BTC - Infecção Cirúrgica Flashcards

1
Q

Breves destaques históricos

A

A) Ignaz Semmelweis - importância da lavagem das mãos com solução clorada antes do contato com parturientes - redução de 18 para 2 % a incidência de febre puerperal

B) William Hasted - A técnica cirúrgica deve ser atraumática, ordenada e ponderada; preconização do uso da luva cirúrgica;

C) Kurt Schimmelbusch - importância da antissepsia pré-operatória

D) Radecki - Uso de máscaras

E) Alexander Fleming - descoberta da penicilina — antibioticoterapia, mas se traduziu em
resistência bacteriana

F) Saldmann (2009, FRA) - 73% das pessoas saem do banheiro com as mãos contaminadas;

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2
Q

Cinco pilares da cirurgia moderna

A
Domínio da anatomia humana - Vesalius
Controle da hemorragia - Paré
Domínio da anestesia - Morton
Domínio da técnica cirúrgica - Halsted
Controle da Infecção - Lister
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3
Q

O que é infecção?

A

Invasão do organismo por microrganismos patogênicos e a reação dos tecidos às suas toxinas

O risco da infecção é diretamente proporcional à virulência do MO e inversamente à resistência do indivíduo RI = NVA/R

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4
Q

Infecção hospitalar e cirúrgica

A

(H) adquirida após internação do paciente que se manifesta durante à mesma ou após alta
quando relacionada com a internação. Precisa ser após 48h de internação, antes disso é considerada
domiciliar/comunitária.

(C) infecção que ocorre em consequência de um ato cirúrgico, seja ela no sítio cirúrgico ou distante
dele, em até 30 dias. Com implantação de prótese, considera-se até 1 ano. Infecção cirúrgica é um tipo de infecção hospitalar!

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5
Q

Qual a infecção cirúrgica mais frequente?

A

Infecção do Trato urinário - instalação de sonda vesical (negligência de técnicas de assepsia, introdução de cateter venoso central e, sobretudo, cateterismo urinário, utilizado para monitoramento da diurese do paciente;

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6
Q

Fontes de infecção cirúrgica - exógena (30%) e endógena (70%)

A

Exógena: mãos, objetos, instrumental, ar, líquidos.

Endógena: flora própria do espaço nasofaríngeo e estômago, flora do TGI e flora da pele (principalmente S. aureus).

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7
Q

Fatores de Risco: bacterianos

A

Tipo, quantidade, produção de toxinas - virulência (cf. hialuronidase - quebra ácido hialurônico - “ferida não fecha” sinal de infecção por S. aureus)

Outros fatores de virulência de S. aureus: Coagulase (forma camada de fibrina protetiva), catalase, lipases, nucleases

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8
Q

Fatores de risco: sistêmicos

A

Síntese: extremos da idade, extremos da nutrição, choque (má perfusão tecidual é o fator comum em todos os tipos de choque, seja ele cardiogênico, séptico, anafilático ou hipovolêmico), arteriosclerose, imunossupressão (CA, corticoides), DMdescompensado tem maior relação com complicações pós-operatórias infecciosas e cardiovasculares, sobretudo IAM.

*Perfusão tecidual = volemia x Hb x SpO2.

  • *Má perfusão pode ser causada por:
  • Hipovolemia
  • Anemia
  • Hipoxemia

***Deve-se fazer com glicemia-alvo de 140, pessoas normais até 100;

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9
Q

Fatores de risco sistêmicos; extremos nutricionais

A

A) Obesidade: dada a grande quantidade de gordura, forma-se um “espaço morto” entre os planos teciduais, no qual pode-se acumular, água, citrino (líquido derivado de ruptura celular) e sangue, propiciando ambiente ideal à proliferação bacteriana

B) Desnutrição: Mais risco de morbimortalidade no pós-operatório que o obeso;

O maior preditor de morbimortalidade é a hipoalbuminemia;

A desnutrição causa um comprometimento de todas as ações imunológicas dependentes de caloria:
migração leucocitária, fagocitose, aderência microbiana, reconhecimento celular, exteriorização de receptores e comunicação intercelular.

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10
Q

Fatores de risco: locais

A

Grau de contaminação (mais importante segundo o American College of Surgeons), cirurgias complexas (grande porte), tecidos vitalizados, corpos estranhos, hematomas/seromas, irrigação sanguínea precária, coágulos.

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11
Q

Classificação de ferida cirúrgica e antibioticoterapia

A

A) FC limpa:
eletiva em centro cirúrgico, não traumática, sem infração às regras de assepsia, não atravessa tecidos infectados, não há colocação de drenos, sem penetração dos tratos orofaríngeo, digestivo, respiratório ou genito-urinário, e.g. toracotomia diagnóstica, safenectomia;

B) FC limpa-contaminada:
tecidos colonizados por flora pouco numerosa (100.000 colônias/ml), tecido de difícil descontaminação, ausência de processo infeccioso local, pequena infração às regras de assepsia, penetração dos tratos orofaríngeo, digestivo, respiratório ou genito-urinário, mas sem extravasamento de conteúdo, colocação de dreno

C) FC contaminada:
tecidos com flora maior que 100.000 colônias/ml (colos), tecido de impossível descontaminação (mesmo que se tente, não se consegue limpar completamente), extravasamento de conteúdo gastrintestinal, grande infração às regras de assepsia, ferida traumática < 6h evolução após o momento do ferimento

D) FC infectada:
infecção local, operação sobre área com infecção bacteriana sem pus, quando se atravessa tecido é para acessar coleção purulenta, ferida traumática
aberta com tecidos desvitalizados ou corpo estranhos, ferida traumática por agente sujo (mordedura canina/humana), contaminação fecal, ferida traumática > 6h

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12
Q

Infecção do sítio cirúrgico

A) Definição
B) Classificação

A

A) Infecção na incisão cirúrgica ou em tecidos manipulados durante a operação diagnosticada até 30 dias após a cirurgia;

B)
Superficial: atinge apenas pele e TCSC (leve hiperemia até drenagem de secreção purulenta); Cultura + ATB

Profunda: atinge estruturas internas ao TCSC; Cultura + ATB

Cavitária: atinge cavidades naturais formando coleções purulentas

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13
Q

Infecção do sítio cirúrgico

A) Fatores predisponentes

B) Diagnóstico Clínico

A

A) falha na técnica cirúrgica, assepsia inadequada da pele, tricotomia muitas horas antes, drenagem aberta de secreções, longo período de internação pré-operatório; Drenagem das secreções aumenta o risco, devendo ser evitado o uso de drenos

B) Sinais inflamatórios na incisão e febre
˗ Secreção purulenta no local da incisão (ISC superficial), drenada de tecidos moles profundos (ISC profunda) ou de órgão ou cavidade manipulados na cirurgia (ISC específica)

˗ Abscesso ou evidência radiológica ou histopatológica sugestiva de infecção (tecidos profundos)

˗ Organismo isolado com técnica asséptica de material teoricamente estéril

˗ Diagnóstico de ISC pelo médico assistente (necessário exame da ferida para comprovação)

*Exames complementares
˗ Bacteriologia: cultura/hemocultura
˗ Hematologia: hemograma e hemostasia
˗ Bioquímica: PCR, Bb, transaminases, creatina, glicemia e íons
˗ Gases: gasometria arterial e venosa
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14
Q

Infecção do sítio cirúrgico - Prevenção Geral (pré, trans e pós-operatório)

A

A) Pré-operatório — limpar superfícies, processamento do material cirúrgico, tricotomia exatamente antes da operação (evitar prestobarba, fazer com máquina), degermação e antissepsia, escovação, controle da glicemia, suporte nutricional, tratar infecção remota em relação ao sítio cirúrgico, reduzir TIP, banhos horas antes da cirurgia (independentemente do tipo de sabonete)

B) Transoperatório — degermação e antissepsia, colocação do campo operatório,
paramentação da equipe, técnica cirúrgica correta, ATB profilaxia* (outro card)

C) Pós-operatório — controle da glicemia, manejo da incisão, curativo e suporte nutricional

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15
Q

Infecção do sítio cirúrgico - Antibioticoprofilaxia

A) Condições de uso

B) ATBs utilizados

A

A) Apenas em potencialmente contaminada ou contaminada. Não faz na limpa e na infectada já é ATB-terapia.

Entretanto, alguns pacientes devem tomar, mesmo em cirurgia limpa:

Idade > 70 anos, desnutridos, imunodeprimidos, urgências, Implante de próteses, Esplenectomia Hernioplastia incisional; pacientes portadores de doença valvular reumática, diabetes descompensado

*Fogem à regra as neurocirurgias, cirurgias cardíacas e oftalmológicas (tópico), pois qualquer complicação pode ser muito grave.

B) Cefalosporina de 1º geração: CEFAZOLINA, repetida a cada 2-4h, no total máximo de 03 doses

Cirurgias de cólon ou vagina: METRONIDAZOL (+ Cefazolina), repetida a cada 2h no total máximo de 03 doses

Alternativa às duas drogas: CEFOXITINA 1g

*Iniciar na indução anestésica
**Suspender no intra-operatório, exceção:
˗ Sangramento intenso
˗ Tempo cirúrgico muito prolongado

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16
Q

Tratamento de infecção cirúrgica

A

A) Cirurgia
debridamento (remoção do tecido necrosado de uma lesão) dos tecidos desvitalizados, remoção de corpos estranhos, drenagem de abscessos (sempre que colher o pus, mandar para cultura e Antibiograma -ATB)

B) Antibioticoterapia

C) Oxigenoterapia hiperbárica
˗ Aumento da tensão de O2 no tecido limítrofe da infecção
˗ Ativação dos leucócitos
˗ Diminuição da produção de endotoxinas de MOs anaeróbios
˗ Aprimoramento da angiogênese capilar e facilitação da proliferação dos fibroblastos