PT 0 QUESTOES 3 Flashcards
Questão 17: TCE AM 2015 Auditor (banca FCC)
Fragmento do texto: Só se pode entender a montagem de uma instituição
do porte do escravismo moderno atentando-se para a articulação entre a
criação de colônias no ultramar e seu funcionamento sob a forma de grandes
unidades produtoras voltadas para o mercado externo. A monocultura em
larga escala exigia um grande contingente de trabalhadores que deveriam se
submeter a uma rotina espinhosa, sem ter nem lucro nem motivação pessoal.
Recriou-se, desse modo, a escravidão em novas bases, com a utilização de
mão de obra compulsória e que exigia − ao menos teoricamente −
trabalhadores de todo alienados de sua origem, liberdade e produção. Tudo
deveria escapar à consciência e ao arbítrio desse produtor direto.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Nas linhas 5 a 7, as formas verbais exigia e Recriou-se, criando panorama em
que outras ações, de caráter momentâneo, terão relevo, exprimem, ambas,
ações passadas que tinham continuidade.
Comentário: A questão cobra essencialmente o emprego do tempo pretérito imperfeito do indicativo (“exigia”), o qual realmente transmite uma ação
passada habitual, rotineira, ou seja, que tem continuidade no passado. Porém,
o verbo “Recriou” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo, o qual indica
ação pontual no passado. Isso torna a afirmativa errada.
Observação: A banca enrolou um pouco na afirmativa, principalmente
quanto ao emprego da expressão “criando panorama em que outras ações, de
caráter momentâneo, terão relevo”. Isso confundiu alguns candidatos, mas
você já teria matado a questão só observando que o pretérito perfeito do indicativo marca ação pontual perfeitamente acabada, por isso não há ação
contínua no passado. Porém, prefiro explicar o que a banca queria com a
expressão acima.
É o seguinte: o pretérito imperfeito do indicativo marca uma rotina no passado, e isso naturalmente é uma ambientação que torna ações pontuais,
como as do pretérito perfeito, mais-que-perfeito, ou hipotéticas, como as do futuro do pretérito do indicativo, mais enfáticas, mais relevantes. Isso está
certo! Mas o problema foi afirmar que as formas “exigia” e “Recriou-se” exprimem ambas ações passadas que tinham continuidade. Apenas a primeira
exprime isso.
Gabarito: E
Questão 18: TRE-SP 2012 Técnico Judiciário (banca FCC)
… em que as melhores cadências do samba e da canção se aliaram com
naturalidade às deformações normais de português brasileiro…
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
(A) São Paulo muda muito…
(B) … para nos porem no Alto da Mooca…
(C) Talvez João Rubinato não exista…
(D) … Adoniran não a deixará acabar…
(E) Mas a cidade que nossa geração conheceu…
Comentário: O verbo “aliaram” encontra-se no tempo pretérito perfeito do
indicativo, assim como o verbo “conheceu”, na alternativa (E). Veja as demais
alternativas:
(A): muda (presente do indicativo).
(B): porem (infinitivo flexionado).
(C): exista (presente do subjuntivo).
(D): deixará acabar (locução verbal formada pelo futuro do presente do
indicativo “deixará” e o infinitivo “acabar”).
Gabarito: E
Questão 19: TJ-RJ 2012 Técnico Judiciário (banca FCC)
Fomos uma geração de bons meninos.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
(A) Nos anos de 1970 e 80 ainda surgiram heróis interessantes…
(B) Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação pessoal e virtude.
(C) Atualmente não sei.
(D) Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil…
(E) … mas alguns parecem cheios de rancor…
Comentário: O verbo “Fomos” encontra-se no tempo pretérito perfeito do
indicativo, assim como o verbo “surgiram”, na alternativa (A). Veja as demais
alternativas:
(B): eram (pretérito imperfeito do indicativo).
(C): sei (presente do indicativo).
(D): abasteciam (pretérito imperfeito do indicativo).
(E): parecem (presente do indicativo).
Gabarito: A
Questão 20: TRT 2ªR 2014 Técnico Judiciário (banca FCC)
A construção destacada que, devido ao tempo e modo verbais empregados,
expressa fato iniciado no passado e que se prolonga até o momento em que
se fala é:
(A) …todos entendiam um objeto de peso e volume, composto de folhas
encadernadas, protegidas por papelão ou couro.
(B) Foi nelas que leitores e escritores aprenderam a se encontrar e trocar
ideias.
(C) …leitores e escritores aprenderam a se encontrar.
(D) Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos impressos
a laser, os livros têm sido chamados de livros.
(E) Com sorte, os livros continuarão “físicos”.
Comentário: Na alternativa (A), o pretérito imperfeito “entendiam” é empregado para transmitir uma regularidade no passado. Na alternativa (B), o pretérito perfeito do indicativo “Foi” é empregado para transmitir um fato perfeitamente acabado. Na alternativa (C), a locução verbal “aprenderam a se encontrar” possui o verbo auxiliar “aprenderam”, o qual se encontra no pretérito perfeito do indicativo e sinaliza ação perfeitamente acabada. Na alternativa (E), o futuro do presente do indicativo “continuarão” sinaliza ação permanente, isto é, do presente ao futuro. Já a alternativa (D) é a correta, pois a expressão “têm sido chamados” é o tempo composto (ter + particípio), o qual se encontra na voz passiva. Na voz ativa, teríamos a seguinte construção: alguém tem chamado livros de livros. Dessa forma, fica mais fácil perceber a estrutura do pretérito perfeito composto do indicativo (ter + particípio) e conseguimos interpretar mais facilmente a ação que se prolonga do passado (desde os “últimos mil anos”) até o presente (“impressos a laser”), conforme o pedido da questão. Gabarito: D
Questão 21: TRE-SP 2012 Técnico Judiciário (banca FCC)
Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e português.
No segmento grifado acima, Antonio Candido usou determinada forma verbal
que poderia ser substituída, sem prejuízo para correção e a lógica, por:
(A) li.
(B) lia.
(C) lera.
(D) leria.
(E) leio.
Comentário: A estrutura verbal “tenho lido” está flexionada no tempo
pretérito perfeito composto do indicativo. Tal verbo pode ser substituído pelo
tempo pretérito perfeito simples do indicativo: “li”.
Gabarito: A
Questão 22: TRE PR 2012 Técnico Judiciário (banca FCC)
Fragmento do texto: No início, o uso em larga escala do petróleo teve um impacto ambiental positivo. Quando o querosene se mostrou mais eficiente e
barato para a iluminação, a matança de baleias, que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas, caiu drasticamente.
… que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas, caiu drasticamente.
O emprego das formas verbais grifadas acima indica, respectivamente,
(A) fato anterior a outro também passado e ação repetida.
(B) fato terminado e declaração enfática de um fato.
(C) ação contínua no passado e fato consumado.
(D) hipótese que pode ser comprovada e declaração prolongada no tempo.
(E) ideia aproximada e fato que acontece habitualmente.
Comentário: Veja que o pretérito imperfeito do indicativo (“forneciam”) é
empregado quando se quer evidenciar uma ação prolongada no passado, uma
regularidade no passado; já o verbo no pretérito perfeito do indicativo
transmite que a ação já acabou, consumou-se.
Assim, a alternativa (C) é a correta.
A alternativa (A) está errada, pois “fato anterior a outro também
passado” sinalizaria o tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo. A
expressão “ação repetida” tem relação com regularidade da ação, o que
caberia ao pretérito imperfeito do indicativo.
A alternativa (B) está errada, pois “fato terminado” é sinalizado pelo
tempo pretérito perfeito do indicativo. A expressão “declaração enfática de um
fato” ocorre com um fato futuro, mas com verbo no presente.
Veja:
Neste ano, passarei no concurso. (futuro do presente do indicativo: ação sem ênfase)
Neste ano, passo no concurso. (presente do indicativo no lugar do futuro, denotando
ênfase na ação, motivação a algo)
A alternativa (D) está errada, pois “hipótese” é marcada pelo futuro do
pretérito do indicativo ou com verbos no modo subjuntivo. Uma “declaração
prolongada no tempo” pode ser expressa pelo tempo pretérito perfeito
composto do indicativo (Tenho estudado bastante) ou pela locução “vir +
gerúndio” (“Venho estudando bastante”). Os dois processos verbais mostram
um prolongamento da ação desde o passado até o momento atual.
A alternativa (E) está errada, pois não há um tempo verbal que
transmita uma “ideia aproximada”. Já o verbo no presente do indicativo
transmite uma regularidade, um “fato que acontece habitualmente”.
Gabarito: C
Questão 23: TJ PE 2012 Técnico (banca FCC)
“No meu tempo, já existiam velhos, mas poucos”. A frase de Machado de
Assis nos leva a supor que havia mais velhos quando ele próprio se tornou um
velho. E hoje, muito mais ainda, embora os manuais de redação recomendem
que não se fale mais em “velhos”, mas em “idosos”.
(Carlos Heitor Cony, “Prazo de validade”. Folha de S. Paulo, A2
opinião, 27/10/2011)
No fragmento acima, as formas verbais havia e se tornou foram empregadas
para
(A) indicar, respectivamente, uma ação provável e uma ação efetivamente
realizada no passado.
(B) indicar, entre ações simultâneas passadas, uma que estava se
processando quando sobreveio a outra.
(C) denotar que ambas as ações tiveram a mesma duração momentânea.
(D) substituir, ambas, o futuro do pretérito.
(E) denotar fatos que foram um (o segundo) a consequência do outro (o
primeiro).
Comentário: Vamos interpretar a frase que contém tais verbos:
“A frase de Machado de Assis nos leva a supor que havia mais velhos quando
ele próprio se tornou um velho.”
Assim, entendemos um fato em andamento no passado (“havia mais
velhos”), e houve um momento posterior em que Machado de Assis se tornou
um velho (fato passado). Como esses fatos de certa maneira se encontram
num determinado momento (quando ele se tornou um velho), podemos
entender que há, sim, momentos simultâneos em que um ocorreu quando
outro estava se processando. Assim, a alternativa (B) é a correta.
A alternativa (A) está errada. Mesmo observando que há o verbo
“supor”, que naturalmente traduz valor de ação provável, perceba que tal
verbo não traduz a ideia de possibilidade apenas à primeira oração (“havia
mais velhos”), mas a todo o enunciado (“havia mais velhos quando ele próprio
se tornou um velho”).
A alternativa (C) está errada, pois as duas situações não tiveram a
mesma duração.
A alternativa (D) está errada, pois não houve a intenção de substituir o
futuro do pretérito do indicativo.
A alternativa (E) está errada, pois não há relação de causa e
consequência, isto é, está claro que uma ação não gerou a outra.
Gabarito: B