecem com o movimento), rigidez (hipertonia da musculatura esquelética), oligocinesia (lentidão na atividade motora espontânea)
- Lesão geralmente na substância negra, resultando na redução de dopamina nas fibras nigro-estriatais (moduladoras do circuito básico)
- Administração de dopamina não é eficaz (só atravessa barreira HE em concentrações tóxicas); administrar L-DOPA (transformado em dopamina pós-captação)

  • Parkinsonismo não é sinonímia para doença de Parkinson. Na realidade a doença de Parkinson é considerada um parkinsonismo idiopático (ou primário), isto é, sem causa conhecida. Quando a causa da síndrome parkinsoniana é identificável (por
    medicamentos, como os antipsicóticos típicos, intoxicações, infecções do SNC, etc.), temos um quadro de parkinsonismo secundário;
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9
Q

Núcleo Basal de Meynert e doença do Alzheimer

A
  • O núcleo basal de Meynert é constituído de um conjunto de neurônios colinérgicos grandes, situado na chamada substância inonimata que ocupa o espaço entre o globo pálido e a superfície ventral do hemisfério cerebral. Recebe fibras de várias áreas do
    sistema límbico e dá origem à quase totalidade das fibras colinérgicas do córtex, que dele se projetam a praticamente todas as áreas corticais.
  • Na doença de Alzheimer, seus neurônios degeneram devido a precipitação e deposição de proteínas dos microtúbulos, resultando na depleção da acetilcolina no córtex cerebral. Nessa doença, também chamada demência pré-senil, ocorre uma perda progressiva de memória e do raciocínio abstrato. Em fases mais avançadas, o paciente torna-se incapaz de reconhecer pessoas mais íntimas se houver uma total deterioração das funções psíquicas.
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10
Q

Doença de Huntigton e Coreia de Sydenham

A
  • é uma doença degenerativa, herdada de modo autossômico dominante, caracterizada por coreia e
    demência progressiva. Patologicamente, ocorre degeneração progressiva do estriado e do córtex cerebral. O desgaste que ocorre no estriado, há um acometimento específico de células, que se projetam para o segmento lateral do globo pálido (projeção “indireta”), pelo menos no começo dessa condição. Isso causa a desinibição dos neurônios palidais
    laterais e a inibição do núcleo subtalâmico. Por conseguinte, os neurônios palidais mediais passam a apresentar atividade deficiente anormal, ocorrendo, então, movimentos involuntários indesejados.
  • uma das maiores manifestações clínicas da
    febre reumática. É uma complicação tardia e
    não supurativa de infecções das vias aéreas
    superiores por estreptococos betahemolíticos do grupo A. Caracteriza-se produzindo comportamento anormal e coreia generalizada. O paciente geralmente
    apresenta movimentos rápidos, involuntários e esporádicos que diminuem drasticamente durante o sono. O haloperidol é tido como medicação de escolha no controle da incoordenação motora.
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11
Q

Tipos de fibras mielínicas que compõem o Centro branco medular do cérebro

A
  • Fibras de projeção: ligam o córtex a centros subcorticais;

- Fibras de associação: ligam pontos distintos no córtex, podendo ser intra-hemisféricas ou inter-hemisféricas;

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12
Q

Fibras de associação intra-hemisféricas

A
  • Podem ser curtas, chamadas de arqueadas, em formato de U, as quais unem-se em fascículos:
  • fascículo do cíngulo (une lobo frontal ao temporal)
  • fascículo longitudinal superior (une frontal, parietal e temporal) ou arqueado - lesões > pertubações na linguagem
  • fascículo longitudinal inferior (une occipital ao temporal)
  • fascículo unciforme (liga lobo frontal ao temporal)
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13
Q

Fibras de associação inter-hemisféricas

A
  • Também chamadas de fibras comissurais:
  • Comissura do fórnice: entre as duas pernas do fórnice, estabelece comunicação entre os dois hipocampos
  • Corpo caloso: maior feixe de fibras do sistema nervoso; conexão entre áreas corticais simétricas, com exceção do lobo temporal; transferência de informações de um hemisfério para outro
  • Comissura anterior: porção olfatória une bulbos e tratos olfatórios; porção não olfatória une lobos temporais
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14
Q

Fibras de projeção

A
  • Fórnice: liga o hipocampo aos núcleos mamilares do hipotálamo, integrando circuito emocional de Papez;
  • Cápsula interna: grande feixe de fibras que separa o tálamo (medialmente) do núcleo lentiforme (lateralmente); tem uma perna anterior, um joelho e uma perna posterior; grande passagem de fibras ascendentes (radiações auditivas e visuais vindas do tálamo) e descendentes (tratos corticoespinal, corticonuclear etc.)
  • Lesões da cápsula interna decorrentes de hemorragias ocorrem com bastante frequência, causando, geralmente, hemiplegia e
    diminuição da sensibilidade na metade oposta do corpo.
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15
Q
  • Lesão do fascículo longitudinal inferior
A

Lesão cerebral, como a causada pelo envenenamento com monóxido de carbono, pode destruir, bilateralmente, o fascículo longitudinal inferior. Nesses casos, a pessoa tem visão elementar intacta, mas fica incapaz de identificar a natureza dos objetos (agnosia dos objetos) ou a face das pessoas (prosopagnosia), embora seja capaz de representá-las e de identificá-las corretamente quando exposta à imagem da mesma pessoa.

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16
Q

Desconexão inter-hemisférica em calosotomia em pacientes epilépticos graves

Experimento de desconexão

A
  • a interrupção do corpo caloso (calosotomia) impede que o foco epiléptico se espalhe para o hemisfério oposto, e com isso, se generalize;
  • Depois de recuperado da operação, o paciente se senta em frente a uma tela translúcida. Por trás da tela, o paciente tem acesso manual a diferentes objetos que possam corresponder de algum modo às imagens projetadas. O experimento começa com o indivíduo fixando o olhar em um ponto bem no centro
    da tela. Em seguida, o pesquisador projeta, à esquerda do ponto de fixação (hemicampo visual esquerdo), uma letra (R, por exemplo), e, à direita, outra (L, por exemplo) por milissegundos.
  • Dado o tempo, a letra R projetada no hemicampo visual esquerdo será representada exclusivamente no hemisfério direito, e a letra L projetada no hemicampo visual direito será representada exclusivamente no hemisfério esquerdo
  • Em seguida, é solicitado ao paciente dizer o que viu, dirá: “a letra L”. Mas se for solicitado a encontrar com a mão esquerda o objeto correspondente (letras de plástico atrás da tela), ele pegará a letra R, e não a L que ele relatou. Isso acontece porque só o hemisfério
    esquerdo viu a letra L e, portanto, o paciente só consegue falar o que o seu hemisfério da linguagem viu (e não o que o outro também viu, pois estão desconectados devido à calosotomia); mas como o hemisfério direito viu R, sendo ele o responsável
    por enviar comandos à mão esquerda, a resposta neste caso será diferente.
17
Q

Córtex, impulsos e conexões

A
  • No córtex chegam impulsos de todas as vias de sensibilidade, que aí tornam-se conscientes e são interpretados; do córtex saem os impulsos que iniciam e comandam os movimentos voluntários;
  • As fibras que entram e saem do córtex passam necessariamente pelas fibras de associação (mesmo hemisfério ou comissurais) ou projeção (centros subcorticais, aferentes - formação reticular, núcleos talâmicos inespecíficos e talâmicas ou eferentes - fibras cortico-espinhais, cortico-reticulares etc.);
18
Q

Conceitos-chave

  • Somatotopia das áreas corticais
  • Pode uma área sensitiva ter função motora?
  • Áreas de projeção e de associação
  • Áreas de associação uni ou supramodais
A
  • Correspondência entre determinadas áreas corticais e certas partes do corpo;
  • As localizações funcionais devem ser compreendidas como especializações funcionais e não como compartimentos isolados e estanques, ou seja, pode-se obter movimento por estimulação de área notadamente sensitiva;
  • Pensava-se que áreas de projeção mantinham conexão com centros subcorticais e áreas de associação, conexões apenas com outras áreas corticais (SARA prova o contrário)
  • Hoje, áreas de projeção são as que recebem ou dão origem a fibras relacionadas à motricidade ou sensibilidade; as áreas de associação estão relacionadas com funções psíquicas superiores;
  • As áreas de projeção são ditas primárias (sensitivas ou motoras), as associação ainda se subdividem em secundárias (unimodais; ainda guardam relação com determinada modalidade sensorial ou motora) e terciárias (supramodais; atividades superiores - memória, cognição, abstrato)
19
Q

Áreas sensitivas primárias

  • Área Somestésica
    Localização, somatotopia e consequências de lesão
A
  • Área da sensibilidade somática geral, giro pós-central, áreas 3, 2, 1 de Broodman; chegam radiações talâmicas dos núcleos VPL e VPM do tálamo (temperatura, dor, pressão, tato, propriocepção consciente da metade oposta do corpo);
  • Somatotopia > homúnculo de Penfield de cabeça para baixo no giro pós-central > mão*, cabeça, face, boca têm grande representação em contraponto a perna, tronco, braço;
  • em especial, dos dedos > desproporcionalmente grande!
  • Lesões: artérias cerebral média ou anterior > perda de sensibilidade discriminativa no lado oposto à lesão (perde a estereognosia); atenção, pois modalidades mais grosseiras - temperatura, tato protopático, dor são conscientizadas a nível do tálamo
20
Q

Áreas sensitivas primárias

  • Área visual
  • Área auditiva
  • Área vestibular
  • Área olfatória
  • Área gustativa
A
  • Nos lábios do sulco calcarino, A17 de Broodman; chegam fibras do trato geniculo-calcarino originadas do corpo geniculado lateral; metade superior da retina no lábio superior do sulco, o inverso é verdadeiro;
  • Giro temporal transverso anterior, A41 e A42 de Broodman; fibras da radiação auditiva, originadas do corpor geniculado medial; via não cruzada, cada cóclea tem representação nos dois hemisférios; existe tonotopia;
  • Lobo parietal, próxima à área somestésica da face;
  • Parte anterior do uncus e do giro para-hipocampal; epilepsia local de uncus > alucinações olfatórias; A27, 28, 34 de Broodman
  • A43 de Broodman, porção inferior do giro pós-central, próxima à ínsula; lesões provocam redução na gustação na metade oposta da língua
21
Q

Área motora primária

A
  • Parte posterior do giro pré-central, A4 de Broodman; estimulação elétrica determina movimentos dos membros do lado oposto; somatotopia semelhante à vista na área somestésica, com grande representação para mão em comparação ao tronco e MMII - proporcional não ao tamanho, mas à delicadeza do movimento realizado;
  • Recebe informações do cerebelo via tálamo; dá origem a maior parte das fibras dos tratos corticoespinal e corticonuclear > motricidade voluntária
22
Q

Áreas de associação secundária sensitiva

A
  • Áreas relacionadas indiretamente à sensibilidade e motricidade;
  • Área somestésica secundária > lóbulo parietal superior, atrás da homônima primária, A5 e A7;
  • Área visual secundária > A18, 19, 20, 21 e 37; lobo occipital e parte do temporal
  • Área auditiva secundária > A22, circunda a homônima primária no lobo temporal
  • Áreas secundárias recebem aferências das áreas primárias e passam às áreas supramodais
  • Reconhecimento de objeto: sensação (toma-se consciência das característica - cor, tamanho, forma) interpretação ou gnosia (o sensitivo é comparado à imagem mental na memória); agnosias são perdas na capacidade de reconhecer objetos;
23
Q

Áreas de associação secundária motora

A
  • Lesões causam apraxias (incapacidade de executar determinados atos voluntários relacionada à deficit no “planejamento”)
  • Área motora suplementar: parte alta da A6; face medial do GFS; conexões com corpo estriado e A. Motora Primária; planeja sequências complexas de movimento
  • Área Pré-motora: lobo frontal, adiante da primária; A6, face lateral do hemisfério; grupos musculares maiores > tronco, base de membros; lesões cursam com paresia - projeções para FR > trato reticulo-espinhal (controle mm. axial e proximal dos membros)
  • Área de Broca: partes opercular e triangular do Giro Frontal Superior, A44 e A45; responsável pela programação da atividade motora relacionada à expressão da linguagem; lesões resultam em afasias;
24
Q

Áreas de associação terciárias

A
  • Topo da hierarquia funcional do córtex;
  • Recebem e integram informações sensoriais já elaboradas e elaboram estratégias comportamentais;
  • Área Pré-frontal: parte anterior não motora do lobo frontal; recebe fibras de todas as áreas de associação do córtex e SL; conexão com Núcleo dorsomedial do tálamo; (caso PT Gage > córtex pré-frontal destruído > mudança total de personalidade); leucotomia frontal > deixam de reagir a situações de alegria e tristeza > aplicação em estados de câncer terminal;
  • Em resumo: escolha das estratégias socio-comportamentais adequadas à cada situação, manutenção da atenção, controle do comportamento emocional;
  • Área temporoparietal: margens do sulco temporal superior, lóbulo parietal inferior > giro supramarginal (A40) e Angular (A39), centro que integra informações recebidas das áreas secundárias auditiva, visual e somestésica; importante também para percepção espacial e esquema do próprio corpo; lesões > desorientação espacial generalizada
  • Clínica clássica: síndrome de negligência do lado direito (hemisfério mais relacionado aos processos visuo-espaciais) > deixa de perceber a parte esquerda do corpo como constituinte do Áreas de associação secundária “eu”ou ainda só come do lado direito do prato, só lê metade direita das sentenças, só conversa pelo lado direito;
  • Áreas límbicas: giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo; memória e comportamento emocional.
25
Q

Áreas de associação relacionadas à linguagem e afasias

A
  • Área anterior da linguagem: área de Broca, relacionada à expressão da linguagem; partes opercular e triangular do Giro Frontal Superior, A44 e A45;
  • Área posterior da linguagem: junção entre os lobos temporal e parietal, parte posterior da A22 de Broodman; Área de Wernicke, está relacionada à percepção da linguagem;
  • Essas áreas são ligadas pelo fascículo longitudinal superior ou arqueado > informações relevantes para correta expressão da linguagem passam da área de Wernicke à de Broca;
  • Lesões originam afasias, distúrbios de linguagem que não podem ser atribuídos a lesões das vias sensitivas ou motoras relacionadas à linguagem, mas apenas às áreas de associação;
  • Afasia motora ou de expressão (Broca): indivíduo é capaz de compreender a linguagem falada ou escrita, mas tem dificuldade de expressar-se adequadamente, falando ou escrevendo; escreve ou fala de maneira telegráfica
  • Afasia sensitiva ou de percepção (Wernicke): compreensão da linguagem falada e escrita muito deficiente;certo deficit na expressão, uma vez que Broca depende de Wernicke pelo FLS
  • Afasia de condução: lesão do FLS ou arqueado, compreensão da linguagem é normal, mas existe deficit de expressão
26
Q

Assimetria das funções corticais

A
  • Afasias estão quase sempre no hemisfério esquerdo e as lesões do lado direito só excepcionalmente causam distúrbios de linguagem;
  • Ou seja, os hemisférios cerebrais não são simétricos e o hemisfério esquerdo é dito dominante em relação à linguagem;
  • Em 96% dos destros, o hemisfério da linguagem é o esquerdo, porém, em canhotos ou ambidestros, esse valor cai para 70%, sendo mais difícil predizer onde o hemisfério da linguagem está localizado;
  • Neurocirurgião testa com anestésico de ação muito rápida - amital sódico no hemisfério de escolha e pede para contar em voz alta, se parar a contagem, é o dominante;
  • Pacientes epilépticos graves que passam por secção do corpo caloso são incapazes de descrever um objeto colocado na mão esquerda (impulsos sensoriais chegam ao HD - sem áreas de linguagem), embora possam fazê-lo quando o objeto está na mão direita;
27
Q

Revisando: Afasia de expressão

A

A área de Broca (localizada na parte triangular e opercular do giro frontal inferior esquerdo) é a responsável pelo aspecto motor ou de expressão da língua falada. Quando esta é lesada, o paciente apresenta uma afasia de expressão (ou afasia de Broca). Sem déficits motores propriamente ditos, torna-se ele incapaz de falar, ou apresenta uma fala não-fluente, restrita a poucas sílabas ou palavras curtas sem verbos. O paciente se esforça muito para encontrar as palavras, sem sucesso. Como exemplo da linguagem de um paciente acometido, temos:

“Ah… segunda-feira… ah… Papai e Paulo [o nome do paciente]… e papai… hospital. Dois… ah… E, ah…
meia hora… e sim… ah… hospital. E, ah… quarta-feira… nove horas. E, ah… quinta-feira às dez horas…
médicos. Dois médicos… e ah… dentes. É… ótimo

28
Q

Revisando: Afasia de compreensão

A

A área de Wernicke é a responsável, por sua vez, pela compreensão da linguagem falada e escrita e
anatomicamente se dispõe principalmente sobre a porção posterior do giro temporal superior e do giro temporal transverso anterior. Além disso, recebe, via giro angular, fibras oriundas do córtex visual necessárias para a compressão da linguagem escrita ou visual. Quando a lesão atinge esta área, o quadro é inteiramente diferente do pré-citado, onde o paciente apresenta uma afasia de compreensão. Quando um interlocutor lhe fala, o indivíduo não parece compreender bem o que lhe é dito. Não só emite respostas verbais sem sentido, como também é falha
em indicar com gestos que possa ter compreendido o que lhe foi dito. Sua fala espontânea é fluente, mas usa palavras e frases desconexas porque não compreende o que ele próprio está dizendo. É comum o uso de neologismos. Como exemplo da linguagem de um paciente acometido, temos:

“Queria lhe dizer que isso aconteceu quando aconteceu quando ele alugou. Seu… seu boné cai aqui e fica estripulo… ele alu alguma coisa. Aconteceu. Em tese os mais gelatinosos estavam ele para alu… é amigo…parece é. E acabou de acontecer, por isso não sei, ele não trouxe nada. E não pagou.”

29
Q

Revisando: Afasia de condução

A

Além dessas duas áreas, há a influência anátomo-funcional do fascículo arqueado (fascículo longitudinal superior). Wernicke (neurologista alemão que primeiro descreveu a afasia de compreensão) raciocinou que se a expressão é função da área de Broca, e se a compreensão é função da área que levou seu nome, então ambas devem estar conectadas para que os indivíduos possam compreender o que eles mesmos falam e respondem ao que os outros lhes falam. De fato, existem conexões entre essas duas áreas linguísticas através desse feixe ou fascículo
arqueado. Wernicke previu que a lesão desse feixe deveria provocar uma afasia de condução, na qual os
pacientes seriam capazes de falar espontaneamente, embora cometessem erros de repetição e de resposta a comandos verbais. Em diálogos entre neurologistas e pacientes acometidos deste tipo de afasia, obviamente, é capaz de compreender o que o neurologista disse, mas como não foi capaz de repetir, emitiu uma frase diferente, mas de sentido equivalente:

Neurologista: “Repita esta frase: O tanque de gasolina do carro vazou e sujou toda a estrada”.
Paciente: “A rua ficou toda suja com o vazamento”.

30
Q

Sistema Límbico

  • Localização e componentes corticais
A
  • Face medial de cada hemisfério > anel cortical contínuo (giro do cíngulo + giro para-hipocampal + hipocampo) chamado primeiramente de “lobo límbico”
  • Hoje, “Sistema Límbico”, regulação do processos emocionais e do SNA constituído pelo “lobo límbico” + estruturas subcorticais associadas;
  • Componentes corticais:
    giro do cíngulo > contorna o corpo caloso, liga-se ao giro para-hipocampal pelo istmo do giro do cíngulo

giro para-hipocampal > face inferior do lobo temporal

hipocampo > eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior dos ventrículos laterais, acima do giro para-hipocampal; projeta-se para o corpo mamilar e área septal através do fórnix

31
Q

Sistema Límbico

  • Localização e componentes corticais
A
  • Face medial de cada hemisfério > anel cortical contínuo (giro do cíngulo + giro para-hipocampal + hipocampo) chamado primeiramente de “lobo límbico”
  • Hoje, “Sistema Límbico”, regulação do processos emocionais e do SNA constituído pelo “lobo límbico” + estruturas subcorticais associadas;
  • Componentes corticais:
    giro do cíngulo > contorna o corpo caloso, liga-se ao giro para-hipocampal pelo istmo do giro do cíngulo

giro para-hipocampal > face inferior do lobo temporal

hipocampo > eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior dos ventrículos laterais, acima do giro para-hipocampal; projeta-se para o corpo mamilar e área septal através do fórnix

32
Q

Conexões intrínsecas - Circuito de Papez

A
  • Hipocampo > fórnice > corpo mamilar > fascículo mamilo-talâmico > núcleos anteriores do tálamo > cápsula interna > giro do cíngulo > giro para-hipocampal > Hipocampo (circuito fechado relacionado à formação da memória)
33
Q

Conexões extrínsecas

  • Aferentes
  • Eferentes
A
  • vias de modalidade sensorial > processadas nas áreas de associação 2ª e 3ª > giro para-hipocampal > hipocampo > circuito de Papez
  • Exceção são os impulsos olfatórios, que passam da área cortical de projeção direto para o giro para-hipocampal e os viscerais, conexões do núcleo do trato solitário com corpo amigadaloide ou via hipotálamo ;
34
Q

Conexões extrínsecas

  • Aferentes
  • Eferentes
A
  • vias de modalidade sensorial > processadas nas áreas de associação 2ª e 3ª > giro para-hipocampal > hipocampo > circuito de Papez
  • Exceção são os impulsos olfatórios, que passam da área cortical de projeção direto para o giro para-hipocampal e os viscerais, conexões do núcleo do trato solitário com corpo amigadaloide ou via hipotálamo ;
  • Conexões eferentes participam dos mecanismos efetuadores do componente periférico das emoções e controlam SNA, afinal, as emoções se manifestam em grande parte por meio de manifestações viscerais (choro, salivação, Fcardiorresp, PAM); isso se dá por conexões com o hipotálamo (braço executivo) e com a formação reticular mesencefálica pelos feixes prosencefálico medial (principal via de ligação SL - FR), fascículo mamilo-tegmentar e estria medular;
35
Q

Aspectos funcionais do Sistema Límbico

  • Síndrome de Kluver e Bucy
  • Corpo amigdaloide
A
  • Síndrome de Kluver e Bucy > ablação anterior dos lobos temporais > lesão do hipocampo, giro para-hipocampal e corpo amigdaloide em macacos Rhesus
  • domesticação completa, perversão do apetite (comem coisas que antes não comiam), agnosia visual, oralização, hipersexualidade
  • a agnosia resulta de lesões das áreas visuais de associação no córtex do lobo temporal; os demais sintomas decorrem, sobretudo, da lesão do corpo amigdaloide
  • Macacos que normalmente têm medo de cobras, após amigdalectomia, perdem o medo e comem as cobras
  • Lesões bilaterais da área septal > hiperatividade emocional, ferocidade e raiva - raiva septal
  • Ablação do giro do cíngulo causa completa domesticação de animais silvestres
36
Q

Mecanismos de memória

  • Memento, Alcoolismo crônico, Alzheimer.
A
  • Sistema Límbico envolvido nos processos de retenção, consolidação de informações novas e transferências para áreas de associação de armazenamento permanente;
  • Remoção bilateral de parte do lobo temporal contendo o hipocampo > amnesia anterógrada > incapaz de memorizar eventos depois do ato cirúrgico;
  • Síndrome amnésica torna-se mais grave à medida que compromete também o corpo amigdaloide;
  • Síndrome de Korsakoff > degenração dos corpos mamilares em consequência do alcoolismo crônico, com demarcada amnesia anterógrada
  • Alzheimer: degeneração dos núcleos basais de Meynert > perda de fibras colinérgicas > moduladoras do neocórtex do SL - memória; a perda de memória também se associa à degeneração de neurônios no hipocampo (via eferente) e na área entorrinal (giro para-hipocampal, porta de entrada de vias) = ISOLAMENTO DO HIPOCAMPO
37
Q

Revisando: Sistema Límbico, componentes central e subjetivo das emoções

A

Em resumo, para um melhor entendimento das relações do sistema límbico (e suas diversas conexões) com o comportamento emocional, devemos entender a seguinte sequência: o lobo límbico corresponde a uma área de associação supramodal do córtex e, como tal, é capaz de evocar experiências passadas armazenadas na memória (no hipocampo ou no próprio córtex associativo) e regulá-las, estabelecendo uma comparação com as modalidades sensitivas que chegam naquele momento por meio das conexões aferentes do sistema límbico (informações visuais, auditivas, somestésicas ou olfatórias). Esta comparação emodulação se fazem por meio do circuito de Papez (que se inicia no hipocampo, onde estão dados referentes às memórias relacionadas àquelas aferências). Todos estes eventos correspondem ao componente central (subjetivo) da emoção.

  • Como sabemos, as estruturas que compõem o circuito de Papez mantêm várias conexões que, de uma forma ou de outra, acabam ou no hipotálamo ou na formação reticular (inclusive, o próprio hipotálamo faz conexão com a formação reticular). Estas
    conexões eferentes servem para evocar os centros efetores dos sistemas motores (somático ou visceral) presentes no tronco encefálico (os núcleos da coluna eferente visceral geral estabelece amplas conexões com a formação reticular) ou na medula (por meio do trato retículo-espinhal). As conexões eferentes agem, portanto, para expressar o componente periférico da emoção (choro, tremor, sudorese, taquicardia, etc.).