Doença coronariana crônica (DAC) Flashcards
O que é a Doença Arterial Coronária (DAC)?
A Doença Arterial Coronária (DAC) é um comprometimento da circulação coronária, caracterizado por alterações da luz das artérias, levando a um fluxo sanguíneo coronário inadequado. Normalmente, é causada por aterosclerose, um processo inflamatório que afeta as artérias, resultando em redução do fornecimento de oxigênio ao miocárdio.
Quais são as principais causas e fatores de risco para a DAC?
A principal causa da DAC é a aterosclerose, que resulta de um processo inflamatório nas lipoproteínas de baixa densidade (LDL) depositadas na camada subintimal das artérias. Fatores de risco incluem:
Idade avançada
Sexo masculino (predomínio)
História familiar
Hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus
Tabagismo e sedentarismo
Como a DAC se manifesta clinicamente?
A DAC pode se manifestar de várias formas:
Angina do peito (30-35%): dor no peito desencadeada por esforço físico ou estresse.
Insuficiência cardíaca (10%): dificuldade do coração em bombear sangue adequadamente.
Arritmias (5%): distúrbios no ritmo cardíaco.
Em muitos casos, a isquemia miocárdica pode ser silenciosa, especialmente em pacientes com diabetes.
Quais são os mecanismos envolvidos na isquemia miocárdica?
A isquemia miocárdica ocorre devido a um desbalanceamento entre a oferta e o consumo de oxigênio no miocárdio. Pode ser desencadeada por aumento da atividade física, estresse, febre, anemia, taquicardia, hipoglicemia, ou dor. Em alguns casos, a isquemia pode ser transitória, sem danos permanentes ao músculo cardíaco.
O que é o “miocárdio hibernante”?
O miocárdio hibernante é uma condição em que o músculo cardíaco permanece vivo, mas sua função é temporariamente interrompida devido à redução do fluxo sanguíneo coronário. Quando o fluxo sanguíneo é restabelecido, a função do miocárdio pode ser recuperada.
Como é feito o diagnóstico da DAC?
O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico e exames complementares. A anamnese detalhada é crucial, com foco em características da dor torácica (localização, intensidade, duração, fatores desencadeantes). Os principais exames incluem:
Eletrocardiograma (ECG): Pode mostrar alterações na repolarização ventricular e segmentos ST.
Teste ergométrico: Avalia a resposta ao exercício, identificando sinais de isquemia.
Cintilografia miocárdica: Detecta áreas isquêmicas e a viabilidade miocárdica.
Ecocardiograma: Avalia a contratilidade do miocárdio e a função ventricular.
Cineangiocoronariografia: Considerada o padrão-ouro para a avaliação anatômica da DAC.
Tomografia computadorizada (angio-TC): Avalia a anatomia das coronárias e o escore de cálcio coronariano.
Como é o tratamento da DAC?
O tratamento da DAC envolve várias abordagens:
Controle dos fatores de risco: Controle da hipertensão, diabetes, dislipidemia, cessação do tabagismo, perda de peso e reabilitação física.
Medicamentos:
Antiagregantes plaquetários: O ácido acetilsalicílico (75 a 325 mg/dia) é usado para reduzir o risco de infarto do miocárdio. Alternativas incluem clopidogrel e ticlodipina.
Estatinas: Para controle da dislipidemia e redução do colesterol LDL.
Beta-bloqueadores, nitratos, inibidores da ECA: Para controle da angina e insuficiência cardíaca.
Revascularização miocárdica: Pode ser indicada quando o tratamento clínico não for suficiente, por meio de angioplastia ou cirurgia de revascularização (bypass coronário).
Importante: O planejamento terapêutico deve ser cuidadosamente explicado ao paciente, com ênfase na adesão ao tratamento e mudanças no estilo de vida.
Quais são os exames laboratoriais úteis no diagnóstico e acompanhamento da DAC?
Os principais exames laboratoriais incluem:
Biomarcadores: Troponinas T ou I (indicadores de lesão miocárdica).
Perfil lipídico: Para avaliar níveis de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos.
Glicose plasmática e hemoglobina glicada: Para controle do diabetes.
Função renal e função tireoidiana.
Qual a importância da revascularização miocárdica no tratamento da DAC?
A revascularização miocárdica, que pode ser feita por angioplastia ou cirurgia de revascularização (bypass coronário), é indicada quando a doença é grave e não responde ao tratamento clínico. Ela visa restabelecer o fluxo sanguíneo para as áreas do miocárdio comprometidas, aliviando os sintomas de angina e prevenindo complicações maiores, como o infarto do miocárdio.