Anestesia em Obstetrícia Flashcards
Descreva a síndrome de hipotensão supina
Mais de 15% das gestantes saudáveis a termo podem apresentar um quadro grave de bradicardia e que- da substancial da pressão arterial em decúbito dorsal horizontal.
Essa síndrome é resultado da profunda redução do retorno venoso por compressão da veia cava pelo útero gravídico e sua gravidade depende do posicionamento, tamanho do útero e da idade gestacional
Qual alteração ácido básica é esperada na gestante a termo?
alcalose respiratória crônica associada a acidose metabólica compensatória
Por que a IOT na gestante é um desafio?
- a capacidade residual funcional da gestante sofre uma redução de cerca de 20%. Esta alteração, associada ao aumento no consumo de oxigênio em cerca de 40%, é responsável por uma dessaturação mais rápida da gestante em apneia em relação a pacientes não obstétricas;
- ingurgitamento vascular da via aérea que se inicia no primeiro trimestre resulta em edema da nasofaringe, orofaringe, laringe e traqueia;
- possibilidade de piora da classe de Mallampati durante a gestação;
Em seu trabalho,… dividiu a pneumonia em grupos de aspiração de sólidos e líquidos. A aspiração de sólidos em geral leva à morte por asfixia, e a aspiração de líquidos é mais grave quanto maior…
Embora a gestação, ao contrário do que se pensa, … velocidade de esvaziamento gástrico em pacientes hígidas e obesas, o volume do conteúdo gástrico da maior parte das gestantes pode ser maior que 25 mL e apresentar pH inferior a 2,5 (provavelmente relacionado com a produção de … pela placenta a partir da … semana de gestação)
Mendelson
a acidez e o volume do conteúdo aspirado
pareça não alterar significativamente a
gastrina
15a
Em que gestantes deve ser feita a profilaxia farmacológica de aspiração pulmonar?
A profilaxia farmacológica para aspiração pulmonar deve ser utili- zada em todas as pacientes com idade gestacional maior que 18 semanas a serem submetidas à anestesia geral e há evidências mostrando que risco desta complicação durante o despertar da anestesia é quase tão alto quanto durante a indução. Assim, o esquema profilático está indicado mesmo que não seja pos- sível aguardar o tempo adequado para efeito (de 30 a 40 minutos) antes da indução anestésica
Por que antiácidos particulados não de em ser usados no contexto da profilaxia para aspiração pulmonar?
Antiácidos particulados não devem ser usados porque, quando aspirados, causam um shunt pulmonar e hipoxemia similares ao da aspiração de suco gástrico
Como realizar a profilaxia de aspiração pulmonar?
Em relação aos demais medicamentos, recomendação atual sugere o uso venoso de antagonistas dos receptores H2 (ranitidina 50 mg) ou inibidores da bomba de prótons (omeprazol 20 mg) para diminuição da acidez gástrica, e de metoclopramida (10 mg) pela ação pró-cinética. Estes medicamentos devem ser administrados de 30 a 40 minutos antes do início do ato anestésico ou imediatamente antes da indução em situações de emergência
Que fatores afetam a transferência de medicamentos através da placenta?
lipossolubilidade, ligação proteica, pKa, pH e fluxo sanguíneo
Caracterize a dor no primeiro estágio do trabalho de parto
No primeiro estágio do trabalho de parto, as dores são causadas pela contração uterina e dilatação do colo e, nesse estágio, a dor tem predominantemente um caráter visceral, sendo transmitida por fibras do tipo C.
Os estímulos aferentes são resultantes de isquemia e reação inflamatória produzidos pe- las contrações, sendo transmitidos através da região paracervical ao nervo e plexo hipogástrico, à cadeia simpática lombar, chegando aos gânglios da raiz dorsal nos segmentos T10 a L1 e, em seguida, ao corno posterior da medula espinal
Caracterize a dor no segundo estágio do parto
Durante o segundo estágio do trabalho de parto, na medida em que a apresentação fetal distende as estruturas pélvicas e o períneo, ocorre ativação de fibras somáticas dos segmentos sacrais S2 a S4 (que for- mam o nervo pudendo), associada à tração e compressão de estruturas vizinhas (ovários, tubas uterinas, peritônio parietal, bexiga, uretra e reto). Neste estágio, portanto, um componente doloroso somático é associado ao componente viceral já presente. Durante todo o processo, em razão das projeções cere- brais, o componente emocional pode exercer forte influência sobre o limiar de tolerância e respostas da parturiente à dor
Como a dor persistente não controlada pode afetar o sistema respiratório da gestante?
Sistema Respiratório
1. Hiperventilação durante as contrações
a. Aumento no consumo materno de oxigênio
b. Alcalose respiratória, com desvio da curva de dissociação da hemoglobina para a esquerda e menor liberação tissular de oxigênio para o feto
c. Vasoconstrição reflexa
d. Redução do fluxo sanguíneo cerebral materno
e. Redução no fluxo sanguíneo umbilical
- Hipoventilação no intervalo das contrações
a. Redução da pressão arterial de oxigênio materna
Como a dor persistente não controlada pode afetar o sistemacardiovascular da gestante?
Sistema Cardiovascular
1. Aumento dos níveis de catecolaminas plasmáticas maternas
2. Redução da circulação uteroplacentária
3. Desequilíbrio na produção de adrenalina e noradrenalina, com interferência na dinâmica uterina 4. Aumento do débito cardíaco entre 10% e 25%, com sobrecarga hemodinâmica
5. Aumento da pressão arterial entre 5% e 20%
Como a dor persistente e não controlada pode afetar o sistema gastrointestinal da gestante?
Sistema Gastrintestinal
1. Diminuição da motilidade gástrica
2. Retardo no esvaziamento gástrico, com aumento da incidência de náuseas e vômitos
3. Aumento da secreção de gastrina, com consequente aumento da acidez do conteúdo gástrico 4. Aumento do risco de regurgitação e aspiração pulmonar
Quando iniciar a analgesia durante o parto?
a analgesia deve ser iniciada no momento em que a dor se torna incômoda para a parturiente, indepen- dentemente do grau de dilatação do colo uterino e desde que haja diagnóstico de fase ativa do trabalho de parto (contrações rítmicas na frequência de 3 a 5 em um intervalo de 10 minutos e resultando em dilatação do colo uterino)
Cite métodos não farmacológicos para controle da dor no parto
Métodos não farmacológicos
• Psicoprofilaxia
• Hidroterapia com imersão ou banho em água morna
• Bola de Bobath
• Massagem lombar
• Doula
Cite métodos farmacológicos para controle da dor no parto
Métodos farmacológicos
2.1 Analgesia Neuroaxial
• Peridural (com cateter) – Intermitente/Contínua/Controlada pela paciente
• Combinada (com cateter) – Intermitente/Contínua/Controlada pela paciente • Analgesia subaracnóidea em dose única
2.2 Analgesia Sistêmica
• Venosa – Fentanil / Remifentanil • Inalatória – Óxido nitroso
2.3 Bloqueios Regionais
• Bloqueio do nervo pudendo bilateral
Quais as técnicas anestésicas de escolha para analgesia durante o parto?
as técnicas peridural e combinada representam atualmente o padrão para a analgesia de parto e, entre as modalidades de repique disponíveis, as técnicas intermitentes parecem ser as mais adequadas por proporcionarem melhor analgesia com menor gasto de anestésico
Os ganhos em satisfação e bem-estar maternos e a possibilidade do desen- volvimento de cetose pelo jejum prolongado durante o parto foram também responsáveis pela mudança, sendo hoje permitido a livre ingestão de líquidos sem resíduos, com restrição apenas nas pacientes
obesas mórbidas, diabéticas, com critérios de dificuldade para intubação ou alto risco de conversão em cesariana
Em analgesia de parto, a técnica peridural com cateter pode ser a mais indicada em determinadas situações. Cite-as
Analgesia peridural com cateter
• Doenças cardiovasculares com baixa tolerância a alterações hemodinâmicas rápidas
• Doenças neurodegenerativas (esclerose múltipla)
• História pregressa de cefaleia pós-punção de dura-máter
Em analgesia de parto, a técnica combinada com cateter pode ser a mais indicada em determinadas situações. Cite-as
Analgesia combinada com cateter
• Necessidade de início mais rápido do alívio da dor
• Analgesia imediata na região perineal (pacientes em fase avançada do trabalho de parto)
• Indicação da analgesia em fase precoce do trabalho de parto, pela possibilidade do uso de opioides lipofí- licos isolados