Colo Uterino (HPV, NIC e CA de Colo) Flashcards

1
Q

Histologia

A
  • ECTOCERVICE - Epitélio Escamoso: recobre a maior parte do colo
  • ENDOCERVICE - Epitélio Colunar (glandular): recobre o canal cervical
  • JEC - Junção Escamoscolunar

*Metaplasia Escamosa: as células escamosas recobrem a área recoberta pelo tecido glandular, formando cistos de Naboth

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2
Q

Fatores de Risco para CA de colo uterino

A
  • HPV
  • Outras ISTs (Clamídia e herpes: maior persistência do HPV e propensão às lesões)
  • Genéticos
  • Tabagismo: imunossupressão local no colo uterino
  • Imunidade (imunossupressão)
  • Anticoncepcional hormonal (5 anos aumenta risco relativo e uso por 10 anos aumenta ainda mais, ao cessar seu uso, o risco volta ao normal depois de 5-10 anos
  • Início precoce da atividade sexual, já que HPV é transmitido sexualmente -> Mulheres que têm relação abaixo dos 18 anos possuem risco 2x maior
  • Múltiplos parceiros
  • Multiparidade -> 2 ou mais gestações possuem maior risco
  • Má higiene, radiação ionizante
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3
Q

Prevenção primaria e secundaria para CA de colo uterino

A

Primária
- Evitar fatores de risco/ educação
- Melhora da alimentação, controle de peso, tabagismo, ACO, DSTs
- Vacina HPV (Bivalente e quadrivalente, ambas protegem contra HPVs 16 e 18)

Secundária
- Rastreio e tratamento de lesões precursoras

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4
Q

Câncer de Colo Uterino - relação com HPV

A
  • Causado em imensa maioria pelo HPV -> 99,7% HPV relacionado
  • pico de incidência do HPV é aos 25 anos e pico de CA de colo uterino aos 35-40 anos
  • lesões HPV relacionadas tem melhor prognostico do que os HPV não relacionados
  • HPV:
    *Subtipos 16 e 18 são os mais comuns e responsáveis por 70% dos casos de CA de colo de útero.
    *HPV subtipos 31,33 e 35 também são tipos de alto risco e são encontrados em 20% dos cânceres invasivos
    *Subtipos 6 e 11: responsáveis pelas verrugas vaginais (condiloma acuminado)
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5
Q

Condiloma Acumindo

A

Infecções por HPV 6 ou 11 considerados de baixo risco, já que são encontrados em 90% dos condilomas, mas apenas raramente em câncer invasivo
Lesões múltiplas confluentes
Lesões vegetantes com muita formação de queratina
Papilomatose (aspecto arborescente) + presença de coilócitos
Visto os vírus que não conseguem a integração com DNA

TTO:
- Destrutiva química: ácido tricloroacético, podofilina, podofilotoxina e 5-fluoruracil.
- Destrutiva física: laser, crioterapia, eletrocauterização.
- Imunológico: imiquimode.
- Excisional: bisturi e cirurgia de alta frequência.
É importante lembrar também que a eletrocauterização e o imiquimode têm seus usos contraindicados em mucosas

  • ácido tricloroacético 90% ou 80% &raquo_space; gestante também pode
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6
Q

Carcinogênese CA de colo uterino relacionado ao HPV

A

infecção pelo HPV → internalização do vírus através de micro traumas do epitélio escamoso na relação sexual desprotegida -> o vírus atinge as células basais-> podendo se integrar ao DNA da célula ou não -> pode ser resolvida espontaneamente ou desenvolver lesões de baixo ou alto grau
- material genético não integrado: formação de epissoma -> replicação viral -> infecção de outras células -> LESÃO DE BAIXO GRAU (que pode progredir para lesão de alto grau se acontecer a integração do vírus com DNA da célula humana)
- integração do vírus ao DNA da célula: LESÃO DE ALTO GRAU -> precursora do CA. O genoma viral inibe expressão de E6 e E7 (oncoproteinas supressoras de tumor) -> proliferação celular com acúmulos de danos ao DNA -> neoplasia

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7
Q

Rastreamento das lesões precursoras causadas pelo HPV

OBS: citologia = coleta dupla (endo e ectocervical)

A

Citologia do meio convencional (Papanicolau)
- Mulheres dos 25 a 64 anos, inicialmente feito anualmente -> se dois exames seguidos com um intervalo de um ano vierem normais, passam a ser feitos a cada 3 anos.
- Mulheres acima de 64 anos que nunca fizeram o exame devem realizar 2 exames com intervalo de 1-3 anos -> ambos negativos estão dispensadas
- Parada do rastreamento: maiores de 64 anos que tiveram pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos e sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva
- Pessoas vivendo com HIV: após sexarca: no 1 ano a cada 6 meses, após 1 ano com 2 resultados normais e CD >200 pode ser anual
- Gestante&raquo_space; janela de oportunidade - coleta dupla sem risco

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8
Q

Coleta do Papanicolau

A
  • Coleta dupla
    1. Ectocervice = com a espátula 360º
    2. Endocervice = com a escovinha 360º

Coleta Tripla
3. Fundo de saco = com espatula

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9
Q

Classificação do Papanicolau

A

*LIE-BG (LSIL) = lesão intraepitelial de baixo grau (antigamente NIC I)
- repetir em 6 meses (pct >25a)
- repetir em 3 anos se pct < 25 anos
- 2 LIE-BG&raquo_space; COLPOSCOPIA

*ASCUS indica uma atipia sem apresentar qualquer sinal de alterações pré-malignas
< 25 anos - repetir em 3 anos
25 a 30a - repetir em 1 ano
>30a - repetir em 6 meses
- pct após menopausa&raquo_space; atrofia pode dar ASCUS» antes de repetir fazer creme de E2
- 2 ascus&raquo_space; COPOSCOPIA

*ASC-H = Atipia escamosa celular (não pode excluir malignidade) -> colposcopia

*AGC = Atipia Glandular (não pode-se excluir malignidade, antigamente AGUS)&raquo_space; colposcopia + Avaliação do canal

*HSIL (LIE-AG/CA) in SITU = lesão de alt grau&raquo_space; COLPOSCOPIA

*AOI = Atipia de origem indefinida&raquo_space; COLPOSCOPIA

obs: LIE-BG ou ASC-US em paciente HIV&raquo_space; COLPOSCOPIA

*ADENOCARCINOMA in SITU = Dx

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10
Q

Colposcopia + Biopsia Direita

A

*Acido Acético&raquo_space; coagula proteínas do epitélio alterado (quanto mais mitoses&raquo_space; mais quantidade de proteínas) &raquo_space; Aceto Branco
- a região alterada fica bem branca

  • Lugol (teste de Schiller): cora glicogênio&raquo_space; epitélios normais tem bastante glicogênio&raquo_space; epitélios com muita mitose consome muito glicogênio e não cora de lugol
  • a região alterada não cora com lugol

IODO (+)&raquo_space;Shiller negativo
IODO (-)&raquo_space; Shiller positivo

OBS> gestante não faz biopsia a toa&raquo_space; só quando tem cara de CA mesmo

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11
Q

Achados importantes na Colposcopia

A

*Achados sugestivos de CA Invasor = Biopsia
- vasos atípicos + superfície irregular + erosão/ulceração

*Achados maiores
- epitélio acetobranco denso, sobrelevações, mosaico e pontilhado grosseiro + associados a uma zona de transformação do tipo 1 ou 2 (junção escamocolunar visível, que não adentra mais de 1 cm do canal) e lesão restrita ao colo, pode ser realizado um tratamento excisional/excisão da zona de transformação.

JEC não visível ou atipia glandular&raquo_space; tem que tentar visualizar
Avaliação do canal = escovado endocervical, curetagem endocervical ou histeroscopia

Biopsia&raquo_space; NIC I, NIC II, NIC III e CA de colo uterino

ZT tipo 1 = é completamente ectocervical e completamente visível, de pequena ou grande extensão.
- ZT tipo 2 = tem componente endocervical completamente visível e pode ter componente ectocervical de pequena ou grande extensão.
- ZT tipo 3 = tem componente endocervical que não é completamente visível e pode ter componente ectocervical de pequena ou grande extensão.

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12
Q

Classificação da biopsia - patologia
NIC I - (lesões de baixo grau)

A
  • Raramente progredirão em gravidade e comumente desaparecerão
  • Ocorrem nas camadas superficiais do epitélio devido a uma despolarização do epitélio escamoso
  • Caracterizam-se por atipias nucleares (achados do Papanicolau):
  • Acompanhamento por 2 anos&raquo_space; Crioterapia ou cauterização
  • Não há necessidade de exérese
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13
Q

Classificação da Biopsia- patologia
NIC II e III - (lesões de alto grau) -> carcinoma in situ

A
  • Tendem a progredir e exigem tratamento
  • O tempo de evolução para o câncer varia de acordo com idade, estado imunológico…
  • Mais idosas evoluem mais rápido
    Proliferação de células basais (profundas) → crescem e chegam a superfície
    Núcleos aumentados (hipercromáticos) - mitoses → quase não se visualiza mais citoplasma
    Nucléolos evidentes
    Citologia (papanicolau): células profundas na superfície, com núcleos aumentados e nucléolos evidentes formando fila indiana (muito característica)
    Aspecto colposcópico da lesão: áreas brancas com orifícios glandulares visíveis, com áreas que parecem mosaicos, com vasos neoformados
  • TTo : exerese&raquo_space; escolh AZT e tipo 3 conização
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14
Q

Quadro Clínico sugestivo de carcinoma

A

Sinusiorragia (sangramento após relação sexual)
Leucorreia sanguinolenta (descrição de corrimento ensanguentado/ em água de carne que piora com relações sexuais) - lesão no colo uterino, pode vir associada a dor abdominal ou lombossacra
Corrimento sanguinolento (“água de carne”)
Lesão cervical (ulcerada ou não)
Dor abdominal e lombo-sacra

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15
Q

Tipo Histológico CA de colo uterino

A

Epitélio do colo uterino:
Ectocérvice (1): epitélio escamoso estratificado (HPV 16)
Endocérvice (3): epitélio colunar
JEC (2): junção escamo colunar
85-90%: escamoso (carcinoma epidermoide)
10-15%: glandulares (adenocarcinoma) (HPV 18)

Via de disseminação:
1° contiguidade
2° linfática
3° hematológica

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16
Q

Estadiamento do CA de colo uterino

A

Estadiamento influência na via de tratamento
Clínico (exame físico) + exames complementares (radiologico)
USG abdome total
Radiografia de tórax
Cistoscopia/ colonoscopia
Urografia excretora
RM

17
Q

Carcinoma Microinvasivo de Células Escamosas

A

Estágio inicial do câncer cervical (estágio Ia)
Caracteriza-se por invasão mínima do estroma por células neoplásicas
Lesão exofítica, grande, sangrante, com estruturas polipóides
Biópsia: carcinoma de células escamosas que invade estroma
Papanicolau: células grandes do epitélio profundo, se assemelhando a um girino
Invasão até 4mm abaixo da membrana basal
Ausência de invasão vascular
Sem metástases para linfonodos

18
Q

Estágio I

A

estagio O = Carcinoma in situ (tto conização)

Tumor restrito ao colo: A Papanicolau ou colposcopia/B macroscópicos
IA1 – invasão até 3mm (diagnóstico possível apenas pela biópsia ou conização, sendo realizado pelo papanicolau ou colposcópica)
IA2 – invasão de 3 a 5 mm; extensão < 7 mm
IB1 – lesão com até 2 cm
IB2 – lesão de 2 a 4 cm
IB3 – lesão maior que 4 cm

19
Q

Estágio II

A

IIA: invasão da vagina sem atingir 1/3 inferior
IIA1: < 4 cm
IIA2: > 4 cm
IIB: invasão do paramétrio sem atingir a parede pélvica

20
Q

Estágio III

A

IIIA: tumor invade 1/3 inferior da vagina
IIIB: invade o paramétrio até a parede pélvica e/ou causa hidronefrose ou exclusão renal
IIIC: envolvimento linfonodal (radiológico - ressonância - ou patológico - cirurgia)
IIIC1: linfonodo pélvico
IIIC2: linfonodo para aórtico

21
Q

Estádio IV

A

IVA: tumor invade a mucosa da bexiga ou reto e/ou entende-se além da pelve verdadeira
IVB: metástase a distância

22
Q

Tratamento do CA de colo uterino
Depende do estadiamento:

Wertheim-Meigs: histerectomia total + parametrectomia + colpectomia (retirada do terço superior da vagina) + linfadenectomia pélvica.

A

Cirurgia OU Radioterapia (se a paciente precisar de RT depois da cirurgia é porque a indicação foi incorreta e vice-versa)

IA1 (sem invasão linfovascular/ sem ILV): Histerectomia simples ou conização (se desejo de gestar)

IA1 (com ILV), IA2, IB1 e IIA1: Histerectomia radical (com retirada de linfonodos pélvicos ou Traquelectomia radical (se desejo de gestar)

IB2 e IIA2: Quimio + radioterapia

IIB-IVA: Quimioradioterapia ou exenteração pélvica

IVB: Quimioterapia paliativa

traquelectomia radical = Retirada do colo com paramétrio com reinserção do corpo uterino na vagina
OBS: o tratamento cirúrgico padrão ouro é a histerectomia radical com retirada dos linfonodos

23
Q

Seguimento CA de colo uterino
Recidiva = 35% dos casos

A

1º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 3/3 meses
Ureia, creatinina, hemograma, raio-X de tórax de 6/6 meses
Tomografia em 1 ano
2º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 4/4meses
Ureia, creatinina, hemograma, raio-X de tórax e tomografia em 1 ano
3º-5º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 6/6 meses

24
Q

Disseminação do Câncer Cervical

A
  • Extensão direta:
  • Compressão do ureter (hidronefrose, hidroureter e insuficiência renal)
  • Bexiga e reto (formação de fístula)
  • Vasos linfáticos
  • Hematógena (rara)
  • Metástasis para linfonodos (principalmente para cervicais, hipogastrio, ilíacos externos)
25
Q

Adenocarcinoma

A

10% dos tumores cervicais
Média de idade: 40 anos
Tipos mais comuns: endocervical, intestinal e endometrioide
Associados a adenocarcinoma in situ: HPV dos tipos 16 e 18
- Adenocarcinoma in situ
- Adenocarcinoma Invasivo

26
Q

Adenocarcinoma in situ

A

Surge na JEC e estende-se para o canal endocervical
Células colunares altas com citoplasma eosinofílico ou mucinoso
Arquitetura semelhante às glândulas endocervicais
Células aumentadas
Núcleos hipercromáticos atípicos com pseudoestratificação (aumento de celularidade)
Índice núcleo-citoplasma aumentado
Números variáveis de mitose (localizados no polo luminal)
Seu padrão de disseminação e envolvimento de glândulas endocervicais assemelha-se ao das NIC
Transições abruptas ajudam a distinguir células neoplásicas das células endocervicais normais
Adenocarcinoma in situ está associado à NIC III em 50% dos casos
p16 (imunohistoquímica): sempre que há associação com HPV faz-se esse marcador para confirmação
CEA (imunohistoquímica): proteína marcadora de glândulas endocervicais

: Indicar conização se adenocarcinoma in-situ no canal endocervical e histeroscopia com biópsia se paciente > 35 anos

27
Q

Adenocarcinoma Invasivo

A

Crescimento dentro do canal endocervical (“colo em barril”)
Massa polipóide vegetante ou papilar
Tipos
Tumores exofíticos apresentam padrão papilar
Tumores endofíticos apresentam padrão tubular ou glandular
Tumores mal diferenciados compõem-se de camadas sólidas de células
Obs.: sobrevida menor do que a do carcinoma epidermoide

Disseminação
Invasão local
Fístulas anais e vesicais
Metastasi linfaticas

28
Q

Papilomatose Laríngea

A
  • Papilomatose de mucosa laríngea ou respiratória é causada pela aquisição do HPV durante a passagem pelo canal de parto de uma mãe infectada
  • Diagnostica em media em crianças com 3 a 5 anos (as vezes só aprece na adolescência)
  • Subtipo HPV 6, HPV 11 e menos comum 16
  • HPV infecta a mucosa escamosa -> presença de pólipos verrucosos em pregas vocais verdadeiras, pregas vocais falsas, região subglótica e traqueia -> rouquidão, soprosidade, desconforto respiratório ocasional, obstrução respiratória intermitente e afonia