OBSTETRÍCIA Flashcards

1
Q

Qual é a indicação quanto à amamentação no contexto da vacina de febre amarela?

A

Evitar a vacina durante o período de aleitamento materno exclusivo (6 meses).

Se não for possível, suspender aleitamento por 10 dias após vacina

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2
Q

Resumo dos principais exames de rastreamento indicados no pré natal

A

Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE

1º trimestre:
• GSRh
• eletroforese de hemoglobina
• glicemia em jejum
• sorologias: HIV, sífilis, hepatites, toxo
• urina EAS + urocultura

2º trimestre:
• TOTG
• coombs indireto se Rh negativo

3º trimestre:
• hemograma
• sorologias
• urocultura

OBS: swab GBS
- NÃO obrigatório pelo MS, mas é recomendado entre 36-37sem
- FEBRASGO: 35-37sem

❗️Em 2024 foi acrescentado o HTLV no pré natal de risco habitual pelo MS❗️

❗️rastreio de rotina de rubéola NÃO está indicado❗️

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3
Q

Indicações e esquemas da profilaxia de sepse neonatal por GBS

A

SWAB POSITIVO para GBS

BACTERIÚRIA por GBS na gestação atual

SEPSE NEONATAL PRÉVIA por GBS

Sem rastreamento, em casos de risco elevado:
• parto PREMATURO (< 37sem)
• bolsa rota > 18h
• FEBRE intraparto

Esquemas:
1) penicilina cristalina IV (5.000.000 ataque + 2.500.000 manutenção 4/4h até clampear cordão)
2) ampicilina IV (2g ataque + 1g manutenção 4/4h até clampear cordão)

❗️NÃO faz profilaxia em cesárea eletiva mesmo se swab positivo❗️

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4
Q

Indicações de ultrassonografia no pré natal de acordo com o Ministério da Saúde e FEBRASGO

A

Ministério da Saúde:
US não é obrigatório
• se disponíveis, estão indicados para TODAS as gestantes:
- ecocardiograma fetal
- 2 USTVs no 1º quadrimestre

FEBRASGO:
11-14sem: morfológico 1º trimestre:
- osso nasal
- translucência nucal (normal até 2,5)
- ducto venoso (normal onda A positiva)
20-23sem: morfológico 2º trimestre:
- medida do COLO (risco prematuridade < 20-25mm)
eco fetal não indicado de rotina

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5
Q

A partir de quando é possível fazer o diagnóstico ultrassonográfico da gestação? E qual o melhor período para datação?

A

4 semanas: só saco gestacional
5-6 semanas: vesícula vitelínica
6-7 semanas: embrião com BCF

📍saco gestacional > 25mm já tem que ter embrião, senão é ANEMBRIONÁRIO

DATAÇÃO: 6-14 semanas pelo CCN

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6
Q

Como se comportam os valores de beta-HCG no início da gestação e a partir de qual valor está indicada a ultrassonografia?

A

Os valores de beta-HCG dobram a cada 2-3 dias no início da gestação, atingindo seu pico em 8-10 semanas.

📍> 1000 já indica USG

❗️Valor discriminatório: 1500-3500 (já tem que visualizar embrião no USG)❗️

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7
Q

Qual é a recomendação mínima e ideal de número de consultas de pré-natal, de acordo com o Ministério da Saúde?

A

MÍNIMO: 6 consultas
• 1 no 1º tri
• 2 no 2º tri
• 3 no 3º tri

IDEAL:
• mensais até 28 semanas
• quinzenais de 28-36 semanas
• semanais a partir de 36 semanas

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8
Q

Indicações e doses das suplementações recomendadas na gestação

A

ÁCIDO FÓLICO:
0,4 mg/dia
• iniciar ANTES da gestação, manter até 12 semanas (1º trimestre)
📍se usa anticonvulsivante -> 5mg/dia

SULFATO FERROSO:
30-40 mg/dia de ferro elementar
• utilizar durante TODA a gestação, manter até 3 meses pós parto
📍dose terapêutica (Hb < 11): 160-200 mg/dia de ferro elementar

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9
Q

Sinais de presunção, de probabilidade e de confirmação de gestação

A

PRESUNÇÃO = QUEIXAS e MAMAS
• náuseas, polaciúria, mastalgia, cloasma
• tubérculos de Montgomery
• sinal de Hunter
• rede de Haller

PROBABILIDADE = ÚTERO, VAGINA e VULVA
Hegar: amolecimento do istmo (eca)
Goodel: amolecimento do colo
Jacquemier: coloração arroxeada da vulva
Kluge: coloração arroxeada da vagina
Piskacek: lado que nidou cresce mais (pisca)
Nobile-Budin: fundo de saco preenchido (nobre bundinha)
Osiander: palpação pulso vaginal

CONFIRMAÇÃO = EMBRIÃO
Puzos: rechaço fetal (feto da pulos) -> 14sem
• Movimentação fetal -> 18-20sem
• BCF -> sonar 10/12sem, pinard 18/20sem

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10
Q

Vacinas indicadas e contraindicadas na gestação

A

INDICADAS:
hepatite B se não tiver 3 doses ou anti-HbS positivo
influenza
COVID (menos Astrazeneca/Janssen)
DTPA sempre após 20 semanas (prevenção de coqueluche no bebê)
📍se esquema incompleto, completar com DT até ter 3 doses (a de DTPA conta)

CONTRAINDICADAS:
• tríplice viral
• varicela
• BCG
• sabin (pólio)

❗️FEBRE AMARELA SÓ FAZ EM ÁREA DE RISCO❗️

📍antirrábica sempre aparece nas questões, é segura :)

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11
Q

Fluxograma de rastreio e tratamento da toxoplasmose na gestação

A

Transmissão AUMENTA com idade gestacional, gravidade DIMINUI

Sorologia na 1ª consulta:
1) IGM - / IGG -: susceptível -> repetir a cada 3 meses
2) IGM - / IGG +: imune 🤗
3) IGM + / IGG - : tratar + solicitar IGG em 3 semanas
• soroconverteu: infecção aguda
• manteve negativo: IGM é falso positivo
4) IGM + / IGG +:
< 16 semanas: solicitar teste de avidez
- alta: infecção antiga -> suspender tto
- baixa: infecção recente -> manter tto
> 16 semanas: infecção adquirida na gestação

TRATAMENTO
< 16 semanas: espiramicina
>= 16 semanas: sulfadiazina, pirimetamina, ácido folínico
📍pesquisar infecção fetal com AMNIOCENTESE > 18 semanas para definir se mantém ou não esquema tríplice

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12
Q

Fluxograma de rastreio e acompanhamento de isoimunização fetal

A

Tipagem sanguínea + Coombs indireto na 1ª consulta:
• Rh +: encerra acompanhamento
• Rh -:
- CI negativo: repetir com 28, 32, 36 e 40 semanas
- CI positivo até 1:8: repetir mensalmente
- CI positivo em 1:16 ou mais: investigação de anemia fetal

📌ANEMIA FETAL:
1) Doppler ACM: >1,5 mom = SUSPEITA de anemia
2) Espectrofotometria: avaliação de bilirrubina no líquido amniótico (não é mais utilizado)
3) Cordocentese (padrão ouro): CONFIRMA anemia através da dosagem de Hb no sangue do cordão umbilical (Ht < 30%)
» permite terapêutica com TRANSFUSÃO INTRAÚTERO
4) Cardiotocografia com padrão sinusoidal/USG com hidropsia = tardios

📌PROFILAXIA COM IMUNOGLOBULINA:
Indicada se CI negativo na presença de:
• hemorragia
• procedimento invasivo
parto (em até 72h após)
• 28sem (divergências literatura - pode fazer, mas não é obrigatório)
» a imunoglobulina vai deixar o CI positivo por 12 semanas!!

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13
Q

Paciente de 31 anos G1P0A0, comparece à primeira consulta de pré-natal com resultado de VDRL positivo. É solicitado teste rápido para o parceiro, que apresenta resultado negativo.

Qual é a conduta?

A

TRATAR O PARCEIRO MESMO ASSIM! Como o teste treponêmico foi negativo, consideramos sífilis primária e tratamos com dose única de penicilina.

Conforme o Ministério da Saúde, há risco da parceria estar infectada mesmo com testes não reagentes, devido à janela imunológica.

Se o teste treponêmico tivesse sido positivo, o tratamento seria conforme o estágio da doença.

📍relembrando…
• Testes TREPONÊMICOS positivam-se a partir da 3° semana, mantendo IgG positivo permanentemente
• Testes NÃO treponêmicos positivam-se a partir da 4° ou 5° semana, e são utilizados no controle de cura

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14
Q

Em qual idade gestacional o útero se encontra na altura da sínfise púbica e da cicatriz umbilical, respectivamente?

A

12sem: sínfise púbica
20sem: cicatriz umbilical

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15
Q

Como realizar o cálculo da data prevista para o parto?

A

REGRA DE NAGELE:
DUM + 9 meses e 7 dias

📍2024 é ano bissexto (fevereiro tem 29 dias)

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16
Q

Resumo das principais modificações fisiológicas da gestação:

OSTEOARTICULARES
URINÁRIAS
HEMATOLÓGICAS
METABÓLICAS
GASTROINTESTINAIS
CARDIOVASCULARES
RESPIRATÓRIAS

A

OSTEOARTICULARES
• lombalgia
• marcha anserina
• frouxidão ligamentar (progesterona)

URINÁRIAS
• aumento da TFG
• queda da Ur e Cr
• glicosúria
• proteinúria
dilatação pielocalial à DIREITA (dextrorrotação uterina)
• RVU (maior risco de infecções)

HEMATOLÓGICAS
aumenta massa eritrocitária
• aumenta MUITO volemia
• ANEMIA DILUCIONAL
• leucocitose
• estado pró coagulante

METABÓLICAS
resistência insulínica (lactogênio placentário)
• aumento de colesterol e triglicérides

GASTROINTESTINAIS
• constipação
• refluxo
dimunuição da acidez estomacal
• cálculos biliares

CARDIOVASCULARES
queda RVP -> queda PA
aumento DC (FC e volemia)
• edema mmii
• sopro sistólico

RESPIRATÓRIAS
não altera FR❗️
• hiperventilação (AUMENTA VOLUME CORRENTE)
• compressão diafragmática (DIMINUI CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL)
• alcalose respiratória

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17
Q

Quais são os anticonvulsivantes contraindicados e os preferenciais na gestação?

A

CONTRAINDICADOS:
❗️ácido valproico (defeitos de fechamento do tubo neural)
❗️fenobarbital

INDICADOS:
lamotrigina
✅ carbamazepina

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18
Q

Quais são os tipos de apresentação clínica do abortamento e como se encontra o colo uterino em cada uma delas?

A

COLO ABERTO (3 is)

Incompleto
- útero menor que esperado p/ IG
- restos ovulares (endométrio >15mm)
- cd: esvaziamento

Inevitável
- útero compatível com IG
- feto ainda na cavidade
- cd: esvaziamento

Infectado
- infecção + cólica + sangramento
- cd: esvaziamento + atb
📌clinda + genta

COLO FECHADO

Completo
- útero menor que esperado
- endométrio < 15mm
- cd: orientação

Ameaça
- útero compatível
- BCF presente
- cd: repouso relativo + analgesia

Retido
- feto na cavidade
- sem BCF
- cd: esvaziamento
📌pode aguardar de 1-2 semanas para expelir espontaneamente

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19
Q

Quando indicada, como deve ser realizado o esvaziamento da cavidade uterina em casos de abortamento?

A

< 12 semanas:
AMIU (aMIUDO)
• curetagem

A partir de 12 semanas:
• sem feto (incompleto): curetagem
• com feto (inevitável/retido) = misoprostol seguido de curetagem se necessário

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20
Q

Quais são as 3 situações que permitem o abortamento legal no Brasil?

A

Anencefalia:
• só pode ser diagnosticada a partir de 12 semanas de gestação
• ultrassonografia deve ser laudada por 2 médicos

Risco à vida materna
• pode interromper a qualquer momento da gestação, sendo uma decisão da paciente
• laudo deve ser assinado por 2 médicos

Estupro:
• interrupção até 20 semanas de gestação
• NÃO precisa de comprovação jurídica ou boletim de ocorrência!!

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21
Q

Qual é a principal causa de abortamento espontâneo?

A

ANEUPLOIDIAS!

📌mais especificamente as trissomias, sendo a mais comum a do cromossomo 16

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22
Q

Como é feito o diagnóstico da incompetência istmocervical e qual é a medida de prevenção de perdas gestacionais nesse contexto?

A

É uma causa de perdas gestacionais tardias, apresentando-se por dilatação indolor com feto vivo e saudável.

US: colo curto (< 25mm)

A conduta para previnir as perdas é a CERCLAGEM do colo entre 12 e 16 semanas pela técnica de McDonald (sutura em bolsa).

📌deve-se remover os fios da sutura com 36 semanas!

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23
Q

Quais são os critérios diagnósticos da síndrome do anticorpo antifosfolipídio (SAAF) e qual é a conduta diante de uma gestante portadora dela?

A

A SAAF apresenta-se, geralmente, em associação com o LES, e precisa de 1 critério clínico + 1 laboratorial para seu diagnóstico:

LABORATORIAL:
• anticoagulante lúpico ou
• antibeta2glicoproteína ou
• anticardiolipina
📌 positivo em 2 dosagens com intervalo 12 semanas entre elas

CLÍNICO:
• histórico de trombose
• perdas gestacionais:
- 3 precoces ou
- 1 tardia sem causa provável ou
- natimorto

A conduta é a administração profilática de AAS + heparina desde o 1° trimestre.

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24
Q

Como se dá o diagnóstico ultrassonográfico de gestação inviável?

A

1- Beta HCG >= 1500 sem conteúdo na cavidade uterina (ectópica)

2- Saco gestacional >=25mm sem embrião (anembrionada)

3- Embrião com CCN >= 7mm sem BCF (abortamento retido)

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25
Q

Como é feito o diagnóstico da mola hidatiforme e quais são suas apresentações clínicas?

A

A mola hidatiforme tem como sintomas o SANGRAMENTO de primeira metade da gestação, podendo conter VESÍCULAS.
Além disso, parece uma “gestação exagerada”, com pré-eclâmpsia precoce, hiperêmese gravídica, hipertireoidismo e aumento do volume uterino.

Ela possui 2 formas:

COMPLETA:
• óvulo sem material genético
• origem 100% PATERNA
• DIPLOIDE: 46XX ou 46YY (raro)
• SEM embrião
20% de chance de malignização

INCOMPLETA:
• óvulo normal + 2 espermatozoides
• TRIPLOIDE: 69XXY
• COM embrião
• 5% de chance de malignização

O diagnóstico inicial é por meio de USG com imagem em tempestade de neve + cistos ovarianos (tecaluteínicos), sendo a confirmação pela análise histopatológica.

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26
Q

Qual é o tratamento da mola hidatiforme?

A

O tratamento é o ESVAZIAMENTO UTERINO com ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA

📌por AMIU, devido ao risco de invasão com a curetagem e de embolização com o misoprostol

📌avaliar histerectomia em mulheres com prole constituída e > 40 anos

Deve-se realizar controle de cura com BHCG, portanto NÃO pode engravidar no período!!

📌manter contracepção, sendo que NÃO pode DIU!!

• dosagem semanal (costuma cair a partir de 8 semanas)
• após 3 negativos consecutivos, manter mensal por mais 6 meses

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27
Q

Quais são os critérios de malignização no seguimento da mola hidatiforme e os tipos histológicos de neoplasia trofoblástica gestacional?

A

AUMENTO em 2 semanas / 3 valores (1,7,14)

PLATÔ em 3 semanas / 4 valores (1,7,14,21)

MANUTENÇÃO valores positivos com 6 meses

Presença de metástases (solicitar RX de tórax para avaliar)

📌os 3 tipos mais comuns são:
- mola invasora (80%)
- coriocarcinoma
- tumor trofoblástico do sítio placentário

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28
Q

Qual é a localização mais comum da gestação ectópica?

A

Na TUBA UTERINA, sendo mais comum na AMPOLA, mas com maior risco de ruptura no ISTMO.

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29
Q

O que é o sinal de Proust?

A

Sinal de RUPTURA DE GESTAÇÃO ECTÓPICA, com ABAULAMENTO DO FUNDO DE SACO.

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30
Q

Quais são os critérios para se realizar o tratamento expectante, medicamentoso e cirúrgico na gestação ectópica?

A

Expectante:
• beta-hCG < 1000-1500 e DECLINANTE
• saco gestacional < 3,5cm
📌 repetir beta-hCG semanalmente até < 5

Medicamentoso:
• beta-hCG < 5.000
• saco gestacional < 3,5cm
ausência de BCF
📌metotrexato dose única IM

• dosar beta-hCG no 4º e 7º dias pós tratamento:
- queda < 15%: outra dose de MTX
- queda > 15%: acompanhamento semanal até beta-hCG < 5

Cirúrgico:
• beta-hCG > 5.000 ou
• saco gestacional > 3,5cm ou
rotura de tuba

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31
Q

O encontro de líquido amniótico amarelado na amnioscopia em gestação de 34 semanas sugere:

A

ISOIMUNIZAÇÃO RH!

A hemólise fetal provoca a liberação de pigmentos biliares na urina do feto, deixando o líquido amniótico amarelado.

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32
Q

Quando está indicado o acompanhamento pré-natal da isoimunização Rh e como ele deve ser feito?

A

Para GESTANTES RH NEGATIVO, solicitar COOMBS INDIRETO na rotina do 1° trimestre:

• CI negativo: repetir mensalmente + imunoglobulina a partir de 28 semanas

• CI ≤ 1:8: repetir mensalmente até o parto

• CI >= 1:16: investigar anemia fetal

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33
Q

Quando e como deve ser feita a investigação de anemia fetal?

A

Em GESTANTES RH NEGATIVO que apresentem, em qualquer momento do pré-natal, COOMBS INDIRETO >= 1:16.

US doppler de artéria cerebral média:

‼️> 1,5 MoM: anemia fetal moderada/grave

  • se IG > 34 semanas: parto
  • se IG < 34 semanas ou sinais de hidropsia fetal: CORDOCENTESE

📌avalia Hb e Ht fetal e necessidade de transfusão intraútero

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34
Q

Qual é a classificação do DPP quanto às manifestações clínicas?

A

0: assintomático (dx histopatológico)

1: leve (sangramento discreto, sem hipertonia)

2: intermediário (sangramento moderado, com hipertonia)

3: grave (sangramento importante, óbito fetal)
• A) SEM coagulopatia
• B) COM coagulopatia

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35
Q

O que são os sinais de Clark e Reasens?

A

São sinais de ROTURA UTERINA:

• sinal de Clark = enfisema subcutâneo

• sinal de Reasens = subida da
apresentação

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36
Q

Na rotura de vasa prévia, há um melhor prognóstico fetal quando ocorre na artéria umbilical.
V ou F?

A

VERDADEIRO!!

O prognóstico é melhor quando acomete a artéria umbilical, pois na circulação fetal, a veia umbilical é a que tem sangue oxigenado!

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37
Q

Qual é o ganho de peso recomendado na gestação segundo o estado nutricional inicial da mulher?

A

Baixo peso (IMC < 18,5): 12,5 - 18 kg

Adequado (IMC 18,5 - 24,9): 11,5 - 16 kg

Sobrepeso (IMC 25 - 29,9): 7 - 11,5kg

Obesidade (IMC ≥ 30): 5 - 9 kg

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38
Q

Qual é a indicação de parto cesárea em gestantes com HIV?

A

CV > 1000 ou desconhecida após 34 semanas de gestação.
📌fazer até 38 semanas e, se possível, EMPELICADO e com AZT venoso intraparto

Aproveitando para relembrar as outras indicações de via de parto no contexto do HIV:

  • CV < 1000 após 34 semanas: indicação obstétrica + AZT EV
  • CV indetectável após 34 semanas: indicação obstétrica, com preferência para vaginal. Não precisa de AZT EV, só manter TARV VO habitual.
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39
Q

Paciente de 39 anos, com história de infertilidade e realização recente de FIV, apresenta queixa de sangramento vaginal discreto e dor em baixo ventre, de leve intensidade, há 15 dias.

Trouxe USG realizada há uma semana, que não identificou saco gestacional intrauterino e beta-HCG= 2300 mUl/mL.

Repetidos os exames, a ultrassonografia apresentou, agora, saco gestacional intrauterino, embrião com CCN = 3 mm e tumor em anexo direito sem fluxo ao doppler, além de elevação significativa do beta-HCG.

Qual é a hipótese diagnóstica?

A

GESTAÇÃO HETEROTÓPICA, condição rara em que há gestação ectópica simultânea a gestação intra-uterina.

📌incidência está aumentando porque é uma possível complicação da FIV!

O tratamento deve ser o mais precoce possível para preservar a gestação intra-uterina, com salpingectomia laparoscópica.

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40
Q

Quais são os critérios para considerar uma gestante adequadamente tratada para sífilis?

A

1) O tratamento deve ter sido feito com penicilina benzatina

📌 para gestantes alérgicas -> fazer dessensibilização

2) Número de doses deve ter sido correto para o estágio clínico:

  • primária/secundária/terciária recente:
    dose única
  • duração ignorada/terciária tardia: 3 doses com intervalo de 1 semana

‼️NÃO é mais tolerado atraso, se atrasar 1 dia já tem que recomeçar

3) tratamento deve ter sido INICIADO 30 dias antes do parto e finalizado antes do parto

📌 PEGADINHA: o tratamento do parceiro NÃO é mais critério, mas sim a avaliação do risco de reinfecção

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41
Q

Como deve ser feita a avaliação das sorologias maternas para toxoplasmose no pré natal?

A

1) IgG positivo e IgM negativo = imune

2) IgG e IgM negativo = susceptível

  • orientar profilaxia
  • repetir mensalmente

3) IgG e IgM positivo = Teste de avidez

  • alta avidez (> 60%) = infecção prévia

📌válido só ATÉ 16 SEMANAS, após isso já considera infecção gestacional

4) IgG negativo e IgM positivo = tratamento

  • inicia tratamento com ESPIRAMICINA
  • repete exame com 2-3 semanas para ver se teve soroconversão (IgG positivou)
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42
Q

V ou F: Lesões vulvares de condiloma acuminado contraindicam o parto normal.

A

FALSO!!

Apenas lesões de herpes vaginal ativa contraindicam o parto normal. Os condilomas apenas contraindicam se forem tão grandes que obstruam o canal vaginal.

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43
Q

Como deve ser feito o acompanhamento da sorologia em gestante com diagnóstico de sífilis?

A

O VDRL na gestante deve ser acompanhado MENSALMENTE

✅ Queda em pelo menos 2 diluições em até 3 meses, ou de 4 diluições em até 6 meses após a conclusão do tratamento

‼️Critério de retratamento: aumento em 2 diluições ou mais (ex: de 1:16 para 1:64).

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44
Q

Quais são as orientações do Ministério da Saúde para a prevenção da toxoplasmose na gestação?

A

Não comer carne crua/malpassada ou ovos malcozidos

Dar preferência para carnes congeladas

Usar luvas para manipular alimentos e carnes cruas

Não usar a mesma faca para cortar carnes, vegetais e frutas

Lavar bem frutas, verduras e legumes (entretanto, recomenda-se não comer verduras cruas)

Beber somente água filtrada ou fervida

Evitar contato com gatos e com tudo que possa estar contaminado com suas fezes

Usar luvas e máscara se manusear terra (inclusive para varrer pátio com terra)

45
Q

Quais antibióticos podem ser utilizados no tratamento da bacteriuria assintomática ou da cistite em gestantes?

A

Amocixilina / Amocixilina + clavulanato

Acetilcefuroxima

Cefalexina

Nitrofurantoína

Fosfomicina

📌evitar NITROFURANTOÍNA após 36 semanas pelo risco de icterícia

‼️NÃO UTILIZAR QUINOLONAS‼️

46
Q

Quando está indicada a antibioticoprofilaxia para ITU na gestação e quais são os fármacos utilizados?

A

Após 2 episódios de cistite ou 1 episódio de pielonefrite, podendo ser feita com NITROFURANTOÍNA ou CEFALEXINA.

47
Q

V ou F: a pielonefrite em gestantes sempre indica internação, independente da condição socioeconômica ou do estado geral da paciente.

A

VERDADEIRO!!

Sempre interna e trata com atb venoso

48
Q

Como são classificados os distúrbios hipertensivos na gestação?

A

HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA: PA > 140x90 antes de 20 semanas

HIPERTENSÃO GESTACIONAL: PA > 140x90 após 20 semanas

PRÉ-ECLÂMPSIA: PA > 140x90 após 20 semanas + proteinúria OU lesão de órgão alvo

49
Q

Quais são os medicamentos de escolha no tratamento das doenças hipertensivas na gestação e o alvo pressórico preconizado?

A

ALVO: 110 a 140 x 85 mmHg

Alfametildopa (1ª escolha)

Anlodipina / nifedipina de liberação lenta (2ª escolha)

Betabloqueadores (metoprolol, pindolol e carvedilol – 3ª escolha)

📌a partir da refratariedade a 3 fármacos, considera-se SINAL DE GRAVIDADE, estando indicada resolução da gestação!

‼️ Diuréticos tiazídicos podem ser usados na gestação (mas na prática não são), e NÃO são recomendados na lactação

50
Q

Como deve ser feita a profilaxia da pré eclâmpsia?

A

A profilaxia da PE é feita para pacientes com fatores de risco (HAS, DM, obesidade, gemelaridade, DRC, LES, etc,) com:

  • AAS 100 mg
  • Cálcio elementar 1 g/dia

📌 iniciar antes da 16ª semana e manter até 36 semanas

51
Q

Qual é a fisiopatologia, classificação e critérios diagnósticos da pré eclampsia?

A

A pré eclampsia ocorre devido a uma placentação deficiente, com 2ª invasão trofoblástica inadequada.

Pode ser classificada como:

  • precoce < 34 semanas
  • tardia > 34 semanas

Os critérios diagnósticos incluem uma PA ELEVADA (>140x90) + um dos seguintes:

-> proteinúria
📌≥ 300 mg/24h; relação proteína/creatinina ≥ 0,3 mg/dL; fita 1+.

-> lesão de órgão alvo:
plaquetopenia < 100.000
TGO > 70
creatinina > 1,1
• edema agudo de pulmão
• SNC: iminência de eclâmpsia/eclâmpsia

52
Q

Quais são os critérios diagnósticos da Síndrome HELLP?

A

HEmólise:

  • esquizócitos no sangue periferico
  • bilirrubina total > 1,2
  • LDH > 600

Elevated Liver

  • TGO > 70

Low Platelet

  • plaquetas < 100.000

📌na resolução da gestação, manter plaquetas > 50.000 para cesárea e > 20.000 para parto vaginal

53
Q

Conduta diante da pré eclampsia com sinais de gravidade

A

A pré eclampsia com sinais de gravidade caracteriza-se por:

  • PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110
  • Síndrome HELLP
  • Eclâmpsia/iminência de eclâmpsia
  • Edema agudo de pulmão/descompensação cardíaca
  • Insuficiência renal
  • Hipertensão refratária com 3 drogas
  • Alterações na vitalidade fetal

Diante de algum desses fatores, está indicada INTERNAÇÃO + SULFATO DE MAGNÉSIO + HIPOTENSORES DE AÇÃO RÁPIDA:

  • Hidralazina 5 mg EV ou
  • Nifedipino 10 mg, VO

📌meta: reduzir a PA em 15-25% na primeira hora

Na programação da resolução da gestação, se houver ESTABILIDADE MATERNA E FETAL, preferimos a via vaginal.

54
Q

Quais são os principais esquemas de administração de sulfato de magnésio na pré eclampsia e como deve ser feita a monitorização da paciente após administração?

A

ZUSPAN:

  • Ataque: 4 g, EV
  • Manutenção: 1-2 g/h, EV

PRITCHARD:

  • Ataque: 4 g, EV + 10 g, IM (5 g em cada nádega)
  • Manutenção: 5 g, IM, 4/4h

📌opção para locais sem bomba de infusão ou para transporte de pacientes

‼️não utilizar em caso de HELLP com plaquetopenia (injeção IM profunda, risco de sangramento)

Para avaliar o risco de intoxicação, monitorar REFLEXOS TENDINOSOS e FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, sendo o antígeno o gluconato de cálcio.

55
Q

Qual tipo de gestação gemelar é mais comum?

A

A dizigótica, representando 70% dos casos, enquanto a monozigótica representa 30%.

56
Q

V ou F: toda gestação dicoriônica é diamniótica, mas nem toda gestação monocoriônica é monoamniótica.

A

VERDADEIRO!

A gestação gemelar monocoriônica, com uma única placenta, pode ser diamniótica ou monoamniótica, a depender do momento da divisão do embrião.

Aproveitando para revisar:

  • Dicoriônica: divisão até o 3º dia de gestação
  • Diamniótica: divisão do 3º ao 8º dia de gestação
  • Monoamniótica: divisão do 8º ao 13º dia de gestação

‼️após o 13º dia tem-se a gemelaridade imperfeita, ou gêmeos acolados

57
Q

O que é o sinal do Lambda e o sinal do T?

A

O sinal do lambda OU sinal do Y OU sinal twin peak é a projeção do córion = GESTAÇÃO DICORIÔNICA

O sinal do T é o fino septo entre as bolsas amnióticas (< 1,5 mm) = GESTAÇÃO MONOCORIÔNICA DIAMNIÓTICA

📌o momento ideal para observar esses sinais é no US de 11-14 semanas, ficando menos evidentes ao longo da gestação

58
Q

A incidência de todas as complicações obstétricas é maior na gestação gemelar, com duas exceções…

A

PÓS DATISMO e MACROSSOMIA

59
Q

Diferencie as 3 principais complicações das gestações gemelares monocoriônicas:

  • síndrome da transfusão feto-fetal
  • sequência anemiapolicitemia
  • sequência de perfusão arterial reversa
A

TRANSFUSÃO FETO-FETAL

  • anastomose unidirecional AMPLA
  • feto doador: oligoamnio e CIUR
  • feto receptor: polidramnio, hidropsia e insuficiência cardíaca
  • tratamento: fotocoagulação a laser

SEQUÊNCIA ANEMIA POLICITEMIA

  • anastomose unidirecional PEQUENA
  • feto doador: anemia
  • feto receptor: policitemia
  • rastreamento: pico sistólico da artéria cerebral média

SEQUÊNCIA DE PERFUSÃO ARTERIAL REVERSA

  • gêmeo acárdico extremamente malformado
  • feto “bomba”: insuficiência cardíaca de alto débito e óbito
  • conduta: interromper comunicação vascular entre os fetos
60
Q

Qual é a complicação exclusiva das gestações monocoriônicas e monoamnióticas?

A

ENTRELAÇAMENTO DE CORDÕES

📌por isso, gestação mono-mono é sempre indicação de cesárea

61
Q

Quais são as condições para parto vaginal em gestações gemelares?

A

1º feto cefálico

Peso dos fetos entre 1.500 e 4.000g

2º feto com peso menor ou, no máximo, 20% maior do que o 1º

Possibilidade de monitorização contínua e analgesia com cateter

📌lembrando que nas monoamnióticas fazemos cesárea sempre

62
Q

Como é feito o rastreamento e o diagnóstico do diabetes gestacional?

A

O rastreamento está indicado para TODAS as gestantes no pré natal de rotina, por meio de GLICEMIA EM JEJUM ATÉ 20 SEMANAS e TOTG DE 24-28 SEMANAS.

‼️se a gestante iniciar o pré natal após 20 semanas, aguardar as 24 semanas para fazer o TOTG. Se iniciar após as 28 semanas, não importa, fazemos o TOTG da mesma maneira, imediatamente!

Critérios diagnósticos:

  • Glicemia em jejum ≥ 92
    📌 ≥ 126 = diabetes mellitus prévio
  • TOTG: 1h ≥ 180; 2h ≥ 153
    📌2h ≥ 200 = diabetes mellitus prévio
63
Q

Diante do diagnóstico de diabetes gestacional, como deve ser feita a monitorização glicêmica e quais são os alvos do tratamento?

A

Idealmente, devemos fazer a glicemia capilar diária em 6 pontos: jejum, pós-café, pré-almoço, pós-almoço, pré-jantar, pós-jantar.

Em gestantes bem controladas com MEV e menor disponibilidade de recursos, pode-se utilizar 4 pontos: jejum, pós-café, pós-almoço e pós-jantar

Metas:

  • Jejum < 95
  • 1h pós-prandial < 140
  • 2h pós-prandial < 120

📌se houver ≥ 30% dos valores alterados mesmo com MEV, está indicado início de insulina

64
Q

Quando está indicado o tratamento farmacológico na diabetes gestacional e quais são as opções de fármacos?

A

Indicação: ≥ 30% das glicemias alteradas, mesmo com MEV!

1ª escolha: INSULINA 0,5-1 Ul/Kg/dia dividida em duas a três aplicações

Metformina para casos SELECIONADOS:

  • difícil acesso à insulina
  • incapacidade de administração
  • necessidade de altas doses de insulina

📌ex: trabalhadora rural, não consegue armazenar e nem aplicar insulina no campo

65
Q

Quais são as principais complicações fetais encontradas no diabetes gestacional e no diabetes mellitus prévio à gestação?

A

DIABETES GESTACIONAL:

  • macrossomia (peso > 4kg)
  • polidrâminio
  • hipertrofia septal assimétrica
  • hipóxia intrauterina: provoca policitemia, com consequente hipocalcemia, hiperbilirrubinemia e icterícia
  • neonatais: hipoglicemia e desconforto respiratório
    📌hiperglicemia intraútero reduz produção de surfactante

DIABETES MELLITUS PRÉVIO:

  • 1º) malformações cardíacas (Tetralogia de Fallot, DSAV e coarctação de aorta)
  • 2º) defeitos de fechamento do tubo neural (anencefalia, hidrocefalia)
  • mais ESPECÍFICA: síndrome da regressão caudal

📌lembrar que a taxa de malformações tem relação direta com a hemoglobina glicada!

66
Q

Secundigesta, 23 anos, com 35 semanas e 3 dias de idade gestacional, portadora de diabetes mellitus tipo 1 e nefropatia diabética, retorna à consulta de pré-natal sem queixas.

Em tratamento regular com controle nutricional e insulinoterapia em esquema basal / bolus de múltiplas doses diárias.

A análise do perfil glicêmico da última semana demonstrou múltiplas hipoglicemias, principalmente no período pós prandial.

Qual provável complicação está se desenvolvendo, evidenciada pelo perfil glicêmico?

A

Gestante DIABÉTICA com VASCULOPATIA evoluindo com necessidade de REDUÇÃO DAS DOSES DE INSULINA -> INSUFICIÊNCIA PLACENTÁRIA

Temos uma gestante já com sinais de lesão de órgão alvo (nefropatia diabética) evoluindo na fase final da gestação com hipoglicemias, indicando necessidade de redução da insulina.

Esse é um preditor precoce de insuficiência placentária, estando indicada INTERNAÇÃO para avaliação da vitalidade fetal e programação de resolução da gestação.

67
Q

Primípara, 39 anos de idade, encontra-se na 8ª semana pós-parto normal, em aleitamento materno, e comparece à Unidade Básica de Saúde para reavaliação.

Refere ter tido diabetes gestacional controlada com dieta e atividade física.
Trouxe TOTG: jejum: 99; 2h: 142.

A hipótese diagnóstica do ponto de vista glicêmico é:

A

INTOLERÂNCIA À GLICOSE, indicado por uma glicemia de 2h entre 140 e 200.

O mais importante dessa questão é lembrar de sempre solicitar TOTG de 6-8 semanas para gestantes que tiveram DMG!

68
Q

Qual é a meta glicêmica durante o parto para gestantes com diabetes?

A

Entre 70 e 120 mg/dL

📌diante de hipoglicemia, fazemos SG 5% e diante de hiperglicemia iniciamos insulina regular.

69
Q

Quais são as indicações de rastreio para tireoidopatias na gestação segundo a FEBRASGO?

A

≥ 30 anos

História de doenças autoimunes

Obesidade mórbida

Histórico de abortamentos ou partos prematuros

📌o rastreio é feito pela dosagem de TSH

70
Q

Quando devemos iniciar o tratamento do hipotireoidismo na gestação?

A

Diferente do HIPERtireoidismo, no HIPOtireoidismo já iniciamos o tratamento em casos clínicos ou subclínicos.

Os valores e condutas para gestantes são:

  • TSH ≤ 2,5: eutireoidismo
  • TSH > 2,5 e ≤ 4: dosar anti-TPO
    📌se positivo, tratar com Levotiroxina
    50 mcg/dia
  • TSH > 4: tratar com Levotiroxina 2 mcg/kg/dia independente do T4L (clínico ou subclínico)
71
Q

V ou F: Gestantes com hipertireoidismo clínico merecem tratamento, enquanto aquelas com hipertireoidismo subclínico podem ter conduta expectante.

A

VERDADEIRO!

Diferente do HIPOtireoidismo, que sempre tratamos se TSH > 4, independente do T4L, no HIPERtireoidismo evitamos ao máximo as drogas antitireoidianas pelo risco de hipotireoidismo fetal.

📌o objetivo do tratamento é deixar o T4 livre no limite superior da normalidade, utilizando a menor dose possível de medicação.

Algo a mais:

  • Propiltiouracil: escolha no 1º tri
  • Metimazol: escolha no 2º e 3º tri
    📌risco de malformações no 1º
72
Q

Defina no mecanismo de parto: situação, apresentação, posição e atitude fetal

A

Situação:

  • relação entre eixo LONGITUDINAL fetal e materno

📌longitudinal, transversal ou oblíquo

Apresentação:

  • parte fetal que se insinua pelo estreito SUPERIOR

📌cefálico, pélvico ou córmico

Posição:

  • lado em que o DORSO se apresenta

📌direita ou esquerda, anterior ou posterior

Atitude:

  • relação entre PARTES FETAIS

📌flexão, deflexão ou com alterações latero-laterais (sinclitismo ou assinclitismos)

73
Q

Quais são os 4 tempos do mecanismo de parto?

A

1) INSINUAÇÃO:

  • passagem do MAIOR diâmetro da apresentação pelo estreito SUPERIOR da pelve
  • ocorre flexão da cabeça, para ter menor diâmetro (suboccipitobregmático)

2) DESCIDA:

  • migração da apresentação até o assoalho pélvico
  • ocorre a rotação interna, para ficar em occípito-púbica

3) DESPRENDIMENTO:

  • liberação da cabeça através da deflexão

4) RESTITUIÇÃO:

  • rotação externa, retornando à variedade de posição da insinuação
  • acomodação dos ombros e desprendimento de espáduas
74
Q

O que cada uma das 4 Manobras de Leopold avalia?

A

1) SITUAÇÃO fetal

  • relação do eixo longitudinal fetal com o materno
  • longitudinal, transversal ou oblíquo

2) POSIÇÃO fetal

  • lado em que o dorso se situa
  • direita, esquerda, anterior ou posterior

3) APRESENTAÇÃO fetal

  • parte fetal que se apresenta em direção à pelve
  • cefálico, pélvico ou córmico

4) INSINUAÇÃO fetal

  • vê se o maior eixo da apresentação passa pelo estreito superior da pelve
75
Q

Quais são os 4 tipos de formato de pelve? Qual possui melhor e pior prognóstico para o parto vaginal?

A

Ginecoide (50%):

  • formato arredondado
  • melhor prognóstico para o parto normal

Antropoide (25%):

  • diâmetro AP > transversal
  • prognóstico intermediário

Androide (20%):

  • formato triangular
  • pior prognóstico para o parto vaginal

Platipeloide (5%):

  • diâmetro AP reduzido
  • distocias na insinuação
76
Q

Resumão das conjugatas pélvicas

A

Conjugata ANATÔMICA (~11cm)

  • promontório à borda superior da sinfise púbica

Conjugata DIAGONALIS (~12cm)

  • promontório à borda inferior da sínfise púbica
  • pode ser medida pelo TOQUE VAGINAL

Conjugata VERA/OBSTÉTRICA (~10,5cm)

  • promontório à face posterior da sínfise púbica
  • diâmetro real que o bebê tem para passar
  • CÁLCULO: conjugata diagonalis - 1,5cm

Conjugata EXITUS

  • localizada no estreito inferior da pelve, muda durante o parto pela retropulsão do cóccix
    📌não limita o parto
77
Q

Qual é o ponto de maior estreitamento do canal de parto?

A

O diâmetro transversal (ou bi-isquiático) de uma espinha isquiática à outra, que corresponde ao PLANO 0 de De Lee.

78
Q

Gestante de 39 semanas, em período expulsivo, polo cefálico em lenta progressão. Logo após o desprendimento da cabeça fetal, ela se retrai sobre o períneo e permanece colada à vulva, não se completando a rotação externa.

A melhor conduta é:

A

Neste caso temos o clássico SINAL DA TARTARUGA, indicativo de distocia de ombros.

As manobras que utilizamos neste contexto são:

  • McRoberts: hiperflexão das coxas
  • Rubin I: pressão suprapúbica para baixo e lateral
  • Gaskin: 4 apoios
  • Posição de Running Start: elevar e dobrar o joelho do lado do dorso fetal

Se não ocorrer resolução, partimos para as MANOBRAS INTERNAS:

  • Jacquemier: desprendimento do braço posterior
  • Rubin II: desprendimento do braço anterior
  • Woods: roda o ombro posterior em 180°, como SACA ROLHAS

📌MEDIDA HERÓICA = ZAVANELLI (voltar com a cabeça para dentro do canal de parto)

79
Q

Resumo dos principais pontos de referência, suturas e diâmetros de acordo com a apresentação fetal

A

FLETIDA

  • Lambda (occipito)
  • Sutura sagital
  • Diâmetro suboccipitobregmático (9,5cm)

DEFLETIDA DE 1° GRAU

  • Bregma
  • Sutura sagitometópica
  • Diâmetro occipitofrontal (12cm)

DEFLETIDA DE 2° GRAU

  • Glabela (nariz)
  • Sutura metópica
  • Diâmetro occipitomentoniano (13cm)

DEFLETIDA DE 3° GRAU

  • Mento
  • Linha facial
  • Diâmetro submentobregmático (9,5cm)

PÉLVICA

  • Sacro

CÓRMICA (ombro)

  • Acrômio
80
Q

Como está a sutura sagital nos assinclitismos anteriores e posteriores, respectivamente?

A

É contraintuitivo, mas…

Assinclitismo ANTERIOR = sutura sagital está mais próxima do SACRO

Assinclitismo POSTERIOR = sutura sagital está mais próxima do PÚBIS

81
Q

Quais são as principais manobras utilizadas no parto pélvico?

A

DESPRENDIMENTO DE ESPÁDUAS:

  • manobra clássica
  • manobra de Deventer-Müller (pêndulo)
  • manobra de Rojas (atrito com eixo axial)

CABEÇA DERRADEIRA:

  • manobra de Liverpool (deixar o bebê pendente para descer a cabeça)
  • manobra de Mauriceau (introduz dedos na boca do bebê para fletir a cabeça)
  • manobra de Bracht (tracionar o bebê em direção ao abdome materno) -> 1ª escolha
82
Q

G.M.A., 28 anos, G2P1NA0, 16 semanas. Vem à primeira consulta de pré-natal. Descobriu gestação tardiamente, por sangramento irregular no início da gestação. Refere prematuridade prévia, com parto vaginal com 30 semanas. Nega outras comorbidades.

Qual é a conduta mais adequada?

A

INICIAR PROGESTERONA VAGINAL + MEDIDA SERIADA DO COLO DE 16-24 SEMANAS

Observe que trata-se de gestante com alto risco para trabalho de parto prematuro, sendo os principais fatores de risco:

  • PARTO PREMATURO ANTERIOR (mais importante);
  • sobredistensão uterina (gemelaridade, polidramnia, miomatose);
  • cirurgia cervical prévia;
  • anemia;
  • desnutrição;
  • infecção;
  • drogas.

Além disso, podemos lançar mão de marcadores de risco para o parto pré-termo:

  • USTV 18-24 semanas: colo < 25mm
    📌gestante de baixo risco = avaliação única no morfológico de 2º trimestre; gestante de alto risco = avaliação seriada a partir de 16 semanas
  • Fibronectina fetal: possui alto valor preditivo negativo
    📌negativo = NÃO nasce em 7 dias

Em pacientes com história de parto prematuro espontâneo anterior, está indicada progesterona INDEPENDENTE DA MEDIDA DO COLO, devendo ser iniciada com 16 semanas - o que é o caso da paciente!

‼️RESUMINDO: prematuro anterior OU colo curto = progesterona‼️

83
Q

Quais são as 3 situações em que a cerclagem está indicada e qual é a técnica de escolha?

A

Indicações de cerclagem:

  • 12-16 semanas em pacientes com história prévia de insuficiência cervical, mesmo sem a medida do colo
    📌pelo menos DUAS perdas de 2º trimestre com clínica compatível
  • 12-16 semanas em pacientes com história prévia de prematuridade E colo curto (≤ 25mm)
  • 14-26 semanas em pacientes com insuficiência cervical estabelecida (dilatação sem contração, com prolapso de membranas)
    📌medida heróica

Técnicas:

  • ESCOLHA: McDonald (sutura em bolsa)
  • transabdominal: em caso de falha ou impossibilidade da transvaginal

📌 remover sutura com 36 semanas

84
Q

Qual é o padrão ouro no diagnóstico da amniorrexe prematura e em quais situações deve-se resolver a gestação de imediato?

A

O diagnóstico da RPMO se dá pelo exame especular (padrão ouro):
• pH alcalino
cristalização positiva

Diante de VITALIDADE PRESERVADA, AUSÊNCIA DE CONTRAÇÕES e de INFECÇÃO, realizamos internação para corticoterapia e antibioticoterapia:

  • Ampicilina 2 g, EV, 6/6h, por 48 horas
  • Amoxicilina 500mg, VO, 8/8h, por 5 dias
  • Azitromicina 1 g, VO, dose única

RESOLVER a gestação se:

  • alteração da vitalidade fetal
  • trabalho de parto espontâneo
    ‼️RPMO contraindica tocólise‼️
  • sinais de infecção (corioamnionite)
  • ≥ 34 semanas
85
Q

Qual é a via de parto de escolha na corioamnionite?

A

Diante da suspeita de corioamnionite devemos administrar antibiótico e RESOLVER A GESTAÇÃO!

A via de parto de escolha é a vaginal, pelo risco de peritonite purulenta na cesárea

86
Q

Condutas diante do trabalho de parto prematuro e principais tocolíticos e seus efeitos adversos

A

24-34 semanas:

1) CORTICOIDE

  • Betametasona 12mg 24/24h
  • Dexametasona 6mg 12/12h (Dexa Duas vezes)

2) SULFATO DE MAGNÉSIO

  • apenas para < 32 semanas
  • neuroproteção fetal

3) TOCÓLISE

  • contraindicações:
    • alteração de vitalidade fetal
    • infecção (corioamnionite)
    • bolsa rota
  • agentes:
    B2 agonista (evitar em cardiopatia e DM)
    indometacina (evitar em >32sem - fechamento precoce ducto arterioso)
    nifedipina (evitar em ICC e hipotensão)
    atosiban 💖: sem efeitos colaterais

> 34 semanas: PARTO!!
📌 avaliar profilaxia para GBS:

  • Penicilina G 5 milhões UI + 2,5 milhões UI a cada 4 horas ou
  • Ampicilina 2g + 1g a cada 4 horas
87
Q

Quais são as 3 principais indicações para indução de parto e quando utilizamos ocitocina e misoprostol?

A

Indicações:
• 42 semanas ou mais
corioamnionite
RPMO > 34 semanas

Ocitocina: Bishop ≥ 6
📌padrão A: colo Aberto, Apagado, Amolecido, Anterior, Apresentação > 0

Misoprostol para preparo de colo ruim (Bishop ** < 6)
📌
cicatriz uterina = Krause (sonda
Foley)

88
Q

Cite as 5 principais alterações do trabalho de parto identificadas ao partograma

A

1) fase ativa prolongada:

  • dilatação < 1cm/h por 2h
  • cd: dembulação/ocitocina/amniotomia

2) parada secundária da dilatação:

  • dilatação mantida em 2h
  • contrações boas = DCP -> cesárea

3) parada secundária da descida:

  • altura mantida por 1h
  • se altura - 1 = DCP -> cesárea

📌só dá pra diagnosticar se tiver dilatação completa (10cm)

4) período pélvico prolongado:

  • descida muito lenta, mas não parou
    📌> 1h em multíparas ou > 2h em nulíparas (soma 1h em caso de analgesia)
  • se altura +1 = fórceps

5) parto taquitócito:

  • dilatação + descida + expulsão em até 4h
89
Q

Quais são os 4 períodos clínicos do parto, suas subdivisões e as principais distócias/complicações de cada um?

A

1°) DILATAÇÃO: início do trabalho de parto até dilatação completa.

  • fase latente: orientar a paciente a aguardar em casa até sinais francos de trabalho de parto
  • fase ativa: varia, mas, em geral, a partir de 4cm de dilatação. INTERNAR e iniciar registro no PARTOGRAMA

📌distócias: fase ativa prolongada e parada secundária da dilatação

2°) EXPULSUVO: se inicia com a dilatação completa (10 cm) até a saída fetal.

  • fase passiva/pélvica: sem sensação de puxo involuntário
  • fase ativa/perineal: esforço materno ativo

📌distócias: período expulsivo prolongado e parada secundária da descida

3°) SECUNDAMENTO: descolamento e expulsão da placenta.

  • manejo ativo: ocitocina 10 Ul IM + tração controlada + clampeamento oportuno do cordão

📌retenção placentária: não expulsão da placenta após 30 minutos

4°) GREENBERG: 1h após o secundamento, com atenção para hemorragias puerperais.

  • > 1000mL em parto cesáreo e >500mL em parto vaginal
  • hemorragia puerperal maciça: >2000mL
90
Q

Como deve ser realizada a ausculta do BCF nas fases ativa e expulsiva de gestantes de risco habitual e alto risco?

A

FASE ATIVA:

  • risco habitual: 30 min
  • alto risco: 15 min

FASE EXPULSIVA:

  • risco habitual: 15 min
  • alto risco: 5 min
91
Q

Quais são as condutas, em ordem de realização, para o controle de hemorragias puerperais por atonia uterina?

A

1) massagem uterina bimanual (manobra de Hamilton)

2) ácido tranexâmico + uterotônicos:

  • ocitocina EV
  • derivados do Ergot (metilergometrina)
    📌contraindicado se HAS
  • misoprostol retal

3) CASOS REFATÁRIOS:

  • balão de Bakri ou sonda Foley
    📌permanência máxima de 24h
  • ligadura/embolização de artérias uterinas
  • sutura compressiva de B-Lynch
  • EM ÚLTIMO CASO: histerectomia puerperal
92
Q

Qual é a manobra utilizada no manejo da inversão uterina?

A

Manobra de Taxe

93
Q

Como é calculado o índice de Bishop e como ele é usado na definição da conduta na indução do parto?

A

Altura da apresentação:

  • 0: -3
  • 1: -2
  • 2: -1 ou 0
  • 3: +1 ou +2

Dilatação:

  • 0: 0cm
  • 1: 1-2cm
  • 2: 3-4cm
  • 3: 5cm ou mais

Apagamento:

  • 0: 0-30%
  • 1: 40-50%
  • 2: 60-70%
  • 3: 80% ou mais

Consistência

  • 0: firme
  • 1: intermediária
  • 2: amolecida

Posição:

  • 0: posterior
  • 1: centralizado
  • 2: anterior

CONDUTA:

  • < 6: preparo do colo
    📌misoprostol ou mecânico (Krause) se contraindicações
  • ≥ 6: ocitocina direto
94
Q

Quais são os principais tipos de fórcipes e os critérios para sua aplicabilidade?

A

1) Simpson

  • mais utilizado
  • rotações até 45°

2) Piper

  • pélvico
  • cabeça derradeira

3) Kielland

  • variedade de posição transversa
  • rotação de 90°
  • corrige assinclitismos

Critérios de aplicabilidade:

  • pegada ideal: biparietomalomentoniana
  • dilatação total (10cm)
  • bolsa rota
  • altura da apresentação > +1
  • bexiga materna vazia (sondar se necessário)

📌OBS: vácuo extrator
- NÃO pode em deflexão
- NÃO pode ≤ 34 semanas

95
Q

Quando está indicada a episiotomia, qual é a técnica preferencial e quais músculos são seccionados?

A

As indicações são controversas, mas devemos saber que NÃO É FEITA DE ROTINA!

A técnica de escolha é a médio-lateral, pelo menor risco de laceração de alto grau! Os músculos seccionados são:

  • bulboesponjoso
  • transverso superficial do períneo

📌a mediana apresenta menos sangramento e menos dor, porém há maior risco de lesão de canal anal

Graus de laceração perineal:

1°) só mucosa;
2º) camada muscular do períneo;
3°) esfíncter anal;
4°) mucosa retal.

96
Q

Quando esperamos, no puerpério, que ocorra:

  • involução uterina
  • fechamento do colo
  • apojadura do leite
  • mudança e tipos de lóquios
A

Involução uterina:

  • pós parto: entre cicatriz umbilical e sínfise púbica, no globo de segurança de Pinard
  • ritmo de 1cm/dia
  • após 2 semanas: pélvico (não palpável)

Fechamento do colo

  • após 1 semana: < 1 cm

Apojadura do leite

  • após 48 a 72h

Lóquios:

  • rubra (vermelho): até o 3° dia
  • fusca (castanho): até o 10° dia
  • flava (amarelo): até o 21° dia
  • alba (branco): a partir do 21° dia
97
Q

O que é a Tríade de Bumm e qual condição clínica ela indica?

A

A Tríade de Bumm é indicativa de ENDOMETRITE PUERPERAL, e é composta por: útero amolecido, subinvoluído e doloroso.

A etiologia é POLIMICROBIANA, devendo ser tratada com clindamicina + gentamicina EV.

📌PEGADINHA DE PROVA: nesse caso, a infecção ocorre precocemente! pensamos em germes de pele como estafilococos em infecções mais tardias, de sítio cirúrgico

98
Q

Diferencie as 3 condições psíquicas puerperais:

A

1) Blues ou disforia puerperal:

  • prevalência de 80%
  • autolimitada
  • não interfere na capacidade de cuidar do bebê

2) Depressão pós parto:

  • prevalência de 10-20%
  • pode durar meses
  • interfere significativamente na capacidade de cuidar de si mesma e do bebê

3) Piscose puerperal:

  • prevalência de 0,1-0,2%
  • emergência psiquiátrica que requer intervenção médica imediata (risco de suicídio e infanticídio)
  • cursa com alucinações, delírios e comportamento bizarro
99
Q

Quais são os métodos contraceptivos contraindicados no puerpério?

A

LACTANTE:

  • até 6 semanas pós parto: evitar acetato de medroxiprogesterona IM (categoria 3)
    📌outros métodos de progesterona são categoria 2
  • até 6 meses pós parto: métodos combinados contraindicados
  • ≥ 6 meses: PODE TUDO

NÃO LACTANTE:

  • < 3 semanas pós parto: métodos combinados contraindicados
  • ≥ 3 semanas: PODE TUDO

📌DIU de cobre deve ser inserido nas primeiras 48h ou após 4 semanas do parto

100
Q

Quais são os principais exames de rastreio e de diagnóstico de anomalias genéticas fetais? A partir de qual idade gestacional cada um pode ser realizado?

A

NIPT:
📌a partir de 9-10 SEMANAS

  • teste não invasivo (identifica DNA fetal no sangue materno)
  • versão simples: síndrome de Down (+21)
  • versão ampliada: síndromes de
    Patau (+13), Edwards (+18) e Turner (45,X)
  • outras versões menos disponíveis: síndromes cri-du-chat (síndrome do miado do gato) e síndrome de DiGeorge
    📌aumenta a taxa de falso-positivo do teste

‼️PEGADINHA DE PROVA: pode ser usado em gestações gemelares, mas tem performance pior

RASTREAMENTO BIOQUÍMICO:

  • duplo: PAPP-A + HCG
    📌a partir de 11-14 SEMANAS
  • triplo/quádruplo: AFP + estriol não conjugado + HCG + inibina A
    📌a partir de 15-18 SEMANAS

RASTREAMENTO MORFOLÓGICO:
📌11-14 SEMANAS

  • translucência nucal até 2,5mm
  • ducto venoso (onda A reversa = cardiopatia)
  • osso nasal (não visível/hipoplásico = alteração genética)

Diante de alterações no rastreamento ou de casais de ALTO RISCO (mãe > 35 anos, HP de anomalias congênitas e consanguinidade), fazemos cariótipo:

  • Biópsia de vilo corial
    📌10-13 SEMANAS
  • Amniocentese
    📌a partir de 14 SEMANAS
  • Cordocentese
    📌a partir de 18 SEMANAS
    *obs: por apresentar maior taxa de perda gestacional, atualmente só é utilizado na doença hemolítica
101
Q

Qual é o antiemético de escolha nos casos de hiperêmese gravídica?

A

ONDANSETRONA

102
Q

Como é dado o diagnóstico de CIUR e quais são os seus 3 tipos de apresentação?

A

O diagnóstico é suspeitado a partir de uma medida de fundo uterino 3 cm menor do que a idade gestacional, sendo confirmado por:

  • peso fetal < p3 ou
  • peso fetal < p10 com Doppler alterado

📌indicador mais sensível: CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL

Tipos:

  • simétrico (tipo 1):
    • 5-10% dos casos
    1ª metade da gestação
    • causas: cromossomopatias, drogas, TORCHS
  • assimétrico (tipo 2):
    • 80% dos casos
    • 3° trimestre
    • causa: insuficiência placentária
  • misto (tipo 3):
    • raro
    • assimétrico precoce
103
Q

Resumão de Doppler fetal:

A

1) Artéria UTERINA:

  • circulação materna
  • persistência da incisura bilateral após 26 semanas = risco de pré eclâmpsia

2) Artéria UMBILICAL:

  • circulação placentária
  • normal: BAIXA resistência e ALTO fluxo
  • alterações:
    > p95 (aumento da resistência)
    diástole zero / reversa

3) Artéria CEREBRAL MÉDIA:

  • circulação fetal
  • normal: ALTA resistência e BAIXO fluxo
  • centralização fetal: < p5 (queda da resistência)
    >= 32 sem: resolver gestação
    • < 32 sem: ver ducto venoso
    . onda A negativa » resolver IMEDIATO
    . normal » resolver após corticoide

📌órgãos nobres fetais: coração, cérebro e ADRENAIS

104
Q

Paciente 35 anos, primigesta, 39 semanas. Em consulta de pré natal, foi observada fundo uterino < p10 para idade gestacional. Última ultrassonografia com peso fetal entre p3 e p10.

A dopplervelocimetria das artérias uterinas, umbilicais e cerebral média foi < p95, < p95 e > p5, respectivamente.

Qual é o diagnóstico?

A

Temos um feto com BAIXO PESO PARA A IDADE GESTACIONAL, ou PIG!

Para ser CIUR, precisa ter:

  • peso < p3 ou
  • peso entre p3 e p10 COM alteração no Doppler

📌relembrando sobre doppler fetal:

  • artéria UMBILICAL normal tem BAIXA resistência (< p95) e ALTO FLUXO
  • artéria CEREBRAL MÉDIA normal tem ALTA RESISTÊNCIA (> p5) e BAIXO FLUXO
105
Q

Quais são os parâmetros de uma cardiotocografia normal?

A

1) linha de base: 110-160 bpm

2) variabilidade: 6-25 bpm

3) acelerações:

  • aumento de 15 bpm por 15 segundos
  • reativo = 2 acelerações em 20 min

4) desacelerações precoces ou DIP 1

📌desacelerações patológicas (DIP 2 e 3) veremos no próximo flashcard

106
Q

Quais são os 3 tipos de desaceleração observadas na cardiotocografia e as suas causas?

A

DIP 1 / PRECOCE / CEFÁLICO:

  • coincide com a contração
  • causa: compressão cefálica
  • benigno

DIP 2 / TARDIO:

  • após a contração
  • causa: asfixia
  • indica sofrimento agudo

DIP 3 / VARIÁVEL / UMBILICAL:

  • não tem relação com contrações
  • causa: compressão do cordão
  • indícios de evolução desfavorável:
    • recuperação lenta
    • sem retorno à linha de base
    bifásica (em W)‼️
107
Q

Quais são as 3 categorias de cardiotocografia e a conduta para cada uma?

A

✅CATEGORIA 1

  • linha de base de 110-160 bpm
  • variabilidade normal (6-25bpm)
  • sem DIP 2 ou 3
  • cd: acompanhar

CATEGORIA 2:

  • nem 1 nem 3
  • cd: repetir ou fazer PBF

❌ CATEGORIA 3:

  • bradicardia ou
  • ausência de variabilidade ou
  • presença de DIP 2 ou 3 recorrentes
  • cd: parto
108
Q

Quais são os parâmetros avaliados pelo perfil biofísico fetal, e qual é o primeiro e o último a se alterar no sofrimento fetal agudo?

A

O perfil biofísico fetal pontua em um total de 10, com cada parâmetro valendo 2 pontos:

1) Cardiotocografia (FC)
📌primeiro parâmetro que altera no agudo

2) Volume de líquido amniótico (ILA)
📌alteração crônica

3) Movimento fetal

4) Movimento respiratório fetal

5) Tônus fetal
📌último parâmetro que altera no agudo