ESPECIALIDADES DIVERSAS Flashcards

Neurologia, Dermatologia, Psiquiatria, Toxicologia e Ortopedia

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1
Q

Quais medidas são impreteríveis para a abordagem de fraturas expostas?

A

Primeiramente, lembre-se que a infecção é a principal complicação das fraturas externas (principal agente: S.aureus).

Sendo assim, esses pacientes devem ser submetidos a:

  • ANTIBIOTICOPROFILAXIA: orientada pela classificação de Gustillo-Anderson
  • DESBRIDAMENTO: ato mais eficaz para prevenir infecção
  • LAVAGEM mecânica cirúrgica: pelo menos 10L
  • ESTABILIZAÇÃO da fratura com fixação: idealmente a cirurgia de correção deve ser feita EM ATÉ 6h após o trauma
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Q

Menino caucasiano de 6 anos, hígido, queixa-se de dor em virilha e face medial de joelho esquerdo há uma semana. Não tem antecedente de trauma, sinais sistêmicos ou sinais flogísticos na articulação do quadril. Ao exame nota-se restrição à rotação interna e abdução do quadril esquerdo. Na radiografia de quadril, observa-se aumento da densidade óssea na cabeça do fêmur. Qual é a HD e a conduta?

A

Temos um ESCOLAR MASCULINO CAUCASIANO com claudicação recente e restrição à rotação externa do quadril. Trata-se provavelmente de doença de LEGG-CALVE-PERTHES, corroborada pela radiografia. As áreas de maior densidade correspondem à esclerose que ocorre na fase inicial dessa doença, quando reduz a vascularização para a epífise proximal do fêmur.

O processo é AUTOLIMITADO e a regeneração óssea ocorre em até 3 anos. Neste período, para a contenção da cabeça femoral junto ao acetábulo, pode ser necessário IMOBILIZAÇÃO com órtese ou cirurgia.

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3
Q

Adolescente de 12 anos, sexo masculino, queixa-se de dor no joelho direito há 2 meses. Há 2 semanas, apresentou aumento de volume articular, sem sinais flogísticos. Nega febre ou trauma prévio.
À radiografia , observa-se lesão na região metafisária distal do fêmur, de limites imprecisos, com reação periosteal lamelar fina tipo “raios de sol”, com presença de triângulo de Codman.
Qual é a HD e a conduta?

A

Quadro clínico-radiológico clássico de OSTEOSSARCOMA: dor óssea persistente de longa duração, sobretudo na articulação do joelho. Os sinais descritos ao RX são típicos.
Este é o principal tumor ósseo, tendo pico de incidência no início da adolescência.
O tratamento consiste em QT OBRIGATÓRIA (neo/ adjuvante) + cirurgia

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4
Q

Menino de 4 anos com diminuição da movimentação da perna direita há 3 dias, mancando desde ontem. Nega comorbidades, mas apresentou resfriado há cerca de 1 semana. Ao exame: bom estado geral, afebril, queixa de dor na virilha e coxa às manobras ativas e passivas, com mobilidade preservada, sem sinais flogísticos locais. Apresentou hemograma normal, VHS discretamente elevada e RX de quadril sem alterações. USG mostra pequeno derrame articular.
Qual é a hipótese mais provável e a conduta?

A

Quadro típico de SINOVITE TRANSITÓRIA do quadril.
O principal diagnóstico diferencial é a síndrome de Legg-Calvé-Perthes, entretanto na sinovite o RX é normal.

Essa criança poderia ter sido reavaliada após 24-48h, antes de progredir com a radiografia para investigação. O tratamento consiste apenas em REPOUSO + AINES, pois a evolução é autolimitada (até 2 semanas).

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5
Q

Lactente de 18 meses é trazida ao PA com queixa de dor e imobilidade do membro superior direito. O quadro teve início súbito quando o pai a ergueu e balançou pelas mãos. Ao exame: braço em posição prona, dor à mobilização do cotovelo.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Quadro típico de SUBLUXAÇÃO DA CABEÇA DO RÁDIO (também chamado de “pronação dolorosa”), que consiste em um pequeno deslocamento da cabeça do rádio em relação ao ligamento anular.
Deve ser tratado com redução imediata (manobra feita com supinação do antebraço + flexão do cotovelo)

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6
Q

Criança do sexo feminino nascida a termo com história de oligohidrâmnio na gestação. No primeiro exame do RN, foi constatada manobra de Barlow positiva.
Qual é o provável diagnóstico e o exame confirmatório?

A

O diagnóstico é de DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL, uma malformação que consiste no encaixe imperfeito entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, que evolui com luxação. É mais comum em MENINAS e do lado ESQUERDO.

Pode-se suspeitar dessa alteração através das manobras de BARLOW (promove a luxação) e ORTOLANI (reduz a luxação) no exame do RN.

📌 A partir de 2 meses de idade, outros sinais são mais característicos:

  • De 2 a 6 meses: sinal de Peter-Bade (assimetria das pregas cutâneas do quadril);
  • De 6 a 18 meses: sinal da telescopagem ou de Hart (limitação da abdução do quadril);
  • A partir dos 18 a 24 meses: sinal de Trendelenburg.

O exame confirmatório é a ULTRASSONOGRAFIA de quadril, que permite também avaliar a gravidade. Após os 6 meses, a radiografia é o exame de escolha.

O tratamento depende da época do diagnóstico:

  • Diagnóstico < 6 meses → órtese de Pavlik;
  • 6 a 18 meses → redução incruenta (se falhar, cirurgia é opção);
  • ≥ 18 meses → osteotomia.
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7
Q

Qual é o ligamento mais frequentemente acometido nas entorses de tornozelo?

A

A maioria das entorses de tornozelo é LATERAL (mecanismo de flexão plantar + inversão).
O ligamento mais acometido é o TALOFIBULAR ANTERIOR.

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8
Q

Adolescente de 14 anos joga basquete diariamente. Há cerca de 6 meses vem queixando de dor em ambos os joelhos durante os jogos. Ao exame, apresenta dor à palpação na tuberosidade anterior da tíbia, com aumento do volume local.
RX mostra fragmentação na tuberosidade tibial bilateralmente.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Trata-se de DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER.

É uma necrose avascular idiopática da tuberosidade da tíbia, que cursa com inflamação (epifisite tibial proximal). É mais comum em MENINOS de 8-15 ANOS e praticantes de ESPORTES, como no caso.

O tratamento é CONSERVADOR, feito com analgésicos + AINES, repouso e uso de joelheira.

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9
Q

Menino de 13 anos, negro e obeso. Queixa-se de dor no joelho direito há 3 semanas, associada à leve claudicação. Nega febre ou edema local. nega infecções virais recentes.
Ao exame, não há artrite ou restrição de movimento dos joelhos, porém nota-se tendência à rotação externa do quadril durante a flexão da coxa (Sinal de Drehman).
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Trata-se provavelmente de EPIFISÓLISE PROXIMAL DO FÊMUR, uma patologia que cursa com enfraquecimento da cartilagem epifisial proximal do fêmur e deslocamento do colo femoral em relação à epífise.

É mais frequente em MENINOS NEGROS DE 8-15 ANOS e em associação à SOBREPESO, como no caso.

O diagnóstico poderia ser confirmado com radiografia de quadril (padrão-ouro!), mostrando linha de Klein que não atravessa a cabeça femoral.

O tratamento é CIRÚRGICO, com a epifisiodese.

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10
Q

Durante o trabalho em uma plantação de alfaces, um homem sofreu acidente com fratura exposta na extremidade distal da tíbia. Qual é a classificação de Gustillo-Anderson e a antibioticoprofilaxia que deve ser instituída?

A

A classificação de Gustillo-Anderson para fraturas expostas considera o tamanho da ferida de partes moles e também o agente causador do trauma:

  • I: ferida de até 1 cm → pode-se usar apenas cefazolina
  • II: ferida > 1 cm
  • III: ferida > 10 cm ou contaminação severa.

Nos tipos II e III, a antibioticoprofilaxia deve ter cobertura para gram positivos e gram negativos: CEFAZOLINA + AMINOGLICOSÍDEO (ou cefa de 3 geração).

Entretanto, existe um detalhe: traumas ocorridos em área rural, como no caso, são sempre classificados como Gustillo III, devido ao maior potencial de contaminação. Deve-se acrescentar PENICILINA ao esquema para cobrir anaeróbios.

📌 Lesões por PAF também são automaticamente Gustillo III.

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11
Q

Segundo a classificação de Gustillo-Anderson, como é considerada uma fratura exposta que envolve lesão arterial? Qual é a conduta nesses casos?

A

A classificação de Gustillo III se subdivide em outras 3:

  • A: há presença de cobertura cutânea
  • B: requerem RETALHO (utiliza pele de uma área doadora que mantém o seu pedículo vascular)
  • C: lesão ARTERIAL

A conduta nas fraturas externas será sempre cirurgia. A lesão vascular será a última etapa a ser corrigida no procedimento.

📌 Lesões em ambiente rural ou por PAF são automaticamente Gustillo III.

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12
Q

Lactente de 3 meses chega ao setor de emergência convulsionando há mais de 5 minutos. Qual é a medicação de escolha?

A

A primeira escolha para o tratamento sempre será um BZP, principalmente o DIAZEPAM (via IV ou retal), 10 mg, até 2-3x.

📌 O midazolam é uma opção, mas ele é feito IM, nasal ou bucal.

Para os refratários: FENITOÍNA em bolus (10 mg/Kg) → fenitoína contínua → fenobarbital (20 mg/Kg) → tiopental ou midazolam ou propofol (paciente precisa estar entubado).

📌 ATENÇÃO! No período NEONATAL (até 28 dias de vida), preferimos o FENOBARBITAL.

📌 Lembre-se também que, para lactentes com MENOS DE 6 MESES que convulsionam na vigência de febre, está fortemente indicada punção lombar.

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13
Q

Homem de 42 anos queixa-se de cefaléia hemicraniana direita diária há 7 dias, após mudar turno de trabalho para a noite. A dor é lancinante, ocorrendo até 4 episódios por dia de cerca de 1h cada um. No momento do exame, apresenta hiperemia conjuntival e sudorese em hemiface.
Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

Paciente com quadro típico de CEFALÉIA EM SALVAS.
O tratamento agudo é feito com OXIGENIOTERAPIA e triptanos.
O tratamento de manutenção é feito com VERAPAMIL.

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14
Q

Paciente de 75 anos queixa-se de tremor em membros superiores, percebido principalmente em repouso e mais intenso do lado direito. Ao exame, observa-se discreta rigidez e bradicinesia. Não há instabilidade postural durante a avaliação da marcha.
Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

O diagnóstico desse paciente é de SÍNDROME PARKINSONIANA, sendo a Doença de Parkinson a principal causa. Para o diagnóstico, é necessário BRADICINESIA (obrigatória) + pelo menos 2 manifestações cardinais:

  • TREMOR DE REPOUSO (tipicamente ASSIMÉTRICO na doença de Parkinson)
  • RIGIDEZ
  • INSTABILIDADE POSTURAL

Essa doença é causada por degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra mesencefálica.

O tratamento é feito com LEVODOPA (precursor da dopamina que controla a bradicinesia) +- BIPERIDENO (anticolinérgico que ajuda no controle do tremor)

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15
Q

Mulher de 68 anos, hipertensa e diabética. Apresentou subitamente, há 5 horas, cefaleia holocraniana de moderada intensidade, acompanhada de hemiparesia completa grau 3 à direita, hemihipoestesia e disartria.
TC de crânio realizada na urgência não apresenta hiperdensidade, e mostra área de hipoatenuação frontoparietal.
O ECG mostra taquiarritmia irregular de QRS estreito.
Qual é a HD e a conduta?

A

Temos uma paciente de alto risco cardiovascular apresentando hemiparesia fascio-braquio-crural direita, de início súbito há 5 horas. A hipótese mais provável é de AVE isquêmico, corroborado pela TC e pelo ECG com fibrilação atrial.

Como ela já ultrapassou 4,5h do início dos sintomas, NÃO há indicação de trombólise. Assim, o tratamento é suportivo:

  • Cabeceira elevada;
  • Hipertensão permissiva: manter < 220:120 mmHg;
  • Devido à etiologia cardioembólica, iniciar anticoagulação plena permanente.

📌 O principal fator de risco para AVE é HAS.

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16
Q

Paciente do sexo feminino, 23 anos, obesa e hipertensa. Queixa-se de cefaléia diária há aproximadamente 2 anos, de piora progressiva. Descreve dor constante, bifrontal e bioccipital, e vem percebendo piora gradativa da acuidade visual.
O exame neurológico é normal, exceto por papiledema ao exame de fundo de olho.
Qual é a HD e o tratamento indicado?

A

Mulher jovem com cefaléia progressiva acompanhada de redução da acuidade visual e PAPILEDEMA.
A hipótese mais provável é HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA (ou síndrome do pseudotumor cerebral).

O tratamento é feito com ACETAZOLAMIDA, podendo-se utilizar até DVP em casos refratários.

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17
Q

Paciente de 4 anos tem HP de encefalopatia hipóxico-isquêmica perinatal. Apresenta crises convulsivas refratárias ao tratamento há 1 ano, dos tipos mioclônica, de ausência e atônica. Apresenta retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. O EEG atual demonstra complexos ponta-onda de 1,5 a 2,5 Hz.

Anteriormente, aos 5 meses de vida, o EEG mostrava hipsiarritmia.

Qual é a HD atual?

A

Este paciente apresenta o quadro característico de síndrome de Lennox-Gastaut: associação de atraso do DNPM + múltiplos tipos de crises convulsivas + EEG com complexos ponta-onda de 1-2,5 Hz.

Antes esse paciente apresentava a síndrome de WEST: espasmos musculares e hipsiarritmia ao EEG. Lembre-se que esta pode evoluir para a síndrome de Lennox-Gastaut, e que ambas estão associadas a retardo mental.

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18
Q

Quais são os fatores de risco para recorrência de crise febril? E de risco aumentado para epilepsia?

A

Risco de recorrência:

  • < 1 ano;
  • < 24h de febre;
  • Ocorrência da crise com febre baixa (< 39).

Risco de epilepsia:

  • Atraso do DNPM;
  • Crises complexas ou recorrentes;
  • HF de epilepsia.

📌 Crise febril COMPLEXA é aquela que possui qualquer uma das seguintes características: FOCAL, duração > 15 minutos ou recorrência em 24h.

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19
Q

Paciente de 72 anos é trazida à consulta neurológica devido à quadro demencial. Ao exame, apresenta baixo desempenho no mini-mental e presença de ataxia de marcha. Familiares relatam ainda histórico de incontinência urinária.
Qual é a principal HD?

A

Paciente idoso com a tríade clássica de HIDROCEFALIA NORMOBÁRICA: demência, ataxia e incontinência urinária.

Ocorre prejuízo da drenagem liquórica e acúmulo progressivo de líquor (curso insidioso ao longo de meses), causando DILATAÇÃO VENTRICULAR, com pressão normal (VR = 5 a 20cmH2O).

Pode ser confirmada pelo TAP-TEST → melhora do levantar e da marcha do paciente após punção lombar de 30-50mL de LCR → alto VPP mas baixo VPN.

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20
Q

Homem de 52 anos é trazido ao PA com perda de consciência há 3 horas, precedida por cefaléia súbita e intensa, náuseas e vômitos. É tabagista e hipertenso com tratamento irregular.
Ao exame: PA = 170 : 140 mmHg, Fc = 92, FR = 18, afebril, inconsciente, não respondendo a estímulos verbais, rigidez de nuca presente, hemiplegia esquerda e ausência de reflexos osteotendinosos esquerdos.
Qual é a provável causa para o quadro?

A

A descrição é típica de AVE hemorrágico: cefaleia “em trovoada” (súbita e muito intensa), associada a diminuição do nível de consciência e déficit neurológico focal. Duas condições poderiam explicar o quadro:

1) Hemorragia intraparenquimatosa: é a mais comum e predomina em pacientes com >50 anos, com HAS ou Alzheimer; tipicamente causa déficits neurológicos focais mais precoces.
2) Hemorragia subaracnóide: mais comum em jovens, devido à ruptura de aneurismas saculares (principal) ou malformação arteriovenosa.

Assim, do ponto de vista epidemiológico, a HD mais provável para esse paciente HIPERTENSO é a ruptura de um MICROANEURISMA de Charcot-Buchat, que causa hemorragia intraparenquimatosa.

O tratamento é basicamente SUPORTIVO, com meta de PAS < 140 mmHg.

📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.

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21
Q

Quais são as características, diagnóstico e tratamento da síndrome de Guillain-Barré?

A

A síndrome de Guillain-Barré é um quadro agudo e autoimune de DESMIELINIZAÇÃO de NERVOS PERIFÉRICOS.

O quadro clássico é de PARALISIA MOTORA FLÁCIDA e ARREFLEXIA de caráter SIMÉTRICO e ASCENDENTE. A punção lombar demonstra dissociação proteino-citológica (HIPERPROTEINORRAQUIA + NORMOCELULARIDADE).

📌 Normalmente há PRESERVAÇÃO de SENSIBILIDADE e ESFÍNCTERS.

O tratamento é feito com IMUNOGLOBULINA, ou plasmaférese.

📌 Corticóides NÃO são eficazes.

OBS: um diagnóstico diferencial é a “paralisia periódica relacionada a hipocalemia”, uma rara doença autossômica dominante que tem a sua fisiopatologia relacionada à hipoK gerada por aumentos séricos de epinefrina e/ou insulina. Nela, vemos crises intermitentes e auto-limitadas de paralisia flácida e arreflexia desencadeadas por estresse ou por dieta rica em carboidratos. O tratamento é repor potássio.

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22
Q

Mulher de 35 anos é atendida com queixa de cefaléia súbita de forte intensidade, com náuseas e vômitos, seguida de perda de consciência. Refere também paresia da perna esquerda, que já melhorou. Nega comorbidades ou episódio prévio de cefaléia semelhante.
Ao exame, está consciente, orientada, sem déficits focais no momento. A TC de crânio não apresenta alterações significativas.
Qual é a HD e qual deve ser a conduta subsequente?

A

Sempre que estivermos diante de um quadro de CEFALÉIA INTENSA E SÚBITA, devemos considerar a possibilidade de HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA). Esta pode, ou não, se acompanhar de síncope, convulsões, náuseas e vômitos, RIGIDEZ DE NUCA (meningite química) ou déficits neurológicos focais (que podem normalizar).

O primeiro passo é a realização de NEUROIMAGEM, como foi feito no caso, para confirmar se tratar de um AVE hemorrágico.

Entretanto, até 5% dos pacientes com HSA pode ter a TC normal (Fisher 1). Nesse caso, deve-se realizar PUNÇÃO LOMBAR. Na presença de HSA, serão encontradas hemácias ou xantocromia no LCR.

📌 É importantíssimo realizar o TRATAMENTO INTERVENCIONISTA (embolização por angiografia ou clipagem cirúrgica aberta).

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23
Q

Paciente de 36 anos do sexo feminino queixa-se de visão dupla há 3 semanas. Teve melhora do quadro, porém 2 dias depois os sintomas retornaram associados a cansaço e dificuldade para subir as escadas. Ao exame neurológico, apresenta-se vigil, paraparesia crural de predomínio proximal, fala empastada e semiptose palpebral à esquerda. Qual é a HD provável e qual é o exame para elucidação?

A

A MIASTENIA GRAVIS é uma doença autoimune CONTRA OS RECEPTORES DE ACETILCOLINA (nicotínicos) localizados na PLACA MOTORA, na fenda pós-sináptica. Com isso, causam um bloqueio da transmissão neuromuscular.
A principal característica é a fraqueza muscular que piora com o movimento (FATIGABILIDADE). Também é típico o comprometimento preferencial da musculatura ocular extrínseca (ptose, diplopia e oftalmoparesia), prosseguindo para musculatura bulbar (disartria, fala anasalada, disfagia e fatigabilidade mastigatória).

O exame indicado para confirmação é a ELETRONEUROMIOGRAFIA, que mostra um PADRÃO DECREMENTAL (a estimulação repetitiva resulta em redução da transmissão do estímulo)

📌 A sensibilidade e os reflexos profundos estão preservados!

📌 Pode ter relação com o timoma.

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24
Q

Uma mulher de 35 anos queixa-se de dor abdominal e vômitos, associados a urina avermelhada “em vinho do porto” nos últimos dias. Afirma também que começou a se sentir deprimida e ansiosa. Ao exame, está taquicárdica e com sinais de neuropatia periférica.
Os sintomas melhoraram após infusão de glicose.
Qual é o diagnóstico?

A

Temos uma paciente com SINTOMAS NEUROLÓGICOS + DOR ABDOMINAL + URINA EM “VINHO DO PORTO” → achados característicos da PORFIRIA INTERMITENTE AGUDA, a forma mais comum de porfiria aguda.

As porfirias são um grupo raro de doenças metabólicas em que há deficiência de certas enzimas na via biossintética do heme. Manifestam-se com crises intermitentes de sintomas abdominais, neuropsiquiátricios (SNC, periférico e autônomo). São desencadeadas por condições que atrapalham o metabolismo hepático de porfirinas:

  • ÁLCOOL;
  • Fármacos, como ANTICONVULSIVANTES;
  • ESTROGÉNO (atividade hormonal cíclica em mulheres jovens e anticoncepcionais hormonais);
  • Infecções, como HCV e HIV.

Há ACÚMULO DE PORFOBILINOGÊNIO NA URINA, que a torna a vermelho-escura quando exposta à luz.

A infusão venosa de GLICOSE e HEME melhora o quadro desta forma de porfiria.

📌 As porfirias são divididas em agudas (na qual a intermitente aguda, descrita acima, é a mais comum) e em cutâneas (porfiria cutânea tarda é forma mais comum).

Sobre a PORFIRIA CUTÂNEA TARDA, saiba que temos lesões BOLHOSAS, cicatrizes, cicatrizes; lesões esclerodermiformes e HIPERTRICOSE. As lesões PIORAM COM A EXPOSIÇÃO SOLAR (logo, predominam em regiões foto-expostas). O tratamento é feito com FLEBOTOMIAS (para retirar o excesso de ferro). Também pode ser usada a cloroquina em baixas doses (mas cuidado… doses maiores pioram o quadro).

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25
Q

Homem de 18 anos apresenta, há 2 meses, lesões cutâneas sem dor ou prurido. Ao exame, observam-se manchas hipocrômicas, ovaladas, confluentes, com descamação furfurácea, acometendo as faces laterais do pescoço e dorso superior. À extensão das lesões, observa-se acentuação da descamação. Não há alteração da sensibilidade.

Qual é a principal HD e a conduta?

A

Lesões com descamação FURFURÁCEA, apresentando o sinal de ZILERI (descamação furfurácea à extensão), são típicas da PTIRÍASE VERSICOLOR, causada pelo fungo Malassezia furfur.

Usualmente se apresenta como múltiplas MÁCULAS CONFLUENTES, NÃO-PRURIGINOSAS, que podem ter COLORAÇÕES VARIADAS do branco ao acastanhado. Atinge ÁREAS SEBÁCEAS como couro cabeludo, face e tronco superior, e poupa mucosas e região palmoplantar.

O tratamento é TÓPICO, com imidazólicos ou sulfeto de selênio.

📌 Também podemos ver o sinal de Besnier, que é a descamação furfurácea causada pelo passar da unha sobre a lesão.

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26
Q

Homem de 37 anos notou o surgimento de lesão pigmentada no antebraço direito há 6 meses, com aumento progressivo de tamanho. A biópsia excisional confirmou se tratar de um melanoma nodular, com espessura de Breslow de 2,7 milímetros. Ao exame físico da cadeia axilar direita, não há linfadenomegalias ou massas palpáveis.
Quais são as próximas etapas do tratamento?

A

Após o diagnóstico histopatológico e estadiamento do melanoma, deve ser feita a AMPLIAÇÃO DE MARGENS, com base no índice de Breslow. Um melanoma com espessura > 2 mm deverá ter suas margens ampliadas em pelo menos 2 cm.

Além disso, para os melanomas apresentando ulceração ou > 0,8 mm de profundidade, está indicada a BIÓPSIA DO LINFONODO SENTINELA. Linfadenectomia só é feita quando há evidência clínica ou histopatológica de acometimento ganglionar.

📌 O melanoma nodular é o segundo tipo histológico mais comum, e o mais agressivo devido ao seu crescimento vertical. Lembre-se: no melanoma, quanto maior a profundidade da lesão na derme, maior é o risco de disseminação.

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27
Q

Mulher de 60 anos, em tratamento com prednisona há 4 anos devido à nefropatia com proteinúria. Há 1 ano e meio apresenta lesões pouco pruriginosas, avermelhadas e de bordos circinados, que progressivamente atingiram áreas extensas do tronco, axilas e virilhas.
Qual é o diagnóstico mais provável?

A

Temos uma paciente imunossuprimida com lesões avermelhadas e de bordos circinados em regiões de dobras.
Devemos considerar a hipótese de uma dermatofitose (infecção fúngica), como a CANDIDÍASE.

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28
Q

Homem, branco, 73 anos, apresenta lesão pré-auricular direita com aumento progressivo há 4 meses. Apresentou uma queimadura nessa região há 20 anos, com cicatrização completa em 1 ano. Ao exame, apresenta lesão ulcerada, bordas queratóticas, de 3,5 cm em seu maior diâmetro.
Qual é o provável diagnóstico e a conduta?

A

Paciente idoso, com uma lesão hiperqueratótica que se desenvolveu sobre uma cicatriz de queimadura, é altamente sugestivo de CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC, também chamado de epidermóide).

Este é o segundo tipo mais frequente de câncer de pele, e apresenta maior potencial de disseminação do que o CBC.

O tratamento deve ser feito com a exérese da lesão, com margens de 4-6 mm.

📌 Chamamos de úlcera de Marjolin a degeneração maligna de feridas crônicas não cicatrizadas. Não confundir com a úlcera de Curling (úlcera gastroduodenal que surge após queimaduras) ou com a de Cushing (úlcera gastroduodenal que surge por conta de patologia neurológica).

📌 O CEC entra no ‘E’ das PLECTS (lesões úlcero-vegetativas) junto com a esporotricose.

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29
Q

De acordo com o índice de Breslow, como deve ser feita a ampliação de margens nos melanomas?

A

O índice de Breslow corresponde à espessura (profundidade) do melanoma.
Quanto mais profundo, maiores deverão ser as margens:
- In situ → ampliação de 0,5 - 1 cm
- < 1 mm de espessura → ampliação de 1 cm
- 1-2 mm de espessura → apliação de 1-2 cm
- > 2 mm de espessura → ampliação de pelo menos 2 cm

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30
Q

Lactente com 3 meses de vida apresenta, há 2 semanas, lesões cutâneas com escamas amareladas na face, retroauriculares e em regiões de dobras (pescoço, axilas e região inguinal), também com descamação evidente do couro cabeludo.
Qual é a HD e a conduta?

A

Lactente de 3 meses apresentando as clássicas CROSTAS LÁCTEAS caracteriza o quadro de DERMATITE SEBORRÉICA. A patogênese é atribuída a estímulo hormonal androgênico (os RN possem hipertrofia do córtex da adrenal) e colonização cutânea por Malassezia furfur, que parece favorecer uma resposta imune irritativa.

O tratamento é feito com a remoção das crostas usando ácido salicílico e shampoos e cremes anticaspa (sulfeto de selênio, zinco, azólicos)

📌 Apesar do papel do Malassezia furfur na patogênese, não se confunda: a dermatite seborréica NÃO é considerada uma doença infecciosa!

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31
Q

Mulher de 30 anos refere lesão escurecida na coxa direita há vários anos. Há 1 mês percebeu leve aumento da lesão e sangramento local aos pequenos traumas, como passar a toalha de banho. O exame físico demonstra lesão acastanhada, discretamente elevada, de 6 mm de diâmetro, com pequena exulceração central.
Qual é a conduta?

A

Uma lesão de pele melanocítica que apresente crescimento ou SURGIMENTO DE SINTOMAS deve alertar para a possibilidade de um MELANOMA.

Lembre-se que a faixa etária mais comum é justamente dos 20-50 anos, e que nas mulheres o sítio mais comum são os membros inferiores.

Deve ser feita uma BIÓPSIA EXCISIONAL COM MARGENS MÍNIMAS (1-3 mm) para permitir o diagnóstico histopatológico.

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32
Q

Paciente de 20 anos de idade procura atendimento com queixa de vermelhidão e coceira no corpo todo há 3 dias. Ao exame, apresenta exantema generalizado que desaparece à digitopressão; febre de 38 graus; não apresenta acometimento de mucosas.
Informa que iniciou o uso de fenitoína há 1 mês, pois sofreu um acidente automobilístico e apresentou convulsão tônico-clônica.
Qual é a HD e a conduta?

A

Os sinais descritos sugerem a síndrome de hipersensibilidade por anticonvulsivantes, mais comumente observada nos primeiros 2 MESES de uso de fenitoína ou carbamazepina.

A conduta deve ser a SUSPENSÃO do medicamento, esperando-se a resolução do quadro (e sua reintrodução é proibida). Devem ser solicitados hemograma e exames de função renal e hepática, para verificar se houve acometimento desses órgãos (anemia megaloblástica, hepatite, rabdomiólise e vasculite).

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33
Q

Mulher de 37 anos de idade, no 6o mês de tratamento para hanseníase virchowiana, desenvolveu nódulos eritematosos e dolorosos no tronco, face e membros inferiores, associados à febre alta. Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

O tratamento da hanseníase promove a lise dos bacilos de hansen, e consequentemente, grande exposição de seus antígenos. Isso favorece a ocorrência da REAÇÕES HANSÊNICAS AGUDAS.

Neste caso, as lesões nodulares associadas a sinais sistêmicos direcionam para o diagnóstico de Reação do Tipo 2, conhecida como Eritema Nodoso Hansênico.

O tratamento com a poliquimioterapia NÃO deve ser suspenso. O tratamento de escolha é a TALIDOMIDA, mantida até melhora clínica. No entanto, ela é proscrita para mulheres em idade fértil devido à teratogenicidade. Para a nossa paciente, o tratamento pode ser feito com corticóides.

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34
Q

Homem de 50 anos procura unidade básica de saúde por lesões de pele percebidas há 6 meses. Ao exame, apresenta 2 placas eritematosas em tórax, com bordos infiltrados e bem definidos, com rarefação pilosa. Teste de sensibilidade térmica alterado. É hígido e exames laboratoriais prévios não mostraram alterações; HIV-negativo; exame micológico direto negativo; baciloscopia da linfa e lesões negativa.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

LESÃO DE PELE e ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE já são suficientes para estabelecer o diagnóstico e iniciar o tratamento de HANSENÍASE.

A baciloscopia da lesão negativa NÃO permite excluir o diagnóstico, pois o paciente pode apresentar forma PAUCIBACILAR. Inclusive, o quadro clínico deste paciente, com ≤ 5 LESÕES e presença de acometimento neurológico, é compatível com a forma tuberculóide.

NOVIDADE: agora o tratamento de TODOS é com DAPSONA + RIFAMPICINA + CLOFAZIMINA. Porém, a duração persiste: 6 a 9 meses para paucibacilares e 12 a 18 meses para multibacilares.

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35
Q

Homem de 21 anos queixa-se de bolhas que se rompem facilmente na face e no tronco há 6 meses. Ao exame, observa-se ulcerações e crostas em regiões malares, asas nasais e alto dorso. Não apresenta lesões de mucosas. Sinal de Nikolsky positivo.

Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Nosso paciente apresenta um quadro de PÊNFIGO, uma dermatose BOLHOSA INTRAEPIDÉRMICA CRÔNICA causada por agressão AUTOIMUNE contra os desmossomos. Ao exame, podemos detectar dois sinais:

  • Sinal de NIKOLSKY → fácil descolamento da pele ao tracioná-la;
  • Sinal de Asboe-Hansen → bolha expande ao ser apertada.

No caso, o pênfigo é o FOLIÁCEO:

  • É o tipo mais comum no Brasil;
  • Mais comum em CRIANÇAS;
  • Causado por anticorpos ANTI-DESMOGLEÍNA 1 na camada granulosa da epiderme;
  • Clivagem SUPERFICIAL (SUBCÓRNEA), RARAMENTE FORMA BOLHAS (rompe-se facilmente) → com isso, vemos mais lesões CROSTOSAS;
  • POUPA MUCOSAS;
  • Predomina em áreas SEBORRÉICAS.

📌 Como poupa mucosas, é um importante diagnóstico diferencial com a Síndrome de Pele Escaldadas Estafilocócica.

O outro tipo é o VULGAR:

  • É o tipo mais comum nos EUA e Europa;
  • Mais comum em IDOSOS;
  • Causado por anticorpos ANTI-DESMOGLEÍNA 3 na camada espinhosa da epiderme;
  • Clivagem mais PROFUNDA (SUPRABASAL) →gera mais BOLHAS;
  • ACOMETE MUCOSAS;
  • É mais GRAVE.

📌 Já o pênfigo vulgar é um diagnóstico diferencial importante para a SSJ, que também acomete mucosas.

O tratamento é baseado em corticoterapia, sendo com maiores doses na forma vulgar.

Resposta: pênfigo foliáceo + corticóide.

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36
Q

Mulher de 43 anos teve diagnóstico de um melanoma nodular no antebraço esquerdo, com Breslow de 2,1 mm.
Foi submetida à ampliação de margens e pesquisa do linfonodo sentinela em cadeia axilar esquerda, cujo resultado histopatológico foi positivo para a presença de melanoma.
Realizaram linfadenectomia axilar esquerda, que mostrou acometimento de 2 linfonodos.
Qual deve ser o próximo passo no tratamento?

A

A biópsia do linfonodo sentinela foi corretamente indicada, já que é feita para os melanomas com mais de 0,8 mm de profundidade ou presença de ulceração (à partir do estágio T1b).

Quando há evidência clínica ou histopatológica de acometimento ganglionar, a LINFADENECTOMIA é indicada, como foi feito no caso.

Além disso, deve ser feita QUIMIOTERAPIA sempre que houver acometimento linfonodal (estágio III). Também é indicada para os melanomas IIb (Breslow > 2 mm com ulceração) e IIc (> 4 mm). Os quimioterápicos utilizados são PEMDROLIZUMAB, IPILIZUMAB e VEMURAFENIB.

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37
Q

Um paciente de 14 anos tem queixas de coriza, mialgia e febre de 38o. Ao exame dermatológico, observam-se vesículas e bolhas acometendo área inferior a 10% da superfície corporal, bem como mucosa oral e ocular. Referiu uso de carbamazepina há 22 dias para controle de enxaqueca. Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

A carbamazepina é uma droga tipicamente associada à FARMACODERMIA, ou seja: manifestações cutâneas medicamentosas que podem surgir em ATÉ 6 SEMANAS após o uso.

O paciente apresentou pródromos de febre e mialgia, e ao exame apresentava LESÕES BOLHOSAS com acometimento de MUCOSAS. Nossos diagnósticos diferenciais possíveis são, então, a Síndrome de STEVENS-JOHNSON (SSJ) e a NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA (NET), que são espectros da mesma doença. Em ambas, ocorre descolamento da epiderme (clivagem dermoepidérmica), sendo a diferença entre elas quantitativa.

Como o acometimento foi menor do que 10% da superfície corporal, nosso diagnóstico é SSJ, a forma mais comum e de menor gravidade.

A conduta deve ser a INTERNAÇÃO do paciente, medidas suportivas (incluindo SNG), IMUNOGLOBULINAS e, após estabilização, desbridamento da pele necrótica.

📌 Diferentemente da SSJ e da NET, a SSSS (síndrome da pele escaldada esfatilocócica) NÃO ACOMETE MUCOSAS.

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38
Q

Criança de 3 anos, hígida, apresenta múltiplas pápulas cor da pele, lisas e firmes, apresentando umbilicação central, de 1-3 mm de tamanho. Estão localizadas na lateral do tronco, são assintomáticas e se iniciaram há 1 mês.
Qual é o diagnóstico e o tratamento?

A

Descrição de um quadro de MOLUSCO CONTAGIOSO, uma dermatovirose causada pelo Poxvírus (vírus de DNA).
O tratamento é a CURETAGEM, e se justifica pelo alto grau de transmissão à partir de contato direto.

OBS: porém, cuidado! Algumas questões podem cobrar o tratamento apenas para imunocomprometidos por ser uma afecção autolimitada.

📌 Um dos diagnósticos diferenciais é a verruga vulgar, que também é uma dermatovirose. Porém, nas verrugas, a superfície é irregular, e não lisa como no molusco.

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39
Q

Paciente do sexo masculino, 7 anos, apresenta placas de tonsura no couro cabeludo, associadas à descamação.
Qual é a hipótese diagnóstica e o tratamento?

A

Um quadro de ALOPÉCIA FOCAL e DESCAMATIVA é típico de TÍNEA CAPITIS, uma dermatofitose (infecção da pele por fungos queratolíticos que geram inflamação local).

Podemo observar erupção cutânea ESCAMOSA E SECA, PEQUENOS COTOS DE CABELO ainda implantados, e PRURIDO eventual.

Embora as tíneas do corpo possam ser tratadas com medicamentos tópicos, o acometimento do couro cabeludo requer tratamento ORAL. A droga de escolha é a GRISEOFULVINA (por 6-12 semanas).

📌 No Brasil, o agente mais comum em crianças é o fungo Microsporum canis, comum em gatos e cães.

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40
Q

Menino de 9 anos apresenta lesão indolor na face anterior do antebraço há 3 meses. Ao exame, mostra lesão ulcerada de bordas elevadas, com fundo granuloso, de cerca de 3 cm. Sem outras lesões no tegumento ou mucosas. O exame histopatológico mostrou infiltrado linfoplasmocitário, e colorações para fungos e BAAR negativas. Qual é a HD e o próximo exame a ser solicitado?

A

Trata-se da forma CUTÂNEA LOCALIZADA da LEISHMANIOSE TEGUMENTAR. O principal agente no Brasil e na América Latina é o LEISHMANIA BRAZILIENSES, que é transmitido pelo FLEBOTOMÍNEO LUTZOMYIA.

Na clínica dessa forma vemos lesão ULCERADA, crônica, única e INDOLOR em região de pele exposta As BORDAS ELEVADAS ou “em moldura” são características.

Uma ferramenta útil para o diagnóstico da forma tegumentar localizada é a reação intradérmica de MONTENEGRO, que fica positiva devido à imunidade celular contra o parasita. Também podemos realizar o RASPADO da lesão com coloração de GIEMSA para visualizar as formas AMASTIGOTAS. Outros exames laboratoriais são a cultura e a sorologia (esta não difere contato prévio de atual).

A primeira escolha para o tratamento é o GLUCANTIME, mas ele é CONTRAINDICADO EM GESTANTES E IMUNOSSUPRIMIDOS. Alternativas são desoxicolato de anfotericina B e pentamidina.

📌 A forma lipossomal da anfotericina B só está liberada para a leishmaniose visceral.

📌 Em lesões ≤ 3cm, o glucantime pode inclusive ser utilizado intralesional.

Outra forma possível, que predomina em IMUNOSSUPRIMIDOS, é a leishmaniose TEGUMENTAR DIFUSA. Ela é causada principalmente pelo LEISHMANIA AMAZONENSIS, as lesões são mais GRAVES (ex: infiltração e ulceração nasal) e o o teste de MONTENEGRO É NEGATIVO devido à imunodepressão celular. O tratamento é feito com PENTAMIDINA (anfotericina e glucantime não estão indicados).

EXTRA:

  • Diante de lesões dermatológicas ulceradas ou vegetativas, lembre-se das PLECTS → Paracoccidioidomicose, Leishmaniose, Esporotricose/Espinocelular (CEC de pele), Cromomicose, Tuberculose e Sífilis;
  • Lembre-se também dos 4 L’s dos plasmócitos ao exame histológico das lesões cutâneas → Leishmaniose, Lues (sífilis), Lyme e LES.
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41
Q

Menino de 9 anos foi levado ao pediatra devido à lesões de pele, iniciadas 2 semanas após uma infecção estreptocóccica da orofaringe. Ao exame, apresentava placas eritemato-descamativas, pequenas e ovais, em tronco e membros inferiores.
Qual é o diagnóstico?

A

Quadro típico de PSORÍASE GUTATA: uma variante da psoríase, caracterizada por pequenas lesões em formas de gotas, e que é mais comum em pacientes jovens após uma infecção estreptocóccica recente.

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42
Q

Mulher de 37 anos apresenta lesões de pele extensas e pouco pruriginosas em couro cabeludo, cotovelos e joelhos. O aspecto é de placas eritematodescamativas de tom prateado. Foi realizado o método de curetagem de Brocq, e observou-se algumas gotas de sangue na lesão, após a remoção das escamas.
Apresenta também depressões puntiformes nas unhas.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Lesões ERITEMATO-DESCAMATIVAS de tom PREATEADO são características da PSORÍASE VULGAR, a forma clínica mais comum da psoríase. A paciente apresenta também psoríase ungueal.

O método da curetagem de BROCQ é o exame indicado para o diagnóstico. Os sinais descritos são o sinal da VELA (descamação) com o sinal de AUSPITZ (“orvalho sangrante”).

Quadros leves a moderados devem ser tratados com corticóides TÓPICOS e FOTOTERAPIA.

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43
Q

Homem de 35 anos apresenta, há 9 meses, placas de limites imprecisos, disseminadas pelo tegumento, nódulos nos pavilhões auriculares, entupimento nasal crônico e madarose (perda de cílios e sombrancelhas). A pesquisa de sensibilidade nas lesões é duvidosa, pois o paciente não consegue definir claramente área hipoanestésica ou anestésica. A baciloscopia foi positiva.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Nosso paciente apresenta a clássica face leonina da HANSENÍASE VIRCHOWIANA: placas de limites imprecisos na pele, nódulos nos pavilhões auriculares, madarose e o entupimento nasal crônico por acometimento mucoso.

O enunciado já nos conta que a baciloscopia é positiva, indicando um paciente MULTIBACILAR, de acordo com o esperado na forma Virchowiana da hanseníase. É a forma mais grave, e cursa com acometimento neural simétrico e progressivo.

O tratamento, neste caso, é feito com um esquema TRÍPLICE durante 12 doses: RIFAMPICINA + DAPSONA + CLOFAZIMINA (atenção: agora a tuberculoide também trata com esquema tríplice, mas a duração é menor - 6 a 9 meses).

OBS: a forma multibacilar cursa com ≥ 6 LESÕES de pele.

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44
Q

Um lactente de 10 meses apresenta lesão eritematosa na região perineal há 3 dias, associada ao aumento do número de evacuações e fezes líquidas. As lesões acometem as áreas convexas com eritema intenso e poupam as pregas inguinais.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Este é um quadro típico de DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO, sendo, no caso, uma dermatite amoniacal associada a diarréia e uso de fraldas. O contato prolongado com urina e fezes gera lesão direta sobre a pele (fenômeno químico).
Tipicamente ocorre nas regiões de maior contato com a fralda (dermatite em W), poupando as áreas de dobras, diferentemente do que ocorre na candidíase.
O tratamento envolve trocas frequentes de fraldas e pomadas com óxido de zinco.

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45
Q

Lactente de 7 meses, hígido, apresenta quadro cutâneo recorrente de micropápulas eritematosas, acompanhadas de poucas crostas e descamação, na face (poupando o maciço central), pescoço, tronco e superfícies extensoras dos membros.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Descrição típica de DERMATITE ATÓPICA.

Lembre-se que, nos LACTENTES, as lesões tem características mais EXSUDATIVAS e acometem exatamente os locais descritos nesse caso: FACE e superfícies EXTENSORAS. O fato de POUPAR O TRIÂNGULO CENTRAL DA FACE é importante para o diagnóstico diferencial da dermatite seborréica.

A dermatite atópica é frequentemente a primeira manifestação de atopia na criança, normalmente se inicia antes dos 5 anos e tem forte associação com rinite alérgica, asma e história familiar de atopias.

O tratamento inicial consiste em medidas comportamentais e HIDRATAÇÃO da pele. Casos mais graves podem necessitar de corticóides TÓPICOS de MÉDIA potência.

📌 Ao longo dos anos, a tendência é a evolução com xerodermia e liquenificação da pele, acometendo especialmente mãos, superfícies flexoras, pálpebras e pescoço.

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46
Q

Mulher de 20 anos, transplantada renal, apresenta quadro pruriginoso generalizado, caracterizado por eritema, escamocrostas exuberantes nos interdígitos das mãos, cotovelos e pregas axilares. No tronco, observam-se estruturas lineares de 2 a 4 mm, algumas encimadas por vesicocrostas em uma das extremidades.

Qual é o diagnóstico e o tratamento?

A

Acometimento de regiões de DOBRAS E INTERDIGITAIS, com a descrição de lesões LINEARES encimadas por vesicocrostas e PRURIGINOSAS é típico da ESCABIOSE, causada pelo ectoparasita Sarcoptes scabiei, que forma TÚNEIS na pele.

📌 Em lactentes há lesões na cabeça, palmas e plantas. Geralmente POUPA a região das FRALDAS.

Essa paciente, IMUNOSSUPRIMIDA, apresenta um quadro disseminado conhecido como SARNA NORUEGUESA, que tende a apresentar lesões MAIORES e mais CROSTOSAS.

📌 Escabiose poupa couro cabeludo, exceto na sarna norueguesa.

TRATAMENTO da escabiose:

  • PERMETRINA 5% tópico;
  • IVERMECTINA VO é utilizada nos casos de sarna norueguesa (como este) ou escabiose refratária;
  • Tratar os familiares e fazer o controle ambiental, pois a transmissão ocorrer por roupas e tecidos.

IMPORTANTE! Em < 2 ANOS e GESTANTES → tratamos com solução de ENXOFRE.

📌 Ivermectina não deve ser usada em < 15kg ou em grávidas.

📌 Não confundir com a concentração de permetrina da pediculose (piolho), que é 1%.

📌 O prurido pode persistir por certo tempo mesmo com o tratamento eficaz. Não indica continuidade da transmissão.

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47
Q

Homem de 48 anos de idade está internado na UCO, no 3 dia após um IAM sem supra. Interrompeu o tabagismo na internação, diz que não está sentindo falta e mostra-se motivado a persistir abstêmio após a alta hospitalar. Entretanto, tem medo de fissuras quando retornar para a rotina diária. Qual é a medicação indicada para auxiliar na cessação do tabagismo nesse caso?

A

Abordagem farmacológica deve ser indicada para os pacientes com consumo > 10 cigarros por dia ou com Fargestrom maior ou igual a 5 que estejam motivados a parar de fumar.

Existem 3 opções de abordagem farmacológica de 1a linha para o paciente que busca a cessação do tabagismo:

1) TERAPIA NICOTÍNICA (devemos parar de fumar para a iniciar), contraindica se IAM prévio;
2) BUPROPIONA (inibidor de recaptação de noradrenalina e dopamina), contraindica se houver história de EPILEPSIA;
3) VARENICLINA (bloqueador dos receptores de nicotina), contraindicada se houver IDEAÇÃO SUICIDA.

No entanto, cuidado: este paciente não pode iniciar terapia nicotínica, pois teve um IAM há menos de 15 dias!

Também devemos aliar terapia cognitiva comportamental durante todo o tratamento

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48
Q

Quais são os estágios da mudança associados à cessação do tabagismo?

A

1) Pré-contemplação → não há crítica a respeito do comportamento de fumar
2) Contemplação → há CONSCIENTIZAÇÃO de que fumar é um problema, mas há ambivalência quanto a perspectiva de mudança
3) Preparação → aceita escolher uma ESTRATÉGIA para realizar a mudança de comportamento
4) Ação → toma a atitude que o leva a concretizar a mudança de comportamento
5) Manutenção → adota estratégias para prevenir recaídas e consolidar os ganhos obtidos na fase de ação

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49
Q

Mulher de 32 anos procura atendimento referindo perda do interesse por tudo, tristeza com choro fácil e ganho de peso há 3 semanas. Relata muito sono, mas mesmo dormindo 10 horas por noite acorda cansada. Prefere ficar sozinha na maior parte do tempo, e pensa que isso possa ser um castigo por algo que fez.
Nega comorbidades ou uso de drogas.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Nossa paciente tem um TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR.

Vamos relembrar os critérios diagnósticos: o paciente deve preencher 5 CRITÉRIOS (sendo um deles obrigatoriamente humor deprimido ou abulia), mantidos por pelo menos 2 SEMANAS

1) HUMOR DEPRIMIDO ✔
2) ABULIA ✔
3) Ganho ou perda de peso ✔
4) Distúrbios do sono ✔
5) Agitação ou retardo psicomotor
6) Fadiga ou perda de energia ✔
7) Sentimentos de culpa ou inutilidade ✔
8) Dificuldade de concentração ou indecisão
9) Ideação suicida ou pensamentos recorrentes de morte

Estabelecido o diagnóstico, o tratamento deve ser ambulatorial, feito com PSICOTERAPIA + inibidores seletivos da recaptação de serotonina, que são as drogas de primeira escolha (paroxetina, fluoxetina, escitalopram).

📌 Só há indicação de internação para o paciente com risco iminente de suicídio (planos ou tentativa de se matar)

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50
Q

Mulher de 28 anos apresenta, há 8 meses, crises caracterizadas por taquicardia, tontura, dor no peito, tremores, sudorese, sensação de desmaio e medo de morrer, sem fatores desencadeantes, e que duram 20 minutos. Desde então, está com medo de ficar sozinha, só sai de casa acompanhada pois teme passar mal, e não consegue ficar em lugares com muitas pessoas.
Nega comorbidades ou uso de drogas.
Qual é o diagnóstico?

A

A paciente tem medo de morrer associado a manifestações adrenérgicas, conduzindo para o diagnóstico de SÍNDROME DO PÂNICO. Cursa com ataques de pânico imprevísiveis, que normalmente duram alguns minutos. Por medo de novos ataques, a pessoa pode apresentar uma ansiedade persistente e antecipatória, e desenvolve medidas “preventivas”, buscando evitar novas crises. Com isso, pode desenvolver fobias e passa muitas vezes a ter uma vida restrita.

Além disso, possui também medo de lugares com muitas pessoas, o que configura o quadro de AGORAFOBIA.

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51
Q

Um paciente de 55 anos, hipertenso, etilista e tabagista, foi admitido no serviço de emergência devido à queda da própria altura após libação alcóolica. Deu entrada com ferimento cortocontuso na face e confusão mental. Após TC de crânio normal, foi mantido em observação. Na manhã seguinte, evoluiu com agitação psicomotora, tremores de extremidades, sudorese e um episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Um paciente etilista com tremores de extremidades sempre deve levantar a hipótese de síndrome de ABSTINÊNCIA ALCÓOLICA.
Como o álcool é um agonista GABAérgico que promove depressão do SNC, sua abstinência é caracterizada por hiperestimulação adrenérgica. O tremor é o sinal mais clássico e precoce dessa condição.
O tratamento se baseia no uso de BENZODIAZEPÍNICOS (ex. diazepam) e na reposição de tiamina, para evitar a síndrome de Wernicke.

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52
Q

Homem de 57 anos é admitido na emergência com quadro de agitação, tremores e alucinações visuais. Segundo familiares, há 2 dias o paciente iniciou com quadro de diarréia e confusão mental. É etilista pesado, e não consome bebidas alcóolicas há 2 dias. Apresenta: Ta = 37,9 / PA = 160:100 mmHg / Fc = 112 bpm.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Temos um quadro de DELIRIUM TREMENS, uma forma GRAVE de ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA que cursa com distúrbio dopaminérgico. Consequentemente, ocorrem sintomas psicóticos (ALUCINAÇÕES ou ILUSÕES) associados à redução da consciência e ao quadro típico de tremores e hiperestimulação adrenérgica que ocorre na abstinência alcóolica.

Para o tratamento, o paciente deverá ser internado e, além do uso de BENZODIAZEPÍNICOS e reposição de TIAMINA, indica-se ANTIPSICÓTICOS (ex. haloperidol).

📌 A presença de sintomas psicóticos ou de disfunção orgânica na abstinência alcóolica permitem classificar o quadro como GRAVE.

OBS: antes de repor glicose é importante antes repor a tiamina, pois a infusão em ordem contrária ou simultânea pode reduzir ainda mais o nível de tiamina.

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53
Q

Uma paciente de 85 anos é levada à consulta pela filha, que relata que ela está agitada nas últimas 3 semanas. O quadro se iniciou depois que a senhora se mudou para a casa da filha mais nova. Não consegue dormir e fica agitada durante o período noturno, embora fique tranquila durante o dia. Por vezes fica também confusa, com desorientação temporo-espacial e delírio persecutório.
Pontuou 15 no mini-mental e é independente para as atividades da vida diária. Nega comorbidades e não faz uso de medicação contínua.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Temos uma idosa, com quadro RECENTE e FLUTUANTE de agitação, confusão mental, inversão do padrão de sono-vigília e alucinações. Nossa principal hipótese é de DELIRIUM: uma diminuição aguda da função cognitiva, durante o curso de um transtorno orgânico. O principal fator de risco é a idade avançada, como na nossa paciente.

Devem ser pesquisados desencadeantes, como infecção, desidratação ou distúrbios hidroeletrolíticos. Mesmo a mudança de ambiente pode contribuir para precipitar o quadro.

Para o controle da agitação, podem ser utilizados antipsicóticos (haloperidol ou risperidona em doses baixas).

📌 Lembre-se: benzodiazepínicos podem agravar o quadro e devem ser EVITADOS
📌 Demência não é uma hipótese principal pois a evolução é insidiosa, e não súbita como nesse quadro.

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54
Q

Quais são os transtornos psiquiátricos mais comumentes associados ao suicídio?

A

1) TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

2) TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

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55
Q

Homem de 42 anos foi levado ao pronto socorro após tentativa de auto-extermínio, tendo tomado grande quantidade de comprimidos em sua casa, mas os acompanhantes não sabem informar qual era o medicamento. Apresenta tremores, taquicardia, confusão mental e midríase. Abdome com ruídos hidroaéreos diminuídos e retenção urinária. A pele estava seca, quente e bem avermelhada. Qual é o agente mais provavelmente associado a essa intoxicação? Qual é a conduta?

A

Primeiramente, vamos entender as manifestações clínicas deste paciente:

  • Taquicardia + tremores + midríase = manifestações ADRENÉRGICAS;
  • Ruídos hidroaéreos diminuídos + retenção urinária + pele seca = manifestações ANTICOLINÉRGICAS (SÍNDROME SECA);

Este quadro misto, adrenérgico + anticolinérgico, nos direciona para uma intoxicação por ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS.

Estes medicamentos fazem, ao mesmo tempo: inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina; bloqueio de receptores alfa-aldrenérgicos; bloqueio de receptores colinérgicos muscarínicos

A conduta é basicamente SUPORTIVA: carvão ativado para descontaminação gastrointestinal, suporte respiratório, controle de hipotensão e tratamento de crises convulsivas com benzodiazepínicos.

Pode ser utilizado o BICARBONATO como antídoto.

📌 Mas atenção: caso haja intoxicação concomitante por BZP, não poderemos dar flumazenil (que é o antídoto dos BZP). Isso ocorre pois o uso de flumazenil em pacientes com intoxicação por tricíclicos reduz o limiar convulsivo.

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56
Q

Um paciente em situação de rua é levado à UPA com quadro de confusão mental, oftalmoplegia com nistagmo e ataxia cerebelar de instalação aguda.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Temos a tríade clássica da ENCEFALOPATIA DE WERNICKE, um quadro agudo e reversível causado pela deficiência de TIAMINA (vitamina B1). É comum em etilistas.

O tratamento é feito com a reposição de tiamina + glicose.

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57
Q

Uma paciente de 33 anos, previamente hígida, procura o CS com queixa de tristeza, abulia, perda do apetite, dificuldade de concentração e sensação de estar “lentificada” há 3 semanas.
Em uma consulta anterior, há cerca de 1 ano, há registro no prontuário de queixas de “irritação e ansiedade”, associados à insônia e, durante a consulta, observação de logorréia, taquipsiquismo e construções mentais grandiosas.
Qual é o diagnóstico e a conduta?

A

Atualmente, podemos concluir que nossa paciente apresenta um episódios depressivo. Na consulta anterior, entretanto, há evidências de um episódio maníaco, que pode ser caracterizado por: logorreia, fuga de ideias (taquipsiquismo), insônia, arrogância ou delírios de grandeza, redução da atenção e hipersexualidade.

O DSM-V considera que com um ÚNICO EPISÓDIO DE MANIA já temos condições suficientes para o diagnóstico de Transtorno BIPOLAR TIPO 1.

O tratamento de primeira linha consiste no LÍTIO (estabilizador de humor). A depender dos sintomas, se depressivos ou psicóticos, deverão ser associados outros medicamentos.

📌 Para o transtorno bipolar tipo 2, precisaríamos obrigatoriamente de pelo menos um episódio de hipomania e um de depressão maior (se fosse um de hipomania e um de depressão ‘menor’, consideraríamos ciclotimia).

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58
Q

Mulher de 35 anos queixa-se de dor nas costas, cefaleia frequente e períodos ocasionais de “sensação de falta de ar”. Ela diz que sempre foi uma pessoa “nervosa e irritada”, sente que se preocupa demais e dorme mal. Passa períodos “tão agoniada” que não consegue trabalhar. O exame físico é normal, nega comorbidades ou uso de medicamentos. Não tem hábito de procurar assistência médica com frequência.
Qual é o diagnóstico mais provável?

A

Paciente com ansiedade ou preocupação excessivas, associadas a diversos eventos ou atividades. Apresenta também tensão muscular, irritabilidade, inquietação e perturbações do sono. Nosso diagnóstico é de um TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (os sintomas devem estar presentes há mais de 6 meses).

O manejo crônico desses pacientes é feito com antidepressivos (ISRS) + terapia cognitivo comportamental, No início do tratamento, benzodiazepínicos podem ser utilizados por um curto período, enquanto o antidepressivo ainda não atingiu seu efeito terapêutico pleno (por volta de 6 semanas após o início).

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59
Q

Qual antidepressivo pode ser utilizado para um paciente em tratamento com fluoxetina, que queixa-se de disfunção sexual?

A

A MIRTAZAPINA, um antidepressivo tetracíclico, NÃO causa disfunção sexual e é nossa alternativa nesse caso. Ela é, ao mesmo tempo, antagonista da serotonina e inibidora da sua recaptação. No entanto, tem um efeito sedativo e de aumento do apetite.

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60
Q

Quais são as diferentes formas clínicas de melanoma?

A

São 4 tipos:

  • Extensivo superficial → mais comum (70%) e de crescimento radial lento;
  • Nodular → 2o mais frequente (15%) e o mais grave, devido ao seu crescimento vertical;
  • Lentiginoso acral → mais frequente em negros e palmo-plantar;
  • Lentigo maligno → típico de idosos e de crescimento lento (“lentigo é lentinho”).
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61
Q

Uma paciente previamente hígida, de 25 anos, é admitida na UPA com agitação psicomotora e alucinações. Apresenta Tax = 39, PA = 250:150 mmHg e múltiplas extrassístoles ventriculares, midríase fixa.
Considerando a possibilidade de intoxicação, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta?

A

Paciente apresentando sintomas ADRENÉRGICOS (agitação, hipertermia, hipertensão, extrassístoles) deve levantar suspeita de INTOXICAÇÃO POR COCAÍNA. Além disso, nesse caso temos uma dica a mais que são as alucinações.

Lembre-se que a cocaína, assim como o crack e as anfetaminas, têm efeito excitatório no SNC e promove hiperativação adrenérgica indireta mista (age sobre receptores alfa e beta).

O tratamento é feito com o uso de BENZODIAZEPÍNICOS para controle dos sintomas adrenérgicos, e medidas de suporte ventilatório e redução da PA.

📌 Lembre-se: há forte associação entre a cocaína e a ocorrência de infarto em pacientes jovens, devido à vasoconstrição coronariana. Beta-bloqueadores podem agravar este quadro, e portanto estão contraindicados na intoxicação aguda!

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62
Q

Menina de 12 anos, com diagnóstico de sarcoma de Ewing. Há 3 dias foi internada para controle álgico, recebendo omeprazol, gabapentina, amitriptilina, dipirona e morfina, frequentemente necessitando de medicação de resgate. Ao exame, está em regular estado geral, sonolenta, confusa. Abre o olho ao chamado, com pupilas puntiformes. Sinais vitais; FR = 12 irpm, Fc = 60 bpm, PA = 98:56 mmHg e glicemia capilar = 70.
Qual deve ser a conduta imediata?

A

Nossa paciente apresenta sonolência, DEPRESSÃO CARDIORRESPIRATÓRIA (bradipnéia e bradicardia) e MIOSE. Trata-se de um quadro de INTOXICAÇÃO POR MORFINA, que é um depressor do SNC.

A conduta imediata deve ser o suporte ventilatório e o uso do ANTÍDOTO NALOXONA, que é um antagonista opióide.

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63
Q

Uma paciente com transtorno de ansiedade foi encontrada desacordada com diversas cartelas de medicamento vazias ao seu lado. Após 5h, chegou ao PA já acordada, Glasgow = 13, pupilas mióticas, em regular estado geral, FR = 14 irpm, Fc = 90 bpm e PA = 110:70 mmHg.
Qual é o diagnóstico provável e a conduta?

A

Temos um quadro sugestivo de INTOXICAÇÃO POR BENZODIAZEPÍNICOS, que são depressores do SNC.

Uma overdose por via oral, na ausência de coingestão de outras drogas, raramente provoca toxicidade grave. Nesse caso, por exemplo, o tempo transcorrido para chegar ao PA foi suficiente para a melhora quase completa dos sinais neurológicos.

O antídoto para os BZP é o FLUMAZENIL, mas nesse caso, a conduta é apenas a observação.

📌 Caso haja intoxicação concomitante por tricíclicos, o flumazenil está contraindicado por reduzir o limiar convulsivo nesses pacientes.

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64
Q

Homem de 25 anos é levado a consulta por apresentar dificuldades em expressar emoções, agitação, confusão mental e alucinações auditivas há cerca de 6 meses. Ao exame, apresenta discurso desorganizado, e conta que acredita que os pais colocaram câmaras em casa e que contrataram alguém para seguí-lo, pois “as vozes” lhe contaram isso. Negam uso de álcool e drogas. Qual é o provável diagnóstico e tratamento?

A

Esse adulto jovem apresenta uma SÍNDROME PSICÓTICA, caracterizada por perda do juízo de realidade (ideações paranóides) e alucinações.

O diagnóstico mais provável é de ESQUIZOFRENIA, que deve ser tratada com antipsicóticos.

Os medicamentos de primeira linha são os antipsicóticos de SEGUNDA GERAÇÃO OU ATÍPICOS, pois se equivalem aos típicos em eficácia e causam menos efeitos colaterais (menos síndrome parkinsoniana e hiperprolactinemia): CLOZAPINA (requer hemograma semanal), RISPERIDONA, OLANZAPINA e QUETIAPINA.

📌 Os típicos (ou de primeira geração) são o haloperidol e a clorpromazina.

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65
Q

Mulher de 28 anos chega à UPA com quadro de contração muscular tônica dolorosa do pescoço, cabeça inclinada para o lado, protusão da língua, sialorréia e olhar fixado para cima. Ela assumiu essa posição algumas horas após tomar sua medicação psiquiátrica para esquizofrenia.
Qual é a HD e a conduta?

A

Essa paciente apresenta uma DISTONIA, que pode ser um efeito colateral do uso crônico de ANTIPSICÓTICOS, como o haloperidol.
Os antipsicóticos, sobretudo os típicos, inibem a dopamina e, consequentemente, causam um excesso de acetilcolina, podendo precipitar contraturas anormais após uso prolongado.
O tratamento é feito com o BIPERIDENO, que é um anticolinérgico.

66
Q

Paciente masculino de 17 anos refere “vozes” dentro da sua cabeça que mandam dar 3 passos para trás sempre que visualizar um carro vermelho, e também repetir “não, não, não” diante de notícias catastróficas, a fim de evitar que essas situações noticiadas aconteçam com ele e sua família. Qual é o provável diagnóstico e o tratamento?

A

Nosso paciente apresenta PENSAMENTOS INTRUSIVOS (OBSESSÕES), que desencadeiam rituais e COMPULSÕES (comportamentos ou atos mentais repetitivos) para tentar neutralizá-los.
Isso caracteriza o TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO.

O tratamento de primeira linha é feito com inibidores seletivos da recaptação de serotonina.

67
Q

Paciente de 33 anos, sexo masculino, portador de transtorno bipolar com sintomas psicóticos. Foi trazido pelos familiares após ser encontrado torporoso, com febre alta e rigidez. Os exames laboratoriais mostram aumento da CPK e leucocitose.

Qual é a principal hipótese diagnóstica e o tratamento?

A

Quadro de SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA, uma complicação grave do uso de antipsicóticos. Pode ocorrer mesmo em doses terapêuticas.

Sintomas motores incluem rigidez muscular, acinesia, mutismo, agitação, distonia e alteração do nível de consciência, fazendo diagnóstico diferencial com quadros catatônicos. Sintomas autonômicos incluem febre alta, hipertensão, taquicardia e sudorese.

O tratamento deve ser feito com a suspensão do medicamento, medidas suportivas, BROMOCRIPTINA (agonista dopaminérgico) e DANTROLENE (relaxante muscular), durante 5-10 dias. Após a melhora, deve ser feita a reintrodução cuidadosa de um antipsicótico de baixa potência.

68
Q

Como é feito o diagnóstico de síndrome de FRAGILIDADE na geriatria?

A

Critérios de Linda Fried:

  • Redução da força de preensão palmar.
  • Redução da velocidade de marcha (<0,8m/s).
  • Perda de peso não intencional > 5% em 1 ano.
  • Sensação de exaustão.
  • Baixa atividade física.

Diagnósticos:

  • ≥ 3 = FRÁGIL.
  • 1 a 2 = pré-frágil.
  • 0 = não frágil.
69
Q

Como é feito o diagnóstico de síndrome de IMOBILIDADE na geriatria?

A

Critérios maiores:

  • Déficit cognitivo moderado a grave.
  • Múltiplas contraturas.

Critérios menores:

  • Sofrimento cutâneo.
  • Disfagia.
  • Incontinência (fecal e urinária).
  • Afasia.

Diagnóstico = 2 maiores + 2 menores.

70
Q

De maneira resumida, como fazemos o diagnóstico diferencial entre síndrome de fragilidade vs. síndrome de imobilidade?

A

Nas questões, normalmente, a síndrome de FRAGILIDADE mostrará um idoso com QUEDA NO DESEMPENHO FÍSICO → marcha lenta, perda de peso, baixa atividade física, sensação de exaustão e redução na força de preensão palmar.

Por sua vez, a síndrome de IMOBILIDADE aparecerá na questão como um comprometimento mais acentuado de “IDOSO ACAMADO” → demência, CONTRATURAS, sofrimento cutâneo, disfagia, incontinência e afasia.

71
Q

Descreva os principais parâmetros de normalidade em relação à nutrição em um idoso.

A

Na geriatria, o IMC ideal é de 22 a 27 (e não de 18,5 a 25).

Além disso, também são normais uma circunferência de panturrilha ≥ 31cm e uma pontuação no MAN (mini-avaliação nutricional) > 23,5.

72
Q

Quais são as principais escalas usada em geriatria para avaliar a dependência funcional do idoso?

A

A escala de KATZ é utilizada para avaliar a dependência para as ATIVIDADES BÁSICAS DIÁRIAS, tais como comer, tomar banho e vestir-se. Ou seja, diz respeito à para as tarefas essenciais individuais. A pontuação vai de 0 a 6, sendo:

  • 0 a 2 = muito dependente;
  • 3 a 4 = moderadamente dependente;
  • 5 a 6 = independente.

Já a escala de LAWTON avalia a dependência para as ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DIÁRIAS, como passar roupa, cuidar das finanças, fazer compras e cozinhar. Logo, reflete mais a capacidade de interação em comunidade. A pontuação vai de 0 a 27, sendo:

  • ≤ 9 = totalmente dependente.
  • 10 a 15 = dependência grave.
  • 16 a 25 = dependência moderada.
  • 21 a 25 = dependência leve.
  • 25 a 27 = independente.

Como é difícil de decorar esses valores, entenda que:

  • Katz pontua até 6 e Lawton até 27.
  • Quanto maior for a pontuação, melhor (mais independente é o idoso).
73
Q

Na geriatria, como podemos avaliar o idoso quanto à possibilidade de depressão e de demência?

A

Para avaliar a COGNIÇÃO, podemos utilizar o famoso MINI-MENTAL. Os pontos de corte variam de acordo com a escolaridade, sendo mais alto conforme maior for o nível de estudo. Para a prova, guarde que:

  • A pontuação vai de 0 a 30, sendo melhor quão maior for.
  • Uma pontuação < 20 CERTAMENTE INDICA COMPROMETIMENTO, visto que é o menor ponto de corte possível (para analfabetos).

Para a avaliação de distúrbio de humor, existe a ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (de YESEVAGE) que pode ter pontuações de 0 a 15, sendo que uma pontuação ≥ 5 APONTA PARA POSSIBILIDADE DE DEPRESSÃO.

74
Q

Quais são os parâmetros que podemos utilizar para avaliar a capacidade de mobilidade de um idoso?

A

A mobilidade pode ser avaliada pelo teste de “TIMED UP AND GO”, no qual o idoso se levanta, anda 3 metros, volta e se senta novamente. É considerado NORMAL ≤ 20seg para concluir.

Também podemos avaliar o andar do idoso, sendo normal uma VELOCIDADE DE MARCHA ≥ 0,8m/s.

75
Q

A amiloidose e a sarcoidose são “doenças coringas”, que muitas vezes entram no diagnóstico diferencial de acometimentos sistêmicos inespecíficos. Aproveite este flashcard para identificar o básico dessas complexas doenças.

A

A AMILOIDOSE cursa com deposição de proteínas com dobramento incorreto causando inflamação local e alteração da arquitetura tecidual. O diagnóstico é feito por biópsia e o tratamento pode envolver transplante do órgão gravemente acometido.

Pode ocorrer como forma localizada ou sistêmica e gerar uma gama de manifestações, tais como: SÍNDROME NEFRÓTICA, CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA, arritmias, ORGANOMEGALIAS (macroglossia, hepatoesplenomegalia), má-absorção intestinal, disautonomias, ALZHEIMER, DM1 (pode converter um DM2 inicial por gerar lesão pancreática), entre outros.

Já a SARCOIDOSE é uma doença inflamatória crônica que cursa com desarranjo tecidual pela formação de granulomas não-caseosos. Curiosamente, é menos frequente em fumantes. Acomete principalmente o PULMÃO, mas também é uma doença com potencial de acometimento sistêmico. O tratamento é baseado na corticoterapia.

76
Q

Qual agente hipnótico causa broncodilatação, sendo alternativa interessante em pacientes com DPOC ou asma?

A

A QUETAMINA é o agente hipnótico preferível para pacientes com DPOC e ASMA pois gera BRONCODILATAÇÃO.

Além disso, por causar taquicardia e elevação da PA, também traz BENEFÍCIOS EM PACIENTES COM INSTABILIDADE HEMODINÂMICA. Porém, torna-se contraindicado diante de emergências hipertensivas e SCA.

OBS: o PROPOFOL, agente hipnótico mais utilizado, também gera BRONCODILATAÇÃO mas pode causar DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA. Além disso, diferentemente da quetamina, é contraindicado em pacientes instáveis hemodinamicamente por gerar HIPOTENSÃO. Por outro lado, pode ser útil em pacientes com HIC por REDUZIR A PIC.

77
Q

Quais agentes hipnóticos devem ser evitados diante de paciente instável hemodinamicamente? E quais podem ser úteis?

A

O PROPOFOL e os BZP devem ser EVITADOS em pacientes com instabilidade hemodinâmica.

Por outro lado, o ETOMIDATO é o agente de escolha para pacientes instáveis hemodinamicamente e coronariopatas. A QUETAMINA também pode ser útil, apesar de estar contraindicada em hipertensão vigente.

📌 O etomidato não pode ser usado em infusão contínua pois pode gerar inibição da adrenal. Também deve ser evitado em pacientes com sepse ou epilepsia.

78
Q

Quais são contraindicações ao uso de succinilcolina?

A

A succinilcolina é um bloqueador neuromuscular DESPOLARIZANTE, que leva a liberação de potássio pelo músculo. Logo, está CONTRAINDICADA diante de HIPERCALEMIA, miopatias e distrofias hereditárias.

📌 Outras contraindicações são: HIC, TCE, grandes queimados e HF de hipertermia maligna.

Além disso, assim como os anestésicos inalatórios (halotano e derivados), pode desencadear a HIPERTERMIA MALIGNA. Esta é uma doença hereditária hipermetabólica que cursa com hipercapnia, acidose lática, taquipneia, taquicardia, hipertermia, hipertensão, contraturas, rabdomiólise, hiperK, mioglobinúria e IRA. O tratamento envolve suspensão das drogas desencadeantes, hidratação, controle de arritmias, DANTROLENE, resfriamento ativo e manitol.

Se a succinilcolina for contraindicada, os bloqueadores não-despolarizantes são opção (ex: rocurônio e pancurônio). Eles não causam hipertermia maligna ou hipercalemia semelhante.

📌 Os não-despolarizantes demoram mais para ter efeito do que os despolarizantes. Por isso, a SUCCINILCOLINA É A MEDICAÇÃO DE ESCOLHA PARA INTUBAÇÃO EM SEQUÊNCIA RÁPIDA.

79
Q

Paciente apresenta distúrbio do humor crônico e flutuante, com muitos períodos de hipomania e de depressão menor. Apresenta dificuldades conjugais devido à natureza imprevisível de suas mudanças de humor e a irritabilidade acentuada. Qual é a HD?

A

A HD é de TRANSTORNO CICLOTÍMICO → presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior””.

O paciente em questão tem períodos de hipomania (e não episódios de hipomania). Além disso, são depressão é menor (e não maior). Além disso, nesse transtorno, os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento diário.

Diagnóstico diferencial:

  • Transtorno bipolar tipo 1 = mania + depressão maior.
  • Transtorno bipolar tipo 2 = hipomania + depressão maior.
80
Q

Como é realizado o tratamento do Alzheimer?

A

O Alzheimer não tem cura, mas o tratamento visa à redução da velocidade de progressão.

A primeira opção de tratamento são os INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE → RIVASTIGMINA (a mais usada), DONEPEZILA (a mais eficaz) e galantamina.

Em quadros demenciais moderados a avançados, podemos associar antagonistas do receptor de glutamato (NMDA) → MEMANTINA.

📌 Alzheimer é a principal causa de demência no mundo.

81
Q

Quais são as principais diferenças entre a migrânea e a cefaleia tensional?

A

CEFALEIA TENSIONAL (é a mais comum):

  • LEVE a moderada (dificilmente limita atividades);
  • Dura 30MINS a 7 DIAS;
  • Em APERTO e BILATERAL (normalmente holocraniana);
  • Não agrava com os esforços;
  • Presença destes dois itens: ausência de náuseas/vômitos; fotofobia OU fonofobia (apenas uma destas fobias pode estar presente).

MIGRÂNEA:

  • Moderada a GRAVE (pode limitar atividades);
  • Dura 4 A 72 HORAS;
  • PULSÁTIL e UNILATERAL;
  • PIORA com ESFORÇOS;
  • Pelo menos um dos seguintes: náuseas E/OU vômitos; fotofobia E fonofobia.

📌 A migrânea com aura é chamada de “clássica” e a sem de “comum”.

📌 Ambas são mais comuns em mulheres, mas a migrânea é ainda mais.

82
Q

Quais lesões dermatológicas elementares desaparecem à vitropressão e quais não?

A

A vitropressão é utilizada para diferenciar as lesões vasculossanguíneas.

O ERITEMA DESAPARECE à vitropressão, pois consiste em uma vasodilatação sem extravasamento sanguíneo.

Já as PÚRPURAS NÃO DESAPARECEM, pois correspondem a sangue extravasado.

📌 Lembrando que as púrpuras pequenas (< 1cm) são chamadas de petéquias e as grandes (≥ 1 cm) de equimoses.

83
Q

Quais são os pré-requisitos para aplicar e como é o protocolo de morte encefálica?

A

PRÉ-REQUISITOS:

  • Mínimo de 6 HORAS DE AVALIAÇÃO no serviço;
  • Causa encefálica conhecida e irreversível;
  • Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
  • Coma não-perceptivo;
  • “Estabilidade fisiológica” → SATo2 > 94%, PAS ≥ 100, T > 35ºC.

PROCEDIMENTO:

  • As avaliações devem ser feitas por DOIS MÉDICOS DIFERENTES, sendo pelo menos um deles especialista em em medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência → NÃO PODEM FAZER PARTE DA EQUIPE DE TRANSPLANTE;
  • Devem ser feitas DUAS BATERIAS DE TESTES SEPARADAS POR 1 HORA (no caso de paciente ≥ 2 anos de idade) com pelo menos UM TESTE DE APNEIA e UM EXAME COMPLEMENTAR que demonstre ausência de fluxo sanguíneo ou de atividade elétrica no encéfalo.

📌 Se o paciente tiver menos que dois anos, as baterias de testes são separadas por 24h (se idade entre 7 dias e 2 meses incompletos) ou 12h (entre 2 meses e 2 anos incompletos).

OBSERVAÇÕES EXTRA:

  • O HORÁRIO DA MORTE É O HORÁRIO EM QUE FOI REALIZADO O SEGUNDO TESTE CLÍNICO.
  • Doação dos órgãos depende de consentimento da família APESAR do falecido ter demonstrado interesse!
  • Morte encefálica é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
84
Q

Sobre as neoplasias de pele CBC e CEC:

  • Qual sangra mais?
  • Qual tem telangiectasias?
  • Qual tem relação com exposição solar contínua?
A

Normalmente, a prova descreve o CEC como placa HIPERCERATÓRICA que se desenvolve sobre uma CICATRIZ e que apresenta SANGRAMENTO. Costuma ocupar o TERÇO INFERIOR DA FACE (ex: lábio), ORELHAS e DORSO DAS MÃOS.

📌 O CEC tem relação com EXPOSIÇÃO SOLAR CONTÍNUA e costuma ocorrer em locais de lesão de pele prévia → cicatrizes, CERATOSE ACTÍNICA, HPV…

Já o CBC é mais descrito como lesão nódulo-ulcerativa PEROLÁCEA com TELANGIECTASIAS, principalmente nos DOIS TERÇOS SUPERIORES DA FACE (principalmente no NARIZ).

📌 O CBC tem relação com EXPOSIÇÃO SOLAR ESPORÁDICA.

85
Q

Faça o diagnóstico diferencial de impetigo vs. ectima.

A

IMPETIGO:

  • Ocorre principalmente na FACE;
  • Agentes → STAPHYLO (principalmente na forma BOLHOSA) e STREPTO (principalmente na forma CROSTOSA);
  • Tratamento → sabonete antisséptico e ATB TÓPICO;
  • Complicações → síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS) e GNPE (lembrando que febre reumática só ocorre se tiver acometimento de orofaringe).

📌 Diferentemente da NET, a SSSS não dói e não acomete mucosas. O tratamento é feito com cefalosporina de 1ª geração.

ECTIMA:

  • Acometimento mais profundo do que o impetigo → pode aparecer como ÚLCERA ÚNICA EM MMII;
  • Agente → principalmente S. PYOGENES (GBS);
  • Tratamento → PENICILINA;
  • Complicações → GNPE e celulite.
86
Q

Faça o diagnóstico diferencial de erisipela vs. celulite.

A

ERISIPELA:

  • Lesão BEM DELIMITADA, normalmente em MMII;
  • Início mais AGUDO e com SINTOMAS SISTÊMICOS mais intensos;
  • Agente → S. PYOGENES (“p” de erisiPela e de Pyogenes);
  • Complicações → endocardite e GNPE (lembrando que febre reumática só ocorre se houver acometimento de orofaringe);
  • Tratamento = PENICILINA.

CELULITE:

  • Lesão mais PROFUNDA (até fáscia, músculo, tendões…), normalmente em MMII;
  • É MAL DELIMITADA e gera DOR INTENSA;
  • Início mais INSIDIOSO e com sintomas sistêmicos mais tardios;
  • Quadro MAIS GRAVE do que a erisipela;
  • Agente → S. AUREUS > S. pyogenes.
  • Tratamento = CEFALOSPORINA EV + DEBRIDAMENTO.
87
Q

Diferencie: reações hansênicas tipo 1 e 2.

A

Reação hansênica TIPO 1 (ou reação reversa):

  • Costuma ocorrer nos PRIMEIROS 6 MESES DE TRATAMENTO;
  • Mais comum em pacientes PAUCIBACILARES;
  • As LESÕES PRÉ-EXISTENTES EXACERBAM e pode haver PIORA DA NEUROPATIA;
  • Tratamento = CORTICOTERAPIA.

Reação hansênica TIPO 2 (ou ERITEMA NODOSO HANSÊNICO):

  • Costuma ocorrer APÓS 6 MESES DE TRATAMENTO;
  • Mais comum em pacientes MULTIBACILARES;
  • Surgem NÓDULOS eritematosos DOLOROSOS que evoluem com ulceração e costuma ter comprometimento sistêmico mais intenso;
  • Tratamento = TALIDOMIDA (exceto em mulheres com risco de engravidar, nas quais optamos pela corticoterapia).

📌 O tratamento da hanseníase não deve ser suspenso ou retomado caso tenha sido finalizado.

88
Q

Como podemos estimar a localização de um AVE?

📌 Prepare-se, pois esse flashcard é mais denso que suco de abacaxi.

A

Começaremos abordando as artérias cerebrais anterior e média, que fazem parte do sistema vascular CAROTÍDEO (ANTERIOR), que se inicia-se com a carótida interna.

ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR:

  • Irriga a PORÇÃO MEDIAL E ANTERIOR DO LOBO FRONTAL;
  • Clínica clássica = HEMIPLEGIA contralateral de predomínio CRURAL (acomete mais MMII).

ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA:

  • É a principal artéria do SNC e a MAIS ACOMETIDA EM AVEs ISQUÊMICOS;
  • Clínica clássica = HEMIPARESIA ou HEMIPLEGIA de predomínio FASCIOBRAQUIAL (face e MMSS) → CONTRALATERAL em face e corpo.

📌 A lesão na a. cerebral média também pode gerar desorientação direita-esquerda, acalculia e alexia. Outra alteração muito lembrada é a AFASIA, que pode ser de diversos tipos:

  • Afasia de WERNICKE ou afasia SENSITIVA → acomete a região POSTERIOR do hemisfério ESQUERDO (local responsável pela RECEPÇÃO);
  • Afasia de BROCA ou afasia MOTORA → acomete as regiões FRONTAIS dos hemisférios (locais responsáveis pela EXPRESSÃO).

Em resumo, ambas cursam com dificuldade para falar. Porém, o paciente com afasia de Wernicke não consegue compreender uma mensagem nem dita e nem escrita (afinal, tem dificuldade na recepção). Por sua vez, o paciente com afasia de Broca consegue entender a comunicação falada ou escrita dirigida a ele (afinal, tem dificuldade apenas na expressão).

📌 Dica: associe ‘broca’ à furadeira, que tem motor.

Agora, passaremos para o sistema VERTEBROBASILAR (POSTERIOR), que se inicia com a artéria vertebral, que forma a basilar.

ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR:

  • Irriga o LOBO OCCIPITAL;
  • Clínica clássica = CEGUEIRA cortical ou déficit de visão.
  • Pode apresentar também DESVIO DO OLHAR CONJUGADO, ou seja, olhar para o lado da lesão no cérebro, logo, para o lado contralateral à hemiplegia (se o olhar for para o lado da hemiplegia, fala a favor de lesão na ponte ou no tálamo).

TERRITÓRIO VERTEBROBASILAR:

  • As síndromes do TRONCO ENCEFÁLICO apresentam-se de forma IPSILATERAL NA FACE e CONTRALATERAL NO CORPO;
  • Diante do acometimento de PONTE ou BULBO → síndrome VESTIBULAR ou CEREBELAR se pontina ou bulbar.

📌 Uma forma mais específica é analisar o nervos cranianos acometidos:

  • Mesencéfalo (a. cerebral posterior) → n. oculomotor (3º NC);
  • Ponte (a. basilar) → trigêmio (5º), abducente (6º), facial (7º) e vestibulococlear (8º);
  • Bulbo → glossofaríngeo (9º), vago (10º) e hipoglosso (12º).
89
Q

Qual estrutura se rompe na…

  • Hemorragia subaracnóide;
  • Hemorragia intraparenquimatosa;
  • Hemorragia subdural;
  • Hemorragia epidural.
A

1) Hemorragia SUBARACNÓIDE → ruptura de um ANEURISMA SACULAR (faixa etária entre 35-55 anos) ou de uma malformação vascular arteriovenosa (entre 10-30 anos) no espaço subaracnoideo;

📌 A ruptura de aneurisma sacular é a causa mais comum de HSA e ocorre principalmente na artéria comunicante anterior.

2) Hemorragia INTRAPARENQUIMATOSA → ruptura dos MICROANEURISMAS DE CHARCOT-BOUCHARD (associada à HAS) ou angiopatia amilóide (idosos do Alzheimer);

📌 Dentre as causas de AVE hemorrágico, a hemorragia intraparenquimatosa é mais comum do que a subaracnóidea.

3) Hemorragia SUBDURAL → lesão das VEIAS PONTINAS.

📌 A hemorragia subdural é a forma mais frequente de lesão neurológica focal.

4) Hemorragia EPIDURAL → lesão de ramos da ARTÉRIA MENÍNGEA (normalmente por trauma no osso temporal).

90
Q

Levando em conta a escala NIHSS, quando podemos realizar a trombólise em um AVE isquêmico?

A

A escala chamada NIHSS varia de 0 a 42 pontos e mensura a gravidade do AVE (quanto maior a pontuação, mais grave).

A pontuação que permite a trombólise é de 5 OU MAIS! Também podemos considerar realizar a trombólise em NIHSS ≤ 4 mas com déficit limitante (ex: perda de linguagem ou mão dominante).

Obs: NÃO existe mais limite superior de NIHSS para trombólise (antes era de 5 a 25).

📌. Pontuação de ≤ 4 caracteriza um “AVE minor”.

91
Q

Do que se trata a síndrome DRESS?

A

A síndrome DRESS corresponde a um RASH associado à EOSINOFILIA e a sinais sistêmicos, como LINFONODOMEGALIA e acometimento hepático. É relacionada principalmente ao uso de ANTICONVULSIVANTES.

O tratamento envolve suporte e CORTICOTERAPIA.

📌 Pode reativar a infecção latente de herpes-vírus 6 e 7 e de CMV.

📌 Além da eosinofilia, pode ter linfocitose com linfócitos atípicos.

Obs: DRESS significa “Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms”

92
Q

Decoreba: descreva a classificação de Clark para os melanomas.

A

Classificação de CLARK:

  • I = in situ (intraepidérmico);
  • II = invade até a derme papilar superior;
  • III = até a derme papilar média ou inferior;
  • IV = até a derme reticular;
  • V = até a hipoderme.
93
Q

De uma maneira resumida, como pode ser feito o tratamento das epilepsias?

A

Antes, vamos diferenciar crises generalizadas e focais:

  • Crises GENERALIZADAS → PERDA DE CONSCIÊNCIA (exceto a crise mioclônica), pois a atividade epiléptica atinge AMBOS HEMISFÉRIOS cerebrais → ex: tônicas, clônicas, tônico-clônicas, mioclonias ou de ausência;
  • Crises FOCAIS → atividade epiléptica se restringe a uma área → pode se apresentar com manutenção da consciência (parcial simples) ou com perda (parcial complexa).

📌 Há duas situações na prova que apontam para crise focal:

  • Paralisia de Todd → paresia localizada na região em que houve a crise durante o estado pós-ictal;
  • Marcha Jacksoniana → progressão lenta do foco de uma região do corpo para uma maior.

Mas, voltando à pergunta do flashcard… para não ficar completamente perdido na prova, guarde as seguintes possibilidades de uso do anticonvulsivantes:

  • Crises focais = carbamazepina;
  • Crises generalizadas = ácido valproico (v”ALL”proato);
  • Crise de ausência = etossuximida ou ácido valproico (lembrar que é uma crise generalizada);
  • Estado de mal epiléptico = benzodiazepínicos → fenitoína → fenobarbital;
  • Epilepsia mioclônica juvenil = ácido valproico (fenitoína e carbamazepina são contraindicadas);
  • Dor crônica e neuropática = gabapentina.

📌 A lamotrigina é usada como tratamento adjunto em crises focais e crises tônico-clônicas generalizadas.

📌 NA DÚVIDA, ESCOLHA O ÁCIDO VALPRÓICO!!!

📌 FENOBARBITAL é a medicação de escolha no período NEONATAL.

94
Q

Resuma os seguintes tipos de epilepsia:

  • Síndrome de West;
  • Síndrome de Dravet;
  • Síndrome de Lennox-Gastaut;
  • Epilepsia rolândica;
  • Crise de ausência;
  • Crise mioclônica juvenil;
  • Epilepsia do lobo temporal.
A

Para a prova, guarde alguns “protótipos”:

1) Síndrome de WEST → lactente + ESPASMOS + ATRASO DO DNPM + HIPSARRITMIA ao EEG → tratamento = ACTH e vigabatrina;
2) Síndrome de Dravet (mutação em SCN1A) → lactente + grave deterioração cognitiva;
3) Síndrome de Lennox-Gastaut → pré-escolar + SOFRIMENTO FETAL, infecções congênitas, padrão PONTA-ONDA 1,0-2,5Hz.
4) Epilepsia ROLÂNDICA (epilepsia parcial benigna da infância) → crise FOCAL em escolar + ESPASMOS FACIAIS e sialorreia + DNPM normal → tratamento = carbamazepina;
5) Crise de AUSÊNCIA → crise GENERALIZADA em escolar + PROBLEMAS ESCOLARES + EEG com complexo PONTA-ONDA 3Hz → tratamento = etossuximida ou ácido valproico;
6) Crise MIOCLÔNICA JUVENIL (Síndrome de Janz) → adolescente + PRIVAÇÃO DE SONO + ESPASMOS MATINAIS EM MMSS → tratamento = ácido valproico (não pode receber carbamazepina ou fenitoína!).
7) Epilepsia do lobo temporal → adultos + aura com odor desagradável + epigastralgia.

📌 Nos neonatos, normalmente as convulsões são chamadas de “sutis” → fenômenos oculares, movimentos de boca, movimentos das extremidades, alterações vasomotoras e apneia, geralmente sem tradução no EEG.

95
Q

Quais as principais indicações de CPAP e BiPAP?

A

CPAP → EAP cardiogênico;
BiPAP → exacerbação da DPOC.

📌 Dica → C de coração (EAP cardiogênico) = C de CPAP.

96
Q

Diferencie os seguintes efeitos colaterais dos antipsicóticos típicos (de 1ª geração):

  • Parkinsonismo;
  • Acatisia;
  • Discinesia;
  • Distonia;
  • Síndrome neuroléptica maligna.
A

Os principais efeitos adversos podem surgir a qualquer momento do tratamento e são:

  • Parkinsonismo → tremor + rigidez + bradicinesia;
  • Acatisia →sensação de tremor muscular + AGITAÇÃO + INCAPACIDADE DE FICAR PARADO;
  • Discinesia → MOVIMENTOS DESCOORDENADOS;
  • Distonia → alteração do TÔNUS, com POSTURAS BIZARRAS;
  • Síndrome neuroléptica maligna → FEBRE + rigidez muscular + RABDOMIÓLISE + alteração do estado mental + alterações autonômicas.

O tratamento da acatisia envolve substituição por um antipsicótico de 2ª geração (atípico) ou redução da dose, podendo haver benefício também com BB ou BZP.

Já o tratamento da síndrome neuroléptica maligna, que é um quadro grave, envolve suspensão do fármaco, internação em UTI com adequado suporte, dantrolene (relaxante muscular) e bromocriptina (agonista dopaminérgico) nos quadros graves.

📌 Lembrando que são antipsicóticos típicos:

  • Haloperidol →tem alta potência → bom para controlar sintomas positivos da esquizofrenia, mas piora os negativos;
  • Clorpromazina→ tem baixa potência → apresenta mais efeitos anti-histamínicos e sedativos.

📌 Outros efeitos adversos são → hiperprolatctinemia (com galactorreia e amenorreia) e efeito anticolinérgico (com boca seca, constipação intestinal e retenção urinária).

97
Q

Diante de uma migrânea com ≥ 72h de duração e sem melhora com o uso de analgésicos simples, AINEs e metoclopramida, qual das opções abaixo é interessante como próximo passo?

  • Morfina;
  • Tramadol;
  • Dexametasona;
  • Clorpromazina.
A

Diante de um quadro de migrânea prolongado (≥ 72h) e refratário, os CORTICÓIDES (como a DEXAMETASONA e a metilprednisolona) são opções interessantes.

A clorpromazina seria interessante em quadros refratários < 72h.

Já o tramadol e a morfina não são indicados no tratamento da enxaqueca.

98
Q

Como são classificadas as úlceras de pressão?

A

Segundo o NPUAP:

  • Grau I → PELE ÍNTEGRA COM ERITEMA que não embranquece → pode estar dolorosa, quente, fria, dura, mole…;
  • Grau II → PERDA PARCIAL DA PELE com exposição da DERME →ferida superficial com leito vermelho-rosa, sem tecido desvitalizado.
  • Grau III → PERDA TOTAL DA PELE com exposição do SUBCUTÂNEO;
  • Grau IV →também há perda tissular, com exposição de OSSOS, TENDÕES ou MÚSCULOS;
  • Não graduáveis→ base da úlcera está coberta por tecido desvitalizado e/ou necrótico no leito da ferida.
99
Q

Quais são as metas pressóricas em um paciente com AVE…

  • Isquêmico com indicação de trombólise;
  • Isquêmico sem indicação de trombólise;
  • Hemorrágico.
A
  • Isquêmico com indicação de trombólise → ≤ 185x110 (devendo manter < 180x105 nas primeiras 24h após a trombólise);
  • Isquêmico sem indicação de trombólise → < 220x120;
  • Hemorrágico → PAS < 140.

📌 O anti-hipertensivo de escolha para o AVE é o LABETALOL. Caso não esteja disponível, o nitroprussiato de sódio é uma opção.

100
Q

Quais são as seguintes fraturas:

  • Fratura de Colles;
  • Fratura de Jefferson;
  • Fratura de Jones;
  • Fratura de Chance;
  • Fratura do escafóide;
  • Fratura do enforcado.
A

Tema osso duro de roer… mas vai que cai, né?

  • Colles → fratura da metáfise distal do rádio;
  • Jefferson → fratura de C1 (ATLAS), normalmente associada a um mergulho em água rasa ou à batida de cabeça no teto do carro;
  • Jones → fratura da base do 5º metatarso;
  • Chance → fratura resultante de lesão de hiperflexão da coluna, normalente associada ao cinto de segurança de dois pontos.
  • Escafóide → fratura deste osso por queda com a mão espalmada;
  • Enforcado → espondilolistese traumática de C2 (AXIS).

📌 Esta última, além de por enforcamentos, também pode ser gerada em acidentes automobilísticos devido à sequência hiperextensão > compressão > flexão de rebote.

📌 A fratura de Colles e a do escafoide ocorrem por queda com a mão espalmada. O que nos vai ajudar a diferenciar é o local dos achados ao exame: rádio distal (Colles) e região tenar ou da tabaqueira anatômica (escafoide).

📌 A fratura de Smith lembra a de Colles mas tem o mecanismo oposto: é fratura distal do rádio por queda com mão flexionada.

101
Q

Decoreba: classificação de Salter-Harris. Como é e qual é a mais comum?

A

A classificação de SALTER-HARRIS (SH) é utilizada para FRATURAS DA PLACA EPIFISÁRIA (que são mais comuns no RÁDIO DISTAL).

📌 Quanto maior for a classificação → mais cruento será o tratamento e pior é o prognóstico.

Segue a classificação:

  • SH 1 → fratura fisária COMPLETA → há um destacamento (SEPARAÇÃO) das extremidades da fise;
  • SH 2 → fratura fisária que se ESTENDE através da METÁFISE;
  • SH 3 → fratura fisária que se ESTENDE através da EPÍFISE;
  • SH 4 → fratura ATRAVESSA A FISE, começando na metáfise e se estendendo até a epífise;
  • SH 5 → fratura por compressão (ESMAGAMENTO) da placa fisária.

📌 O tipo mais COMUM é o SH 2. Outro ponto importante é que ele cria um fragmento de metáfise que se prende à extremidade distal (“fragmento de Thurston-Holland”).

📌 SH 5 tem um prognóstico ruim devido à dificuldade diagnóstica.

Como bônus, aqui estão os tratamentos de uma maneira geral:

  • SH 1 e 2 →imobilização (redução incruenta);
  • SH 3 e 4 → cirurgia (redução cruenta e fixação);
  • SH 5 → como normalmente o diagnóstico é tardio, o tratamento na maioria das vezes é voltado para corrigir a deformidade residual.

📌 Redução fechada = incruenta; e redução aberta = cruenta.

OBS: fraturas de área articulares (epífise) exigem maior estabilidade na fixação do que fraturas na diáfise.

102
Q

Quais são os protótipos de dor no quadril na ortopedia pediátrica?

A

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL BÁSICO

  • Sinovite transitória = pré-escolar que teve virose → raio-x normal → AINE;
  • Legg-Calvé-Perthes = escolar branco → raio-x com sinal do crescente → tratamento com imobilização;
  • Epifisiólise = adolescente negro com síndrome metabólica → raio-x com sinal de Trethowan → tratamento cirúrgico.

📌 Sinal de Trethowan = linha radiológica de Klein (traçada tangenciando a borda superior do colo femoral) não atravessa a epífise femoral.

103
Q

Como é feito o tratamento das lesões ósseas em uma fratura exposta?

A

Depende das condições das partes moles e da estabilidade do paciente:

  • Diante de pacientes ESTÁVEIS e com GUSTILLO I-IIIA, podemos fazer a FIXAÇÃO PRIMÁRIA DEFINITIVA (“tratamento definitivo precoce”);
  • Já nos quadro INSTÁVEIS ou GRAVES, podemos fazer. FIXAÇÃO EXTERNA PROVISÓRIA, sendo o tratamento da fratura deixado para um segundo momento.

📌 Generalizando, o tratamento definitivo das fraturas de ossos longos é feito com:

  • MMII → HASTES INTRAMEDULARES;
  • MMSS → PLACAS E PARAFUSOS.
104
Q

O que devemos fazer para prevenir embolia gordurosa em fraturas ósseas?

A

A embolia gordurosa, que gera uma VASCULITE TÓXICA, é prevenida com TRATAMENTO PRECOCE DA FRATURA (uma prova da USP-SP até recomendou um PRAZO IDEAL DE 12-48 HORAS para a fixação).

Clínica: CONFUSÃO mental, DISPNEIA, FEBRE, taquicardias e PETÉQUIAS pelo corpo, surgindo em torno de 24-72 HORAS após o traumatismo.

105
Q

O que devemos saber sobre tumores ósseos?

A

Tema pouco cobrado, mas aqui vão alguns tópicos importantes sobre prevalência:

  • Os tumores musculoesqueléticos malignos mais comuns são as METÁSTASES;
  • … mas, dos primários, o mais comum é o MIELOMA MÚLTIPLO;
  • … mas, dos primários não-hematológicos, o mais comum é o OSTEOSSARCOMA.

Agora, vamos a alguns pontos específicos sobre os tumores ósseos primários não-hematológicos:

A) OSTEOSSARCOMA:

  • Como já dito, é o TUMOR ÓSSEO MALIGNO PRIMÁRIO NÃO-HEMATOLÓGICO MAIS COMUM;
  • Mais comum em HOMENS JOVENS (adolescentes e adultos jovens);
  • Acomete METÁFISE de OSSOS LONGOS, principalmente na região do JOELHO;
  • Clínica → DOR (PIOR À NOITE) e tumoração local;
  • Radiografia → reação periosteal em TRIÂNGULO DE CODMAN ou em “RAIOS DE SOL”.

B) SARCOMA DE EWING:

  • É o terceiro tumor ósseo maligno primário não-hematológico mais comum;
  • Predomina em CRIANÇAS DE 5-15 ANOS e é RARO EM NEGROS;
  • Acomete a região META-DIAFISÁRIA de OSSOS LONGOS;
  • Clínica → SIMULA OSTEOMIELITE → quadro de infecção local, com dor, tumefação, flogose e FEBRE;
  • Radiografia →lesão permeativa com padrão predominantemente LÍTICO (“ROÍDO DE TRAÇAS”), com reação periosteal em padrão de “CASCAS DE CEBOLA”;

📌 Ambos tem alta probabilidade de desenvolverem metástases e o tratamento é feito com terapia neoadjuvante + cirurgia ampla ou radical (normalmente amputa) + terapia adjuvante.

106
Q

Quais são os red-flags da lombalgia?

A

Red-flags para a lombalgia indicam exame de IMAGEM:

  • ≥ 50 ANOS;
  • Traumatismo importante;
  • Deficit neurológico (sensitivo ou motor);
  • Perda de peso não explicada;
  • Suspeição de espondilite anquilosante;
  • Abuso de álcool ou drogas;
  • HP de neoplasia;
  • Uso de corticoides;
  • Febre > 48h;
  • Visita recente ao médico (< 1 mês) pelo mesmo motivo, sem melhora do quadro;
  • Duração > 6 semanas.
107
Q

Qual é a clínica da síndrome do túnel do carpo?

A

A síndrome do túnel do carpo é a compressão nervosa mais comum. Acomete principalmente MULHERES ≥ 40 ANOS e se associa a MOVIMENTOS MANUAIS REPETITIVOS.

É causada pela compressão do NERVO MEDIANO → com isso, a clínica é de dor e parestesia no punho e nos DEDOS 1, 2 3 E METADE LATERAL DO 4. Pode ter perda de força na mão.

No exame físico podemos fazer os seguintes testes:

  • Phalen →reprodução dos sintomas com flexão forçada do punho;
  • Tinel → sensação de choque no trajeto do nervo ao percutir o túnel do carpo.

O tratamento geralmente é conservador, estando a cirurgia reservada para casos refratários.

📌 Gestação, hipotireoidismo e artrite reumatóide são condições de risco.

108
Q

Qual é o tumor mais comum do SNC?

A

📌 A RESSONÂNCIA é superior à TC para ver lesões de massa em SNC.

As METÁSTASES são os tumores mais comuns do SNC.

Mas, em relação aos PRIMÁRIOS, a ordem de frequência é:

  • 1º = HEMANGIOMA (é benigno);
  • 2º = Glioblastoma multiforme (é maligno).

📌 Extra: o tumor intra-axial mais comum da fossa posterior em adultos é o hemangioblastoma.

📌 O ASTROCITOMA PILOCÍTICO é o mais comum na INFÂNCIA, sendo que a maioria dos tumores nessa faixa etária ocorrem na FOSSA POSTERIOR.

Para termos noção, falaremos um pouco dos tipos citados acima:

1) HEMANGIOMA → é o tumor primário do SNC mais comum; é BENIGNO; ocorre principalmente na região SUPRATENTORIAL; e acomete mais as MULHERES.
2) GLIOBLASTOMA MULTIFORME (astrocitoma grau 4) → é o segundo tumor primário mais comum e é o MAIS AGRESSIVO do SNC.
3) METÁSTASES → são os tumores mais comuns no geral, sendo principalmente de PULMÃO e MAMA.

📌 Agora, muita atenção a este conceito importantíssimo → em números absolutos, as principais metástases para o SNC são de neoplasias de pulmão e de mama, como dito acima. Porém, o câncer que PERCENTUALMENTE mais emite metástases para o SNC é o MELANOMA.

109
Q

Quais são as principais diferenças entre o penfigoide bolhoso e os pênfigos?

A

Enquanto nos pênfigos o plano de clivagem é intraepidérmico, no penfigóide bolhoso ocorre ao nível da MEMBRANA BASAL devido à presença de anticorpos ANTI-HEMIDESMOSSOMO ou ANTI-BP180, gerando BOLHAS SUBEPIDÉRMICAS. Na imunofluorescência, vemos depósito de C3 em membrana basal.

Por se tratar de um quadro mais PROFUNDO, as bolhas são TENSAS e DURADOURAS, e o sinal de NIKOLSKY é NEGATIVO.

Assim como no pênfigo vulgar, é mais comum em IDOSOS, mas tem um acometimento sistêmico muito mais LEVE.

Assim como nos pênfigos, o tratamento envolve corticoterapia.

📌 Há acúmulo de EOSINÓFILOS na lesão.

110
Q

Quais são as principais diferenças entre a dermatite herpetiforme e os pênfigos?

A

A dermatite herpetiforme á uma manifestação dermatológica da DOENÇA CELÍACA. Cursa com DEPÓSITO DE IgA nas PAPILAS DÉRMICAS (ou seja, mais profundo do que nos pênfigos).

📌 Pela doença celíaca, solicitamos antitransglutaminase, antigliadina e antiendomísio.

Assim como no penfigóide bolhoso, temos bolhas SUBEPIDÉRMICAS (diferentemente das bolhas dos pênfigos, que são intraepidérmicas).

É extremamente PRURIGINOSA e ao exame notamos VESÍCULAS AGRUPADAS + ESCORIAÇÕES EM ÁREAS EXTENSORAS, parecendo com um quadro de herpes (daí o nome “herpetiforme”).

📌 O prurido intenso é inclusive um fator que ajuda a diferenciar da psoríase, que tem uma topografia similar. Por outro lado, o acometimento de áreas extensoras ajuda a diferenciar da dermatite atópica, que foca mais nas flexoras nos adultos.

Pode se associar a outras doenças autoimunes e gera maior risco de LINFOMA DE TGI.

O tratamento envolve dieta livre de glúten + DAPSONA + anti-histamínicos + acompanhamento do TGI para investigar linfoma de TGI.

📌 Lembrando que dapsona pode causar anemia hemolítica (def.G6PD) e hepatite.

111
Q

Diferencie os seguintes transtornos psicóticos:

1) Esquizofrenia;
2) Transtorno delirante persistente;
3) Transtorno esquizoafetivo;
4) Transtorno esquizofreniforme;
5) Transtorno psicótico breve;
6) Episódio depressivo com sintomas psicóticos.

A

1) ESQUIZOFRENIA → duração ≥ 6 MESES e mais comum em ADULTOS JOVENS. Pode envolver SINTOMAS POSITIVO (delírios, alucinações, discurso desorganizado*, comportamento desorganizado) e NEGATIVOS (desleixo, abulia, retraimento social).

📌 Pelo menos um sintoma marcado com * deve estar presente. Note que, então, os sintomas negativos não são obrigatórios.

2) Transtorno DELIRANTE PERSISTENTE → mais comum em > 40 ANOS. Ocorre DELÍRIO FIXO isolado SEM ALUCINAÇÕES.
3) Transtorno ESQUIZOAFETIVO → inicia quadro com PSICOSE, seguido de OSCILAÇÕES DO HUMOR (“bipolar”).

📌 Ou seja, é como se fosse uma esquizofrenia que fugisse dos sintomas negativos, apresentando humor durante alguns momentos maníaco.

4) Transtorno ESQUIZOFRENIFORME →”esquizofrenia” com duração < 6 MESES.
5) Transtorno PSICÓTICO BREVE → “esquizofrenia” com duração < 1 MÊS. Tem bom prognóstico e relação com episódio de ESTRESSE.
6) Episódio depressivo com sintomas psicóticos → o sintoma de humor inicia antes da psicose e esta remite quando os sintomas de humor cessam ou melhoram.

112
Q

Como deve ser a terapia ambulatorial de acompanhamento após um episódio de AVEi trombótico?

A

AAS + estatina de alta potência + controle da PA.

📌 NÃO há benefício do uso de anticoagulantes!

113
Q

Quando suspeitamos de um AVE lacunar?

A

O AVE isquêmico lacunar é um infarto cerebral INFERIOR A 2CM, causado pela oclusão de pequenas artérias perfurantes cerebrais (LENTÍCULO-ESTRIADAS).

Causa HEMIPLEGIA CONTRALATERAL ISOLADA, pois esses ramos irrigam a CÁPSULA INTERNA (local onde passam os axônios dos neurônios motores). Ou seja, NÃO HÁ COMPROMETIMENTO SENSITIVO.

📌 Um acometimento de tálamo geraria um acometimento sensitivo isolado.

114
Q

V ou F?

“Não devemos administras anticoagulantes ou antiagregantes nas primeiras 24 horas após o procedimento trombolítico”

A

VERDADEIRO! Há risco de transformação hemorrágica.

115
Q

Decoreba: descreva a escala de Fisher.

A

A escala de FISHER é utilizada para quantificar via TC as HEMORRAGIAS SUBARACNÓIDEAS:

  • Grau 1 → AUSÊNCIA de sangue (o diagnóstico foi feito por punção lombar);
  • Grau 2 →lâmina fina (< 1 MM) de sangue;
  • Grau 3 → lâmina ≥ 1 MM;
  • Grau 4 → hemorragia VENTRICULAR e/ou INTRACEREBRAL.

📌 Lembrando que a principal complicação da HSA é o VASOESPASMO, que ocorre principalmente dos DIAS 3 a 14. Por isso, devemos dar aos pacientes NIMODIPINO (é um BCC) para neuroproteção e realizar DOPPLER transcraniano diariamente.

116
Q

Como é a clínica que nos faz suspeitar de intoxicação por carbamazepina?

A

A intoxicação por CARBAMAZEPINA se apresenta como:

  • REBAIXAMENTO do nível de consciência;
  • Sintomas cerebelares, como ATAXIA;
  • Sintomas anticolinérgicos → SÍNDROME SECA.

Podemos realizar o carvão ativado.

117
Q

Diante de um quadro de intoxicação aguda, quando não fazemos o carvão ativado?

A

Juntamente à lavagem gástrica, o carvão ativado é uma medida muito lembrada para a abordagem de quadros de ingestão tóxica oral. Porém, NÃO REALIZAMOS em:

  • RNs, GESTANTES ou pacientes muito debilitados;
  • Cirurgia abdominal recente;
  • OBSTRUÇÃO intestinal;
  • Administração de antídotos por VO;
  • Ingestão de CÁUSTICOS ou solventes;
  • Intoxicação por substâncias que não são efetivamente adsorvidas pelo carvão → como os ÁCIDOS, ÁLCALIS, ÁLCOOIS, cianeto e metais como LÍTIO e FERRO.

📌 O carvão ativado em grandes doses pode causar de obstrução intestinal e retenção urinária graves. Optamos, hoje em dia, pela menor dose possível.

📌 O carvão ativado é útil principalmente na 1ª hora após a ingestão.

118
Q

Diferencie consolidação óssea primária e secundária

A

PRIMÁRIA → geralmente ocorre no osso ESPONJOSO e não forma calo ósseo;

SECUNDÁRIA → geralmente ocorre no osso CORTICAL e sempre forma CALO ÓSSEO.

📌 Quando utilizamos materiais de OSTEOSSÍNTESE, pensamos no osso CORTICAL → logo, envolve consolidação óssea secundária.

119
Q

Quanto as faturas proximais de fêmur, diferencie a de colo e a intertrocantérica

A

Ambas predominam em MULHERES e têm como principais fatores de risco a IDADE AVANÇADA e a OSTEOPOROSE. Pode causar queda de própria altura ou ser gerada por este evento. Ao exame físico, podemos observar ROTAÇÃO EXTERNA e ENCURTAMENTO do membro. O tratamento, sempre que possível, é cirúrgico. Agora, vamos às diferenças:

A) Fratura de COLO de fêmur:

  • Região POUCO VASCULARIZADA → uma fratura pode causar NECROSE AVASCULAR;
  • A sobrecarga mecânica e a necrose avascular podem causar um quadro chamado de PSEUDOARTROSE, que é a NÃO-CONSOLIDAÇÃO DA FRATURA;
  • Por ser INTRACAPSULAR (maior estabilidade anatômica) as alterações ao exame físico são mais discretas.

B) Fratura INTERTROCANTÉRICA:

  • Região BEM VASCULARIZADA → dificilmente tem necrose avascular e tem menor chance de pseudoartrose;
  • Por ser EXTRACAPSULAR (menor estabilidade anatômica) tem ALTERAÇÕES MAIS NÍTIDAS ao exame físico.

📌 Resumindo a dica principal → encurtamento e a rotação externa do membro são maiores na fratura intertrocantérica.

📌 Ambas tem incidência semelhante.

📌 Sobre o tratamento, saiba que em IDOSOS fazemos a ARTROPLASTIA devido ao risco maior de osteonecrose.

120
Q

Quais são o nível esperado de lesão nervosa para os seguintes quadros clínicos:

  • A) Perda de sensibilidade em região anterior da coxa, com perda de força muscular do quadríceps e hiporreflexia patelar.
  • B) Perda de sensibilidade na região posterior da coxa, com preservação de força no quadríceps.
  • C) Acometimento da região anterior e medial da coxa, com reflexo patelar preservado;
  • D) Acometimento de posterior de coxa e região glútea;
  • E) Acometimento de coxa e perna anteriormente, com acometimento do joelho.
A

Os segmentos LOMBARES inervam principalmente o membro inferior ANTERIORMENTE (exceto na região genital) e têm o percurso de SUPERIOR PARA INFERIOR e de LATERAL PARA MEDIAL, como se fosse um ponteiro de relógio apontando para 5h quando vemos um corpo de frente. Assim, temos aproximadamente as seguintes áreas:

  • L1 → virilha e região do pulso femoral (mas não na região genital);
  • L2 →coxa súpero-medial (ÍLEO-PSOAS);
  • L3 →porção central ântero-medial da coxa (QUADRÍCEPS);
  • L4 → porção ântero-lateral da coxa → passa pelo JOELHO → porção ântero-medial da perna e dos pés (TIBIAL ANTERIOR);
  • L5 → porção ântero-lateral da perna e medial dos pés (HÁLUX).

📌 Também invervam um pouco a parte posterior, sendo responsáveis pela região lombar e pela região póstero-lateral da coxa (esta última pelo L5).

Já os dermátomos SACRAIS inervam o membro inferior POSTERIORMENTE, sendo que avançam em DIREÇÃO AO ÂNUS. Temos as seguintes áreas, aproximadamente:

  • S1 →porção lateral dos pés e porção central-posterior da perna (PANTURRILHA);
  • S2 → fossa poplítea, POSTERIOR DE COXA e região genital;
  • S3 → região glútea medial;
  • S4 e S5 → PERIANAL.

FINALMENTE, vamos voltar às perguntas:

  • A) Perda de sensibilidade em região anterior da coxa, com perda de força muscular do quadríceps e hiporreflexia patelar → L3-L4.
  • B) Perda de sensibilidade na região posterior da coxa, com preservação de força no quadríceps → S1-S2.
  • C) Acometimento da região anterior e medial da coxa, com reflexo patelar preservado → L2-L3.
  • D) Acometimento de posterior de coxa e região glútea → S2-S3.
  • E) Acometimento de coxa e perna anteriomente, com acometimento do joelho → L4-L5.
121
Q

Do que se trata da síndrome da cauda equina?

A

A síndrome da cauda equina é caracterizada pela PERDA MOTORA, SENSITIVA E REFLEXA DE L4-L5 A S5.

A clínica envolve paraparesia, ANESTESIA EM SELA (sacral), ausência dos reflexos sacrais e do TÔNUS RETAL, ARREFLEXIA em MMII, ausência de sinal de Babinski e DISFUNÇÃO ESFINCTERIANA (especialmente a BEXIGA NEUROGÊNICA).

122
Q

Resumidamente, como é feito o tratamento das fraturas vertebrais?

A

Fraturas ESTÁVEIS → imobilização externa;

Fraturas INSTÁVEIS → fixação interna, devido ao maior risco de deslocamento de fragmentos, que poderia provocar lesão medular.

123
Q

Julgue como V ou F:

“As fraturas cervicais mais comuns são as de coluna cervical alta”

A

FALSO! Apesar de serem as que mais ouvimos falar devido aos famosos epônimos, as fraturas cervicais altas (C1-C2) são menos comuns.

Então, fique com o conceito a seguir → as fraturas cervicais BAIXAS (C3-C7) são mais COMUNS e geram mais TRAUMA RAQUIMEDULAR.

📌 Porém, quando há trauma raquimedular nas altas (C1-C2), costuma ser mais fatal (parada respiratória imediata por lesão frênica).

124
Q

Diferencie as lesões de medula cervical completa e incompleta

A

Lesão COMPLETA →é denominada SÍNDROME DA SECÇÃO MEDULAR → provoca TETRAPLEGIA, INSENSIBILIDADE em todos os dermátomos abaixo, perda dos reflexos tendinosos e da função neurológica sacral → BEXIGA NEUROGÊNICA e DISFUNÇÃO RETAL (com continência fecal).

As lesões INCOMPLETAS têm FUNÇÃO SACRAL PRESERVADA e MELHOR PRONÓSTICO. São descritas 3 síndromes:

  • Síndrome CENTROMEDULAR → perda de força e de sensibilidade em MMSS, geralmente POUPANDO MMII;
  • Síndrome medular ANTERIOR (síndrome de Adamkiewicz) → INFARTO medular por acometimento da artéria espinal anterior (poupa apenas tratos posteriores) → TETRAPLEGIA e INSENSIBILIDADE DOLOROSA E TÉRMICA, mas SEM AFETAR as sensibilidades TÁTIL, PROPRIOCEPTIVA E VIBRATÓRIA (que são conduzidas pelos cordões posteriores da medula);
  • Síndrome de BROWN-SEQUARD →HEMISSECÇÃO MEDULAR geralmente causada por trauma direto por ARMA BRANCA → HEMIPLEGIA + PERDA DE PROPRIOCEPÇÃO IPSILATERAL com INSENSIBILIDADE DOLOROSA CONTRALATERAL.
125
Q

Qual dermátomo inerva os mamilos? E o umbigo?

A
T4 = mamilos;
T10 = umbigo.
126
Q

Mulher de 36 anos, obesa e asmática com controle irregular, apresenta episódios de cefaleia, 1 a 2x por semana, de forte intensidade, hemicrania direita, latejante, com náuseas e fotofobia associadas, com 12 a 24h de duração, aliviados com o uso de paracetamol e ibuprofeno associados.

As crises têm sido mais frequentes nos últimos meses e que, em algumas situações, a medicação não consegue aliviar.

Qual das alternativas a seguir é a melhor para o tratamento preventivo nessa paciente?

  • Topiramato;
  • Flunarizina;
  • Amitriptlina;
  • Propranolol.
A

Estamos diante de um quadro de MIGRÂNEA. Certamente devemos estar atentos para realizar o tratamento profilático caso os episódios fiquem frequentes (≥ 3x por mês).

Não usaremos propranolol pois ela é asmática descontrolada.

A flunarizina é menos utilizada e deve ser reservada para pacientes idosos e/ou tabagistas, que possuem contraindicações às medicações habituais.

Não usaremos a amitriptilina pois ela aumenta o peso, sendo que a paciente já é obesa.

Nossa escolha, então, será pelo TOPIRAMATO.

📌 Uma contraindicação ao topiramato seria a HP de nefrolitíase.

127
Q

Como regulamos a dosagem da morfina nos cuidados paliativos?

A

A dose máxima diária de morfina é de 200mg (mas raramente chegamos a esse nível).

Deve ser prescrita de 4 em 4 horas. Se no intervalo entre essas doses o paciente sentir dor, pode-se utilizar uma dose de resgate equivalente a 10% da dose diária.

No dia seguinte, somaremos a quantidade dada em doses de resgate ao esquema “basal”.

Ex: um paciente usa 40mg/dia e recebeu a dose de resgate de 4mg. No dia seguinte, já começaremos com a dose diária mínima de 44mg.

📌 Guarde uma coisa para a prova → dificilmente ela vai te pedir para suspender a morfina → se houver tolerância aos efeitos adversos e persistência da dor, aumente! A preferência é em dar conforto ao paciente.

128
Q

Diferencie o quadro básico das seguintes reações dermatológicas que podem ocorrer após o consumo de uma medicação:

  • Urticária;
  • Síndrome DRESS;
  • Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET).
A
  • Urticária → placa transitória eritematosa pruriginosa de aspecto pálido central.
  • Síndrome DRESS → rash com linfonodomegalia, febre, eosinofilia, linfocitose atípica, acometimento hepático.
  • Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) → gravedescolamento de pele com acometimento cutâneo e MUCOSO.

📌 As farmacodermias acontecem principalmente com anticonvulsivantes, antibióticos, alopurinol, anti-hipertensivos e AINEs.

129
Q

Qual é a clínica da pelagra?

A

Ocorre por deficiência de VITAMINA B3 (NIACINA), como em indivíduos predispostos:

  • ALCOÓLATRAS e drogaditos;
  • Pacientes com Chron ou RCU;
  • DRC dialítica;
  • Pacientes em uso de ISONIAZIDA;
  • Anoréxicos.

Na prova, identificaremos pelos 4 D’s da pelagra → DIARREIA (e outras alterações do TGI), DERMATITE, DEMÊNCIA (e outras alterações do SNC) e DEATH (morte).

Tratamento = reposição de B3, correção da causa-base e restrição ao sol.

📌 Assim como na porfiria, as lesões dermatológicas também ocorrem em ÁREAS FOTOEXPOSTAS.

130
Q

Diferencie os seguintes quadros de alopecia:

  • Kérium;
  • Tinea;
  • Areata;
  • Cicatricial.
A
  • Kérium (inflamatório) → lesão inflamatória intensa, com descamação e pontos purulentos.
  • Tinea capitis (pseudoalopécia) → fios tonsurados rentes ao couro cabeludo, erupção escamosa e seca, prurido.
  • Alopecia areata (“pelada”) → fios esparsos e descorados, sem alterações na pele.
  • Alopecia cicatricial (esclerose) → cicatriz (pode ser por líquen plano, LES, esclerodermia…)
131
Q

Qual é o exame padrão-ouro a ser realizado para pesquisa de refluxo vesicoureteral em pediatria, desde que a criança não esteja em fase aguda de infecção urinária?

A

URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL!

📌 Não caia na pegadinha da uretrografia retrógrada, que é utilizada para a pesquisa de estenose de uretra.

132
Q

Diante de um LCR sanguinolento, como podemos diferenciar acidente de punção e HSA?

A

É simples: pegue 3 frascos de LCR e analise qual está mais sanguinolento:

  • Se for o PRIMEIRO → provavelmente é acidente de punção;
  • TODOS IGUAIS → provavelmente é HSA.
133
Q

Quais são as indicações cirúrgicas no AVE hemorrágico intraparenquimatoso?

A
  • Hematoma cerebelar > 3 cm ou entre 1-3 com repercussão neurológica;
  • Hematoma lobar ou putaminal volumoso.
134
Q

Qual a conduta que deve ser feita precocemente em casos de HSA por ruptura de aneurisma sacular?

A

Terapia endovascular (embolização) ou cirúrgica aberta (clipagem do aneurisma).

📌 Lembrando que a principal complicação da HSA é o VASOESPASMO, que ocorre principalmente dos DIAS 3 a 14. Por isso, devemos dar aos pacientes NIMODIPINO (é um BCC) para neuroproteção e realizar DOPPLER transcraniano diariamente.

135
Q

Qual é a principal indicação da terapia endovascular (trombectomia mecânica) no AVE?

A

Obstrução de GRANDES VASOS intracerebrais em um delta T de ATÉ 6-8 HORAS após o início dos sintomas.

136
Q

Qual é a forma clínica mais comum de esclerose múltipla? Cite dois sinais que podemos encontrar.

A

A esclerose múltipla é uma doença AUTOIMUNE crônica DESMIELINIZANTE da SUBSTÂNCIA BRANCA DO SNC que acomete principalmente ADULTOS JOVENS, principalmente mulheres em idade fértil.

Pode causar diversas ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS, mas destacaremos três:

  • NEURITE ÓPTICA;
  • Síndrome do PRIMEIRO NEURÔNIO MOTOR → paresia ESPÁSTICA + HIPERREFLEXIA;
  • Parestesias.

Existem dois sinais costumeiramente lembrados:

  • Sinal de UHTHOFF →piora no calor;
  • Sinal de LHERMITTE → sensação de choque na coluna com a flexão cervical.

A forma clínica mais comum é a “RECORRENTE REMITENTE”, que é a ocorrência de surtos de sintomas (durando dias ou semanas) com remissão espontânea ou melhora após tratamento.

Podemos fazer o diagnóstico clínico da seguinte forma:

  • Envolvimento de ≥ 2 áreas distintas do SNC;
  • Presença da lesões ≥ 24 horas;
  • Intervalo > 1 mês entre o surgimento das lesões.

O principal exame complementar é a RESSONÂNCIA magnética, que pode revelar placas esbranquiçadas periventriculares, bilaterais e simétricas. Na eletroforese de proteínas do LCR podemos achar encontrar bandas oligoclonais de IgG.

O tratamento dos surtos é feito com PULSOTERAPIA de corticoides, sendo a plasmaférese outra opção. O controle a longo prazo envolve o uso de imunossupressores.

137
Q

Sobre a hanseníase, julgue como V ou F:

“No paciente paucibacilar (hanseníase indeterminada ou tuberculoide), a baciloscopia é sempre negativa; caso seja positiva, o doente deverá ser reclassificado como multibacilar. No paciente multibacilar (hanseniase dimorfa e virchowiana), a baciloscopia ́pode ser positiva ou negativa.”

A

VERDADEIRO!

O paciente PAUCIBACILAR deve ter:

- Basciloscopia negativa;
E
- Até 5 lesões.
E
- Até 1 tronco nervoso acometido.

O MULTIBACILAR deve ter:

- Basciloscopia positiva;
E/OU
- ≥ 6 lesões;
E/OU
- ≥ 2 troncos nervosos acometidos.
138
Q

Qual é o padrão clínico clássico da esporotricose?

A

A esporotricose é uma doença causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, que pode ser transmitido por mordida ou arranhão de GATO INFECTADO ou por TRAUMA COM ESPINHOS ou com material em decomposição (este fundo AMA O SOLO).

Ao exame vemos o padrão clássico de LESÕES ULCEROVEGETATIVAS SEGUINDO O TRAJETO LINFÁTICO (forma de “rosário”).

Para o tratamento estão disponíveis itraconazol, terbinafina, anfotericina B e iodeto de potássio.

Os gatos também devem ser devidamente tratados e, caso morram, devem ser CREMADOS. Se fossem enterrados, poderiam passar o fungo novamente para o solo (e, relembrando: esse fundo ama o solo).

📌 Cuidado com o diagnóstico diferencial: na doença da arranhadura do gato, causada pela Bartonella henselae, o gato NÃO fica doente, enquanto na esporotricose fica.

139
Q

Julgue como V ou F:

A hanseníase virchowiana é a forma mais contagiosa da doença. O paciente acometido por essa forma geralmente não apresenta manchas visíveis. A pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada e com poros dilatados, poupando geralmente o couro cabeludo, as axilas e o meio da coluna lombar.

A

Pode parecer estranho, mas é VERDADEIRO!

Como o paciente com a forma virchowiana apresenta uma baixa resposta imune celular, consequentemente as suas LESÕES SÃO MAIS BRANDAS (pois há pouca reação local), apesar de serem mais DIFUSAS.

140
Q

Julgue como V ou F:

A hanseníase dimorfa é uma manifestação intermediária entre a tuberculoide e a virchowiana, podendo ser classificada como pauci ou multibacilar, conforme o número de lesões apresentadas.

A

FALSO!

Guarde essa pegadinha:

  • Forma INDETERMINADA é PAUCIBACILAR;
  • Forma DIMORFA é MULTIBACILAR.

📌 Como a forma indeterminada é paucibacilar, obrigatoriamente ela tem baciloscopia negativa.

141
Q

Homem, 54 anos, comparece ao ambulatório de Neurologia em cadeira de rodas. Estava assintomático até 6 meses atrás, quando começou a evoluir progressivamente com: mudança de humor; esquecimento e crise convulsiva (mioclonias). RNM: hiperintensidade em tálamo e núcleos da base.

Qual é a HD?

A

A doença de CREUTZFELDT-JAKOB, também conhecida como doença da “vaca louca”, aparece como um quadro DEMENCIAL e/ou ANORMALIDADES COMPORTAMENTAIS de RÁPIDA EVOLUÇÃO + MIOCLONIAS (característica mais marcante) + manifestações CEREBELARES + sinais PIRAMIDAIS e EXTRAPIRAMIDAIS.

Podemos ver na RNM HIPERINTENSIDADE em TÁLAMO e núcleos da BASE.

📌 Notificação compulsória SEMANAL.

142
Q

Menino, 5 meses, nascido de parto cesáreo a termo, Escala de Apgar 8/9, sem patologia de base, é levado à emergência por apresentar muitos sustos nos últimos 5 dias. Segundo o pai, os episódios se manifestam como: flexão do pescoço e braços e extensão das pernas; duram cerca de 10 segundos e se repetem. Durante o dia, ocorrem cerca de 15 desses episódios, sempre quando a criança está sendo acalentada para dormir. Exame físico: normal.

Qual é a HD?

A

Síndrome de WEST!

  • Mais comum em MENINOS;
  • Surgimento ainda no PRIMEIRO ANO de vida;
  • Tríade = ESPASMOS epilépticos + ATRASO DNPM + HIPSARRITMIA ao eletroencefalograma;
  • Tratamento = ACTH e vigabatrina.
143
Q

Homem, 30 anos, fisiculturista, chega à emergência com dores abdominais e inquietação. Exame físico: 170x100mmHg e 38,3ºC. Está em uso de “fórmulas” para emagrecer e de fluoxetina 20mg/dia. Dentre as “fórmulas”, o paciente apresentou ao médico um frasco com o seguinte rótulo: sibutramina + diazepam + hidroclorotiazida.

Qual é a HD?

A

Quando a prova nos dá um quadro agudo de agitação + dores + febre + aumento de CPK + alterações urinárias + etc, sem clínica sugestiva de infecção, devemos procurar vinculo com agentes exógenos desencadeantes:

  • Rabdomiólise → exercício físico intenso, queimaduras graves, traumas…
  • Síndrome neuroléptica maligna → uso de haloperidol;
  • Tireotixocose → uso de hormônios tireoidianos, tireoidite…
  • Hipertermia maligna → uso de bloqueador neuromuscular despolarizante ou halotano.

Porém, nada disso foi descrito no paciente. Nos resta pensar em uma hipótese: SÍNDROME SEROTONINÉRGICA AGUDA, que, no caso, pode ter sido desencadeada pelo uso da SIBUTRAMINA (inibidores seletivos da recaptação da serotonina e norepinefrina) e da FLUOXETINA (ISRS).

144
Q

Como é feito o tratamento da cefaleia desencadeada por abuso de analgésicos?

A

São 3 pilares:

  • Suspensão do analgésico em abuso;
  • Terapia de ponte por 5-7 dias com AINE ou glicocorticóide;
  • Iniciar tratamento profilático da cefaleia primária.
145
Q

Diferencie as seguintes dermatofitoses superficiais:

  • Piedra branca;
  • Piedra preta;
  • Tínea nigra.
A

📌 Todas são infecções fúngicas superficiais da pele.

PIEDRA BRANCA:

  • Nódulo MOLE em volta do fio de cabelo, sem entrar no fio (diferentemente da tinea capitis);
  • Tratamento = corte + xampu antifúngico.

PIEDRA PRETA:

  • É igual a branca, mas DURA.
  • Pacientes com HIGIENE PRECÁRIA, como mendigos;
  • Tratamento = corte + lavagens frequentes.

TINEA NIGRA:

  • MANCHAS CASTANHO-ENEGRECIDAS em região PALMO-PLANTAR que surge RÁPIDO (diferententemente do melanoma);
  • Hifas septadas enegrecidas;
  • Tratamento = antifúngicos imidazólicos tópicos. Se não tiver melhora, biopsiar para diagnóstico diferencial com melanoma.
146
Q

Tétrade da síndrome de Horner

A

As manifestações da Síndrome de Horner são MIOSE + PTOSE + ANIDROSE + ENOFTALMIA (“afundamento do olho na órbita”), todos IPSILATERAIS à invasão da cadeia simpática.

📌 Normalmente está associado na prova à síndrome de Pancoast, muitas vezes vinculada ao CEC de pulmão.

147
Q

Como diferenciamos clinicamente a paralisia facial periférica e a central?

A

CENTRAL = acometimento IPSILATERAL INFERIOR → perda do sulco labial e desvio da rima labial para o lado preservado (“central = CEN TeR acometimento ALto”).

PERIFÉRICA = IPSILATERAL TOTAL (“PEriférica PEga tudo”).

📌 Preste atenção: são IPSILATERAIS!

Extra: o acometimento facial também é ipsilateral no AVE de tronco (em que o acometimento de membros é contralateral). Porém é contralateral no AVE cortical (assim como o de membros).

148
Q

Diante de uma cefaleia, quando pensamos em hemicrania paroxística?

A

Por também fazer parte das cefaleias TRIGÊMINO-AUTONÔMICAS, a hemicrania paroxística tem achados parecidos com a cefaléia em salvas → crises de dor unilateral; forte; orbital, supraorbital ou temporal; com hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese, miose, ptose e/ou edema palpebral, ipsilaterais à dor.

Mas, tem algumas peculiaridades:

  • Incidência igual entro os sexos → mas, para diferenciar da cefaleia em salvas (mais comum em homens), a banca costuma cobrar uma MULHER JOVEM;
  • Ocorre MAIS VEZES durante o dia (≥ 5x) e com MENOR DURAÇÃO (2-30min);
  • Resposta dramática à INDOMETACINA.
149
Q

Homem, 54a, procura alergista com histórico de urticária e angioedema há oito anos. Relata episódios recorrentes de início súbito, poucos minutos após o uso de algumas medicações como dipirona, diclofenaco, ibuprofeno, que usa para lombalgia crônica. A CONDUTA É:

A

Veja que ele apresenta uma reação “alérgica” a diversos medicamentos de ação antiinflamatória, mas nada vinculado a uma medicação específica. Chamamos isso de REAÇÃO PSEUDO-ALÉRGICA.

Ela corresponde a reações “parecidas com alergia” que podem ser causadas, nesse caso, pela inibição da COX-1. Não envolve mecanismo alérgico propriamente dito (logo, não faz sentido dosar IgE).

A conduta é optar por INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 após teste de provocação oral.

📌 Pensaríamos em uma reação verdadeiramente alérgica caso apresentasse reações de hipersensibilidade destinadas a um componente medicamentoso específico… o que não ocorre no caso (as manifestações são decorrentes de uma ausência de atividade enzimática).

150
Q

Homem, 27a, é trazido pelo SAMU, que o encontrou confuso em seu carro, onde relatava palpitações. Chega ao PS com rebaixamento do nível de consciência. Não se sabe sobre seus antecedentes.

Exame físico: 104x72mmHg, 114bpm, 27irpm, 37,5ºC, sat 96%, extremidades frias, ausência de ruídos hidroaéreos, Glasgow = 11; pupilas isocóricas e fotorreagentes, midriáticas, com movimentação ocular normal, sem déficits neurológicos focais evidentes.

Glicemia capilar = 106. ECG demonstra taquicardia ventricular regular com QRS discretamente alargado, com padrão positivo em derivações direitas.

A CONDUTA INICIAL É:

A

Palpitações + rebaixamento de consciência + taquicárdico + extremidades frias + ausência de ruídos hidroaéreos + midríase… ou seja, presença de manifestações “ANDRENÉRGICAS-LIKE” + “SÍNDROME SECA”.

Devemos desconfiar de intoxicação ANTICOLINÉRGICA por TRICÍCLICOS, sendo o BICARBONATO DE SÓDIO o antídoto.

📌 Guarde este padrão de ECG! Fica com um padrão de “PSEUDO BRD” (vemos principalmente o QRS um pouco largo e positivo em aVR), pois o tricíclico faz um bloqueio de canais de sódio, que acomete principalmente os ramos direitos cardíacos.

151
Q

Quais são os músculos do manguito rotador? Qual movimentação cada um essencialmente faz? Quais testes semiológicos podemos realizar para cada um?

A

O manguito rotador é composto por 4 músculos:

1) SUBESCAPULAR → rotação INTERNA (medial) → teste de GERBER;
2) SUPRAESPINHAL → ABDUÇÃO do braço → teste de JOBE;
3) INFRAESPINHAL → rotação EXTERNA (lateral) → teste de PATTE;
4) REDONDO MENOR → rotação EXTERNA.

📌 Esses testes citados são de INTEGRIDADE. Também podemos realizar testes de impacto (Hawkins, Neer e Yokum) e de amplitude (Apley).

📌 Testes de integridade da cabeça longa do bíceps são Speed (Hands up) e Yergason.

152
Q

O que é a síndrome de Sweet?

A

Trata-se de uma DERMATOSE NEUTROFÍLICA FEBRIL caracterizada pelo aparecimento de abrupto de NÓDULOS OU PLACAS ERITEMATOSAS E DOLOROSAS na pele. Uma minoria dos pacientes pode evoluir também com artrite.

153
Q

O que é o BIS utilizado em anestesia?

A

Trata-se de um índice medido por eletrodos para medir a profundidade da anestesia.

  • 80 a 100 = consciente;
  • 60 a 80 = sedado, mas com alguns despertares (não almejamos esse degrau na cirurgia);
  • 40 a 60 = sem risco de despertar → OBJETIVO DA CIRURGIA;
  • < 40 = extremamente sedado → pode ter dano cerebral.
154
Q

Faça, resumidamente, uma diferenciação entre:

  • Anorexia nervosa;
  • Transtorno alimentar restritivo;
  • Bulimia;
  • Compulsão alimentar periódica.
A

Anorexia → IMC baixo + distorção da imagem + pode ter comportamento purgativo;

Transtorno alimentar restritivo → “anorexia” sem alteração da imagem ou preocupação com peso.

Bulimia = binges (“exageros alimentares”) + purgação + pode ser alto peso.

Compulsão alimentar periódica = “bulimia” sem purgação.

📌 Ou seja, anorexia pode sim ter purgação igual na bulimia → o que difere principalmente é que na anorexia costumamos ter baixo peso, enquanto na bulimia costumamos ter peso normal ou elevado.

📌 IMC < 15 indica anorexia grave e necessidade de internação.

155
Q

Miopia vs. hipermetropia vs. presbiopia vs. astenopia

A

MIOPIA (principalmente pré-adolescentes) → OLHO LONGO → imagem é formada ANTES da retina → dificuldade para ver de LONGE → tratamento = lentes CÔNCAVAS (ou divergentes ou negativas).

📌 MIOPIA favorece à formação de GLAUCOMA de ângulo aberto.

HIPERMETROPIA (principalmente adultos) → OLHO CURTO → imagem é formada APÓS a retina → dificuldade para ver de PERTO → tratamento = lentes CONVEXAS (ou convergentes ou positivas).

PRESBIOPIA (principalmente adultos velhos e idosos) → distúrbio de ACOMODAÇÃO → apresenta ASTENOPIA e dificuldade para ver de PERTO (quem tem presbiopia desenvolve hipermetropia mais cedo e atrasa ou impossibilita o surgimento da miopia) → tratamento = lentes CONVEXAS (ou convergentes ou positivas).

📌 ASTENOPIA é a famosa “VISTA CANSADA” → fadiga, desconforto ocular e cefaleia desencadeada pela leitura.

156
Q

Marcha atáxica vs. anserina vs. Parkinsoniana vs. escarvante vs. talonante vs. ceifante

A

ATÁXICA (relação com lesão CEREBELAR, que pode até ser causada por etilismo) = base LARGA, junto com desequilíbrio dinâmico.

ANSERINA (relação com FRAQUEZA PÉLVICA) = anda com a pelve “SAMBANDO”.

PARKINSONIANA = passos CURTOS e sem movimentação dos braços.

ESCARVANTE (relação com NEUROPATIA PERIFÉRICA) = ARRASTA A PONTA DO PÉ.

TALONANTE (relação com déficit de PROPRIOCEPÇÃO, como em lesões dos cordões medulares posteriores) = marcha BATENDO O PÉ com força, pode ter ROMBERG POSITIVO.

CEIFANTE (relação com HEMIPARESIA) = marcha com uma PERNA DURA.

157
Q

V ou F:

Obesos tem maior chance de desenvolverem joelho varo e pé plano

A

FALSO!

Pé plano sim… mas a tendência é ter joelho VALGO.

158
Q

Tratamento do TDAH

A

É feito com drogas ESTIMULANTES, sendo o METILFENIDATO (Ritalina) o mais usado.

Tem como efeitos colaterais a redução do apetite, alterações do sono e dor abdominal.

159
Q

Inervação da língua

A

Motor = hipoglosso;

Sensibilidade geral:

  • 2/3 anteriores = TRIGÊMIO;
  • 1/3 posterior = glossofaríngeo.

Gustação:

  • 2/3 anteriores = FACIAL;
  • 1/3 posterior = glossofaríngeo.
160
Q

Qual é a principal diferença clínica entre os anti-histamínicos de primeira vs. segunda geração?

A

Os antihistamínicos de PRIMEIRA geração geram mais SONOLÊNCIA, e por isso devem ser usados à noite.

São de primeira geração → difenidramina, prometazina (Fenergan), hidroxizina (Hixizine) e clorfeniramina (Polaramine e Histamin).

📌 Exemplos de anti-histamínicos de SEGUNDA geração → terfenadina, astemizol, FEXOFENADINA (Allegra), LORATADAINA, cetirizina e ebastina.

161
Q

Definição de rinite intermitente vs. persistente

A

Intermitente: < 4 dias por semana por < 4 semanas

Persistente: 4 ou mais dias por semana por 4 ou mais semanas