CLM - Infectologia Flashcards
HIV, sepse, síndromes febris, meningite, endocardite infecciosa, pneumonia no adulto, parasitoses intestinais
SINAIS DE ALARME na dengue e conduta nesses casos
SINAIS:
Extravasamento de plasma:
- Hemoconcentração (aumento do hematócrito)
- Hipotensão postural
- Derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite)
Disfunção orgânica leve:
- Dor abdominal
- Vômitos
- Hepatomegalia (> 2 cm)
- Letargia ou irritabilidade
Plaquetopenia:
- Sangramento de mucosas
CONDUTA (plano C): Internação + reposição volêmica IV, 10 mL/Kg/h em 2 horas (até 3x)
Sinais de DENGUE GRAVE e conduta nesses casos
Choque:
- Hipotensão
- Pressão convergente
- Pulso fino e rápido
- Extremidades frias e perfusão capilar > 2 seg
Disfunção orgânica grave:
- Encefalite
- Hepatite
- Miocardite
Sangramento grave:
- Sangramento no SNC
- Sangramento no TGI (hematêmese ou melena)
CONDUTA (plano D): UTI + reposição volêmica 20 mL/Kg em bólus (até 3x)
Definição de suspeita de dengue
Febre por 2-7 dias + 2 PROBLEMAS:
- Petéquias
- Rash
- OrBital (dor retroorbitária)
- LEUCOPENIA
- Emese
- Mialgia
- Artralgia
- Sefaléia
Quadro clínico e laboratorial da LEPTOSPIROSE
Lembre-se que a transmissão ocorre pela urina de ratos, sobretudo em contexto de enxentes 🐀
A leptospirose se apresenta como uma VASCULITE INFECCIOSA:
- A forma anictérica é mais comum: febre + SUFUSÃO CONJUNTIVAL + MIALGIA nas panturrilhas (por onde a bactéria penetrou).
- Na forma íctero-hemorrágica (doença de WEIL) ocorre piora do quadro febril entre 4-9 dias de evolução: ICTERÍCIA rubínica, HEMOPTISE e NEFRITE INTERSTICIAL ALÉRGICA (que pode ser hipocalêmica!)
Note que a forma grave da leptospirose é uma SÍNDROME PULMÃO-RIM!
Achados laboratoriais incluem: PLAQUETOPENIA e elevação de CPK
O tratamento é feito com PENICILINA CRISTALINA ou com CEFTRIAXONA.
Quadro clínico e laboratorial da FEBRE TIFÓIDE
A febre tifóide possui algumas fases clínicas clássicas:
1) Na primeira semana, é um quadro febril (tipo dengue) com ALTERAÇÃO DO HÁBITO INTESTINAL.
2) Na 2ª e 3ª semanas, ocorre a fase hiperreativa, com piora da febre, quadro semelhante à APENDICITE, ROSÉOLAS tifoidicas e ENCEFALOPATIA séptica (por isso o nome typhi, que significa “nebuloso”). Complicações podem incluir sangramentos do TGI e PERFURAÇÃO INTESTINAL (“febre que te fode”).
3) A última fase, na 4 semana, é de convalescença.
Do ponto de vista laboratorial, ocorre LEUCOPENIA PARADOXAL E LINFOMONOCITOSE REATIVA. Também chama atenção VHS normal.
📌 Primeira opção do MS é a CLORANFENICOL. Outras opções são ceftriaxona e ciprofloxacino.
Quadro clínico e laboratorial da LEISHMANIOSE VISCERAL
O leishmania infecta os macrófagos do sistema retículo-endotelial, causando febre arrastada, HEPATOESPLENOMEGALIA importante e PANCITOPENIA.
Laboratorialmente, é característica a HIPERGAMAGLOBULINEMIA policlonal e HIPOALBUMINEMIA (inversão da relação albumina/globulina).
Quadro clínico e laboratorial da MALÁRIA
Crises febris, ANEMIA HEMOLÍTICA sem reticulocitose (porque os reticulócitos são parasitados) e HEPATOESPLENOMEGALIA.
Lembre-se: o P. VIVAX é mais COMUM e o P. FALCIPARUM gera os quadros mais GRAVES, relacionados à complicações. Ele causa maior parasitemia, deforma as hemácias (que podem obstruir a microcirculação) e induz metabolismo anaeróbio pelas células (hipoglicemia + acidose metabólica).
Quadro clínico e laboratorial da FEBRE AMARELA
A forma leve da febre amarela é igual à dengue, sendo que o SINAL DE FAGET pode direcionar para o diagnóstico (febre sem taquicardia).
Já a forma grave cursa com disfunção hepatorrenal: elevação de transaminases, ICTERÍCIA, HEMORRAGIAS, OLIGÚRIA
- Lembre-se: o sinal de Faget também pode ocorrer na febre tifoide
Diagnóstico diferencial: dengue x Zika x Chikungunya.
1) Dengue →LEUCOPENIA, MIALGIA, CEFALEIA (com dor retro-orbital), febre e as ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS mais graves, com maior MORTALIDADE.
2) Chikungunya → LINFOPENIA, FEBRE MAIS ALTA, RASH MAIS PRECOCE e ARTRALGIA mais intensa, que pode cronificar.
3) Zika → FEBRE BAIXA (ou até afebril), RASH maculopapular PRURIGINOSO, hiperemia CONJUNTIVAL, LINFONODOMEGALIA → está relacionada a complicações NEUROLÓGICAS como microcefalia fetal, síndrome de Guillain-Barré e lesões do nervo óptico.
Agora, vamos dividir por sintomas:
- Artrite: CHIK > Z > D;
- Conjuntivite: ZIKA > C > D;
- Precocidade do rash: CHIK > Z > D;
- Linfonodomegalia: ZIKA > C > D;
- Leucopenia: DENGUE > Z e C;
- Linfopenia: CHIK > D e Z;
- Mialgia: DENGUE > Z e C;
- Febre: CHIK > D > Z;
- Cefaleia: DENGUE > Z e C;
- Acometimento neurológico: ZIKA > C > D;
- Hemorragias e plaquetopenia: DENGUE > C > Z.
📌 Não confundir leucopenia (mais comum na dengue) com linfopenia (mais comum na Chikungunya).
GRUPO DE RISCO na dengue e conduta nesses casos
Grupos de risco:
- Lactentes (< 2 anos);
- Idosos (> 65 anos);
- Gestantes;
- Comorbidades;
- Vulnerabilidade social;
- Prova do laço positiva.
CONDUTA (plano B): → realização de hemograma no serviço de saúde:
- Se Ht com alteração < 10% e plaquetas > 50.000, liberar para casa com SRO e retornos diários;
- Se alterações hematológicas mantidas em 2 hemogramas (4-6h de intervalo), tratar como plano C (hidratação venosa).
Quais são as características e a conduta no grupo A na dengue?
Pacientes que não apresentam sinais de alarme, não pertencem a grupo de risco e tem prova do laço negativa.
CONDUTA: Hidratação domiciliar com 60 mL/Kg/dia, sendo 1/3 de SRO. Retorno 48h após baixar a febre
Indicações de anfotericina B lipossomal na leishmaniose
📌 Lembre-se: a primeira escolha do MS para o tratamento de Leishmaniose é o GLUCANTIME (antimonial pentavalente), que pode ser feito de forma ambulatorial.
Por ser muito cardiotóxico e nefrotóxico, para alguns grupos indica-se a anfotericina B lipossomal (parenteral), que requer internação. INDICAÇÕES:
- < 1 ou > 50 anos;
- Gestantes;
- Insuficiência cardíaca, hepática ou renal;
- Imunodeprimidos;
- Pacientes graves→ esplenomegalia > 10 cm, hepatomegalia > 8 cm, Hb < 8, plaquetopenia < 40.000 e leucopenia < 3.000.
📌 Errei o FC diversas vezes imaginando que seria “leucocitose”… mas é fácil lembrar: a leishmaniose causa é pancitopenia.
Qual é o tratamento da malária por P. vivax?
CLOROQUINA por 3 dias + PRIMAQUINA por 7 dias
Lembre-se: a primaquina é responsável por eliminar os hipnozoítas no fígado. Ela não pode ser utilizada em gestantes pelo risco de induzir anemia hemolítica no feto, caso ele seja portador de deficiência de G6PD 🤰😯
Tratamento da malária por P. falciparum.
ARTESUNATO + MEFLOQUINA (por 3 dias), fazendo também PRIMAQUINA no primeiro dia.
Para as FORMAS GRAVES: artesunato (6 dias) + clindamicina (7 dias).
📌 Lembre-se que, embora menos comum, o P.falciparum causa as formas mais graves da febre terçã.
Exame diagnóstico de malária.
O exame de escolha é o da GOTA ESPESSA, que requer treinamento específico. Também há TESTE RÁPIDO.
Exame diagnóstico da febre tifóide
Em qualquer momento, o exame mais sensível é a mielocultura. Entretanto, por ser invasivo, não é o exame de escolha.
Na primeira semana, prefere-se HEMOCULTURA, e na segunda semana, COPROCULTURA
Exames diagnósticos para a dengue
Nos primeiros 5 dias de doença, o exame de escolha é a pesquisa do antígeno NS1 (lembre-se que a sensibilidade é decrescente, e deve idealmente ser realizado nos primeiros 3 dias).
A partir de 6 dias de doença, o teste de escolha é SOROLÓGICO.
📌 Só solicitamos os exames fora de situações epidêmicas ou para grupos C e D durante a epidemia.
Complicações da febre tifóide
Mais comum: sangramento gastrointestinal
Mais grave: perfuração intestinal (“febre que te fode”)
Exames diagnósticos para leishmaniose visceral
Os métodos sorológicos são mais empregados. Marque alguns conceitos:
- A IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA é o método recomendado pelo MS;
- O rK39 mede o grau de atividade da doença;
- A reação de Montenegro (tipo PPD) está negativa nos doentes, pois eles apresentam baixa imunidade celular.
Há também os métodos parasitológicos, que são invasivos. Embora a punção esplênica seja o método mais sensível, também é mais arriscado. Por isso, prefere-se o aspirado de medula óssea.
📌 A coloração utilizada é a de Giemsa.
Qual é a definição de sepse e os parâmetros avaliados pelo SOFA?
Segundo o sepsis 3, sepse é caracterizada pela presença de disfunção de órgãos ameaçadora à vida, ocasionada por resposta inflamatória desregulada do hospedeiro a uma infecção.
A disfunção é determinada por uma elevação aguda no escore SOFA = 2. São 6 parâmetros considerados, cada qual pontuado de 0 a 4:
- PaO2/FiO2
- PAM ou necessidade de aminas
- Escala de coma de Glasgow
- Bilirrubina total
- Contagem de plaquetas
- Creatinina ou débito urinário
Outros parâmetros incluem hipoperfusão tissular, taquicardia e taquipneia
Qual é a definição de CHOQUE SÉPTICO e a conduta inicial?
Choque séptico é definido por sepse com persistência de instabilidade hemodinâmica (PAM < 65) e hiperlactatemia (> 18 mg/dL ou > 2 mmol/L) APESAR da reposição inicial adequada de volume.
A conduta inicial é o uso de aminas vasoativas, sendo a NORADRENALINA a primeira escolha.
Qual é a conduta inicial em paciente com SEPSE?
Reposição volêmica com cristalóides (SF 0,9% ou RL) em bólus, visando a 30-50 mL/Kg nas primeiras 3h.
Deve-se também colher hemoculturas e iniciar antibioticoterapia de amplo espectro na primeira hora.
Quais são os parâmetros avaliados no quick-SOFA e seu significado?
Pontuação > 2 no quick-sofa indica pior prognóstico e realização do SOFA.
Os parâmetros são:
- Alteração do estado mental (ECG < 15)
- FR > 22 irpm
- PAS < 100 mmHg
Um paciente de 30 anos com pneumonia desenvolve icterícia às custas de bilirrubina indireta.
Trata-se provavelmente de qual agente etiológico?
Quais são as outras manifestações extrapulmonares que podem ocorrer?
Trata-se provavelmente de hemólise causada por MYCOPLASMA, às custas de IgM. Outras manifestações podem incluir: - MIRINGITE BOLHOSA - Guillain-Barré - Stevens-Johnson