ABORDAGEM INICIAL TRAUMA Flashcards
Abordagem inicial no trauma em ambiente extra-hospitalar:
1) Sinalizar a via pública
2) Manutenção de vias aéreas
3) Estabilização da coluna cervical
4) Controle da hemorragia externa
5) Imobilização do paciente para transporte com prancha longa
“A” do trauma: como estabilizar coluna cervical? E se o paciente precisar ser intubado?
1) Utilizar colar cervical rígido
2) Prancha longa
3) Coxins laterais
4) Se a intubação for necessária, abrir o colar e estabilizar a coluna manualmente
“A” do trauma: quando retirar o colar cervical?
1) Indivíduos alertas (ECG = 15)
2) Sem dor cervical
3) Sem abuso de álcool/drogas
4) Exame neurológico normal
“A” do trauma: quando realizar avaliação radiológica de coluna cervical?
1) Idade > 65 anos
2) Parestesias em extremidades
3) Mecanismo perigoso de trauma
4) Incapacidade de realizar movimento rotacional do pescoço
“A” do trauma: como avaliar via aérea inicialmente?
1) Paciente orientado: fonação preservada = via aérea pérvia
2) Paciente com rebaixamento do nível de consciência: elevação do queixo + tração da mandíbula + inspeção da via aérea
“A” do trauma: quais as indicações para acesso definitivo às vias aéreas?
1) Apneia
2) Proteção de vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico
3) Comprometimento iminente de vias aéreas (ex: lesão por inalação, fraturas faciais)
4) TCE grave com ECG < ou = 8
5) Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação sob máscara
“A” do trauma: sequência pré intubação:
1) Pré oxigenação com 100% de O2
2) Pressão sobre a cartilagem cricoide
3) Anestésicos de ação rápida (etomidato 0,3mg/kg)
4) Bloqueador neuromuscular (succinilcolina, geralmente 100mg)
“A” do trauma: o que é combitubo (tubo esôfago traqueal) e quando usá-lo?
1) Consiste em 2 tubos: um distal que oclui o esôfago com baronete insuflado e um proximal que é posicionado na laringe e permite a ventilação. Ele permite o acesso às cegas da via aérea
2) Usado em ambiente pré hospitalar quando há dificuldade de acesso à via aérea por IOT
“A” do trauma: quando usar máscara laríngea?
1) Não é uma via aérea definitiva
2) Assegurar via aérea pérvia quando a realização de ventilação sob máscara foi insatisfatória
3) Quando múltiplas tentativas de intubação foram infrutíferas
“A” do trauma: indicações de acesso cirúrgico à via aérea:
1) Trauma maxilofacial extenso
2) Presença de distorção anatômica resultante de trauma no pescoço
3) Incapacidade de visualização das cordas vocais por: acúmulo de sangue, secreções ou edema
“A” do trauma: cricotireoidostomia, como realizar?
1) Decúbito dorsal com hiperextensão do pescoço
2) Palpar proeminência tireoidea
3) Fazer incisão transversa cervical abaixo dela, na membrana cricotireoidea
4) Dilatar orifício com pinça hemostática
5) Inserir cânula de pequeno diâmetro (7-8mm)
“A” do trauma: como verificar correto posicionamento de tubo orotraqueal/endotraqueal?
1) Exame físico: observar insuflações do tórax e auscultar ventilações
2) Capnógrafo
3) RX de tórax
“A” do trauma: quando fazer traqueostomia (método de exceção)?
1) Crianças < 12 anos (contraindicação relativa à cricotireoidostomia)
2) Falha na IOT em fratura de laringe (rouquidão, fratura palpável e enfisema subcutâneo)
“A” do trauma: quando realizar cricotireoidostomia por punção?
1) Pode ser feita em crianças < 12 anos
2) Deve ser feita sempre que existir indicação de acesso cirúrgico e a manobra tenha que ser realizada em segundos (ex: paciente com trauma maxilofacial extenso grave que entra em apneia)
3) É um método transitório de acesso à via aérea
“A” do trauma: frente à piora inesperada da SatO2 após intubação, qual a recomendação segundo ATLS?
Checar DOPE
Deslocamento do tubo: extubação ou intubação seletiva
Obstrução do tubo: por sangue ou secreções
Pneumotórax
Equipamento: dobras no tubo, calibre inapropriado, tanque de O2 vazio
“B” do trauma: lesões que comprometem a ventilação de forma imediata:
1) Pneumotórax hipertensivo
2) Hemotórax maciço
3) Pneumotórax aberto
4) Comprometimento traqueal ou brônquico
“B” do trauma: consequências do pneumotórax hipertensivo:
1) Colapso do pulmão ipsilateral
2) Desvio do mediastino e compressão do pulmão saudável
3) Angulação dos vasos da base pelo desvio de mediastino, gerando redução do DC com hipotensão e/ou choque
4) Insuficiência respiratória
5) Aumento da pressão intratorácica
“B” do trauma: diagnóstico de pneumotórax hipertensivo:
É clínico, com dispneia + 1 ou mais dos seguintes:
1) Desvio contralateral da traqueia
2) Enfisema subcutâneo
3) Hipertimpanismo à percussão
4) Ausência ou diminuição do MV
5) Turgência jugular (pela dificuldade no retorno venoso)
6) Hipotensão ou choque
“B” do trauma: causa mais comum de pneumotórax hipertensivo segundo ATLS
VM com pressão positiva em pacientes com lesões pleuropulmonares assintomáticas ou não percebidas
“B” do trauma: TTO imediato do pneumotórax hipertensivo
1) Em adultos, toracocentese com agulha calibrosa no 4o ou 5o EI entre linhas axilares média e anterior (nova recomendação)
2) Em crianças, continua sendo no 2o EI na linha hemiclavicular (recomendação anterior)
“B” do trauma: TTO definitivo do pneumotórax hipertensivo
Toracostomia com drenagem em selo d’água com dreno posicionado próximo à superfície superior do arco costal (onde não passa o feixe neurovascular)
“B” do trauma: TTO imediato de pneumotórax aberto
Oclusão da ferida com curativo quadrangular fixado apenas em 3 de seus lados (gera mecanismo valvular)
“B” do trauma: suspeição de hemotórax maciço (acúmulo de > 1500ml de sangue ou 1/3 da volemia na cavidade torácica):
1) Ausência de MV
2) Macicez à percussão
3) Sem desvio de traqueia
4) Jugulares colabadas pela hipovolemia
“B” do trauma: conduta no hemotórax maciço
1) Transfusão com restauração da volemia
2) Toracostomia - drenagem intercostal (5o EI entre linhas axilares anterior e média)
3) Sangue coletado pode ser usado para autotransfusão
“B” do trauma: quando realizar toracotomia no hemotórax maciço
1) Quando houver saída imediata de > 1500 ml de sangue pelo dreno
2) Quando o ritmo de drenagem for de 200ml/h nas primeiras 2-4 horas
3) Pacientes com < 1500 ml de saída de sangue inicial, mas que continuam a sangrar
“B” do trauma: lesão de traqueia ou de brônquio fonte, como suspeitar:
1) Hemoptise
2) Enfisema subcutâneo no pescoço
3) Pneumotórax hipertensivo ou cianose
“B” do trauma: TTO de lesão de traqueia ou brônquio fonte
1) Cirúrgico sempre
2) Às vezes é necessária intubação seletiva do pulmão saudável
“B” do trauma: sempre precisa drenar pneumotórax?
Não! Se for pequeno (<1/3 do volume do pulmão) e simples, não precisa drenar. A não ser que o paciente vá fazer transporte aéreo ou ventilação mecânica. Nesses casos, pode transformar-se em pneumotórax grande e complexo.
“C” do trauma: principais locais geradores de choque hipovolêmico hemorrágico no paciente politraumatizado
1) Tórax
2) Abdome
3) Pelve
4) Ossos longos
“C” do trauma: sinais de hipovolemia na criança e como tratar inicialmente
1) Taquicardia e má perfusão de pele
2) Administração de cristalóides (SF 0,9% ou RL) 1L
“C” do trauma: como é classificação de perda volêmica por hemorragia?
Classe I: PA normal / FC normal / perda < 700 ml
Classe II: PA normal / FC > ou = 100 / perda > ou = 15%, > 700 ml
Classe III: PA diminuída / FC > ou = 120 / perda > 30%, > 1500 ml
Classe IV: PA diminuída / FC > 140 / perda > 40%, > 2000 ml
“C” do trauma: como tratar inicialmente as classes I, II, III e IV na perda volêmica?
Classe I: não necessita de tratamento
Classe II: reposição de cristalóides
Classe III: interromper hemorragia, reposição com cristalóides (1L de RL em adulto) e hemoderivados
Classe IV: rápida transfusão maciça e intervenção cirúrgica imediata
“C” do trauma: no que consiste a transfusão maciça?
Emprego de > 10UI de concentrado de hemácias nas 24 horas iniciais de admissão (ou > 4UI em uma hora).
“C” do trauma: por que o cateterismo vesical é contraindicado e qual exame deve ser realizado antes de fazer o cateterismo?
Temos que avaliar por exame de imagem se há:
1) Sangue no meato
2) Hematoma perineal ou escrotal
3) Retenção urinária
4) Fratura de pelve
5) Fazer uretrocistografia retrógrada antes do cateterismo
“C” do trauma: quais são as principais causas de choque obstrutivo e choque cardiogênico em hipotensão refratária a volume no paciente politraumatizado?
1) Pneumotórax hipertensivo
2) Tamponamento cardíaco
3) Contusão ou IAM
4) Embolia gasosa
“C”: quais os sinais mais importantes encontrados no tamponamento cardíaco, qual exame pode ser rapidamente realizado e qual a conduta a se seguir?
1) Tríade de Beck (hipofonese de bulhas, hipotensão e turgência jugular), pulso paradoxal (queda de 10 mmHg na PAS ao final da inspiração), sinal de Kussmaul (aumento da dilatação das veias jugulares ao final da inspiração), congestão pulmonar
2) Ultrassonografia abdominal com janela subxifoidiana
3) TTO definitivo é toracotomia. Se não for possível, fazer pericardiocentese com agulha para estabilizar até cirurgia
“D” do trauma: que outras causas sem ser traumatismo do SNC causam rebaixamento do nível de consciência no paciente politraumatizado?
1) Hipoxemia
2) Hipotensão
3) Uso de álcool ou drogas
“D” do trauma: como é a ECG revisada?
Abertura ocular (1 a 4)
- Espontânea: 4 pontos
- A sons: 3 pontos
- À pressão (antigo a estímulo álgico): 2 pontos
- Ausente: 1 ponto
Resposta verbal
- Orientado: 5 pontos
- Confuso: 4 pontos
- Palavras (antigo palavras inapropriadas): 3 pontos
- Sons (antigo sons incompreensíveis): 2 pontos
- Ausente: 1 ponto
Resposta motora
- Obedece a comandos: 6 pontos
- Localiza (antigo localiza dor): 5 pontos
- Flexão normal (antigo retira o membro em flexão à dor): 4 pontos
- Flexão anormal (antigo decorticação): 3 pontos
- Extensão (antigo descerebração): 2 pontos
- Ausente: 1 ponto
Quais os exames auxiliares ao exame primário e a reanimação?
1) Monitorização eletrocardiográfica (AESP ocorre em tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo ou hipovolemia grave)
2) Cateter urinário: mede débito urinário (atenção às contraindicações)
3) Cateter gástrico (descomprime o estômago e evita broncoaspiração)
4) RX de tórax e pelve, perfil de coluna cervical
5) USG abdominal
Em que momento do trauma a morte pode ocorrer?
1) Segundos ou minutos após o trauma (50% das mortes): lesões dificilmente tratáveis
2) Horas após o trauma (30% das mortes): lesões potencialmente tratáveis
3) Após 24h do trauma: principalmente infecções e TEP
Quais são os critérios avaliados no índice START em pacientes de trauma?
1) FR > 30 irpm
2) Enchimento capilar > 2s
3) Realiza comandos simples
O que difere uma via aérea definitiva temporária de uma definitiva?
1) Definitiva: protege a via aérea do paciente contra broncoaspiração (balonete insufláveis dentro da traqueia)
2) Temporária: não protege a via aérea
Quais os principais métodos de acesso da via aérea?
1) Métodos para intubação endotraqueal (intubação orotraqueal, intubação nasotraqueal)
2) Métodos não definitivos: cricotireoidostomia por punção, máscara laríngea, combitubo
3) Acessos cirúrgicos: cricotireoidostomia cirúrgica, traqueostomia
O que é e para que serve a manobra de Sellick?
1) Compressão da cartilagem cricoide durante a intubação para fechar o esôfago
2) Impedir que o paciente regurgite o conteúdo do estômago durante a intubação
Que fatores indicam provável via aérea difícil?
1) Lesões espinhais
2) Artrose da coluna cervical
3) Trauma maxilofacial ou mandibular extenso
4) Abertura da boca limitada
5) Obesidade
6) Distorções anatômicas
7) Pacientes pediátricos
Como é a classificação de Mallampati?
I: palato mole, fauce, úvula e pilares palatinos visíveis
II: palato mole, fauce e úvula visíveis
III: palato mole e base da úvula visíveis
IV: palato mole não totalmente
O que é a regra do 3-3-2 na avaliação da via aérea para intubação?
Distância entre os incisivos < 3 polpas digitais
Distância mento-hioide < 3 polpas digitais
Distância entre tubérculo tireoideo e o assoalhos da cavidade oral < 2 polpas digitais
Qual o cuidado que devemos tomar na crico por punção?
Deve ser utilizada por no máximo 30-45 min, pois causa retenção de gás carbônico
Quais as 3 principais indicações de traqueostomia de urgência?
1) Fratura de laringe
2) Método cirúrgico de acessoà via aérea em < 12 anos
3) Lacerações abertas de pescoço com secção parcial ou total da laringe ou traqueia
Qual a meta de débito urinário no paciente que recebe reposição volêmica Inicial em contexto de trauma?
1) 0,5 ml/kg/h no adulto
2) 1ml/kg/h na criança
3) 2ml/kg/h em < 1 ano
No que devemos pensar se um pneumotórax hipertensivo se mantém hipertensivo após drenagem? Qual a conduta?
1) Lesão de via aérea calibrosa
2) Toracotomia