GINECOLOGIA Flashcards
Quando NÃO posso utilizar podofilina tópica no tratamento de condilomas?
1) ‼️GESTANTES
2) Áreas de MUCOSA ou feridas abertas
3) Lesões ressecadas previamente (pegadinha de prova!! a podofilina não previne recorrência)
Outros tratamentos possíveis são:
- Ácido tricloroacético (ATA) 80-90%
- Eletrocauterização
- Crioterapia
- Exérese cirúrgica “shaving”
📌para tratamento DOMICILIAR, só podemos utilizar ativos mais fracos, devido aos riscos de queimadura com o ATA ou com a Podofilina. Exemplos são:
- Imiquimode 50 mg/g
- Podofilotoxina
Mulher de 50 anos de idade com história prévia de carcinoma lobular invasivo da mama, em uso de tamoxifeno, apresenta ECO endometrial de 8mm.
Qual a conduta?
Acompanhamento clínico.
O tamoxifeno age como bloqueador hormonal nas mamas, porém tem efeito PRÓ-ESTROGÊNIO no ENDOMÉTRIO, favorecendo o espessamento deste. Assim, nessas pacientes, só se investiga câncer de endométrio em casos SINTOMÁTICOS, com SUA.
📍Relembrando os pontos de corte para investigação nas demais pacientes:
• > 4-5 mm sem TH
• >8mm com TH
Paciente de 19 anos relata relação desprotegida há quatro dias (100 horas). DUM há duas semanas. Procura UBS para contracepção de emergência.
Qual a conduta?
DIU de cobre, pois pode ser utilizado como contracepção de emergência até após 120 horas da relação, além de ser um LARC.
📍 A contracepção de emergência medicamentosa com Levonorgestrel 1,5mg VO deve ser feita IDEALMENTE até 3 dias, mas pode ser tentada até 5 dias.
Descreva as características hormonais, ovarianas, endometriais e do muco cervical durante a fase FOLICULAR
A fase FOLICULAR é a primeira do ciclo menstrual e tem duração variável, determinada pelo tempo de evolução do folículo dominante.
A liberação de GNRH é de maior frequência e menor amplitude
Os principais eventos hormonais são:
1º) aumento do FSH
2º) recrutamento do folículo dominante
3º) produção de ESTROGÊNIO e INIBINA B pelo folículo
4º) liberação de pequena quantidade de progesterona, responsável pelo pico de LH
5º) OVULAÇÃO
📍a ovulação ocorre 30-36h após o início do aumento de LH, e 10-12h após o seu pico
‼️Nos OVÁRIOS ocorre a produção de TESTOSTERONA nas células da TECA sob estímulo do LH; e posterior conversão em ESTROGÊNIO nas células da GRANULOSA pela ação da AROMATASE, sob estímulo do FSH‼️
O ENDOMÉTRIO está em fase PROLIFERATIVA
O muco cervical é FINO e TRANSPARENTE, com cristalização
Descreva as características hormonais, ovarianas, endometriais e do muco cervical durante a fase LÚTEA
A fase LÚTEA inicia-se após a ovulação e possui duração fixa de 14 dias
A liberação de GNRH ocorre com menor frequência e maior amplitude
Os principais eventos hormonais são a liberação de PROGESTERONA e INIBINA A pelo corpo lúteo, responsáveis por estabilizar o endométrio e diminuir a liberação de gonadotrofinas
O endométrio está em fase SECRETORA
O muco cervical é ESPESSO e ESBRANQUIÇADO, sem cristalização
📍se não ocorrer fecundação, o corpo lúteo involui, com queda da progesterona e da inibina A, levando ao início de novo ciclo
Quais são os 3 tipos de androgênios e onde eles são produzidos?
TESTOSTERONA e ANDROSTENEDIONA são produzidos nas células da TECA, nos OVÁRIOS
DHEA (desidroepiandrostenediona) tem produção pela SUPRARRENAL
Uma mulher que nunca utilizou qualquer tipo de anticoncepcional e nunca engravidou, tendo ciclos regulares, provavelmente ovulou quantas vezes ao longo do menacme?
Em torno de 400 vezes
Qual é o tipo de estrogênio predominante em cada fase de vida da mulher?
ESTRIOL: infância e gestação (produção placentária e periférica)
ESTRADIOL: menacme (produção ovariana)
ESTRONA: menopausa (produção principal pelo tecido adiposo periférico é um pouco pelos ovários)
Descreva as estruturas responsáveis pela diferenciação sexual masculina e feminina
CARIÓTIPO XY:
• Células de SERTOLI -> hormônio ANTIMULLERIANO -> regressão dos ductos paramesonéfricos
• Células de LEYDIG -> TESTOSTERONA -> desenvolvimento dos ductos MESONÉFRICOS/de WOLFF -> ducto deferente + epidídimo
CARIÓTIPO XX:
• ausência de hormônio antimulleriano -> desenvolvimento dos ductos PARAMESONÉFRICOS/de MULLER -> útero + 2/3 superior da vagina
• ausência de testosterona -> regressão dos ductos de wolff
Diferencie as causas de amenorréia primária quanto ao seu cariótipo
45, X0: Turner
46, XY: Morris e Swyer
46, XX: Rokitansky, Savage e Kallmann
Qual é a tríade característica da síndrome de Kallmann?
Amenorreia + anosmia + cegueira para cores
Como são divididos os compartimentos na investigação das amenorreias?
I: útero/vagina
II: ovários
III: hipófise
IV: hipotálamo
Quando iniciar a investigação nas amenorreias PRIMÁRIA e SECUNDÁRIA?
PRIMÁRIA:
• 13-14 anos SEM características sexuais secundárias;
• 15-16 anos COM características sexuais secundárias;
• 5 anos após telarca quando esta ocorreu antes dos 10 anos de idade
SECUNDÁRIA:
• 3 meses sem menstruação;
• 3 ciclos sem menstruação;
• < 9 menstruações em 1 ano
Descreva as principais síndromes causadoras de amenorreia PRIMÁRIA quanto à sua fisiopatologia
ROKITANSKY:
• agenesia mulleriana (vagina curta, sem útero)
• cariótipo normal
• mamas e pelos normais
MORRIS:
• insensibilidade completa aos androgênios
• vagina curta, sem útero
• mamas normais
• AUSÊNCIA DE PELOS
SAVAGE:
• ovário resistente às gonadotrofinas
• cariótipo normal
SWYER:
• disgenesia gonadal XY
• testículos não funcionantes -> GONADECTOMIA❗️
TURNER:
• disgenesia gonadal X0
• ovários em fita
• pescoço alado + baixa estatura + linfedema + tórax em escudo
KALLMANN:
• falha na migração dos neurônios produtores de GnRH
• anosmia + cegueira para cores
Qual é a malformação mulleriana de PIOR PROGNÓSTICO?
Útero septado
Descreva a sequência da investigação da amenorreia PRIMARIA
1) avaliar características sexuais secundárias
• AUSENTES -> dosar FSH
• PRESENTES -> avaliar ANATOMIA
📍anatomia:
• vagina curta/ausente -> cariótipo + USG
• vagina normal -> investigação igual à da secundária
📍FSH:
• alto = disgenesia gonadal -> cariótipo
• baixo = causa central -> teste de GnRH
- positivo = causa hipotalâmica
- negativo = causa hipofisaria
Descreva a sequência de investigação da amenorreia SECUNDÁRIA
1) BHCG
2) TSH + prolactina
3) teste da progesterona
📍positivo = anovulação
4) teste do estrógeno + progesterona
📍negativo = causa uterovaginal
5) dosagem FSH
📍> 20: insuficiência ovariana
📍< 5: causa central
6) teste do GnRH
📍positivo: causa hipotalâmica
📍negativo: causa hipofisária
Como são feitos os testes da PROGESTERONA e do ESTRÓGENO + PROGESTERONA na investigação de amenorreias?
PROGESTERONA: acetato de medroxiprogesterona 5-10mg por 7-10 dias
ESTRÓGENO + PROGESTERONA: estrogênio por 21 dias + adição de progesterona nos últimos 5 dias
Quais as malformações cardiovasculares mais comuns na síndrome de Turner?
Coarctação da AORTA
Valva AÓRTICA bicúspide
Aneurisma/dissecção de AORTA
Critérios diagnósticos para a insuficiência ovariana
Alterações menstruais há pelo menos 4 MESES
FSH > 25 em duas medidas com intervalo de 4 SEMANAS
Clínica da hiperprolactinemia
• AMENORREIA
• GALACTORREIA
• HIPOESTROGENISMO (inibe a pulsatilidade do GnRH) -> infertilidade, osteoporose
• HIPERANDROGENISMO (aumenta secreção adrenal) -> acne, hirsutismo
• se adenoma, sintomas compressivos (cefaleia, alterações visuais)
Principais causas MEDICAMENTOSAS de hiperprolactinemia
Antidepressivos/ansiolíticos: amitriptilina, fluoxetina, paroxetina, buspirona
Neurolépticos: clorpromazina, risperidona, haloperidol, prometazina
Antieméticos: metoclopramida, domperidona
Antihipertensivos: verapamil, metildopa
Classificação e conduta nos PROLACTINOMAS
Classificação:
• microadenoma < 10mm
• macroadenoma > 10mm
• adenoma gigante > 4cm
Conduta:
1) TRATAMENTO MEDICAMENTOSO COM AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS: cabergolina, bromocriptina
📍cabergolina mais usada e com menos efeitos adversos
2) cirurgia se falha do tratamento clínico ou sintomas compressivos
3) radioterapia se falha do tratamento cirúrgico
Mulher, 35a, vem encaminhada do ambulatório de gastrocirurgia com queixa de irregularidade menstrual: refere ciclos de 3 a 4 dias de duração, com intervalo de 15 a 40 dias entre os ciclos. Antecedente pessoal: duas gestações prévias, com dois partos vaginais e cirurgia bariátrica disabsortiva há 10 meses, com perda de 30 Kg. Ultrassonografia transvaginal: sem alterações.
Qual é o método contraceptivo mais indicado?
Em mulheres submetidas a cirurgias disabsortivas de trato gastrointestinal, formulações de anticoncepcionais orais podem sofrer redução de seus efeitos.
Uma boa opção para a irregularidade menstrual é o INJETÁVEL MENSAL COMBINADO