Clube 1 - Brachial plexus birth palsy: Management during the first year of life - 17/02/23 Flashcards

1
Q

Quando ocorre a Paralisia do Plexo Braquial no Nascimento?

A

Quando há lesão em qualquer raiz nervosa que compõe o plexo braquial durante o parto difícil.

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2
Q

Qual a característica da Paralisia do Plexo Braquial no Nascimento?

A

A paralisia do plexo braquial ao nascer (PBBP) é uma paralisia flácida neuromotora secundária à lesão de uma ou várias raízes do plexo braquial (PB) que ocorre durante o parto.

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3
Q

Faça um relato breve dos pontos históricos relacionados com o estudo do PBBP, de acordo com a introdução do artigo.

A
  • 1764: Primeiro relato do problema pelo Dr. William Smellie
  • 1872: O termo “paralisia obstétrica” foi utilizado pela primeira vez, por Duchenne de Boulogne em seu tratado.
  • 1877: Descrição da paralisia obstétrica do plexo braquial, por Erb
  • 1885: Klumpke relatou a primeira descrição de envolvimento isolado das raízes
    distais do plexo braquial
  • Final do séc. XIX: primeiros estudos experimentais desafiando a causa obstétrica por tração direta nas raízes nervosas.
  • Em 1898, Duval e Guillain estudaram a direção das raízes nervosas, explicando a predominância do envolvimento dos nervos C5 e C6 proximais.
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4
Q

Quando começam a ocorrer cirurgias de correção do plexo braquial? Como foram os resultados?

A
  • Início do séc. XX noas EUA
  • Inicialmente realizava-se a ressecção de neuroma associada à sutura simples do nervo, que apresentaram resultados indesejados
  • Posteriormente, por volta de 1930, ocorreram cirurgias de enxerto de nervos, que apresentaram maus resultados funcionais, alta morbidade e mortalidade substancial.

Por isso, o tratamento conservador permaneceu o padrão até a década de 1960.

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5
Q

Quais fatores contribuíram para o ressurgimento da opção cirúrgica nos casos de PBBP?

A

O desenvolvimento em particular da microcirurgia do plexo braquial em adultos e técnicas de imagem que fornecem uma melhor análise pré-
operatória resultaram em um interesse renovado no tratamento cirúrgico da PBBP.
Na França, Gilbert et al. [10] são creditados por terem desenvolvido a cirurgia de BPBP no final da década de 1970.

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6
Q

Anatomia geral do PB - Vide Deck Neuroanatomia

No subitem Anatomia Funcional, o que o artigo diz sobre os miótomos e as variações anatômicas?

A

Sobre a variabilidade anatômica que pode influenciar nos miótomos, pois, cada nervo pode ser composto por diversas raízes. Então várias raízes podem estar relacionadas com uma função e uma raiz podem atuar em diversas funções.

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7
Q

Anatomia geral do PB - Vide Deck Neuroanatomia

No subitem Anatomia Funcional, quais exemplos o artigo traz sobre as lesões nas raízes nervosas e as partes afetadas?

A

A lesão de:

  • C5C6 se manifesta por um déficit na abdução e rotação lateral do ombro e por um déficit na flexão e supinação do cotovelo.
  • C7, há déficit na extensão do cotovelo, punho e dedos e déficit na inclinação radial.
  • C8T1 resulta em déficit na flexão do punho e dedos, bem como na função intrínseca da mão.
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8
Q

Fisiopatologia

Mecanismo de lesão

Qual o mecanismo de lesão do PB mais comum?

A

O mecanismo mais comum é o alongamento do BP durante o segundo
estágio de um parto distócico, seja por tração na cabeça (apresentação cefálica)
ou tração no membro superior (apresentação pélvica).

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9
Q

Fisiopatologia

Mecanismo de lesão

Quais são as duas formas de apresentação do alongamento do PB durante o segundo estágio de um parto distócico?

A
  • Apresentação cefálica: tração na cabeça
  • Apresentação pélvica: tração no membro superior
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10
Q

Fisiopatologia

Mecanismo de lesão

Quais as principais causas de alongamento do PB?

A
  • Distócia de ombros
  • Macrossomia (é definida como o peso ao nascimento maior que 4.000 g, independentemente da idade gestacional e de variáveis demográficas)
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11
Q

Fisiopatologia

Mecanismo de lesão

O que é distócia de ombros?

A

A distócia de ombros ocorre pela impactação óssea do diâmetro biacromial fetal entre o púbis e o promontório sacral maternos. É uma das emergências obstétricas mais temidas e imprevisíveis do parto.

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12
Q

Fisiopatologia

Mecanismo de lesão

Cite outros fatores de risco potenciais para alongamento do PB além da distócia de ombro e da macrossomia. (6)

A

Também são fatores de risco potenciais:

  • Parto com instrumentação (fórceps/extrator a vácuo)
  • trabalho de parto prolongado
  • primiparidade
  • prematuridade (partos pélvicos)
  • história de BPBP durante um parto anterior
  • ganho excessivo de peso materno
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13
Q

Fisiopatologia (Mecanismo de lesão)

Quais são as quatro características anatômicas que explicam a cronologia, o tipo e a sede das lesões de BP?

A
  • Orientação do Plexo Braquial
  • Ligamento póstero-superior
  • Tecido conjuntivo
  • Plexo braquial pré-fixado
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14
Q

Fisiopatologia (Mecanismo de lesão)

Como a orientação do plexo braquial pode influenciar nas lesões?

A

As raízes C5 e C6 têm direção descendente quase vertical, o que as torna mais vulneráveis do que as raízes distais que são quase horizontais. A tração excessiva no BP levará primeiro ao envolvimento da raiz proximal e depois ao envolvimento secundário das raízes distais. Consequentemente, as lesões proximais são mais frequentes;

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15
Q

Fisiopatologia (Mecanismo de lesão)

Como o ligamento póstero-superior pode influenciar nas lesões?

A

O ligamento póstero-superior está presente nas raízes de C5 e C6 e ancora essas duas raízes na apófise transversa, protegendo-as de avulsões radiculares. Nas raízes C7C8T1, quando este ligamento está ausente, qualquer força de tração é transmitida diretamente para as radículas. Isso explica a frequência de avulsões distais e a infrequência de avulsões distais;

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16
Q

Fisiopatologia (Mecanismo de lesão)

Como o tecido conjuntivo pode influenciar nas lesões?

A

Elemento protetor, o tecido conjuntivo é mais rico nos troncos do que nas raízes, o que explica a localização mais frequente dessas lesões nas raízes;

16
Q

Fisiopatologia (Mecanismo de lesão)

Como a pré e pós fixação do PB pode influenciar nas lesões?

A

BP pré-fixado: a participação do ramo C4 pode ser considerada um fator predisponente para lesões proximais, enquanto o plexo pós-fixado (participação de um ramo T2) desempenha um papel protetor para as raízes distais.

17
Q

Fisiopatologia (Tipos de lesões)

Para determinar a gravidade do problema, é importante distinguir dois tipos de lesões, quais são?

A
  • Pré-ganglionar ou avulsão: localizada a montante do gânglio da raiz dorsal, é uma verdadeira ruptura da radícula na medula espinhal. Esta lesão, que mais frequentemente envolve as raízes C8 e T1, é particularmente grave porque não pode ser reparada por cirurgia direta. Deve ser buscado sistematicamente na RM ou TC-mielografia para melhor planejamento cirúrgico;
  • Proximal ao PB, pré-ganglionar no sentido PB-Medula espinal
  • Pós-ganglionar: a lesão pós-ganglionar está localizada a jusante do gânglio da raiz dorsal. Três tipos são descritos na classificação de Sunderland
18
Q

Fisiopatologia (Tipos de lesões)

Quais são os 3 tipos de lesão pós-ganglionar descritos na classificação de Sunderland?

A
  • tipo 1 ou neuropraxia de Seddon: alongamento simples do PB sem interromper a continuidade do nervo, levando a paralisia transitória que se
    resolve espontaneamente
  • tipo 2 ou axonotmese: ruptura parcial do nervo tocando o axônio, mas mantendo intacta a bainha nervosa. A recuperação espontânea é possível, mas com risco de erro de “troca”
  • tipo 3 ou neurotmese:
    ruptura completa do nervo com formação de neuroma. A recuperação
    espontânea é impossível, mas a lesão permanece acessível ao reparo do nervo.
19
Q

Epidemiologia

Por que apesar do avanço em obtetrícia, os casos de PBBP prosseguem com índices estabilizados nas últimas décadas?

A

Isso pode estar essencialmente relacionado à imprevisibilidade da distócia de ombro e ao aumento do peso médio ao nascer.

20
Q

Epidemiologia

Quais são os dados sobre incidência da PBBP? (o artigo trás dados norte americanos)

A

Apesar das variações entre as series,a incidência transita entre 0,04% a 0,4% entre os nascidos vivos. O maior levantamento epidemiológico realizado em âmbito nacional no ano de 2008 nos EUA, chegou a uma taxa de 0,15% entre os nascidos vivos.

21
Q

Epidemiologia

Como fica a distribuição de casos entre os tipos de lesões na PBBP?

A
  • 50/60% dos casos: Paralisia proximal de C5C6 (Erb-Duchenne)
  • 30% dos casos (aproximadamente): Paralisia proximal de C5C6 com extensão até C7
  • 15/20% dos casos: Paralisia total de C5T1 (GRAVE)
  • > 2%: Paralisia distal C8T1 (Klempke Déjerine)

A paralisia proximal de C5C6 (Erb-Duchenne), de longe a mais frequente,
representa 50-60% dos casos. Em aproximadamente 30% dos casos, o envolvimento
proximal de C5C6 estende-se até a raiz de C7. A paralisia total de C5T1, uma
condição grave frequentemente com sequelas consequentes, é encontrada em 15 a 20% dos casos [19]. A paralisia distal de C8T1 (Klempke Déjerine), que ocorre
durante o parto pélvico, é excepcional e representa menos de 2% dos casos

22
Q

Epidemiologia

Por que existe predominância das lesões do PB no lado direto?

A

A frequência da apresentação occipitoilíaca anterior esquerda, que coloca o ombro direito sob o púbis materno, explica a predominância dessas lesões no lado direito. Em 4% dos casos, as lesões podem ser bilaterais [18].

23
Q

Diagnóstico (Exame clínico)

O diagnóstico de PBBP é geralmente fácil e baseado apenas no exame clínico. Quais achados são comuns na inspeção?

A

A inspeção do recém-nascido encontra movimentos ativos assimétricos entre
os dois membros superiores com uma posição espontânea geral em adução e rotação interna.

24
Q

Diagnóstico (Exame clínico)

O que é a tríade da síndrome de Horner?

A

Ao se identificar movimentos que indiquem lesão no PB deve-se procurar imediatamente sinais de gravidade,
principalmente a tríade da síndrome de Horner: ptose, miose e enoftalmia