Puerpério Flashcards

1
Q

Definição e classificação

A

Período que se inicia após dequitação da placenta até 6-8 semanas após o parto.

  • imediato: até o término da 2a hora pós parto
  • mediato: início 3a hora até 10 dias
  • tardio: 11 dias até retorno da menstruação ou 6-8 semanas nas lactantes.
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2
Q

Modificações Locais

A
  1. Involução uterina
    - constrição e obliteração de vasos
    - contrações principalmente nas primeiras 12h
    - involução mais rápida nas lactantes, primíparas e pós parto vaginal
  2. Loquiação
    - persistência da camada basal da decídua (mais superficial descama e mais profunda vai regenerar o endométrio)
    - composição: eritrócitos, leucócitos, céls epiteliais, decídua, bactérias.
    - rubra (primeiros 3 dias), fusca (3-4 dias), flava (até 10 dias) ou alba (4 - 8 semanas)
  3. Colo uterino
    - regressão em 6-12 semanas
    - dilatação de 2-3 cm nos primeiros dias, depois 1 cm até 1a semana
  4. Vagina e vulva
    - retorno da rugosidade em 3 semanas
    - difícil voltar à condição pré-parto
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3
Q

Modificações Sistêmicas

A
  1. Tremores
    - 25-50% das paciente pós parto vaginal
    - autolimitado, não se sabe fisiopatologia
  2. Pele e anexos
    - desaparecimento de melasmas
    - surgimento de estrias
    - eflúvio telógeno
  3. Hemograma
    - recuperação da série vermelha
    - queda inicial de plaquetas, fibrinogênio e fator VIII, com recuperação já no 1o pós parto
    - leucocitose até 15 mil = esperada
  4. Perfil hormonal
    - beta HCG: queda em 2-4 semanas
    - retorno da menstruação até 7-9 semanas nas lactantes (inibição do eixo)
  5. Peso
    - perda imediata de 4,5-6 kg no pós parto
    - restante: 6 semanas - 6 meses
    - exercício físico e dieta = gde impacto
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4
Q

Cuidados e controles

A
  • temperatura, PA, FC, FR
  • exame físico geral
  • exame das mamas (até 2/3 dias = flácidas -> túrgidas com apojadura; expressão)
    Observar presença de fissuras, ingurgitamento,
    (consistência em “saco de batatas” + dor = patológico)
  • palpação uterina (normal = involuir 1-1,5 cm/dia)
  • trato urinário e períneo
  • MMII
  • monitorização lochia (mais rigorosa na 1a hora pós parto)
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5
Q

Queixas frequentes

A
  1. Dor
    Na episiorrafia: gelo, spray anestésico
    Se muito intenso, atentar para hematoma (1o dia) ou infecção (a partir 4o dia)
  2. Retenção urinária
    Fatores de risco: nuliparidade, TP prolongado, parto vaginal instrumentalizado e anestesia peridural.
    Tratamento não invasivo (analgesia, banhos quentes)
    Se bexigoma, SVD
  3. Doença hemorroidária
    - aparecimento ou agravamento
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6
Q

Prescrição

A

Se parto natural: dieta geral e dipirona sn
Se episio: adicionar diclofenaco sódico (voltaren) 8/8h
Se cesariana: adicionar diclofenaco e dimeticona.

+ deambulação precoce
(hipercoagulabilidade até 12 semanas pós-parto)

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7
Q

Cuidados com as mamas

A
  • alojamento conjunto (amamentação sob demanda)
  • uso sutiãs com alças largas e firmes para manutenção dos ductos em posição anatômica
  • amamentar nas primeiras horas após nascimento
  • colostro -> leite por volta do 2o-3o dia (apojadura)
  • técnica correta amamentação para evitar traumas mamilares
    Tratamento: lanolina, próprio leite materno, banho de luz/sol
  • cuidado com mastites (fissuras como porta de entrada)
    2a ou 3a semana pós parto
    Principal agente: Staphylococcus aureus
    Quadro: dor, hiperemia, aumento da temperatura local, edema. Em alguns casos, febre, mal estar.
    USG pode ajudar a ver se tem abcesso.

Tratamento: esvaziamento adequado mama, manter amamentação, antibioticoterapia (cefazolina) se sintomas graves, fissura mamária visível ou abcesso, sem melhora após 24-48h, drenagem se abcessos.

Internação? sepse, abcesso > 5 cm ou falha ttmento clínico (oxa EV)

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8
Q

Exames laboratoriais

A
  • hemograma somente se anemia materna prévia ou hemorragias ou sintomas clínicos
  • checar sorologias (HIV, sífilis)
  • gaso de cordão umbilical
  • tipagem materna e RN
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9
Q

Vacinação e Imunoglobulina

A
  • rubéola, hepatite B e coqueluche
  • mulheres Rh-D negativo não sensibilizadas com RN Rh-D positivo: imunoglobulina anti-D preferencialmente até 72h pós parto.
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10
Q

Alta hospitalar e retorno ambulatorial

A
  • normal: 24 hs
    cesariana 48 hs
  • primeiro retorno: 7-10 dias após parto
  • avaliar condições da episiorrafia (deiscências, infecção, hematomas)
  • avaliar FO da cesárea (hematomas, infecções), retirada dos pontos
  • outro retorno após 40 dias: orientações sobre planejamento familiar (incluindo uso de anticoncepcionais), retorno à atividade sexual e amamentação.
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11
Q

Alterações de humor no puerpério

A
  1. Blues puerperal: quadro leve e transitório.
    - 2 a 3 dias após o parto, pico dos sintomas no 5o dia e remissão até 2 semanas.
    - normalmente, sem necessidade de tratamento medicamentoso.
  2. Depressão Pós Parto
    - sintomas a partir 5 semanas
    - fatores de risco: antecedente de depressão, sem associação com tipo de parto
    - quadros leves a moderados - terapia psicossocial
    - graves: associar terapia medicamentosa.
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12
Q

Tireopatias

A
  • pode ser: hipertireoidismo transitório, hipotireoidismo transitório ou hipertireoidismo seguido de hipotireoidismo transitório
  • normalmente evolui para eutiroidismo em 1 ano
  • tratar se hipo sintomático ou TSH> 10
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13
Q

Complicações mais comuns no puerpério

A
  1. Hemorragia pós parto
    - primária (nas primeiras 24h) ou secundária (24h até 12 semanas)
    - etiologias: 4T (tônus, tecido, trauma e trombina)
  2. Complicações mamas
    - ingurgitamento (pode ter febre < 48h), mastites (S aureus), fissuras mamilares.
  3. Tromboembólicas
    - TVP, TEP
    - tromboflebite pélvica puerperal (heparina + ATB amplo espectro)
  4. Alterações de humor
  5. Morbidade febril puerperal
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14
Q

Morbidade Febril Puerperal

A
  • febre > 38 graus por pelo menos 48h nos 10 dias seguintes ao parto, excluindo as primeiras 24h
  • causa mais comum: endomiometrite (infecção puerperal)
  • outras: FO, mamas, TGU, útero e anexos, episiorrafia, tromboflebite pélvica puerperal.
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15
Q

Infecção Puerperal - fatores de risco e quadro clínico

A
  • endomiometrite
  • fatores de risco: cesárea, RPMO, fórcipe, anemia, TP prolongado, infecções vaginais, lacerações.
  • agentes - S agalactiae, enterococcus, E. coli, Bacterioides bivius, Bacterioides disiens.
  • QC: febre> 38 graus após 24h do parto ou febre acima de 38,5 mesmo que nas primeiras 24 horas + sinais de bacteremia (taquicardia, tremores, calafrios, taquipnéia),
    dor abdominal, lóquia pode ser purulenta ou fétida
  • Tríade de Bumm: Útero doloroso + amolecido + hipoinvoluído

DD (não infeccioso): tromboflebite pélvica (febre sem outros sintomas que não melhora com ATB)
Cd: anticoagulação plena.

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16
Q

Exames laboratoriais e tratamento

A
  • dx é clínico
  • hemograma, hemocultura, PCR
  • U1, URC
  • cultura endocervical
  • USG TV (ver se há restos placentários)

Tratamento:
- internação hospitalar
- ampicilina + gentamicina + metronidazol ou
clindamicina + gentamicina
- após 24-48 horas afebril: tratamento ambulatorial

Cirúrgico somente se restos placentários, necrose, abcessos, formas disseminadas ou refratárias (histerectomia)

17
Q

Profilaxia

A
  • ampicilina ou cefalosporina de 1 geração - dose única

60 minutos antes da cesárea idealmente

18
Q

Anticoncepção no puerpério

A
  1. Oral progesterona: 2 a 3 semanas pós parto
    combinados: somente após 28 dias do parto.
  2. DIU:
    Pode ser introduzido imediatamente após o parto, mas maior risco de expulsão
    Se não: esperar 6 semanas
  3. Para quem amamenta: progestágenos.
19
Q

Lactação

A
  • inibir se HIV, HTLV, hep C*, quimioterapia

- T: enfaixamento mamário e cabergolina VO