FRATURA DE PATELA Flashcards
ANATOMIA OSSO
Maior osso sesamóide do corpo humano Centro de ossificação: 2-3 anos idade Superfície de cartilagem hialina Espessura até 10mm ¾ proximais cobertos por cartilagem hialina espessa Polo distal sem cartilagem → fratura extra-articular Facetas: Lateral (maior) Medial Superomedial (faceta ímpar - odd)
VASCULARIZAÇÃO: ARTERIAS
Extenso plexo dorsal, intra e extra-ósseo
6 artérias:
Artéria genicular “suprema” ou “grande artéria anastomótica” (ramo da a. femoral superficial ao nível do canal de Hunter)
4 artérias geniculares – superomedial, superolateral, inferomedial, inferolateral (ramos da a. poplítea)
Artéria tibial recorrente (ramo da a. tibial anterior)
Círculo arterial
Artérias: superior transversa, inferior transversa, parapatelar medial e parapatelar lateral
VASCULARIZAÇÃO: PADRÃO
Vascularização de distal para proximal
Entra pelo terço médio anterior e terço distal
Risco de necrose avascular do polo proximal em fraturas da porção média (3,5 – 24%)
MUSCULATURA
Tendão do quadríceps
Retináculos extensores medial e lateral
Tendão do quadríceps
3 camadas: reto femoral / VM e VL / VI
Fina camada do tendão reveste a superfície anterior (principalmente fibras centrais do reto), continuando-se com o tendão patelar que se origina no polo inferior
Retináculos extensores medial e lateral
Fibras aponeuróticas do VM e VL + fáscia lata
Inserção na tíbia proximal
Extensores secundários; podem permitir a preservação da extensão ativa do joelho mesmo com a patela fraturada
Funções da Patela
Aumenta a vantagem mecânica e o efeito de alavanca do quadríceps (aumenta a eficiência)
Centraliza forças divergentes do quadríceps
Impede fricção dos tendões
Protege os côndilos femorais e a tróclea
Função estética
Transmissão de força – patela é o elo entre o quadríceps e o tendão patelar
Força pode ultrapassar 7x o peso corporal – até > 6000N
Casos extremos de patelectomia total podem levar a uma perda de 50% da força do mecanismo extensor quadriciptal
EPIDEMIOLOGIA
1% de todas as fraturas
Mais frequente dos 20 aos 50 anos
Sexo masculino é 2 vezes mais acometido
Fx bilateral incomum
MECANISMO DE LESÃO
Trauma direto x indireto
MECANISMO DE LESÃO: TRAUMA DIRETO
Patela em risco → exposta anterior, pouca proteção de partes moles
Baixa energia: QMN
Alta energia: colisão automobilística (dashboard), etc
Padrão de fratura vertical ou estrelado/cominutivo
Pode apresentar retináculo intacto
Associado a lesão condral patelar e/ou femoral
Sempre investigar lesões associadas:
Platô tibial, fêmur distal e proximal, luxação quadril, ligamentos
15-28% apresentam lesões associadas, geralmente ipsilateral
Próximo de 80%, nos casos de fx expostas da patela
5% com lesão ligamentar (3% LCP)
MECANISMO DE LESÃO: TRAUMA INDIRETO
Mais comum (Rockwood) Sizinio direto / Campbell/Browner/Effort misto
Salto, ato de tropeçar
Contração violenta do quadríceps com joelho fletido
Maior chance de lesão do retináculo do que no direto
Propagação da energia gerada pela musculatura
Perda do mecanismo extensor
Extensão ativa comprometida na maioria dos casos
Padrão de fratura transversa → maioria das Fx patela
CLÍNICA
História de choque direto ou contração violenta
Dor anterior do joelho, edema, deambulação limitada
Hemartrose, defeito (GAP) palpável e doloroso
Edema pequeno ou ausente: suspeitar de lesão retinacular
Avaliar mecanismo extensor:
Lacerações ou abrasões de pele:
Suspeitar de fratura exposta
Punção e infiltração de SF 0,9%/azul metileno – extravasa pela ferida
Avaliação mecanismo extensor
Elevar o membro com joelho estendido, ou realizar extensão contra a gravidade
Se muita dor/hemartrose: aspiração e infiltração anestésica
Se competente: não exclui a fratura, mas demonstra integridade retinacular
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia
TAC
RNM
Radiografia
Suficiente para o diagnóstico
AP + Perfil + Axial → fraturas verticais e lesões osteocondrais
Grau de cominuição frequentemente é subestimado
Altura patelar → lesão tendão quadriciptal ou patelar
Cuidado com patela bipartida
Incidência de 8%
Normalmente súperolateral
Margens planas e corticais
TAC
Raramente necessária
Útil para fx estresse, PSA ou consolidação viciosa
RNM
Lesões associadas → mecanismo extensor ou osteocondrais
Luxação lateral da patela:
Efusão, contusão do côndilo femoral lateral e faceta medial da patela, ruptura do LPFM e retináculo, corpos livres
CLASSIFICAÇÃO
Descritiva
Duparc
AO
CLASSIFICAÇÃO Descritiva
Traço de fratura / grau de desvio / mecanismo lesão
Desvio:
3mm diástase, ou 2mm degrau articular
Traço: Transversa ou horizontal Vertical ou longitudinal Estrelada ou cominuta Apical ou marginal Osteocondral
CLASSIFICAÇÃO Duparc
(mecanismo trauma)
Tipo I
Transversa simples, sem impacção, trauma indireto
Tipo II
Transversa, cominuição ou impacção do fragmento distal
Tipo II reversa: impacção ocorre no fragmento proximal
Impacção → afilamento ósseo, decorrente do choque contra os côndilos, pode mostrar um “duplo contorno” no Perfil
Trauma frontal, queda de mesmo nível
Tipo III
Estrelada (cominuta), trauma direto de alta energia
CLASSIFICAÇÃO AO
A: extra-articular, avulsão apical ou medial B: componente vertical C: articular completa C1: transversa simples C2: transversa + segundo fragmento C3: complexa
FRATURAS SEM DESVIO
Todas costumam ter retináculo preservado
Transversa ou horizontal Até 35% das fx transversas não tem desvio 80% ocorrem no terço médio e inferior Estrelada ou cominuta Trauma direto com joelho semifletido Até 65% das fx estreladas não tem desvio Comum haver lesão condral na patela/fêmur Vertical ou longitudinal 12-22% das fx patela, em geral Mais comum na faceta lateral Importância do Rx Axial
FRATURAS COM DESVIO
Transversa ou horizontal Estrelada ou cominuta Polar ou apical Osteocondral Após retirada de enxerto tendão patelar (OTO)