Transmissão e Bloqueio Neuromuscular Flashcards

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1
Q

… foi o autor da primeira publicação, em …, sobre o “curare” ou “wourari”,
veneno letal produzido com o sumo das plantas … ou Chondrodendon tometosum e colocado na ponta das flechas dos índios da região do …

A

Walter Raleigh (1551-1618)

1595

Strychnos toxífera

Amazonas

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2
Q

Foi …, quem definitivamente elucidou o mecanismo de ação do curare ao demonstrar que ele não afetava diretamente músculo ou nervo, mas bloqueava a condução do estímulo nervoso para o músculo, ao contrário do que se postulava à época

A

Claude Bernard, em 1856

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3
Q

Embora a maioria dos músculos tenha apenas de uma a três JNM por fibra, uma importante exceção são os músculos …, que têm múltiplas, possibilitando que contraiam e relaxem lentamente e mantenham o estado contrátil ou a contratura,
essencial para a manutenção do…
Alguns músculos da … também apresentam múltiplas JNM espalhadas em sua superfície

A

extraoculares

olhar

laringe, do esôfago inferior, do pescoço e da face

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4
Q

Qual a importância dos canais de Ca e de K na transmissão neuromuscular?

A

A chegada de um potencial de ação na região terminal do neurônio motor, mais especificamente na
região pré-sináptica, provoca a abertura dos canais de cálcio permitindo o influxo deste íon a favor de seu gradiente eletroquímico, o qual cessa quando o potencial de membrana retorna ao normal pelo fluxo tardio de potássio para fora do neurônio. O cálcio é essencial para a liberação da Ach. Existem dois tipos de canais de cálcio, ambos localizados próximos às zonas ativas: o P, rápido, e o L, lento, sendo os rápidos (P) os principais responsáveis pela liberação da Ach. Ambos são voltagem-dependentes: abrem e fecham por alteração da voltagem causada por um potencial de ação. O aumento da concentração de cálcio no axoplasma promove a fusão de vesículas de Ach com a membrana da fibra nervosa, e em consequência o extravasamento de seus conteúdos para a fenda sináptica4,7. Os canais de potássio atuam limitando a entrada do cálcio dentro do nervo, e, portanto, indiretamente a duração da despolarização do nervo terminal e a liberação de Ach. Como o afluxo de cálcio persiste até que o potencial de membrana volte à condição de repouso, o qual depende do efluxo de K de dentro do neurônio, os fármacos que bloqueiam os canais de potássio, como a 4-aminopiridina, prolongam a duração do potencial de ação e provocam aumento sensível da liberação de acetilcolina

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5
Q

Como altos níveis de Mg afetam a TNM?

A

Níveis de cálcio no sarcoplasma equivalentes a duas vezes a concentração normal podem elevar em até 16 vezes a liberação de Ach. Ao contrário, concentrações maiores que as normais dos íons inorgânicos bivalentes como o magnésio, cádmio e manganês podem bloquear os canais P de cálcio e dificultar intensamente a TNM,

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6
Q

Por que os bloqueadores do canal de cálcio têm efeito cardiovascular mas não não na musculatura esquelética?

A

Os fármacos bloqueadores de cálcio como verapamil, nifedipina e diltiazem, têm efeito profundo sobre os canais lentos de cálcio do sistema cardiovascular, mas não afetam os canais rápidos, razão pela qual têm efeito insignificante ou nulo na TNM

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7
Q

Qual os eventos que sucedem a ativação dos receptores de acetilcolina da JNM?

A

A Ach liberada tem alta afinidade pelos sítios de ligação das subunidades a do receptor colinérgico pós-sináptico. Ao ocupá-los, promove uma mudança conformacional que resulta na sua abertura e formação de um canal que possibilita um fluxo de íons favoráveis aos seus gradientes de concentração. O sódio e o
cálcio, o primeiro em maior quantidade, migram para o interior da célula muscular, enquanto o potássio percorre o caminho inverso. Esta troca iônica causa a despolarização da placa terminal gerando o potencial de placa (PPT), que será o estímulo para a despolarização da membrana perijuncional

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8
Q

Em que local estão presentes os receptores nicotínicos N1 e N2?

A

Os receptores nicotínicos subtipo N2 estão presentes na JNM, local de ação das DBNM; os do subtipo N1, nos gânglios do sistema nervoso autônomo.

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9
Q

Na membrana da terminação nervosa localizam-se os receptores pré-sinápticos, nicotínicos e muscarínicos, envolvidos com a modulação da liberação e síntese de Ach, num mecanismo de feedback…
Quando ativados pela Ach que foi liberada na fenda sináptica, … a liberação de Ach por … sua mobilização dos depósitos de reserva para os depósitos prontamente disponíveis. Esse mecanismo tem grande relevância na … da liberação de Ach durante a estimulação de alta frequência (tétano, trem de quatro ou double burst)

A

positivo

aumentam

aumentarem

manutenção

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10
Q

Qual a explicação por trás do fenômeno de fadiga observado durante a estimulação de alta frequência com 4 estímulos após uso de BNMa?

A

O bloqueio dos receptores pré-sinápticos de Ach pelos BNMAs explica esse fenômeno. Não havendo mobilização da Ach, esgotam-se os depósitos prontamente disponíveis, a quantidade de Ach liberada diminui progressivamente a cada estimulação e, consequentemente, a resposta contrátil evocada vai decaindo e não se mantém, daí o nome fadiga

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11
Q

O termo mobilização de Ach se refere ao processo que agrega todas as etapas envolvidas na manutenção da capacidade do nervo terminal em produzir e liberar o neurotransmissor. Começa pela captação da colina e síntese do acetato, passa pela formação das vesículas e estocagem da Ach, até a fusão das vesículas com a membrana do neurônio terminal e a liberação na sinapse. São fatores limitantes da mobilização …

A

o up take da colina e a atividade da enzima que sintetiza a Ach, a colina acetiltransferase

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12
Q

Cite situações clínicas que levam ao up regulation do receptores de acetilcolina

A
  • Uso de BNMs por tempo prolongado
  • Denervação
  • Inatividade muscular prolongada ou atrofia por desuso
  • Queimaduras
  • Infecções
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13
Q

Quais as consciências do uso de BNMd em paciente que sofreu um processo de up regulation dos receptores de Ach?

A

O up regulation dos receptores de Ach resulta em maior maior sensibilidade aos BNMd, pois além do maior número de receptores imaturos corroborando para um maior fluxo de potássio para o extracelular, tais receptores mantêm o canal aberto por mais tempo; assim, a liberação de potássio é notavelmente maior e diretamente proporcional à quantidade de receptores neoformados. Em casos extremos, após o uso de SCC, o aumento do potássio sérico, que em condições fisiológicas é insignificante (< 0,5 mEq.L-1), pode alcançar níveis suficientes para provocar arritmias, incluindo fibrilação ventricular

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14
Q

Cite situações clínicas que levam ao down regulation do receptores de acetilcolina

A
  • Exposição prolongada aos agonistas (ex.: tto da miastenia grave com inibidores da acetilcolinesterase)
  • Envenenamento por organofosforados
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15
Q

Jenden, em 1955, com base em estudos realizados em preparações de músculo esquelético isolado, introduziu os termos “fase I” e “fase II” para descrever os dois tipos de bloqueios induzidos por agentes despolariantes.
A designação bloqueio “fase I” corresponde ….
O bloqueio fase II, outrora dito bloqueio duplo, dual ou de dessensibilização (termos em desuso e não mais aceitos), decorre da …

A

ao clássico bloqueio despolarizante

exposição prolongada ou intensa da placa motora ao agente despolarizante,
o qual passa a ter, em maior ou menor grau, características de bloqueio adespolarizante

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16
Q

Qual a explicação por trás do bloqueio de fase II associado a BNMD?

A

O mecanismo pelo qual se instala ainda não está totalmente esclarecido. Algumas hipóteses são:

  1. inibição da mobilização e liberação de Ach em virtude da atividade prolongada pré-sináptica do agonista;
  2. desestruturação dos elementos da placa motora e dos receptores determinada pela livre entrada de cálcio na fibra muscular pelos canais persistentemente abertos;
  3. restauração do potencial de repouso de membrana pela intensificação da atividade da bomba de sódio/potássio ATPase-dependente. Consiste na persistência do fluxo de sódio e potássio, ocasionado pelos receptores colinérgicos que encontram-se abertos por mais tempo pela interação com a SCC, levando a um maior funcionamento da bomba de sódio/potássio ATPase-dependente, a qual trabalha para restaurar o equilíbrio iônico da membrana juncional e recuperar o potencial de membrana aos seus valores de repouso10,23. Contudo, este funcionamento se exacerba e culmina em antagonizar a ação despolarizante da SCC. Ou seja, em determinado momento, ainda que os receptores estejam ocupados pela SCC, sua ação está bloqueada pelo funcionamento exaustivo da bomba, o que simularia um bloqueio adespolarizante. Este é um processo complexo que é coadjuvado pelo alto nível de cálcio intracelular
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17
Q

É necessário que …% ou mais de receptores pós-sinápticos estejam ocupados para ocorrer o bloqueio total da TNM

A

90

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18
Q

Qual tipo de fibra muscular é mais sensível aos BNMa?

A

As fibras vermelhas, consideradas de contração lenta, apresentam menor densidade de receptores colinérgicos, são mais sensíveis à DBNMA do que as brancas, de contração rápida, e do que as intermediárias

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19
Q

Qual o composto químico eletricamente carregado responsável pelo efeito dos BNMs?

A

amônio quaternário (carregado positivamente. Os receptores de Ach têm carga negativa)

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20
Q

Anestésicos inalatórios e venosos podem potencializar a ação dos BNMs. Descreva, em ordem decrescente de potencialização, tais anestésicos

A

Desflurano > sevoflurano > isoflurano > halotano > óxido nitroso/barbitúrico/opioide ou propofol

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21
Q

Cite 4 características do bloqueio causado pelo sucinil colina

A

fasciculações, ausência de facilitação pós-tetânica, ausência de fadiga (razão TOF > 0,7) e potencialização por anticolinesterásicos

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22
Q

Alterações no sistema cardiovascular causadas pela sucinilcolina

A

Em virtude da ação em receptores muscarínicos do coração, a SCC pode inicialmente causar bradicardia e hipotensão arterial, seguida após alguns segundos de taquicardia e hipertensão, que se deve à estimulação ganglionar autonômica. Em crianças pequenas e em recém-nascidos, bradicardia acentuada
é frequentemente observada

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23
Q

Nos pacientes suscetíveis geneticamente à hipertermia maligna, durante a exposição à SCC (e/ou halogenados), há um aumento rápido e sustentado da concentração de cálcio no interior da fibra muscular, induzido pela
hiperativação dos receptores … do músculo esquelético, o que leva a uma aceleração do metabolismo e atividade contrátil do músculo esquelético. Há despolarização muscular maciça, com aumento acentuado do metabolismo muscular, aumento da fração expirada do CO2 (sinal precoce), hipercalemia,
intensa rigidez muscular, aumento da frequência cardíaca e da temperatura, a qual pode demorar para aparecer, rabdomiólise, mioglobinúria e, dependendo da intensidade, evoluir para óbito

A

de rianodina (RYR1)

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24
Q

Que exames solicitar na suspeita de pseudocolinesterase atípica

A

avaliação laboratorial da atividade das colinesterases e o número de
dibucaína

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25
Q

Explique o teste do número de dibucaína

A

A dibucaína é um anestésico local que inibe em cerca de 80% a atividade da enzima normal e somente em cerca de 20% a atividade da enzima atípica. O número de dibucaína igual a 80, que reflete 80% de inibição da enzima, confirma o diagnóstico de colinesterase plasmática normal, enquanto valores entre 40 e 60 indicam indivíduos heterozigóticos para colinesterase atípica, e iguais a 20 indicam indivíduos homozigóticos atípicos

  • É importante observar que o número de dibucaína reflete a qualidade, ou seja, a capacidade de hidrolisar a SCC, e não a quantidade de enzima circulante no plasma. Por exemplo, se os níveis plasmáticos de colinesterase estiverem diminuídos em virtude de doença hepática em um paciente normal geneticamente
    para a pseudocolinestease, o número de dibucaína será normal
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26
Q

Composto de amônio bisquaternário, é uma mistura de 10 isômeros geométricos com diferentes clearance e meias-vidas de eliminação, e duração de ação intermediária. O início de ação de 5 minutos a 6 minutos após o emprego da DE95 (0,2 mg.kg-1) pode ser encurtado para 3 minutos a 4 minutos com o emprego de 2DE95. A duração clínica de ação após o uso de 2 DE95 é de 30 minutos a 40 minutos, sendo prolongada quando do aumento da dose para 3 DE95

A

Atracúrio

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27
Q

Os principais metabólitos do Atracúrio resultantes da degradação de Hofmann são
a laudonosina, a amina terciária e o monoacrilato, composto monoquartenário do amônio. Resultam da hidrólise éster compostos monoquartenários do amônio. Concentrações plasmáticas de laudanosina de até 17 μg.mL-1, decorrentes do emprego de doses de atracúrio superiores a 4 mg.kg-1, podem ocasionar …

A

convulsões

28
Q

A farmacocinética e a farmacodinâmica do atracúrio não sofrem alterações clinicamente significativas em pacientes com doença hepática ou renal
V ou F

A

V

29
Q

é um dos 10 isômeros do atracúrio, representando aproximadamente 15% da mistura do fármaco de origem. A potência é de 3 a 5 vezes maior do que a do atracúrio (DE95= 0,05 mg.kg-1), tem início de ação mais lento, de 5 a 7 minutos para uma DE95, sendo encurtado para 2,7 minutos quando do emprego de 0,2 mg.kg-1 (4DE95). A duração clínica após o emprego de 2DE95 é de aproximadamente
45 minutos, que é similar à relatada para doses equipotentes do atracúrio. O índice de recuperação é de aproximadamente 14 minutos, comparável ao de outros bloqueadores neuromusculares de duração de ação intermediária

A

Cisatracúrio

30
Q

Primeiro bloqueador neuromuscular adespolarizante aminoesteroide introduzido na clínica por Baird e Reid, em 1967. É um composto de amônio bisquaternário, com DE95 igual a 0,06 mg.kg-1e de longa duração de ação. A dose de intubação é de 0,1 mg.kg-1, duas vezes sua DE95, com início de ação entre 3 e 4 minutos
e duração de 60 a 90 minutos. Cerca de 80% da dose é excretada de forma inalterada pelos rins. O restante (de 10% a 15%) é excretado por via biliar após metabolização hepática por desacetilação

A

pancurônio

31
Q

O uso de pancurônio em pacientes com doença hepática, obstrução biliar ou doença renal pode resultar em BNM residual
V ou F

A

V

32
Q

Como o pancurônio pode afetar o sistema cardiovascular?

A

O pancurônio pode ocasionar hipertensão arterial, taquicardia e aumento do débito cardíaco, resultantes da atividade vagolítica e da liberação de noradrenalina associada à diminuição da recaptura de noradrenalina pelas terminações nervosas simpáticas

33
Q

A DE95 do vecurônio é de 0,05 mg.kg-1 e a dose preconizada de intubação é de … que lhe confere um início de ação de 2,5 minutos a 3 minutos e duração de 40 a 44 minutos

A

duas vezes sua DE95, 0,1 mg.kg-1,

34
Q

O vecurônio depende do … para sua eliminação

A

fígado (de 50% a 60%) e do rim

35
Q

Como o vecurônio afeta o sistema cardiovascular?

A

O vecurônio não tem efeitos cardiocirculatórios em virtude do seu discreto efeito vagolítico, da ausência de atividade bloqueadora ganglionar e da discreta capacidade de liberar histamina. No entanto, alguns pacientes apresentam bradicardia na indução da anestesia após o uso associado de opioides e vecurônio.
A explicação mais provável é que os efeitos cardiovasculares diretos dos opioides não são encobertos pelo vecurônio em função da sua modesta atividade vagolítica

36
Q

Fármaco do amônio monoquaternário, introduzido na clínica em 1993, de duração de ação intermediária e com a extrema vantagem de ter o mais rápido início de ação das DBNMAs disponíveis na atualidade. É resultante de modificações estruturais em dois pontos da molécula do vecurônio: a) substituição do grupo
metil do nitrogênio quaternário por um grupo alil; b) ausência de fragmento de acetilcolina no anel A do núcleo esteroide28, as quais culminaram em menor lipossolubilidade e baixa potência (5 a 6 vezes menor que o vecurônio) responsável pelo rápido início de ação

A

Rocurônio

37
Q

A DE95 do rocurônio é de…
O início de ação após a administração de 2 vezes a DE95 é de … min, com duração clinica de … minutos

A

0,03 mg.kg-1

1,5 minuto a 1,7

35 a 40

38
Q

Com o rocurônio, excelentes condições de intubação traqueal são obtidas 60 segundos após a administração de doses … vezes sua DE95 (…), constituindo alternativa excelente à SCC na intubação de sequência rápida. Contudo, é imprescindível observar que o fármaco passa a ter longa duração, respectivamente, … minutos com essas doses

A

3 a 4

0,9 mg.kg-1 a 1,2 mg.kg-1

de 50 a 80

39
Q

Descreva o processo de metabolização e excreção do rocurônio

A

O rocurônio não é metabolizado, sendo eliminado predominantemente pela bile de forma inalterada (70%), e o restante pelos rins. Embora a depuração plasmática não esteja alterada nos pacientes com disfunção renal, o maior volume de distribuição presente nesses pacientes pode contribuir para a maior duração de bloqueio. Doenças hepáticas também aumentam seu volume de distribuição, resultando em maior duração de ação, principalmente quando da administração contínua ou em doses repetidas

40
Q

Quais são os efeitos do rocurônio no sistema cardiovascular?

A

Apresenta discreta atividade vagolítica que pode se manifestar pelo aumento da frequência cardíaca, em torno de 30%, quando empregado em doses acima de 0,6 mg.kg-1. A ausência de liberação de histamina, característica comum aos aminosteroides, permite a administração de doses elevadas

41
Q

Cite efeitos indesejados do uso de anticolinesterásicos como forma de reversão do BNM

A

bradicardia, ritmo nodal, retardo de condução, aumento do tônus intestinal, broncoconstrição, aumento de secreções oral e brônquica, aumento do tônus vesical, náuseas e vômitos

42
Q

Descreva o mecanismo de ação dos anticolinesterásicos

A

Atuam aumentando a concentração de Ach na fenda sináptica por dois diferentes mecanismos. Na terminação nervosa, estimulam receptores pré-sinápticos causando aumento da mobilização e liberação de Ach, e na fenda sináptica inibindo reversivelmente a acetilcolinesterase, enzima responsável pela destruição
da Ach

43
Q

Cite orientações sobre o uso de anticolinesterásicos para a reversão do BNM

A
  1. em pacientes que estejam sob anestésicos que aumentam a ação das DBNMs, como é o caso dos halogenados, administrar a neostigmina somente quando houver quatro respostas ao TOF;
  2. pacientes recebendo outros fármacos que não potencializam o BNM (anestesia IV), quando o TOF apresentar duas ou mais respostas;
  3. se o TOF for menor que duas respostas deve-se aguardar até que supere este número para administrá-la;
  4. se o TOF for maior que 0,9 a neostigmina não deverá ser administrada, por prejudicar a atividade do músculo genioglosso, o que causa estreitamento retrolingual e retropalatal, com limitação do fluxo de ar e até colapso das vias aéreas, ação também observada na presença de BNMR
44
Q

Por que altas doses de neostigmina pode resultar, paradoxalmente, em fraqueza muscular?

A

Quando usada em altas doses, a neostigmina atua também na região pós-sináptica produzindo a dessensibilização dos receptores pós-sinápticos, e pode-se observar intensificação da fraqueza muscular

45
Q

Consequências do uso de neostigmina em pacientes com insuficiência renal

A

Nos pacientes, com clearance reduzido, a meia-vida de eliminação está aumentada em cerca de duas vezes, sua duração de ação é maior, podendo ultrapassar amplamente o tempo necessário para a eliminação da DBNMA, o que representa uma vantagem por diminuir o risco de recurarização

46
Q

Qual a relação entre o uso de neostigmina e o metabolismo da succinilcolina?

A

A neostigmina inibe a atividade da colinesterase plasmática e pode aumentar a duração de ação da succinilcolina

47
Q

Cite fatores que podem dificultar a reversão do BNM com neostigmina

A

acidose respiratória, hipotermia, hipopotassemia, hipocalcemia, hipermagnesemia, fármacos anestésicos, principalmente os agentes voláteis, antibióticos aminoglicosídeos, anestésicos locais e furosemida

48
Q

Como age o sugammadex?

A

uma gama-ciclodextrina (gama-CD), atua como um receptor sintético para as DBNMA esteroides (rocurônio > vecurônio&raquo_space; pancurônio), capaz de capturar o rocurônio livre no plasma formando complexos estáveis do tipo 1:1. A captura das moléculas de rocurônio presentes no plasma pelo sugammadex leva à formação de complexos gama-CD/rocurônio

49
Q

O sugammadex sofre metabolização hepática com posterior excreção renal
V ou F

A

F
O sugammadex é eliminado inalterado pela urina

50
Q

Descreva a dose de sugammadex de acordo com a intensidade do bloqueio pelo rocurônio

A

Moderado: 2 mg.kg-1 (1,4-2,0 min)
Profundo: 4 mg.kg-1 (1,5-2,9 min)
Não ventilo/não intubo: 16 mg.kg-1 (1,5 min)

*Entre parênteses o tempo para TOFR 0,9

51
Q

Se necessário, é prudente tentar realizar novo BNM com rocurônio após o paciente ter recebido uma dose de sugammadex? Explique

A

O sugammadex tem meia-vida de duração de cerca de 120 minutos e requer, aproximadamente, 24 horas para ser excretado. Esses dados e a ocorrência de um lag time imediatamente após o antagonismo com o sugammadex em doses altas tornam questionável a readministração de rocurôniopara nova intubação. Como o intervalo de segurança para uma segunda administração do rocurônio ainda não está estabelecido, o relaxamento muscular poderá ser obtido com um bloqueador do tipo benzilisoquinoleinico. Nos casos em que se optar pelo rocurônio, por contraindicação de outros agentes, a dose recomendada dependerá do tempo transcorrido após o uso do sugammadex

52
Q

O sugammadex tem uma afinidade muito alta por determinadas moléculas (por exemplo …), elas podem deslocar o rocurônio ou o vecurônio do complexo com o
sugammadex resultando no risco potencial de recurarização

A

flucloxacilina, ácido fusídico e toremifeno

53
Q

Discorra sobre o uso de sugammadex em pacientes que apresentaram anafilaxia ao rocurônio

A

O benefício é incerto. Considerando que o sugammadex atua formando complexos com o rocurônio facilitando sua eliminação, alguns autores utilizaram esse fármaco como uma medida adicional no tratamento da anafilaxia ao rocurônio.. No entanto, a molécula do rocurônio não é totalmente encapsulada pelo sugammadex
e assim, a região antigênica da molécula pode estar livre para promover a reação cruzada com a IgE quando se liga ao sugammadex

54
Q

Devido a ampla margem de segurança da JNM, somente quando mais de …% dos receptores da JNM estiverem ocupados é que será possível detectar o bloqueio, por qualquer método, e a paralisia muscular total, quando mais de …%

A

75

90% a 95

55
Q

Descreva a Lei de Ohm

A

a quantidade de corrente (I) que flui por um corpo é igual à voltagem (V) dividida
pela resistência elétrica (R), ou seja, I = V/R

56
Q

O eletrodo negativo, por convenção de cor…, pode ser colocado bem próximo ao nervo que se deseja estimular, e é denominado eletrodo … ; o eletrodo positivo, de cor…, fica mais distante, pois a despolarização se fará com menor voltagem, e é o eletrodo …

A

Preta

Ativo

vermelha ou branca

indiferente ou inativo

57
Q

A fadiga observada após estimulação de alta frequência, em pacientes com DBNMA, indica que…

A

os receptores nicotínicos pré-sinápticos, que modulam a mobilização de acetilcolina, estão ocupados pelo bloqueador, impedindo que mais neurotransmissor seja liberado na fenda sináptica

58
Q

Como é obtido o TOF?

A

Consiste na emissão de quatro estímulos supramáximos de 0,1 ms a 0,2 ms cada um, a intervalos de 0,5 segundo por um período de 2 segundos, o que corresponde a uma frequência de 2 Hz (quatro estímulos em 2 segundos).

59
Q

Como é realizada a contagem pós tetânica? Qual a sua utilidade?

A

Fundamenta-se na potencialização pós-tetânica. Após 3 segundos do término de um ET de 50 Hz por 5 segundos, o monitor emite um ES de 1 Hz continuamente e conta-se o número de contrações musculares evocadas. Quanto menor
este número mais intenso é o bloqueio, sendo o inverso verdadeiro

É útil na vigência de bloqueio adespolarizante total profundo, maior que 100%. Nesses casos, os padrões ES, TOF e ET não geram nenhuma resposta, mas o aparecimento de contração muscular em resposta à CPT significa que o bloqueio, embora total (100%), está próximo de ser detectável (< 100%). Adquire importância em operações em que movimentos bruscos não podem ocorrer, como cirurgias oftalmológicas, microcirurgias, entre outras

60
Q

Qual intervalo é considerada para determinação da duração clínica de ação de um BNM?

A

é o intervalo de tempo entre o início da administração da DBNM e a recuperação
espontânea de 25% da amplitude da resposta evocada inicial

61
Q

Qual intervalo é considerada para determinação da duração de ação de um BNM?

A

Intervalo de tempo entre o início da administração da DBNM e a recuperação espontânea de 95% a 100% da amplitude da resposta evocada inicial

62
Q

Conceitue bloqueio profundo, intenso e moderado

A

Bloqueio profundo: quando não há resposta evocada à estimulação do nervo periférico com o ET (frequência= 0,1 Hz a 1 Hz), ao TOF e à CPT.

Bloqueio intenso: quando não há resposta evocada à estimulação do nervo periférico com o ET (frequência = 0,1 Hz a 1 Hz) e ao TOF, mas já aparece resposta contrátil à CPT.

Bloqueio cirúrgico ou moderado: corresponde ao bloqueio que se estende desde 100% (nenhuma resposta ao TOF ou ao ES) até o surgimento de 25% de resposta à estimulação ao TOF ou ao ES (0,1 Hz a 1 Hz).

63
Q

Quais os risco para o paciente que apresenta um TOF < 0,9 no pós operatório?

A

Valores de TOF inferiores a 0,90 estão associados à obstrução das vias aéreas superiores, inadequada recuperação da função pulmonar, disfunção da faringe e do esfíncter superior do esôfago com aumento do risco de aspiração pulmonar, resposta ventilatória à hipoxemia diminuída, maior tempo na SRPA e hipoxemia

64
Q

Correlacione o número de respostas no TOF com o grau de BNM

A
  • Uma resposta corresponde de 90% a 95% de bloqueio;
  • Duas respostas correspondem de 90% a 85%;
  • Três respostas correspondem a 80%;
  • Quatro respostas correspondem a BNM aproximado de 60% a 70%
65
Q

Doença de etiologia bacteriana caracterizada por paralisia flácida, resultado
da desintegração das proteínas SNARE envolvidas na liberação da Ach na JNM. Ocorre a insuficiência respiratória, mas, pelo comprometimento de todas as sinapses que liberam Ach, importantes alterações cardíacas podem estar presentes

A

Botulismo

66
Q

Doença autoimmune paraneoplasica em que o paciente desenvolve anticorpos contra os canais P rápidos de cálcio, tanto na JNM como nas sinapses do sistema nervoso autônomo, determinando fraqueza muscular, fadiga e disfunção autonômica

A

Síndrome de Lambert Eaton