PED - Neonatologia e aleitamento Flashcards

Atendimento na sala de parto, distúrbios respiratórios do RN, icterícia neonatal, infecções congênitas, aleitamento materno

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1
Q

Conduta para um recém-nascido cuja mãe é portadora crônica de hepatite B

A

Clampeamento imediato de cordão.
Além da VACINA, que é feita para todos os RN nas primeiras 12h de vida, recomenda-se simultaneamente a IMUNOGLOBULINA hiperimune para o vírus da hepatite B (caso esta não esteja disponível, pode ser feita até o 7 dia de vida).

Lembre-se que o aleitamento deve ser mantido!

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Q

Medidas para prevenção da transmissão vertical de HIV

A
  • Cesariana eletiva se CV > 1000 ou desconhecida após 34 semanas;
  • ZIDOVUDINA (AZT) venoso: uso intraparto para a mãe em caso de CV detectável ou desconhecida após 34 semanas;
  • Redução do tempo de contato da criança com as secreções e sangue materno → clampeamento imediato do cordão, banho ainda na sala de parto, evitar amniotomia;
  • O aleitamento é contraindicado! Inibir a lactação com cabergolina, enfaixamento das mamas e compressa fria.

ATUALIZAÇÃO →RN’s DE ALTO RISCO agora recebem AZT + 3TC + RAL por 28 dias (antes era AZT + nevirapina). As indicações são mães em qualquer uma das situações a seguir:

  • Sem pré-natal;
  • Sem TARV;
  • Tinha indicação mas não recebeu a profilaxia intraparto;
  • Início da TARV a partir da 2a metade da gestação;
  • Infecção aguda pelo HIV durante gestação ou lactação;
  • CV-HIV detectável ou desconhecida no 3o trimestre;
  • Diagnóstico no momento do parto.

Logo, recebem apenas AZT por 28 dias os RN de mãe que (baixo risco):

  • Fez TARV corretamente; E
  • CV indetectável após 28 semanas!

📌 Porém, a terapia para RN de alto risco ainda varia de acordo com a IG:

  • < 34 semanas = só AZT;
  • 34 a 36+6 = AZT + 3TC + nevirapina;
  • Termo = AZT + 3TC + RAL.

📌 Lembre-se que a transmissão ocorre essencialmente periparto.

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3
Q

Posicionamento e pega corretos para o aleitamento materno

A

Posicionamento: criança bem apoiada, próxima à mãe e com o rosto de frente para a mama
Pega: boca bem aberta (abocanhando a aréola), lábio inferior evertido, aréola mais visível acima da boca e queixo tocando a mama.

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4
Q

Recomendações da SBP para prevenção de anemia ferropriva (houve ATUALIZAÇÃO!).

A

Para pré-termos e RNs com baixo peso ao nascer, a SBP e o MS recomendavam iniciar a suplementação de ferro com 1 mês (estas recomendações persistem). Porém, em relação aos termo com peso adequado, havia divergência: o MS recomendava a partir dos 6 meses e a SBP após 3 meses.

Em 2021, houve uma atualização da SBP, que igualou a recomendação de suplementação de ferro A PARTIR DE 6 MESES, IGUAL O MS RECOMENDAVA. A única observação é que, DIANTE DE FATORES DE RISCO, AINDA DEVEMOS INDICAR COM 3 MESES.

Os fatores de risco são, resumidamente: má-nutrição materna, anemia materna, clampeamento precoce de cordão, RN submetido a atendimento imediato pós-parto, falta de suplementação de ferro pela mãe, alta taxa de crescimento do RN (p>90), insuficiência placentária e sangramentos da segunda metade.

Assim, as recomendações da SBP são as seguintes:

  • A termo e > 2.500g: suplementação dos 6 aos 24 meses, com 1 mg/Kg/dia de ferro elementar (ou dos 3 aos 24 meses se tiver fatores de risco).
  • Pré-termo ou < 2500g: inicia com 30 dias e a dose é mais alta (2-4 mg/Kg/dia, de acordo com o peso de nascimento, se < 2500, < 1 500 ou < 1000g) até completar 12 meses. Dos 12 aos 24 meses, a dose também é de 1mg/Kg/dia.

Estão excluídas da suplementação crianças À TERMO que recebem MAIS DE 500 mL/dia de fórmula infantil (já é enriquecida com ferro).

📌 Se a criança já apresentar anemia, deverá receber doses terapêuticas de FERRO ELEMENTAR 3-5 mg/kg/dia (cuidado com as pegadinhas que falam em sulfato ferroso nessa dosagem). De acordo com a OMS, esse diagnóstico só pode ser estabelecido à partir dos 6 meses de idade, para valores de Hb < 11.

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5
Q

Compare a composição do leite materno e do leite de vaca

A

O leite materno possui MENOR quantidade de proteína e de eletrólitos, o que é importante devido à imaturidade renal dos RN. A proteína do soro (alfa-lactoalbumina), presente em maior quantidade no leite materno, tem melhor digestibilidade do que a caseína e beta-lactoalbumina presentes no leite de vaca.

📌 Dica: para guardar que a alfa-lactoalbumina é do leite materno, pense que alfa é superior a beta.

Por outro lado, o leite materno possui MAIS lactose (auxilia no funcionamento intestinal) e gordura (principal fonte calórica). O LC-PUFA é um ácido graxo presente, que auxilia na mielinização do SNC e da retina.

Por fim, uma pegadinha: o ferro está presente em quantidades semelhantes, mas é mais biodisponível do leite materno (tem mais lactoferrina)

📌 Lembre-se, ainda, que o leite materno ordenhado dura 12h na geladeira e 15 dias no freezer

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6
Q

Gestante em trabalho de parto com 38 semanas, teste rápido para sífilis positivo na maternidade. O RN está assintomático, e todo o rastreio laboratorial e radiográfico está normal.
Qual deve ser a conduta?

A

Em MÃE INADEQUADAMENTE OU NÃO TRATADA para sífilis, deve ser feita notificação e rastreio laboratorial completo de todos os RN: VDRL, hemograma, líquor, radiografia de ossos longos, função hepática, eletrólitos.

Se a criança é assintomática e TODOS os exames são normais (INCLUINDO VDRL NÃO-REAGENTE), como no caso, pode ser feito o tratamento apenas com DOSE ÚNICA DE PENICILINA BENZATINA e acompanhamento com teste treponêmico.

📌 Se o acompanhamento não for garantido, por via das dúvidas, trata-se com penicilina procaína ou cristalina por 10 dias!

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7
Q

Quais são os critérios de tratamento adequado na sífilis?

A
  • Uso de PENICILINA BENZATINA
  • Dose adequada à fase da sífilis (se duração desconhecida, utiliza-se total de 7.2 milhões UI, dividias em 3 doses de 2.4 milhões UI)
  • Início em até 30 dias antes do parto
  • Tratamento do parceiro
  • Queda do VDRL (em 2 titulações em 3 meses e em 4 titulações em 6 meses)
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8
Q

Gestante recebeu diagnóstico de sífilis com 26 semanas. Ela e o parceiro foram tratados com 2,4 milhões de Ui de penicilina benzatina durante 3 semanas consecutivas. Apresentou VDRL de 1/2 na 30 semana de gestação.

Ao dar entrada na maternidade, com 40 semanas, apresentava VDRL = 1/64. O RN está assintomático.

Qual é a conduta?

A

Embora a princípio as doses e intervalos para o tratamento tenham sido corretas, lembre-se que um dos critérios para tratamento adequado da sífilis é a queda do VDRL em mais de 2 diluições em 2 meses!

Essa gestante teve ELEVAÇÃO dos títulos, e pode ser que que tenha sido reinfectada (considera-se como TRATAMENTO INADEQUADO).

Diante disso, o RN deve ser submetido a rastreio completo: VDRL, hemograma, líquor e radiografia de ossos longos. Necessariamente SERÁ TRATADO, com o esquema dependendo do resultado dos exames:

  • Exames normais = dose única de penicilina benzatina;
  • Exames alterados = 10 dias de procaína ou cristalina (esta última obrigatoriamente se houver alteração do LCR).
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9
Q

RN em investigação para sífilis congênita com o seguinte resultado de líquor: células = 30 / proteínas = 120 / VDRL negativo.
Qual deverá ser a conduta?

A

Lembre-se dos critérios de neurossífilis de acordo com a análise do líquor (basta 1): VDRL positivo / célularidade > 25 / proteínas > 150.

Nesse RN a celularidade está alterada, e portanto deverá ser tratado por 10 dias com PENICILINA CRISTALINA, que é a única que tem penetração suficiente no SNC.

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10
Q

Descreva a patogênese e a evolução esperada da icterícia fisiológica, e também os sinais de alarme de uma icterícia não fisiológica

A

Icterícia fisiológica é a causa mais frequente nos RN. Se deve a uma deficiência relativa da glicuronil-transferase (enzima que promove a conjugação da BI) e a um aumento do ciclo entero-hepático.
A evolução natural esperada é de aumento de até 3 mg/dia, com icterícia visível ao final do 2-3 dias de vida. Habitualmente o pico é de BT por volta de 10mg, e há resolução do quadro entre o 7-10 dias de vida.

SINAIS DE QUADRO NÃO-FISIOLÓGICO:

  • Início PRECOCE, com 24-36h;
  • Aumento > 5mg/dia;
  • Níveis muito elevados: KRAMMER 3 ou BT > 12;
  • Icterícia PERSISTENTE (> 2 SEMANAS);
  • Sinais de COLESTASE (colúria ou acolia fecal, BD > 20% de BT).
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11
Q

Descreva as zonas de Krammer e as respectivas bilirrubinas médias

A

Zona 1: cabeça e pescoço (BT = 6)

Zona 2: até o umbigo (BT = 9)

Zona 3: até o joelho (BT = 12)
(“passou do umbigo é sinal de perigo”)

Zona 4: até tornozelos e/ou antebraços (BT = 15)

Zona 5: palmas e plantas (BT = 18)

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12
Q

RN de 32 semanas pesando 1.400g, prematuro devido à eclâmpsia materna. Chorou ao nascer e apresentava bom tônus.
Quais devem ser os cuidados iniciais na sala de parto?

A
  • Clamp de cordão: esse é um RN < 34 semanas que nasceu bem. Portanto, o clamp é feito em 30-60 segundos (se ele tivesse >34s, seria feito com 1-3 minutos)
  • Será necessariamente levado à MESA DE REANIMAÇÃO por ser pré-termo

Na mesa, serão feitos os passos iniciais: APAS:

  • Aquecer: a sala de parto deve estar entre 23-26 graus. Por ser <34 semanas, esse bebê deve ser colocado em saco plástico e com touca dupla na cabeça.
  • Posicionar.
  • Aspirar as vias aéreas (primeiro boca e depois nariz), se necessário.
  • Secar.

Em seguida avalia-se o padrão respiratório e a FC.

Por fim: mesmo que esteja bem, TODAS AS CRIANÇAS < 34 SEMANAS serão encaminhadas ao CTI NEONATAL.

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13
Q

Criança nascida com 38 semanas por via vaginal. Foi levado à mesa de reanimação por presentar apneia. Após os passos iniciais adequados, mantinha Fc < 100.
Qual é a conduta imediata?

A

Primeiro, lembre-se: serão levados para a mesa de reanimação todos os RN prematuros e aqueles em apneia ou hipotônicos.

A conduta imediata para esse RN é a VPP (com FiO2 de 21%, por ser a termo), que deve ser iniciada ainda no 1 minuto de vida. Ela está indicada quando a criança apresentar: respiração irregular, apneia ou Fc < 100 após os passos iniciais.

IMPORTANTE: para os RN pré-termo, a FiO2 da VPP é de 30% !

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14
Q

Diferencie icterícia do aleitamento e icterícia do leite materno

A

A ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO é normalmente uma causa precoce, que corresponde basicamente a uma icterícia fisiológica exacerbada por DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO. O RN recebendo leite insuficiente apresenta perda ponderal e trânsito intestinal muito lento, o que intensifica o ciclo entero-hepático da bilirrubina. Deve-se corrigir a técnica de aleitamento.

Já a ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO é uma causa de icterícia persistente ou tardia, quando alguma substância do leite está prejudicando o metabolismo da bilirrubina. Habitualmente é uma criança em bom estado geral e com ganho de peso adequado. Deve-se SUSPENDER o aleitamento por 24-48h nos quadros de icterícia intensa, e habitualmente a icterícia não se repete quando o leite é reintroduzido.

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15
Q

Embora a maioria dos RN seja assintomático ao nascimento, entre 5-15% podem ter anormalidades tardias. Os achados principais incluem surdez neurossensorial, calcificaçações periventriculares, hepatoesplenomegalia, icterícia associada a colestase.

A qual infecção congênita corresponde essa descrição?

A

CITOMEGALOVÍRUS

Tríade = MICROCEFALIA + SURDEZ + CALCIFICAÇÕES PERIVENTRICULARES.

A principal forma de transmissão vertical é pelo ALEITAMENTO MATERNO, mas CMV materno é apenas uma CONTRAINDICAÇÃO RELATIVA → deve ser suspenso nos RN < 32 semanas IG ou < 1500g.

Devemos investigar a criança exposta ao CMV pesquisa do CMV em ANÁLISE DE URINA ou de saliva ATÉ 2 SEMANAS após o parto. Caso realizemos o teste depois e ele der positivo, não saberemos se foi uma infecção congênita ou pós-natal.

Tratamento = GANCICLOVIR IV por 6 semanas apenas nas formas GRAVES.

📌 Guarde:

  • CMV é a principal causa de surdez neurossensorial não-hereditária na infância (“Cê Me Vê, mas não me escuta”);
  • No CMV as calcificações do parênquima cerebral são mais “C”entrais (periventriculares), enquanto na toxoplasmose congênita são difusas.
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16
Q

Uma gestante no primeiro trimestre de gestação apresentou sorologia para toxoplasmose IgG+ e IgM+, com baixo índice de avidez (20%). Não conseguiu realizar os exames de investigação preconizados no pré-natal.
Ao nascimento, o RN estava assintomático. Na propedêutica: teve fundoscopia normal, apresentou calcificações difusas no parênquima cerebral e o líquor mostrou hiperproteinoraquia > 1.
Qual deve ser a conduta?

A

Primeiramente, lembre-se:

  • Os níveis de IgM nem sempre são úteis para apontar infecção aguda, pois podem permanecer elavados durante um longo período. Assim, quando IgG e IgM são ambos positivos, faz-se o TESTE DE AVIDEZ. A avidez será ALTA se a infecção tiver ocorrido há mais de 12-16 semanas. A gestante do caso, com baixa avidez, pode ter sido infectada durante a gestação!
  • Quando há SUSPEITA de infecção aguda na gravidez a mãe deve receber ESPIRAMICINA, que reduz a transmissibilidade.

A maioria dos casos de toxoplasmose congênita é assintomático ao nascer, portanto TODAS AS CRIANÇAS SUSPEITAS DEVEM SER RASTREADAS com: sorologia pareada, USG transfontanela ou TC de crânio, fundoscopia, hemograma, PCR, TGO e TGP. Líquor deve ser colhido caso haja alterações na neuroimagem.

Caso haja evidências de infecção, o RN deverá receber SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO durante o PRIMEIRO ANO de vida. Deve-se associar corticóides durante 2 semanas quando houver evidências de inflamação importante: hiperproteinorraquia > 1 (como no caso) ou coriorretinite.

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17
Q

Quais são as indicações e a técnica de MCE na reanimação neonatal?

A

A massagem cardíaca externa está indicada para as crianças MANTENDO FC < 60 bpm, APÓS a realização de IOT.

O pediatra se posiciona na cabeça da criança e faz as compressões utilizando os 2 polegares, posicionados no terço inferior do tórax. A profundidade deve ser de 1/3 do diâmetro do tórax, com relação de COMPRESSÕES:VENTILAÇÃO DE 3:1. Reavaliar a cada 60 SEGUNDOS.

📌 Diferentemente das compressões fora do período neonatal, mesmo após a IOT fazemos de forma sincronizada.

Atenção → a técnica “aperta-solta-solta” é utilizada para manter a FR entre 40-60irpm nos casos de ventilação com balão-máscara ANTES da indicação da massagem cardíaca e da IOT.

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18
Q

Gestante adequadamente tratada para sífilis, com RN assintomático. Qual é a conduta?

A

Sempre que houver sífilis na gestação, DEVE SER FEITO O VDRL pareado ao nascimento.

Se o VDRL do RN for 2 diluições maior do que o materno (ex. mãe com 1/4 e RN com 1/16), deve-se considerar a criança como INFECTADA independente dos sintomas! Nesse caso, colhe-se todos os exames e o tratamento é feito de acordo com as alterações encontradas.

Por outro lado, em um RN assintomático como esse, se o VDRL for NÃO REAGENTE (menor do que o materno ou até 1 diluição superior), pode-se apenas ACOMPANHAR ambulatorialmente.

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19
Q

Quais são as contraindicações absolutas e as temporárias ao aleitamento materno?

A

ABSOLUTAS:

  • Mãe com HIV ou HTLV;
  • Mãe em uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, como: antineoplásicos, radiofármacos e AMIODARONA;
  • Criança com GALACTOSEMIA

TEMPORÁRIAS:

  • Herpes ativa na mama (a amamentação deve ser mantida na mama sadia);
  • Varicela → se a mãe apresentar vesículas na pele 5 dias antes ou até 2 dias após o parto, recomenda-se o isolamento até que as lesões adquiram a forma de crosta;
  • CHAGAS ADUDO ou com sangramento mamilar;
  • CMV materno para prematuros < 1,5kg ou < 32 semanas.
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20
Q

Quais são as doenças triadas pelo teste do pezinho?

A

HFHFHF + T:

  • Hipotireoidismo congênito
  • Fenilcetonúria
  • Hemoglobinopatias
  • Fibrose cística
  • Hiperplasia adrenal congênita
  • deFiciência de biotinidase

Agora, também está incluída TOXOPLASMOSE CONGÊNITA.

📌 Ele é feito entre 3 E 5 DIAS de vida. Caso se trate de um RN pré-termo com < 2kg, colhemos 3 amostras: 1) ao nascer, 2) entre 48-22h de vida e 3) na alta hospitalar ou aos 28 dias (o que vier antes).

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21
Q

RN com 38 semanas realizou teste da oximetria com 36 horas de vida. O resultado foi de 97% no MSD e 92% no MI. Qual é a conduta e a principal suspeita diagnóstica?

A

Primeiro, lembre-se: o teste da oximetria deve ser feito entre 24 e 48h de vida. Ele visa a detectar precocemente cardiopatias congênitas que podem cursar com óbito após o fechamento do canal arterial.
📌 Lembre-se: durante a vida fetal, o canal arterial direciona sangue da artéria pulmonar para a aorta descendente. Após o nascimento, seu fechamento se completa em 2-3 semanas.

Um teste normal deve apresentar saturação ≥ 95% em ambos os membros e diferença MENOR do que 3% entre eles. Portanto, esse RN tem resultado alterado, sendo a COARCTAÇÃO DE AORTA a principal suspeita diagnóstica.

A conduta imediata é a REPETIÇÃO DO TESTE EM 1H. Se a alteração se mantiver, deve-se fazer ECOCARDIOGRAMA em até 24 horas.

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22
Q

No teste do pézinho, uma criança teve o resultado de hemoglobina de padrão FS. Qual é o diagnóstico e qual deve ser a conduta?

A

O padrão FS determina um diagnóstico de ANEMIA FALCIFORME, pois têm-se apenas hemoglobina fetal (que se mantém até o 6o mês de vida, aproximadamente) e hemoglobina S.

Neste caso, deve-se encaminhar a criança para ambulatório especializado realizar ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA APÓS 6 MESES (esse exame não é para confirmar o diagnóstico, mas sim para determinar a ‘real’ distribuição de hemoglobinas do paciente, algo fundamental para o acompanhamento).

📌 O padrão normal esperado, seria de HbFA

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23
Q

RN prematuro (IG = 30 semanas) apresentando desconforto respiratório desde o nascimento com piora progressiva nas primeiras horas de vida. RX evidenciou infiltrado reticulogranular difuso com padrão de vidro fosco, broncograma aéreo periférico. Qual é a hipótese diagnóstica principal e a conduta?

A

O diagnóstico mais provável é DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA.
O principal fator de risco é a prematuridade (<34 semanas), devido à produção insuficiente de surfactante pulmonar. Outros fatores seriam asfixia e DM materno.
O tratamento é feito com CPAP nasal e, para os refratários, IOT + surfactante pelo tubo.
O principal diagnóstico diferencial é a sepse neonatal, motivo pelo qual deve-se colher exames e iniciar também antibioticoterapia (ampi + genta).

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24
Q

RN de parto cesário a termo, apresenta na primeira hore de vida taquipneia e leve retração subcostal. RX mostra pulmão de volume aumentado, congestão hilar e líquido nas fissuras interlobares. Após 48h, evoluiu com resolução do quadro sem necessidade de outras intervenções.
Qual é a hipótese diagnóstica principal e a conduta?

A

O diagnóstico mais provável é TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN.
Se deve a um retardo na absorção de líquido pelo sistema linfático pulmonar, sendo a ausência de trabalho de parto o principal fator de risco.
O tratamento é apenas suportivo, com SNE e oxigenioterapia em caso de hipoxemia.

25
Q

Como deve ser o tempo para o clampeamento de cordão do RN de acordo com a idade gestacional?

A

RN ≥ 34 semanas que nasceram bem = 1-3 minutos;

RN < 34 semanas que nasceram bem = 30-60 segundos;

Em caso de apneia, respiração irregular ou hipotonia = clampeamento imediato.

26
Q

RN com IG=38 semanas com hepatoesplenomegalia, petéquias, hidrocefalia, imagens compatíveis com calficações intraparenquimatosas difusas e coriorretinite em farol de neblina.

A qual infecção congênita corresponde essa descrição?

A

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

Tríade de Sabin = coriorretinite + calcificações cerebrais + hidrocefalia.

Tratamento é feito com sulfadiazina + pirimetamina + ácido fólico por 1 ano.

Deve-se associar corticóides durante 2 semanas quando houver evidências de inflamação importante: hiperproteinorraquia > 1 ou coriorretinite.

27
Q

RN com teste do reflexo vermelho alterado e sopro ao exame físico.

A qual infecção congênita corresponde essa descrição?

A

RUBÉOLA CONGÊNITA.

Tríade = CATARATA congênita + CARDIOPATIA (principalmente PCA) + SURDEZ.

Também pode cursar com DM tipo 1.

As principais cardiopatias congênitas que podem ser associadas são PCA e estenose da artéria pulmonar.

Não há tratamento específico.

📌 Para que ocorra essa síndrome, a mãe deve sofrer infecção aguda com < 16 semanas de gestação.

28
Q

Quais são os parâmetros avaliados no escore de Apgar?

A

São 5 parâmetros, cada um pontuado de 0 a 2:

  • FC: 0 / < 100 / ≥ 100bpm.
  • Respiração: ausente / irregular / regular ou CHORO.
  • Tônus: flácido / flexão de extremidades / normal.
  • Reatividade: ausente / CARETA / tosse ou espirro.
  • Cor: cianose total / cianose de extremidades / corado.
29
Q

RN de 7 dias de vida, nascido com 29 semanas de IG. Apresentou queda do estado geral, distensão abdominal, com dor difusa à palpação, e vômitos biliosos. RX mostrou imagem hipertransparente delineando as cúpulas diafragmáticas inferiormente e sinal de Rigler.
Qual é a HD e a conduta?

A

A hipótese é de ENTEROCOLITE NECROSANTE, uma doença relacionada a PREMATURIDADE e ASFIXIA PERINATAL, que cursa com necrose da mucosa do intestino delgado ou do cólon. Os sintomas habitualmente se iniciam nas 2 primeiras semanas de vida, como no caso.

A radiografia pode mostrar pneumatose intestinal (gás na parede intestinal), gás no sistema porta ou, se evoluir com perfuração, pneumoperitônio. Graduamos de acordo com a classificação de Bell:

  • Bell 1 = suspeito (clínica compatível mas sem alterações à radiografia);
  • Bell 2 = confirmado (PNEUMATOSE intestinal);
  • Bell 3 = complicado (PNEUMOPERITÔNIO, choque, CIVD…).

O tratamento conservador envolve dieta zero, descompressão gástrica e ATB (ampicilina + gentamicina + metronidazol). Porém, se evoluir com complicações (Bell 3), como um ABDOME AGUDO PERFURATIVO, é necessário realizar LAPAROTOMIA com ressecção das alças necrosadas.

Nesse caso, como há pneumoperitônio, a conduta é cirúrgica.

📌 O sinal de Rigler é a visualização da parede gástrica ou intestinal pela presença de gás na cavidade peritonial (pneumoperitônio) e no interior da alça, usualmente dilatada. Caracteriza-se pela individualização da densidade de partes moles da parede intestinal com o gás intraluminar e no peritônio.

30
Q

RN apresenta microftalmia, catarata, cicatrizes cutâneas e hipoplasia de extremidades. Devemos pensar em qual doença?

A

VARICELA CONGÊNITA

Não há tratamento indicado, visto que as lesões causadas não progridem após o parto.

OBS: ao contrário da varicela, o herpes-zóster na gravidez não se constitui como risco ao feto.

31
Q

Diferencie infecção congênita vs. perinatal por herpes vírus simples.

A

A transmissão ocorre principalmente durante o parto vaginal (inclusive, herpes vaginal ativo = cesárea). Logo, a maior parte das infecções são perinatais e não congênitas.

INFECÇÃO CONGÊNITA → é RARA e extremamente GRAVE. Tríade = VESÍCULAS cutâneas + alterações OCULARES + micro/hidroCEFALIA. Os indícios surgem logo nos PRIMEIROS DIAS de vida.

INFECÇÃO PERINATAL → mais comum. Os indícios surgem APÓS A 1ª SEMANA. A maior parte cursa com infecção grave e disseminada, acometendo inclusive SNC (acometimento de LOBO TEMPORAL). Lesões vesiculares podem ocorrer mas não são obrigatórias.

O tratamento é feito com ACICLOVIR.

32
Q

Julgue a frase a seguir como V ou F:

Em RN filho de mãe com sífilis NÃO tratada adequadamente, sempre consideramos como sífilis congênita, independentemente de todos os exames e clínica do RN serem normais.

A

VERDADEIRO!

Se a mãe for tratada adequadamente, consideramos apenas “RN exposto a sífilis” se ele estiver normal e com VDRL menor que 2 diluições a mais do que o da mãe.

33
Q

RN nascido de parto vaginal após gestação sem complicações. Quando chora fica rosado, mas quando pára de chorar apresenta esforço respiratório e cianose. Qual o diagnóstico mais provável?

A

ATRESIA DE COANAS → consegue melhorar a respiração quando abre a boca (ou seja, quando chora).

Tratamento = IOT ou cânulas para manter vias aéreas pérvias → reparo cirúrgico definitivo.

34
Q

Diferencie os seguinte métodos de exame auditivo: emissões otoacústicas evocadas vs. potencial auditivo evocado de tronco cerebral.

A

EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS (EOA):

  • Usando fones no bebê, emite um som e capta o retorno (eco);
  • Avalia apenas o SISTEMA AUDITIVO PRÉ-NEURAL, ou seja, sistema de CONDUÇÃO e CÓCLEA;
  • É rápido, FÁCIL e não necessita de sedação, mas pode ser falso-positivo em caso de verniz caseoso ou secreções no conduto;
  • Se for ALTERADO = REPETIR ATÉ 3 MESES.

POTENCIAL AUDITIVO EVOCADO DE TRONCO ENCEFÁLICO (PAETE, ou BERA em inglês):

  • Usando fones no bebê, emite um som e, por meio de eletrodo na cabeça, capta ondas eletrofisiológicas;
  • Avalia os sistemas auditivos PRÉ-NEURAL e NEURAL;
  • É mais COMPLEXO e requer SEDAÇÃO. Além disso, pode ter muitos falso-positivos devido à imaturidade do SNC;
  • Se for ALTERADO = REPETIR APÓS 4 MESES.

📌 Logo, o EOA é o EXAME DE ESCOLHA para TRIAGEM, e, como dito, deve ser repetido em até 3 meses caso alterado.

35
Q

Quais são os valores ANORMAIS ao teste do coraçãozinho? Quando ele deve ser feito?

A

O teste do coraçãozinho deve ser feito entre 24-48h de vida para rastrearmos cardiopatias congênitas críticas. Nele, medimos a saturação de O2 no MSD (ou seja, pré-ductal) e em um dos MMII (pós-ductal).

Os valores anormais são:

  • Diferença de saturação entre MSD e MI ≥ 3%;
  • Saturação < 95% em qualquer um.

Exemplo: se no MSD = 98% e no MIE = 95%, apesar de os dois valores serem ≥ 95%, o exame está alterado pois a diferença foi de 3%.

📌 Diante de um resultado alterado, devemos repetir o exame em 30-60mins. Caso novamente demonstre resultado anormal, realizamos ecocardiograma.

📌 A coarctação de aorta é a cardiopatia congênita com mais falsos-negativos no teste.

36
Q

Como é feito o diagnóstico laboratorial neonatal de fibrose cística?

A

A fibrose cística é uma doença hereditária autossômica recessiva que afeta principalmente as vias aéreas e o pâncreas. Cursa com o aumento da viscosidade do muco produzido, causando um processo obstrutivo → as provas gostam de cobrar: ÍLEO MECONIAL, ESTEATORREIA, dificuldade de ganho de peso, icterícia prolongada, OMA recorrente, PNEUMONIAS de repetição, SINUSOPATIA CRÔNICA e formação de PÓLIPOS NASAIS.

No período neonatal, o diagnóstico é feito da seguinte forma:

PASSO 1) No teste do pezinho, que é realizado entre 3 e 5 dias de vida, dosamos o nível de tripsinogênio (Imunorreactive Trypsinogen - IRT).

PASSO 2) Em caso de alteração no IRT → repetimos o IRT em uma nova amostra colhida entre 2 a 3 semanas de vida (protocolo IRT/IRT) ou fazemos um teste de DNA na amostra inicial (protocolo IRT/DNA).

PASSO 3) Caso o teste feito no passo 2 também positive → fazemos o teste de cloro no suor para confirmar.

📌 Os RNs só podem fazer o teste do cloro com ≥ 2 semanas de vida e ≥ 2kg de peso. E o IRT só é válido para < 1 mês.

📌 A desobstrução de um íleo meconial pode gerar resultado falso-negativo na dosagem de IRT, pois ela cai bruscamente com a desobstrução.

37
Q

Qual é a principal causa de hipotireoidismo congênito?

A

O hipotireoidismo congênito é a causa mais comum de DEFICIÊNCIA MENTAL passível de prevenção. Apresenta manifestações inespecíficas e de INSTALAÇÃO LENTA, como por exemplo a presença de ICTERÍCIA PROLONGADA.

A triagem é realizada via teste do PEZINHO, que deve ser realizado entre 3 E 5 DIAS DE VIDA → a coleta feita nas primeiras 48h aumenta o número de falsos-positivos, pois o TSH está fisiologicamente elevado nesse período.

Futuramente realizaremos a investigação etiológica adequada, mas, antes mesmo, é fundamental começarmos IMEDIATAMENTE A TRATAR COM LEVOTIROXINA, no máximo até 14 dias de vida para evitarmos sequelas neurológicas.

Por fim, respondendo à questão → a CAUSA MAIS COMUM é a DISGENESIA TIREOIDIANA (85% dos casos). A segunda causa corresponde as disormonogêneses (defeitos na síntese dos hormônios tireoidianos).

38
Q

Qual é a tríade da síndrome de Kartagener?

A

A DISCINESIA CILIAR PRIMÁRIA, também conhecida como Síndrome de KARTAGENER, é uma doença autossômica, que se manifesta pela tríade:

  1. PANSINUSITE crônica;
  2. BRONQUIECTASIA;
  3. SITUS INVERSUS com dextrocardia.

📌 A prova pode cobrar como diagnóstico diferencial da fibrose cística.

39
Q

Como é a clínica da Síndrome Alcóolica Fetal?

A

A Síndrome Alcólica Fetal é uma condição IRREVERSÍVEL caracterizada por:

  • ANOMALIA CRANIOFACIAL típica →MICROCEFALIA, fissuras palpebrais estreitas, filtro nasal longo, sulco nasal liso e lábio superior fino;
  • CIUR;
  • ATRASO DO DNPM;
  • MALFORMAÇÕES cardíacas, oculares, renais e de coluna vertebral.
40
Q

Descreva as principais alterações dermatológicas benignas dos RNs:

  • Lanugem;
  • Vérnix caseoso;
  • Pérolas de Epstein;
  • Manchas mongólicas;
  • Hemangiomas;
  • Manchas salmão;
  • Eritema tóxico;
  • Melanose pustulosa;
  • Milium sebáceo;
  • Miliária.
A
  • Lanugem → PELOS FINOS, macios e imaturos encontrados nos prematuros.

📌 Tufos de pelos na coluna lombossacra sugerem uma anomalia subjacente, como espinha bífida oculta, fístula ou tumor.

  • Vérnix caseoso → substância graxenta BRANCO-AMARELADA em DOBRAS cutâneas;
  • Pérolas de Epstein → acúmulos de células epiteliais no PALATO DURO;
  • Manchas mongólicas → mancha CINZA-AZULADA no DORSO e nas NÁDEGAS;
  • Hemangiomas → comuns em PÁLPEBRAS e pescoço, NÃO PIORAM COM O CHORO;
  • Manchas salmão → manchas RÓSEAS ou vermelhas, que PIORAM COM O CHORO (pois são decorrentes de ECTASIA CAPILAR);
  • Eritema tóxico → EXANTEMA por pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de um a três dias após o nascimento;
  • Melanose pustulosa → ERUPÇÃO cutânea PUSTULOSA que descama deixando MANCHAS HIPERCRÔMICAS;
  • Milium sebáceo (obstrução de glândulas sebáceas) → PÁPULAS AMARELO-esbranquiçadas que aparecem na FRONTE, nas ASAS DO NARIZ e na genitália;
  • Miliária (obstrução de glândulas sudoríparas) → DIMINUTAS VESICO-PÁPULAS.
41
Q

Quais saturações são esperadas nos primeiros minutos da vida do neonato?

A

< 5 minutos = 70-80%;

5 a 10 minutos = 80-90%;

≥ 10 minutos: 85-95%.

42
Q

Como estão Coombs direto e indireto na incompatibilidade ABO? E na Rh?

A

IMPORTANTE! Na incompatibilidade ABO, Coombs direto ou indireto negativos NÃO excluem a possibilidade do diagnóstico.

Já na Rh, SEMPRE serão positivos.

📌 O teste de Eluato é mais específico para incompatibilidade ABO → demonstra anticorpos maternos ligados às hemácias do RN.

43
Q

RN de parto cesárea, a termo, apresenta, nas primeiras horas de vida, três episódios de vômitos com conteúdo sanguinolento. Apt teste: positivo, houve mudança da cor, em 2 minutos, para acastanhada.

Qual é a HD?

A

APT TESTE serve para diferenciar sangue materno deglutido de hemorragia neonatal.

  • Positivo = fica marrom → SANGUE MATERNO;
  • Negativo = continua rosa → sangue do RN.

Logo, o RN do caso vomitou sangue materno deglutido.

📌 Dica besta para guardar → a gente deglute comida para, no final das contas, gerar ATP (fica próximo de “APT” rsrs).

44
Q

Diferencie os aleitamentos:

  • Exclusivo;
  • Predominante;
  • Parcial (misto)
  • Complementado.
A
  • Exclusivo = SÓ leite MATERNO.
  • Predominante = materno + outros LÍQUIDOS;
  • Parcial (misto) = materno + outros LEITES;
  • Complementado = leite materno + ALIMENTOS.
45
Q

RN de 6 dias de vida apresenta quadro de edema palpebral, secreção mucopurulenta, quemose e pseudomembrana conjuntival no olho direito de início há um dia. Qual a causa mais provável dessa conjuntivite?

A

Diante de um quadro de CONJUNTIVITE NEONATAL (se desenvolve dentro de 30 dias de vida), a maior dificuldade fica no diagnóstico diferencial entre gonococo e clamídia.

Já adianto: essa questão ficou bem em cima do muro… muito difícil de diferenciar. Mas, o fator que mais chama atenção para nós é que a CHLAMYDIA TRACHOMATIS É O AGENTE MAIS COMUM das conjuntivites neonatais. De qualquer forma, vamos a mais detalhes dos quadros:

A) Conjuntivite QUÍMICA:

  • Começa entre 1-2 DIAS de vida e tem resolução em 48h;
  • Olhos VERMELHOS com SECREÇÃO CLARA;
  • Causada pelo NITRATO DE PRATA (que é usado como profilaxia para conjuntivite gonocócica).

B) Conjuntivite GONOCÓCICA:

  • É mais precoce que a clamídia → normalmente começa entre 2-5 DIAS de vida;
  • Quadro GRAVE com risco de perfuração de córnea;
  • Secreção PURULENTA INTENSA, blefaroedema e quemose;
  • PROFILAXIA = NITRATO DE PRATA.

C) Conjuntivite HERPÉTICA → ocorre principalmente peo HSV II entre o 5º e 6º dia de vida;

D) Conjuntivite por CLAMÍDIA:

  • É a causa MAIS COMUM!
  • Ocorre entre 5-19 DIAS de vida;
  • Conjuntivite MUCOPURULENTA;
  • Pode desenvolver pneumonia afebril do lactente.

📌 A PSEUDOMEMBRANA pode estar presente em qualquer conjuntivite bacteriana, mas ocorre mais na por CLAMÍDIA.

Facilitando o fluxograma de pensamento:

  • Se for hialina e muito precoce → química;
  • Se for mucopurulenta → clamídia ou gonococo;
  • Se for mucopurulenta < 5 dias de vida→ gonococo;
  • Se for mucopurulenta > 5 dias de vida → clamídia;
  • Se for por volta do 5º dia → clamídia, por ser mais comum.
46
Q

Qual é a principal conduta que devemos ter diante de um caso de hérnia diafragmática congênita em caso de insuficiência respiratória?

A

INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL, pois, se ventilarmos por máscara, o conteúdo intestinal intra-torácico irá se dilatar e piorar a respiração. Vamos aprender mais sobre o assunto:

  • O diagnóstico já pode ser feito no pré-natal em ultrassonografias a partir de 15 semanas de IG;
  • Predomina no sexo MASCULINO;
  • Frequentemente está associado a OUTRAS MALFORMAÇÕES (defeitos cardíaco, trissomias e HIPOPLASIA PULMONAR), fato que dificulta o prognóstico mesmo com a correção cirúrgica;
  • São mais comuns e tem melhor prognóstico à ESQUERDA;
  • Raramente são bilaterais;
  • Ao exame físico, podemos ver INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA com ABDOME ESCAVADO.
  • Radiografia = alças e SNG intra-torácicas;

📌 Mas, o mais importante é o seguinte:

  • As hérnias de BOCHDALEK são mais COMUNS e são POSTEROLATERAIS (como dito, principalmente à ESQUERDA - “Bochdaleft”), ocorrendo nos canais pericárdio-peritoneais não fechados no processo embrionário;
  • As hérnias de MORGAGNI são ANTEROMEDIAIS.
47
Q

Recém-nascido, filho de mãe diabética, nascido a termo, de parto cesárea devido a macrossomia, com bolsa rota no momento do parto. Com 21h de vida, evolui com tremores, irritabilidade, convulsão clônica focal e reflexo de Moro exacerbado.

Qual é a principal HD?

A

A principal hipótese é de HIPOCALCEMIA. Explicaremos:

O fato de a mãe ter diabetes nos faz pensar em duas hipóteses: hipoglicemia e hipocalcemia. Ambas podem cursar com tremores, irritabilidade e sinais neurológicos. Mas, vamos diferenciá-las em alguns pontos:

  • A HIPOGLICEMIA (< 40) é mais comum e nela as alterações são mais PRECOCES (nas primeiras horas);
  • Na HIPOCALCEMIA (< 7) as alterações são mais TARDIAS (normalmente ≥ 24h). Além disso, tende a ter mais relação com o reflexo de MORO EXACERBADO e com convulsões FOCAIS (ambos também poderiam ocorre na hipoglicemia, mas com menor frequência).

📌 O nadir do cálcio nos RNs é entre 24-48h de vida, mas nada impede que aconteça antes.

48
Q

Como fazemos o tratamento da hipoglicemia neonatal?

A

O ponto de corte da hipoglicemia costuma ser < 40 nos primeiro dia de vida, podendo ser ainda < 28 nas primeiras duas horas.

  • Criança SINTOMÁTICA + glicemia < 40 = ENDOVENOSO!

Se for ASSINTOMÁTICA e estiver…

  • Nas primeiras 4h de vida → amamentar e reaferir a glicemia → se < 25 = EV; se 25-40 = amamentar novamente;
  • De 4 a 24h de vida → idem, mas os pontos viram < 35 = EV; e 35-45 = realimentar.
49
Q

Como é o fluxograma de abordagem do neonato filho de mãe com sífilis?

A

Antes de tudo, uma observação: quando falar que o VDRL é 2x, não queremos dizer que é o dobro (ex: 1:4 para 1:8), mas sim que é duas titulações maior (ex: 1:4 para 1:16).

RESUMO:

  • 1) Mãe sem tratamento correto ou RN com VDRL+ na maternidade = solicitar exames do RN.
  • –> Ou seja, NÃO investiga todos os exames se mãe tratada + VRDL negativo.
  • 2) Investigação normal = benzatina dose única (se mãe não-tratada adequadamente) ou acompanhar (se tratada).
  • 3) Algo alterado mas líquor normal = procaína ou cristalina 10 dias.
  • 4) Líquor alterado = cristalina 10 dias.

📌 Tratamento correto da mãe = INICIOU 1 mês antes do parto, com PENICILINA apenas, tratamento do parceiro (pode ter sido com doxiciclina), sem aumento dos títulos de VDRL, queda em 2 títulos em 3 meses ou 4 em 6.

A) Mãe com tratamento INADEQUADO:

  • 1) Fazer exame físico e solicitar exames do RN (VDRL, raio-x de ossos longos, LCR, etc);
  • 2a) Qualquer alteração (incluindo VDRL reagente) = 10 dias de cristalina ou procaína (se acometimento do LCR = cristalina);
  • 2b) Tudo normal = benzatina 1 dose.

B) Mãe com tratamento ADEQUADO:

  • 1) Solicitar VDRL do RN;
  • 2) Se VDRL reagente → exame físico e solicitar exames do RN (raio-x de ossos longos, LCR, etc);
  • 3a) VDRL do RN ≥ 2x o da mãe e/ou exames alterados = 10 dias de procaina ou cristalina (se neuro = cristalina);
  • 3b) VDRL do RN < 2x o da mãe + exames normais = acompanhamento sem tratamento;
  • 3c) VDRL do RN < 2x o da mãe + exames alterados + VDRL é reagente = 10 dias de procaina ou cristalina (se neuro = cristalina);
  • 3d) VDRL do RN não reagente + exame físico alterado = investigar outras infecções.

📌 LCR ALTERADO no RN: “regra dos 5” → células > 25; proteínas > 125; glicose < 40.

OBS: após o período neonatal seria “regra dos 4” → células > 4; proteínas > 40, glicose < 40 (sim, glicose é igual ao dos RN).

📌 Ou seja, só pedimos todos os exames de investigação em caso de mãe não tratada adequadamente ou em caso de VDRL reagente naqueles RNs filhos de mãe adequadamente tratada.

50
Q

Julgue como V ou F: diante da suspeita de ânus imperfurado, devemos realizar imediatamente o invertograma.

A

FALSO!

O diagnóstico é CLÍNICO e a condição pode estar relacionada com outras malformações, principalmente FÍSTULAS GENITO-URINÁRIAS. Seguimos os seguintes passos:

PASSO 1) Há membrana anal ou fístula perineal visíveis?

  • SIM = proctoplastia imediata;
  • NÃO = passo 2.

PASSO 2) Após aguardar 24 a 48h, houve fístula evidenciada pela saída de mecônio?

  • SIM = proctoplastia (se fístula perineal) ou colostomia (se fístula não-perineal)..
  • NÃO = passo 3.

PASSO 3) Como estamos com dúvidas sobre a posição anal, fazemos o INVERTOGRAMA.

  • Distância < 1cm = proctoplastia.
  • Distância > 1 cm = colostomia.

📌 Quando optamos pela colostomia, a proctoplastia é feita tardiamente (após alguns meses de vida).

RESUMINDO:

  • Quando fazer COLOSTOMIA? → R: quando há FÍSTULA NÃO-PERINEAL para evitar ocorrência de infecções OU se INVERTOGRAMA com DISTÂNCIA > 1CM;
  • Quando fazer proctoplastia? R: quando há MEMBRANA anal, FÍSTULA PERINEAL ou DISTÂNCIA < 1CM ao invertograma.
51
Q

Quais desses achados estão vinculados à hipoglicemia neonatal?

  • Tremores ou ausência de tremores;
  • Convulsões ou ausência de convulsões;
  • Choro forte ou choro fraco;
  • Hipotonia ou hipertonia;
  • Hipertermia ou hipotermia;
  • Sucção vigorosa ou sucção débil;
  • Apneia ou taquipneia.
A

Guarde que a hipoglicemia neonatal cursa com sintomas inespecíficos de um neonato frágil… logo:

  • TREMORES*;
  • CONVULSÕES*;
  • Choro FRACO (ou estridente);
  • HIPOTONIA;
  • HIPOTERMIA;
  • Sucção DÉBIL
  • APNEIA.
  • tremores e convulsões são os mais marcantes, e ocorrem de maneira precoce, em poucas horas normalmente.
52
Q

Regrinha básica para ajudar a estimar quanto de fórmula dar a um lactente.

A

Cerca de 1 medida/kg, sendo que diluímos 1 medida em 30/mL.

53
Q

Lactente com catarata, sepse por E.coli e alterações hepáticas, renais e neurológicas. Pensar em…

A

Galactosemia.

📌 Como a galactose é encontrada tanto em leite materno como em fórmulas lácteas à base de leite de vaca, os bebês costumam ser alimentados com uma fórmula láctea à base de SOJA depois de serem diagnosticados.

54
Q

Diferencie APLV mediada vs. não-mediada por IgE

A

A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a alergia alimentar mais frequente em menores de 3 anos de idade.

  • Mediada por IgE → manifestações em ATÉ 2 HORAS APÓS O CONTATO com o alérgeno, podendo envolver MAIS DE UM SISTEMA (TGI, cutâneo, respiratório…);
  • Não-mediada → sintomas mais TARDIOS e mais comumente APENAS EM TGI.

📌 O quadro mais típico é o de proctite alérgica → diarreia sanguinolenta sem sinais de alarme (o crescimento está normal).

O tratamento envolve a remoção do leite de vaca, inclusive da dieta materna caso esteja ocorrendo aleitamento materno. Se a mãe não amamentar, substituímos o leite de vaca por fórmula:

  • IgE-mediada em < 6 meses = fórmula extensamente hidrolisada;
  • IgE-mediada em ≥ 6 meses = fórmula à base de soja (evitamos antes de 6 meses pelo risco de desencadear reações IgE-mediadas);
  • Não-mediada por IgE = fórmula extensamente hidrolisada;
  • Alergia à proteína da soja = fórmula extensamente hidrolisada;
  • Síndromes diasbsortivas graves = fórmula extensamente hidrolisada.

📌 Se as fórmulas extensamente hidrolisadas forem insuficientes, podemos optar por aquelas à base de aminoácidos.

📌 As fórmulas parcialmente hidrolisadas são úteis apenas para prevenção, mas não para tratamento.

55
Q

Lactente, 40 dias de vida, nasceu de parto cesáreo com 41 semanas, por apresentação córmica, pesando 4.110 g, Apgar 9/10, alta com a mãe. Há 10 dias o pai notou posição viciosa da cabeça para a esquerda, além de “caroço” na região cervical esquerda. Exame físico: tumor fibroelástico fusiforme na região cervical esquerda, de 3,5 cm de diâmetro, não aderido à pele, sem sinais flogísticos e com encurtamento da musculatura da região.

Qual é o diagnóstico e a conduta mais adequada?

A

TORCICOLO CONGÊNITO! O tratamento envolve fisioterapia.

56
Q

V ou F:

“O corticoide antenatal é capaz não só de diminuir a ocorrência de SDRA, como também de hemorragia intraventricular, retinopatia de prematuridade, entereocolite necrotizante e persistência de canal arterial”

A

VERDADEIRO!

57
Q

RN de grupo sanguíneo A Rh+ com 18h de vida apresenta com icterícia Krammer 3. Seus exames: bilirrubina total = 18, reticulócitos = 8% e Coombs direto positivo.

Exames da mãe: O Rh- com Coombs indireto negativo (tanto na maternidade quanto com 32 semanas).

Diagnóstico mais provável?

A

Incompatibilidade ABO!

Lembre-se que exames de Coombs negativos não excluem incompatibilidade ABO, mas sim incompatibilidade Rh.

Logo, apesar do Coombs direto ser positivo, como o Coombs indireto da mãe é negativo, deixamos de lado a incompatibilidade Rh.

58
Q

Massa abdominal mais comum na neonatologia

A

Diante de massa abdominal palpável em criança, pense na diferenciação por faixa etária:

  • RN: hidronefrose;
  • Lactente: neuroblastoma;
  • Pré-escolar: nefroblastoma (Wilms).
59
Q

Quais são os itens avaliados no Boletim de Silverman-Andersen?

A

O Boletim de SILVERMAN-ANDERSEN é útil para avaliar o grau de ESFORÇO RESPIRATÓRIO de um NEONATO.

São pontuados 5 itens em 0 (normal), 1 (discreto) ou 2 (evidente), obtendo uma nota de 0 a 10 (quanto maior, maior é o esforço):

  • Retração xifóide;
  • Retração intercostal inferior (“tiragem intercostal”);
  • Balanço tóraco-abdominal;
  • Batimento de asas nasais;
  • Gemido expiratório.