Farmacologia sistêmica Flashcards
SNA: definição e componentes
- (SNA), também denominado sistema nervoso visceral, vegetativo ou involuntário, distribui-se amplamente por todo o organismo e regula funções inconscientes
- Controla a musculatura lisa (visceral e vascular), as secreções exócrinas (e algumas endócrinas), a frequência e a força de contração cardíacas, e
certos processos metabólicos (p. ex., a utilização da glicose). - É dividido em um componente parassimpático (craniossacral) e um componente simpático (ou toracolombar); esses segundos nomes fazem referência à emergência dos neurônios pré-ganglionares
- Os axônios dos NPG simpáticos fazem sinapse com gânglios PARAVERTEBRAL, pré-vertebral e terminal; já os parassimpáticos (integram nervos espinais cranianos e sacrais), na maioria das vezes, só fazem sinapse com gânglios pequenos que se situam diretamente sobre ou no interior das vísceras do tórax e do abdome, por exemplo;
Diferenças anatomofuncinais entre os sistemas simpático e parassimpático
(S): toracolombar, fibra pré-ganglionar curta e pós-ganglionar longa; respetivamente Ach e NE*;
*Exceção importante: Neurônios pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríparas e o músculo liso vascular renal liberam ACh e dopamina, respectivamente;
(P): craniossacral, fibra pré-ganglionar longa e pós-ganglionar curta; respetivamente Ach e Ach;
- Uma fibra simpática pré-ganglionar pode percorrer uma considerável distância desde a cadeia simpática e passar através de vários gânglios antes de finalmente constituir sinapse com um neurônio pós-ganglionar. Portanto, suas terminações fazem contato com um grande número de neurônios pós-ganglionares. O sistema parassimpático tem gânglios terminais muito próximos ou no interior dos órgãos inervados, tendo, assim, influências geralmente mais circunscritas.
Síntese, armazenamento e liberação da acetilcolina (ACh)
- A síntese de ACh na varicosidade* depende da captação de colina através de um transportador dependente de sódio. Essa captação pode ser bloqueada por hemicolínio;
*liberam os neurotransmissores ao longo da
extensão axonal, conhecida também como sinapses “en passant”. Quando eu tenho uma descarga simpática ou parassimpática, todo o órgão recebe o impacto do neurotransmissor, por causa dessas varicosidades que descarregam uma quantidade bastante relevante de neurotransmissor
- Colina e a molécula acetila da acetilcoenzima A oriunda da mitocôndria formam ACh, em um processo catalisado pela enzima colina acetiltransferase (ChAT).
- ACh é transportada para o interior das ve sículas
de armazenamento por um outro transportador que pode ser inibido pelo vesamicol - Mediante a despolarização da varicosidade, que permite a entrada de Ca2+ através dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem. A [Ca2+]in elevada promove a fusão das membranas vesicular e celular, ocorrendo então a exocitose do neurotransmissor
- A liberação de ACh por exocitose pode ser bloqueada pela toxina botulínica
- Após interagir com seus receptores, sua ação é interrompida por hidrólise em colina e acetato pela acetilcolinesterase (AChE), associada às membranas pós-sinápticas.
Receptores para Ach - Aspectos históricos e tipo de com menor incidência ponto de vista de aplicação de fármacos
- Sir Henry Dale - vários ésteres de colina
evocavam respostas similares às da nicotina ou da muscarina; essas respostas eram semelhantes às obtidas pela estimulação nervosa naqueles órgãos
inervados pela divisão craniossacral do SNA - Assim, sugeriu que ACh ou um outro éster da colina era o neurotransmissor no SNA e que este apresentava “ação de nicotina” (nicotínica) e outra que chamou “ação de muscarina” (muscarínica).
- Receptores muscarínicos (M1 - M5) e receptores nicotínicos (Nm, Nn)
- Receptores nicotínicos fazem parte de uma superfamília de canais iônicos regulados por ligantes, em geral, o receptor sofre uma alteração conformacional que resulta em um influxo de sódio com despolarização da membrana da célula nervosa ou da placa terminal neuromuscular do músculo esquelético.
- Nm: tipo muscular, encontrado no músculo esquelético de vertebrados, onde eles medeiam a transmissão na junção neuromuscular (JNM)
- Nn: tipo neuronal, encontrado principalmente por todo o sistema nervoso periférico, SNC e também em tecidos não neuronais
Características dos dos receptores colinérgicos
muscarínicos
- cinco subtipos de receptores muscarínicos de ACh (M1 a M5), com funções mediadas por interações com as proteínas G e por alterações induzidas por estas nos efetores
- M ímpares (M1, M3, M5): acoplam-se através de Gq/11 insensíveis à toxina pertussis e responsáveis pela estimulação da atividade da fosfolipase C, hidrólise do PIP2 = IP3 > Liberação de Ca2+ do RS! e DAG > Ativa Proteína cinase C (PKC) - fosforilação de diversas proteínas;
- Secundariamente, levam à cadeia da fosfolipase A2, a qual libera ácido araquidônico para síntese de eicosanoides;
- M pares (M2 e M4): interação com proteínas G0 e, sobretudo Gi (inibitória), com resultante inibição da adenilil ciclase, ocasionando redução do AMP cíclico, ativação dos canais de influxo regenerador de K+ e inibição dos canais de Ca2+ regulados por voltagem > hiperpolarização e inibição das membranas excitáveis
Principais efeitos parassimpáticos
OLHO: Contração (miose) do Esfincter da íris, Contração para visão próxima do M.ciliar;
CORAÇÃO: redução na frequência cardíaca > desaceleração (NSA) e redução na contratilidade atrial;
*Ach > vasodilatação, diminuição da frequência cardía ca (efeito cronotrópico negativo), diminuição da velocidade de condução no nodo atrioventricular (AV) (efeito dromotrópico negativo), diminuição na força de contração cardíaca (efeito inotrópico negativo)
GLÂNDULAS SALIVARES: Secreção de água e K+ (forte influência +++)
M. LISO TRAQUEOBRONQUIOLAR: contração (broncoconstrição) e aumento das secreções traqueobrônquicas
TGI: aumento da motilidade e tônus > contração das paredes, relaxamento dos esfíncteres, aumento da secreção
TGU: inervação parassimpática sacral promove a contração do músculo detrusor, aumenta a pressão miccional e o peristaltismo ureteral
Duas classes de drogas colinomiméticas e por que a ACh não é muito utilizada na prática clínica?
- Drogas de ação direta – ligam-se diretamente aos receptores muscarínicos ou nicotínicos.
- Drogas de ação indireta – inibem a ação
da acetilcolinesterase, a concentração de acetilcolina na fenda sináptica aumenta, havendo uma maior resposta colinérgica - Em síntese, o efeito colinérgico depende da densidade de receptores, na quantidade de Ach e da atividade da acetilcolinesterase;
- ACh, em geral, não é usada clinicamente por suas
inúmeras ações e hidrólise muito rápida pela AChE e pseudocolinesterase
Drogas colinomiméticas de ação direta e indireta
- ACh e os ésteres de colina sintéticos
(ACh, metacolina, carbacol e betanecol) e os alcaloides colinomiméticos (pilocarpina, muscarina e areocolina) - a muscarina e os ésteres da colina são aminas quaternárias; a pilocarpina e a arecolina são aminas terciárias. Por serem aminas quaternárias, os ésteres da colina são pouco absorvidos por administração oral e têm baixa capacidade de atravessar a barreira hematencefálica. Mesmo que resistam a hidrólise, os ésteres da colina são fármacos de ação breve devido à rápida eliminação pelos rins; a pilocarpina e a arecolina, sendo aminas terciárias, são facilmente absorvidas e podem atravessar a barreira hematencefálica
- Agentes muscarínicos de ação indireta atuam
principalmente por inibição do metabolismo de ACh, por meio do bloqueio da enzima acetilcolinesterase (AChE) - Álcool com grupo amino quaternário: (edrofônio); Neostigmina, fisostigmina, rivastigmina, donepezila, galantamina (doença de Alzheimer, pois como inibem a acetilcolinesterase, aumentam
a concentração de Ach, assim, o papel da Ach na memória melhora), piridostigmina (usada em
pacientes com miastenia gravis, aumentando os níveis de Ach na placa motora, havendo maior
eficiência da contração). - Organofosforados (cf. isofluorato) embora não sejam prescritos, são comuns na prática clínica nos quadros de intoxicação por inseticidas, por exemplo; são fármacos que inibem irreversivelmente a acetilcolinesterase;
- Descarga contínua colinérgica > bradicardia intensa, perda de líquido intensa (diarreia, micção) > intoxicação por organofosforados > queda na volemia pode levar a óbito + eletrólitos + bradicardia > emergência médica
- Tratamento: de suporte, fazer volume; bloqueador de Ach > atropinização dos pacientes; Regenerador de colinesterase > pralidoxima (não muito disponível no mercado BR)
Resumo - farmacologia clínica dos colinomiméticos
Glaucoma: Aumento da pressão intraocular. Os de ação direta e indireta produzem contração do
músculo ciliar e facilita o fluxo do humor aquoso. Pilocarpina, carbacol.
Trato GI e urinário: Nos distúrbios que envolvem depressão da atividade do músculo liso sem obstrução. Íleo paralítico pós-operatório, megacólon congênito, retenção urinária pós-operatória ou bexiga
neurogênica. Betanecol, neostigmina; Só pode dar drogas que aumentem peristalse só pode se rfeita se NÃO há obstrução (cf. fecaloma pode implicar rompimento de alça intestinal)
Miastenia grave: Processo autoimune que induz a produção de anticorpos contra receptores nicotínicos
funcionais. Os sinais clínicos incluem fraqueza e fadiga que melhora com repouso. Ptose, diplopia,
dificuldade na fala e deglutição, fraqueza dos membros. Piridostigimina. Não usa bloqueador direto,
porque o paciente possui poucos receptores, o ideal é inibir a acetilcolinesterase.
Doença de Alzheimer: Demência neurodegenerativa que compromete a memória. Donepezila,
rivastigimina, galantamina
Efeitos adversos dos colinomiméticos
Betanecol, carbacol > íleo paralitico no pós-cirúrgico mas por outro lado urgências mictórias, sialorreia (excesso de salivação); por que? Porque atua em qualquer receptor Muscarinico, não tem especificidade, mesmo que eu quisesse que só agisse no TGI – são adversos, mas esperados!!
Agonistas do colinorreceptor causam sintomas de SLUD - sal ivação, lacrimejamento,micção (u, de urination), diarreia - enquanto antagonistas do col inorreceptor têm os efeitos opostos - boca e olhos secos, retenção urinária, obstipação
- efeitos adversos dos colinomiméticos de ação indireta e direta resultam de excesso colinérgico e podem incluir diarreia, salivação, sudorese, constrição e brônquica, vasodilatação e bradicardia. Náuseas e vômitos também são comuns.
- efeitos adversos dos inibidores da colinesterase (mais frequentemente como resultado de toxicidade decorrente de exposição a pesticidas, p. ex., organofosforados) também podem incluir fraqueza muscular, convulsões e insuficiência respiratória.
Drogas anticolinérgicas
- Atropina (usada em ambiente hospitalar), escopolamina (bloqueador muito mais muscarínico do que nicotínico; buscopan - antiespasmódico): Alcaloides derivados da Atropa belladonna e Datura
stramonium. - Aminas terciárias e quaternárias: Ipatrópio (potente broncodilatador; lembrar dos efeitos colaterais,
pois não é seletivo), tiotrópio, oxibutinina. - A escopolamina é uma amina terciária e tem acesso imediato ao SNC quando administrada por via parenteral, enquanto agentes antimuscarínicos de amina quaternária, como o brometo de ipratrópio, têm acesso limitado ao SNC
- A escopolamina pode provocar sonolência e sedação, bem como midríase, taquicardia e
retenção urinária.
Clínica dos anticolinérgicos ou antimuscarínicos
Cinetose, cólica – distúrbio vestibular: Escopolamina. Sedação e xerostomia.
*Cinetose > tontura, vontade de vomitar > distúrbio vestibular; qualquer cólica > dor > escopolamina > alivia a dor, MAS NÃO É ANALGESICA, ela é antiespasmódica, bloqueia o espasmo, a sensação de dor desaparece
Distúrbios respiratórios – asma, DPOC: Ipatrópio, tiotrópio.
Distúrbios cardiovascular – dor do infarto miocárdico da parede inferior é acompanhada por uma
descarga vagal: Atropina.
Distúrbios GI – hipermotilidade: Atropina.
Distúrbios urinários – incontinência urinária, bexiga hiper-reativa: Oxibutinina
Uma mulher de 25 anos de idade chega ao consultório médico geral queixando-se de problemas de visão. Ela tem dificuldade em manter os olhos abertos e queixa-se de “visão dupla”; apresenta ptose mais destacada no olho E; nos últimos dois meses, tem dificuldades para completar sua corrida noturna, devido à fadiga em seu quadril;
- Você suspeita de miastenia gravis e realiza um teste com edrofônio (Tensilon), teste é positivo e, portanto, a paciente inicia o tratamento com mestinon. Como esse teste funciona e qual o mecanismo de ação do mestinon?
- Teste com edrofônio e diagnóstico: Uma injeção intramuscular ou intravenosa de edrofônio aliviará a ptose, aumentando temporariamente a disponibilidade
da acetilcolina na sinapse, o que possibilita a contração do músculo elevador da pálpebra superior. Esse teste é muito específico para o diagnóstico de miastenia gravis. - Mecanismos de ação de edrofônio e mestinon: Inibição da acetilcolinesterase (AChE) suprimem o metabolismo da ACh, aumentando, assim, sua presença na sinapse, o que possibilita a transmissão sináptica sustentada e a contração muscular
Uma mulher de 53 anos de idade procura uma consulta médica. Ela tem uma viagem marcada em um cruzeiro para o Caribe em duas semanas, mas
está preocupada com os enjoas devido ao mar. Já viajou em barcos antes e é muito sensível à cinetose.
- Prescrevo adesivo transdérmico de escopolamina. Como funciona, efeitos colaterais e contraindicações?
- Mecanismo de ação da escopolamina: Antagonista competitivo de colinorreceptores muscarínicos no sistema vestibular e no SNC.
- Efeitos colaterais comuns: Midríase, boca seca, taquicardia, retenção urinária, confusão, sonolência.
- Contraindicações relativas: Glaucoma ( bloqueio do tônus parassimpático nos músculos dos cílios e da íris, o que poderia aumentar a pressão intraocular), obstrução urinária, doença cardíaca.
Agentes bloqueadores neuromusculares
- O bloqueador neuromuscular clássico, curare, foi a ferramenta que Claude Bernard usou em meados do século XIX para demonstrar o local de ação do fármaco na junção neuromuscular ou próximo dela.
- Os bloqueadores neuromusculares atuais caem em duas classes em geral, despolarizantes e competitivas não despolarizantes
- Agentes despolarizantes promovem despolarização e dessensibilização de placa terminal persistente; a succinilcolina é o protótipo para agentes despolarizantes e utilizado para breve paralisia, para a cirurgia e para a intubação.
*a succinilcolina ocupa o receptor nicotínico para produzir uma despolarização da placa terminal persistente (bloqueio de fase I), que resulta
em paralisia flácida porque os músculos tornam-se insensíveis à ACh endogenamente liberada. A despolarização inicial é acompanhada por fasciculação muscular. A exposição contínua de placas terminais à succinilcolina resulta em sua repolarização. No entanto, por meio de um mecanismo obscuro, tornam-se relativamente insensíveis à despolarização subsequente (denominada dessensibilização ou
bloqueio de fase II - pode ser antagonizado por inibidores de acetilcolinesterase - neostigmina, piridostigmina)
- Fase 1: Abertura do receptor > Despolarização da placa terminal > Despolarização da membrana adjacente > Contração muscular desorganizada (fasciculações)
- Fase 2: Exposição continuada > Inativação do receptor > Paralisia flácida
- Agentes não-despolarizantes são antagonistas competitivos reversíveis que bloqueiam a ação
de ACh no colinorreceptor nicotínico cf. Tubocurarina, o protótipo, utilizada para paralisia de duração mais longa para a cirurgia - Os agentes bloqueadores neuromusculares são altamente polares, e por isso, devem ser administrados por via parenteral. A maioria dos agentes não despolarizantes é eliminada pelos rins. A succinilcolina é eliminada pela ação hidrolítica de butirilcolinesterase no plasma (pseudocolinesterase); agentes bloqueadores neuromusculares são altamente ionizados, e por isso, têm volume de distribuição e acesso limitado ao SNC
Um homem de 25 anos de idade, saudável, está passando por um procedimento cirúrgico breve (reparo de hérnia inguinal), que exige anestesia geral.
lntubação e indução da anestesia com uso de succinilcolina IV e halotano inalado prosseguem sem intercorrências. Durante a cirurgia, o paciente desenvolve rigidez muscular e taquicardia, e sua temperatura aumenta rapidamente.
- Qual o mecanismo de ação da succicilcolina e qual a condição do paciente? Qual fármaco usar no tratamento?
- Mecanismo de ação da succinilcolina: Agonista do receptor nicotínico na placa terminal motora da junção neuromuscular que causa estimulação persistente e despolarização das células musculares. “A succinilcolina atua como a ACh, causando despolarização da placa terminal muscular. No entanto, ao contrário da ACh, a succinilcolina não é biotransformada na sinapse. Portanto, a placa terminal permanece despolarizada e insensível à ACh endógena, o que resulta em paralisia muscular”
- Reação que está ocorrendo: Hipertermia maligna, causada por uma liberação de íons de cálcio do retículo sarcoplasmático em células musculares em resposta hipermetabólica ao uso concomitante de relaxante muscular despolarizante (succicilcolina) e anestésico geral inalante e volátil (halotano)
- Fármaco administrado para o tratamento e seu mecanismo de ação: Dantroleno, que atua interferindo na liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático.
- O dantroleno bloqueia os RyRs, atua diretamente sobre as isoformas RyR1 e RyR3, reduz a ativação do canal pela calmodulina e diminui a sensibilidade do canal ao Ca2+. O RyR2 não é bloqueando pelo dantroleno, o que explica o fato do medicamento não ter efeito ionotrópico negativo sobre o coração
Transmissão noraedrenérgica
Catecolaminas?
Biossíntese de NE e Epinefrina
Catecolaminas são compostos que contêm um núcleo catecol (anel benzênico com dois grupos hidroxil adjacentes) e uma cadeia lateral amina
A noradrenalina deriva do aminoácido não essencial tirosina > porque deriva da hidroxilação da fenilalanina pela tirosina hidroxilase (sua deficiência causa fenilcetonúria)
- O aminoácido tirosina é hidroxilado, convertendo-se em Dopa (tirosina hidroxilase)
- A Dopa perde um grupo carboxila, convertendo-se em Dopamina (dopa-descarboxilase)
- A Dopamina é hidroxilada no carbono-alfa (mais próximo do grupo funcional) convertendo-se em Norepinefrina (Dopamina β-hidroxilase)
- Apenas a nível da medula adrenal, a norepinefrina recebe um radical metil no grupamento amina, convertendo-se em Epinefrina (Adrenalina) (Feniletanolamina N-metiltransferase)
Liberação, recaptação e degradação de NE
- Feocromocitoma x Medição de catecolaminas no sangue
- concentração nas vesículas é muito elevada mantida pelo transportador vesicular de monoaminas (VAMT)
- despolarização da varicosidade > entrada de Ca2+ através dos canais de Ca2+ DV > fusão da membrana vesicular com a membrana da varicosidade > exocitose
- captação pelas células precede necessariamente
a degradação metabólica, uma vez que as enzimas de degradação são intracelulares - 75% da NE é rempacotada (dois efeitos: reduzir ação e reciclagem) > sobretudo pelo NET, norepinephrine transporter; outros 25% captação extraneuronal - MET - extraneuronal monoamine transporter
Duas enzimas metabolizam:
a) monoamino-oxidase (MAO)
- ligada à membrana externa das mitocôndrias
- abundante nas terminações nervosas noradrenérgicas
- converte catecolaminas em seus aldeídos correspondentes
b) catecol-O-metil transferase (COMT)
- metilação de grupo hidroxila do catecol
- ausente em neurônios adrenégicos, mas presente na medula adrenal, fígado e diversas células
-
ação sequencial de MAO e COMT é o 3-metoxi-4-hidroxifenilglicol parcialmente conjugado a derivados sulfato ou glicuronídeo, que são eliminados na urina, mas a sua maioria é convertida a ácido vanililmandélico (VMA) > metanefrinas (excretada na urina); a dosagem de metanefrinas reflete a produção endógena de catecolaminas cf. análise clínica de feocromocitoma (tumor hiperssecretor de adrenalina > hipertensão maligna com picos hipertensivos)
Por que não medir no sangue? A concentração plasmática de catecolaminas é quase impossível de se
obter, pois o tempo de meia vida desses compostos é muito curto.
Principais efeitos da atividade simpática
Pupila, coração, m. liso vascular e bronquiolar, TGI e TGU, antagonismo insulínico
Essencial: dilatação pupilar, efeitos cardíacos cronotrópicos e inotrópicos positivos, contração do m. liso vascular (expressão significativa) e no m. liso bronquiolar (relaxamento);
TGI e TGU (em geral, relaxamento da m. lisa, reduzindo o peristaltismo; mas induzem contração da m. esfincteriana);
No fígado, estimula glicogenólise e gliconeogênese e no tecido adiposo, lipólise (ácidos graxos livres) > princípio de luta ou fuga > hiperglicemiante > oferta de glicose para os processos metabólicos
Principais efeitos da atividade simpática - associação com receptores adrenérgicos
Olho – músculo radial, contração; Alfa-1, Beta-2
Coração – Nódulo sinoatrial Contratilidade, Aceleração
Aumento, Beta-1
Músculo liso vascular Contração Alfa-1
Músculo esquelético Relaxamento Beta-2
Músculo liso bronquiolar Relaxamento Beta-2
GI Relaxamento Alfa-1
GU Relaxamento Alfa-1
Pele – Músculo liso pilomotor Contração Alfa-1
Fígado Glicogenólise, gliconeogênese Beta-2
Tecido adiposo Lipólise Beta-3
“Quando eu penso em coração, eu penso em β1. Quando eu penso no pulmão, eu penso em β2”
“Na região vascular eu penso em α1, que induz contração, porque a expressão de β no músculo do vaso induz um pouco relaxamento”
Farmacodinâmica dos receptores adrenérgicos
e por que α2 é modulador da secreção?
- Todos são receptores do tipo metabotrópicos, isto é, acoplados à proteína G
α1: Ativação da Proteína Gq/11 Ativação da fosfolipase C ↑ Trifosfato de inositol ↑ Diacilglicerol ↑ Ca2+
α2: Ativação da Proteína Ginibitória Inibe adenilato-ciclase ↓ AMPc ↓ Canais de cálcio ↑ Canais de potássio
β1, β2, β3 Acoplados à Proteína Gestimulatória (Gs)
↑Ativa adenilato-ciclase
↑ AMPc
- α2 são pré-sinápticos, encontrados na membrana pré-sináptica do neurônio, atua por G inibitória, reduzindo AMPc e a secreção de Noradrenalina, modulando a secreção do neurotransmissor; receptores pré-sinápticos geralmente modulam negativamente a secreção do neurotransmissor
Principais efeitos da ativação dos receptores adrenérgicos > base da aplicação dos fármacos
- Receptores α1 : vasoconstrição, relaxamento da musculatura lisa gastrointestinal, secreção salivar e glicogenólise hepática
- Receptores α2: inibição da liberação de transmissores (incluindo a liberação de norepinefrina e acetilcolina pelos nervos autônomos), agregação plaquetária, contração do músculo liso vascular, da liberação de insulina
- Receptores β1: aumento da frequência e da força de contração cardíacas, hipertrofia cardíaca tardia
- Receptores β2: broncodilatação, vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral, glicogenólise hepática e tremores musculares
- Receptores β3: lipólise e termogênese; relaxamento do músculo detrusor da bexiga
“Pense sempre onde está o receptor > Alfa 1 (m. lisa vascular), alfa 2 (membrana pré-sináptica); no coração, encontro B1, tanto NSA quando miocárdio; quando penso em B2, penso na m. lisa pulmonar, provocando relaxamento (expande o pulmão)”
Drogas simpaticomiméticas
- Ação direta ou indireta? Relação com cocaína?
- Ação direta: Interagem diretamente com o receptor; são agonistas. Induzem resposta tecidual semelhante ao composto endógeno.
- Ação indireta: Inibem a recaptação de catecolaminas. Assim, a concentração de NE aumenta na fenda. Também podem inibir a MAO, diminuindo a atividade dessa enzima, então a concentração de nora também aumenta. Por fim, podem induzir a liberação de catecolaminas que estão armazenadas;
- Cocaína > descarga adrenérgica > melhora visão, respira melhor, não sente fome, percepção de alerta de que pode conquistar o mundo.
Quatro agonistas adrenérgicos de ação direta não seletivos
*Não seletivos porque não distinguem α e β!
α1 α2-oximetazolina
β1 β2-isoproterenol
α1 α2 β1 β2-epinefrina (Asma > tratamento de
emergência, choque anafilático, parada cardíaca)
α1 α2 β1-norepinefrina (Utilizado por vezes na
hipotensão nos cuidados intensivos)
- Paciente com broncoconstrição > Adrenalina, pois tem maior capacidade de afinidade de por β2
- Inalação de isoproterenol > como não é seletivo, os pacientes se queixam de taquicardia, se o paciente é hipertenso ou arrítmico, torna-se muito contraindicado
- Pela menor ação sobre β2, NE é quase um cardio seletivo
- Oximetazolina é parcialmente seletiva, pois tem pouca afinidade pelo receptor β; induz vasoconstrição, atuando como descongestionante nasal; como é agonista α1, o uso excessivo induz vasoconstrição periférica (PA = DC x RVP), aumentando a pressão.