Síndrome Edemigênica Flashcards
Por que drogas que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona são contraindicadas na vigência de hipercalemia?
Pois a aldosterona (produto final do referido sistema) é o principal hormônio responsável pela excreção renal de potássio. Logo, seu bloqueio nesses pacientes, piora a hipercalemia aumentando o risco de óbito (geralmente por arritmia ventricular).
Quais as drogas que aumentam a sobrevida nos pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida?
1) IECA, BRA e antagonista da aldosterona - espironolactona - (contraindicados em caso de hipercalemia);
2) Betabloqueadores (no caso, carvedilol, metoprolol e bisoprolol, que são os únicos que demonstraram benefícios na literatura);
3) Associação de hidralazina + nitrato.
Qual a contraindicação do uso de vasodilatadores em pacientes com ICC?
Intolerância hemodinâmica, isto é, hipotensão arterial pré ou pós-medicação.
Os vasodilatadores reduzem a pós-carga e facilitam a ejeção ventricular, sendo drogas que comprovadamente modificam a história natural da ICFER (< 35%).
Qual a causa mais comum de morte súbita em adultos jovens?
Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH).
Uma condição genética, de herança autossômica dominante, na qual observamos obstruções dinâmicas ao fluxo de saída do VE, tanto pelo movimento sistólico anterior da valva mitral quanto pelo movimento do septo hipertrofiado. No ECG é comum observarmos critérios de hipertrofia ventricular esquerda.
Paciente apresentando insuficiência cardíaca estágio D, qual droga não pode faltar na prescrição dele?
Betabloqueador (bisoprolol, carvedilol ou metoprolol).
Além de reduzirem o consumo miocárdico de oxigênio pela redução da frequência cardíaca, são capazes de inibir o remodelamento cardíaco. Estão indicados para todos os pacientes sintomáticos (estágios C e D) e também para os assintomáticos com disfunção ventricular (estágio B).
Como é classificado pacientes com insuficiência cardíaca com classe funcional NYHA (New York Hearth Association) I à IV?
- NYHA I: Paciente sem limitação física, apresentando dispneia somente aos grandes esforços;
- NYHA II: Limitação física leve, dispneia aos leves esforços (varrer a casa, subir em uma escada, andar rápido, …);
- NYHA III: Limitação física moderada, dispneia aos pequenos esforços (vestir-se, andar devagar no plano, …);
- NYHA IV: Limitação física grave, dispneia aos mínimos esforços (pentear cabelo, levantar-se da cama, …).
Paciente apresentando IC com fração de ejeção de VE = 32%. Em uso de betabloqueador, IECA, AAS e estatina. Qual outra classe medicamentosa pode ser adicionada à prescrição?
Antagonista de aldosterona (ex.: espironolactona).
Esta classe de medicamentos está indicada em paciente com IC sintomática (estágio C), FE < 35% e classe funcional NYHA II a IV.
Por que os de digitais não são úteis na ICFEP (insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada)?
Pois neste tipo de IC, não é necessário aumentar o inotropismo, o problema básico é o aumento na pressão de enchimento.
Dessa forma, devemos lançar mão de estratégias que ajudem a reduzir a pressão de enchimento do VE, como o uso de nitratos (que promovem vasodilatação venosa central e, desse modo, reduzem o retorno venoso).
Qual o tratamento para pacientes com ICFER de difícil controle, apesar das medicações otimizadas?
Terapia de ressincronização ventricular.
Paciente deve preencher três critérios para esta indicação:
- IC classe funcional NYHA II-IV, refratária à terapia medicamentosa otimizada;
- FE < 35%;
- Ritmo sinusal associado a bloqueio de ramo esquerdo completo (QRS maior ou igual a 150 ms).
O bloqueio de ramo faz com que os ventriculos se contraiam em tempos diferentes, de forma assincronica. Com a terapia de ressincronização é instalado um dispositivo biventricular programado para sincronizar a contração dos ventrículos. Com isso, há tendência à melhora da função ventricular e dos sintomas de insuficiência cardíaca.
Qual a alteração estetoacústica mais provável frente a um quadro de cardiopatia hipertensiva, com HVE e déficit de relaxamento miocárdico?
Quarta bulha.
Um ruído produzido no interior da cavidade ventricular esquerda durante o enchimento do VE mediado pela concentração do átrio esquerdo. O ventrículo “duro” dificulta a entrada de sangue neste momento, produzindo um som característico pré-sistólico.
Na Insuficiência Cardíaca Diastólica está indicado o uso de digoxina?
Não. Pois o problema não é o déficit de contração, mas sim de relaxamento.
Restrição hídrica, decúbito elevado e controle da hemoglobina - 12 g/dL em cardiopatias acianóticas e 15 g/dL em caridopatias cianóticas, são controles que devem ser feitos na ICC.
Quais são as classificações dos estágios A, B, C e D da ICC?
- Estágio A - Paciente de risco para IC;
- Estágio B - Paciente já portador de alteração estrutural cardíaca, porém ainda sem sinais ou sintomas de IC;
- Estágio C - IC sintomática;
- Estágio D - IC refratária.
Qual medicação usar em pacientes com ICFER apresentando hipercalemia e aumento de creatinina, que teve que suspender IECA/BRA?
Associação de nitrato + hidralazina.
Paciente apresentando ICC descompensada, sem uso de medicações. Quais medicações devem ser iniciadas e qual deve ser evitada no momento?
Deve-se iniciar o uso de IECA/BRA, Espironolatona e Furosemida.
Deve-se evitar o uso de betabloqueadores (carvedilol, metoprolol, bisoprolol) neste momento. Deve ser iniciado apenas após a compensação inicial do quadro de congestão pulmonar, o que é feito com restrição salina na dieta e diureticoterapia de alça.
Iniciar o betabloqueador antes de se obter isso, levará a uma piora paradoxal dos sintomas congestivos, uma vez que tais drogas exercem ação inotrópica negativa.
Quais os 4 perfis clínico-hemodinâmicos na IC descompensada?
Perfil A - Quente e seco; o paciente é admitido com piora da dispneia, mas não tem congestão pulmonar e nem sinais de hipoperfusão. Geralmente, nesses casos os sintomas estão relacionados a outras condições (IAM, DPOC.
Perfil B - Quente e úmido; paciente com congestão pulmonar, mas perfusão periférica adequada;
Perfil C - Frio e úmido; paciente congesto e mal perfundido. Nesse contexto, o uso de inotrópicos com ação vasodilatadora, como a dobutamina, seria a intervenção de escolha. Caso o paciente não apresente hipotensão grave, pode administrar também pequenas doses de diurético de alça, visando negativar o balanço hídrico.
Perfil D (ou L); frio e seco; sem perfusão periférica adequada, mas com pulmões limpos.