DELIRIUM Flashcards
O que é delirium?
Delirium é um estado confusional agudo que ocorre de forma repentina, com flutuação nos níveis de atenção e consciência. É um sinal de vulnerabilidade cerebral e geralmente está relacionado a uma condição médica subjacente. É um quadro multifatorial e deve ser investigado e tratado, pois pode indicar a presença de uma ou mais causas médicas.
Quais são as causas e fatores desencadeantes do delirium?
Infecções (como sepse, pneumonia, UTI)
Uso de medicamentos (anticolinérgicos, benzodiazepínicos, opióides, corticoides)
Distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipoxia)
Desidratação e desequilíbrios eletrolíticos
Eventos estressores (cirúrgicos, emocionais)
Doenças subjacentes (como demência ou insuficiência renal)
Fatores ambientais, como privação sensorial ou mudanças no ambiente hospitalar.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de delirium?
Idosos (principalmente em ambientes hospitalares ou em UTI)
Doenças pré-existentes como demência, insuficiência renal ou hepática
Uso de medicamentos (sedativos, anticolinérgicos, opióides)
Condições agudas (infecções, cirurgia)
Alterações no ambiente (hospitalização, UTI)
Qual a importância do delirium no contexto da saúde?
O delirium é um marcador de vulnerabilidade cerebral, sendo frequentemente um indicativo de problemas médicos subjacentes.
É um marcador de qualidade do cuidado em saúde, já que muitos casos são causados por iatrogenia (efeitos adversos de tratamentos médicos).
O delirium aumenta a morbidade e mortalidade e também os custos hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva (em média, cerca de 1000 dólares por dia em tratamentos relacionados).
Quais são as principais teorias fisiopatológicas do delirium?
eoria Neuroquímica: A deficiência de acetilcolina e o aumento de dopamina no cérebro, causados por insultos (como uso de drogas anticolinérgicas, hipoglicemia ou demência), são fatores importantes no desenvolvimento do delirium.
Teoria Neuroinflamatória: A inflamação, especialmente devido a infecções, pode causar ruptura da barreira hematoencefálica e ativação de citocinas inflamatórias no sistema nervoso central, contribuindo para o delirium.
Hipercortisolismo: O uso de corticóides ou estressores agudos podem aumentar o nível de cortisol, afetando o fluxo sanguíneo cerebral e a excitabilidade neuronal, o que pode gerar neurotoxicidade e agravar o delirium.
Quais são os critérios diagnósticos de delirium pelo DSM-5 (2013)?
O delirium é diagnosticado quando o paciente apresenta:
A: Distúrbio da atenção e da consciência
B: Início agudo e curso flutuante
C: Déficits adicionais na cognição (como memória, orientação, linguagem ou habilidade visuoespacial)
D: As alterações não podem ser explicadas por demência ou ocorrer em coma.
E: Evidência de etiologia médica ou múltiplas etiologias.
Outros sintomas comuns incluem alterações psicomotoras (hipoatividade, hiperatividade, alterações no sono) e alterações emocionais (medo, euforia, perplexidade).
Quais são os sinais clínicos do delirium?
-Alteração aguda de estado mental com curso flutuante
-Desatenção e dificuldade em focar a atenção
-Nível de consciência alterado (hipo ou hiperatividade)
-Pensamento desorganizado
-Alterações emocionais (medo, euforia, etc.)
-Alterações psicomotoras (agitação ou hipoatividade)
O que é a ferramenta Confusion Assessment Method (CAM) e como ela ajuda no diagnóstico?
O CAM é uma ferramenta clínica amplamente utilizada para rastrear o delirium.
Ela é baseada em quatro características principais:
Alteração aguda de estado mental com curso flutuante
Desatenção
Nível de consciência alterado
Pensamento desorganizado
Qual é o primeiro passo no tratamento do delirium?
O primeiro e mais importante passo é identificar e tratar as causas desencadeantes do delirium. Isso inclui:
Realizar um diagnóstico completo da função cognitiva basal do paciente.
Fazer uma história clínica e exame físico completos.
Rever a lista de medicamentos do paciente.
Realizar avaliações laboratoriais para buscar infecções e outras causas.
Exames complementares como exames de imagem, culturas, entre outros, conforme as hipóteses clínicas.
Qual é a abordagem geral para o manejo do delirium?
Identificar e tratar as causas subjacentes (como infecções, distúrbios metabólicos ou medicamentos).
Reversão de fatores precipitantes, como hipoxia ou desidratação.
Cuidados de suporte, como garantia de ambiente calmo, orientação ao paciente e uso mínimo de sedativos.
Em alguns casos, o uso de antipsicóticos (como haloperidol) pode ser indicado para controlar agitação intensa ou agressividade.
Quando indicar tratamento medicamentoso?
Apenas quando há risco para o paciente e para a equipe cuidadora