CASOS CLÍNICOS MED INTERNA Flashcards

1
Q

Caso Clínico:

Maria, uma mulher de 52 anos, chega à consulta queixando-se de dores de cabeça frequentes, especialmente pela manhã, além de episódios de tontura e visão turva. Ela relata que esses sintomas têm se intensificado nas últimas semanas e que, por vezes, sente um mal-estar geral sem uma causa aparente.

Ela tem um histórico familiar de doenças cardiovasculares: seu pai teve um infarto aos 60 anos e sua mãe sofre de hipertensão arterial. Maria trabalha em um cargo de gerência, enfrenta bastante estresse no trabalho e, devido à rotina agitada, não pratica atividades físicas regularmente e se alimenta de forma desbalanceada. Ela também é fumante há 20 anos e consome álcool socialmente.

Durante a consulta, sua pressão arterial foi medida três vezes, com valores de 150/95 mmHg, 148/92 mmHg e 152/96 mmHg. Ao exame físico, observa-se uma leve palidez e ausência de edema. Não apresenta sintomas cardíacos como palpitações ou dor no peito, mas refere um cansaço geral.

Pergunta: Qual é o provável diagnóstico para Maria?
Qual a classificação, risco cardiovascular , meta e tratamento?

A

Hipótese: Hipertensão Arterial

Classificação: pressão arterial de Maria (média de 150/95 mmHg) - Hipertensão estágio 1: 140-159/90-99 mmHg

Risco cardiovascular: alto risco cardiovascular - paciente com hipertensão estágio 1 e vários fatores de risco (idade, histórico familiar, tabagismo, estresse)

Meta: Meta geral: <140/90 mmHg para a maioria dos pacientes.
Pacientes com risco cardiovascular alto (diabetes, doença renal crônica, doença cardiovascular): <130/80 mmHg, se bem tolerada.
Como Maria apresenta vários fatores de risco (idade, histórico familiar, tabagismo, estresse), recomenda-se uma meta mais rigorosa, com alvo de <130/80 mmHg se tolerado.

Tratamento: MEV + tratamento medicamentoso (HA estágio 1 com alto risco cardiovascular)

Terapia combinada com os seguintes fármacos: DIU, BCC, IECA, BRA

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Q

Caso Clínico:

Paciente: João, 58 anos, sexo masculino.

História Clínica:
João procura o ambulatório de nefrologia queixando-se de cansaço progressivo, inchaço nas pernas e dificuldade para respirar nos últimos três meses. Relata que, nos últimos anos, tem se sentido mais cansado, mas atribui isso ao trabalho estressante como vendedor de rua. Ele tem histórico de hipertensão arterial (diagnosticada há 10 anos), que não está bem controlada, e diabetes tipo 2 (diagnosticado há 5 anos). João também tem histórico familiar de doenças cardiovasculares, com pai que faleceu de infarto aos 65 anos e mãe com hipertensão e insuficiência renal crônica.

Exame Físico:

PA: 170/100 mmHg
Peso: 92 kg, IMC: 31 kg/m² (obesidade grau I)
Edema bilateral nas extremidades inferiores
Frequência cardíaca: 88 bpm, ritmo regular
Pulmões: estertores bibasais, crepitantes
Abdome: sem alterações
Exame neurológico: sem alterações significativas
Exames Laboratoriais:

Creatinina: 2,5 mg/dL (valor normal: 0,6-1,2 mg/dL)
Taxa de Filtração Glomerular (eTFG): 35 mL/min/1,73m² (indicando DRC estágio 3)
Albuminúria (RAC): 500 mg/g (proteinúria significativa)
Glicemia de jejum: 160 mg/dL (acima do limite recomendado para controle glicêmico em diabéticos)
Colesterol total: 220 mg/dL, LDL: 140 mg/dL, HDL: 40 mg/dL, Triglicerídeos: 250 mg/dL
Diagnóstico Inicial:

Doença Renal Crônica (DRC) Estágio 3, com comorbidades associadas (hipertensão, diabetes e dislipidemia).
Insuficiência Cardíaca Congestiva (provavelmente devido à hipertensão não controlada e à doença renal).
Síndrome nefrótica (pela presença de proteinúria significativa).
Pergunta: Qual a conduta inicial para João e quais são os objetivos principais no tratamento?

A

Diagnóstico:

João apresenta Doença Renal Crônica (DRC) estágio 3 devido à eTFG de 35 mL/min/1,73 m² e proteinúria significativa (RAC > 500 mg/g). Ele também tem comorbidades como hipertensão não controlada, diabetes mal controlado e dislipidemia, fatores que contribuem para a progressão da DRC e para o risco cardiovascular elevado. Além disso, os sintomas de edema e dispneia sugerem insuficiência cardíaca congestiva.
Conduta Inicial:

Controle da Pressão Arterial: A meta de PA é <130/80 mmHg para pacientes com DRC e diabetes. O tratamento deve incluir IECA ou BRA (bloqueadores do sistema renina-angiotensina-aldosterona) para controle da PA e redução da proteinúria.

Controle Glicêmico: A glicemia de João está mal controlada. O controle rigoroso da glicemia (HbA1c < 7%) é essencial, com ajustes na medicação antidiabética (considerando a introdução de iSGLT2, que tem benefício renal e cardiológico).

Diuréticos: O edema e os estertores pulmonares indicam insuficiência cardíaca. O uso de diuréticos (furosemida) pode ser necessário para controlar o edema e a congestão pulmonar.

Controle Lipídico: O paciente tem dislipidemia (LDL elevado). O uso de estatinas para controle do colesterol LDL é indicado, dado o risco cardiovascular aumentado.

Ajustes na Dieta:

Restrição de sódio (2-3g/dia).
Controle de ingestão de proteínas (aproximadamente 0,8-1,0g/kg/dia).
Correção da hiperfosfatemia se necessário.
Monitoramento:

Creatinina e eTFG: Monitorar a função renal com exames de creatinina e eTFG a cada 3 meses.
Creatinina e potássio: Monitorar níveis de creatinina e potássio após a introdução de IECA ou BRA, devido ao risco de elevação desses parâmetros.
Proteinúria: Monitorar a redução da proteinúria, que é um marcador importante da progressão da DRC.
Controle da pressão arterial: Realizar ajustes terapêuticos para atingir a meta de PA.

Esse caso clínico exige uma abordagem multidisciplinar, focada na redução da progressão da DRC, no controle das comorbidades (hipertensão, diabetes e dislipidemia) e no manejo de complicações como a insuficiência cardíaca congestiva e a síndrome nefrótica.

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