CARDIO Flashcards

1
Q

Uma mulher de 57 anos de idade, hipertensa, diabética e dislipidêmica foi internada na enfermaria de clínica médica devido a pielonefrite e, atualmente, está em D5 de ceftriaxone endovenoso. Devido a desconforto torácico e leve dessaturação, foi solicitada uma angiotomografia arterial de tórax, que deu positivo para tromboembolismo pulmonar em ramo proximal de artéria pulmonar direita. Durante a noite, houve piora clínica: PA de 89x57 mmHg; FC de 118 bpm; temperatura de 38,7 oC; e TEC = 4,5 segundos. Cava com variabilidade inspiratória > 50 %. Não foi observado sinal de McConnell ou D sign.

VERDADEIRO ou FALSO: devido à instabilidade hemodinâmica, essa paciente possui indicação de trombólise.

A

FALSO!!

A causa da instabilidade hemodinâmica da paciente não é TEP, uma vez que ela não possui sinais de insuficiência ventricular direita (SINAL DE MCCONNELL ou D SIGN) e possui boa variabilidade da cava, indicando ausência de congestão.

Essa paciente provavelmente está evoluindo com SEPSE, possuindo indicação de escalonamento antibiótico, bem como de ANTICOAGULAÇÃO para TEP.

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2
Q

Até quanto tempo pode trombolisar IAM, AVC e TEP?

A

AVC isquêmico = 4,5h

IAM com supra = 12h

TEP = 14 dias

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3
Q

Quais são os critérios utilizados no diagnóstico de hipertensão?

A

• 2 medidas em pelo menos 2 consultas >= 140x90

1 medida >= 180x110

• MAPA:
- 24h >= 130x80
- vigília >= 135x85
- sono >= 120x70

• MRPA >= 130x80

• presença de lesão de órgão alvo (mesmo se normotenso)

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4
Q

Estágios de classificação da pressão arterial

A

PA ótima: < 120x80
PA normal: < 130x85

Pré HAS: 130x85
HAS 1: 140x90
HAS 2: 160x100
HAS 3: 180x110

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5
Q

Quais são os exames iniciais obrigatórios para pacientes com diagnóstico de HAS?

A

📌AVALIAÇÃO DE COMORBIDADES:
Glicemia/HbA1C
Perfil lipídico

📌AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO:
Potássio (iECA/BRA causam hiperK)
Ácido úrico (tiazídicos aumentam uricemia)

📌AVALIAÇÃO DE LOA:
• Urina EAS
ECG
Fundoscopia

🚨cuidado com as pegadinhas de prova! Sódio, Ureia, Raio X tórax, etc NÃO são exames obrigatórios!

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6
Q

PA alvo e esquema de tratamento inicial em diferentes grupos de pacientes com HAS

A

Em geral, o alvo é < 140x90, mas se alto risco cardiovascular (DRC, DM, doença cardiovascular, LOA), manter < 130x80.

MONOTERAPIA para pré-HAS com alto risco cardiovascular e HAS ESTÁGIO 1 com baixo risco cardiovascular!

Todos os demais já receberão DOIS FÁRMACOS DE 1ª linha

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7
Q

Cite os principais representantes, benefícios e efeitos adversos das classes de anti-hipertensivos a seguir:

1) iECA/BRA
2) Tiazídicos
3) BCC
4) Betabloqueadores

A

1) iECA / BRA
• escolha em DRC, DM e ICC
• menos eficazes em pacientes negros
• efeitos adversos:
- IRA: contraindicado se Cr >3 ou estenose aa renal bilateral
- hipercalemia: contraindicado se K >5,5
- tosse crônica / angioedema (só iECA)

2) Tiazídicos
• efeitos adversos:
- 4 hipos: volemia, Na, K, Mg
- 4 hipers: calcemia, uricemia, (contraindicado em gota), glicemia e lipemia (cautela em DM e dislipidemia)
• contraindicados em TFG < 30

3) ВСС
• escolha em DAOP
• efeito adverso: edema MMII (contraindicado em ICC)

4) Betabloqueadores
• disfunção erétil
contraindicado em BAV 2º/3º grau

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8
Q

Diferencie urgência, emergência e pseudocrise hipertensiva

A

Emergência hipertensiva
• tem LESÃO DE ÓRGÃO ALVO aguda e progressiva, com risco iminente de morte (AVE, encefalopatia hipertensiva, IAM, dissecção aguda aorta, IRA e edema agudo de pulmão)
• NITROPRUSSIATO e/ou NITROGLICERINA EV -> redução de 25% em 1h
📌não utilizar nitroprussiato no IAM

Urgência hipertensiva
• NÃO tem lesão de órgão-alvo
• CAPTOPRIL e/ou CLONIDINA VO -> redução em até 24 horas

Pseudocrise:
• elevação da PA secundária a outro sintoma (dor, ansiedade e estresse emocional)
• cd: sintomáticos para a causa base

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9
Q

Em quais situações de AVE a pressão arterial deve ser tratada?

A

AVE isquêmico sem indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >220/120 mmHg.

AVE isquêmico com indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >185/110 mmHg.

AVE hemorrágico: tratar se for hipertenso

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10
Q

Quais são os achados típicos da nefroesclerose benigna e maligna?

A

BENIGNA:
• mais comum!!
microalbuminúria
• histopatológico: arterioloesclerose hialina

MALIGNA:
insuficiência renal progressiva, hematúria, proteinúria
• histopatológico: arterioloesclerose hiperplásica (“bulbo de cebola”)

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11
Q

Graus de retinopatia hipertensiva

A

Classificação Keith-Wagener

1) estreitamento arteriolar (crônica)

2) cruzamento arteriovenoso
patológico
(crônica)

3) hemorragia/exsudato retiniano
(aguda)

4) papiledema (aguda)

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12
Q

Cite as principais causas de hipertensão secundária, seus achados clínicos e métodos diagnósticos

A

DRC:
• clinica: insuficiência renal, edema
• dx: elevação de escórias, USG

HAS RENOVASCULAR (estenose aa renal)
• clínica: sopro abdominal, hiperatividade SRAA (hipocalemia + alcalose)
• dx: angioTC ou angiografia renal

HIPERALDOSTERONISMO
• clínica: hipocalemia + alcalose
• dx: elevação aldosterona +
queda renina

FEOCROMOCITOMA
• clínica: crises adrenérgicas (liberação não é constante)
• dx: metanefrinas e catecolaminas urinárias

SAHOS
• clínica: roncos, sonolência
• dx: polissonografia

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13
Q

Classifique a insuficiência cardíaca quanto à fracasso de ejeção:

A

Reduzida: < 40%

Levemente reduzida/intermediária: 41%-49%

Preservada: > 50%

Melhorada: < 40% prévia, mas com tratamento teve um aumento de pelo menos 10%

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14
Q

Classificação de NYHA para insuficiência cardíaca:

A

NYHA I: Assintomático

NYHA II: Levemente sintomático (cansaço em atividades habituais)

NYHA III: Sintomático (cansaço em atividades menores que as habituais)

NYHA IV: Sintomático em repouso

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15
Q

Classificação da AHA para insuficiência cardíaca:

A

Estágio A:
• Há FATORES DE RISCO mas sem IC em si. (ex: HAS, DM, sedentarismo)

Estágio B
• Há ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS cardíacas, mas ainda sem sintomas

Estágio C
• SINTOMÁTICO

Estágio D
• REFRATÁRIO ao tratamento clínico otimizado e precisa de terapias invasivas

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16
Q

Quais são os critérios de Framingham para o diagnóstico de insuficiência cardíaca?

A

CRITÉRIOS MAIORES:
• Dispneia paroxística noturna
Estertores pulmonares crepitantes
• Edema agudo de pulmão
Turgência jugular patológica
• Refluxo hepatojugular
Cardiomegalia
B3
• Perda de peso > 4,5 kg em 5 dias com o tratamento
• Aumento da PVC (> 16 cm H,O)

CRITÉRIOS MENORES:
• Tosse noturna
Edema bilateral de mmii
• Dispneia aos esforços
• Derrame pleural
• Taquicardia (FC > 120 bpm)
Hepatomegalia
Capacidade vital reduzida a ⅓ do normal

📌o diagnóstico é feito com
• 2 critérios maiores ou
• 1 critério maior + 2 menores

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17
Q

Quais são as principais etiologias de IC de alto débito?

A

Beribéri

Tireotoxicose

Anemia grave

Insuficiência hepática

Fístula AV de alto fluxo

Doença de paget

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18
Q

Para que são utilizados os marcadores BNP e NT-próBNP no contexto da insuficiência cardíaca e quando eles são considerados aumentados?

A

BNP >35

NT-proBNP >125

1) Diagnóstico diferencial entre dispneia de origem cardíaca ou pulmonar

2) Acompanhamento do tratamento

3) Valor prognóstico

📌obs: em casos de utilização de SACUBITRIL + VALSARTANA, que degradam natriuréticos, não pode usar BNP pra seguimento, só NT-proBNP

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19
Q

Como deve ser feito o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp)?

A

O principal é manejar as comorbidades (isquemia, FA, HAS) para evitar progressão do quadro!!

Caso apresente congestão, pode-se utilizar diuréticos como controle sintomático.

📌a AHA já recomenda a implementação dos iSGLT2

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20
Q

Quais são as classes de medicações que diminuem a mortalidade na ICFEr, quando elas estão indicadas e contraindicadas?

A

PRIMEIRA LINHA:

1) Inibidores da neprilisina + dos receptores de AT2 (INRAS):
• SACUBITRIL + VALSARTANA
✅ indicação: sintomáticos apesar de tratamento otimizado, como substitutos aos iECAs (porém, diretrizes internacionais já indicam para todos os pacientes desde o início)

2) iECA
✅ indicação: TODOS
📌 efeitos colaterais: tosse seca / angioedema
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20

3) BRA
✅ indicação: intolerância ao iECA
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20

3) Antagonistas da aldosterona
• ESPIRONOLACTONA (aldactone)
✅ indicação: após estabilização de função renal com uso de iECA/BRA
‼️ contraindicação: K > 5, Cr > 2,5, TFG < 30

4) Betabloqueadores
• METOPROLOL/CARVEDILOL/BISOPROLOL
✅ indicação: TODOS (compensar antes)
📌 efeitos colaterais: disfunção erétil, broncoespasmo
‼️ contraindicações: BAV 2°/3°, FC < 50, PAS < 80

5) iSGLT2
• GLIFOZINAS
✅ indicação: TODOS, mesmo sem DM2
📌 efeitos colaterais: aumento da diurese, glicosúria, ITUs
‼️ cuidado: associação com diurético em dose alta pode provocar desidratação

OPÇÕES DE SEGUNDA LINHA:

1) Nitrato + hidralazina:
✅ indicação: pacientes negros NYHA III/IV ou se contraindicação aos iECA/BRA

2) Ivabradina:
✅ indicação: FC >70 apesar de betabloqueador otimizado

3) Terapia elétrica:
✅ indicação: FE < 35% + sintomático apesar de tratamento otimizado
• desfibrilador (CDI): refratário há 6 meses e/ou 40 dias refratário pós IAM
• ressincronizador (TRC): BRE com QRS >150ms + ritmo sinusal

OBS: diuréticos e digitálico são apenas sintomáticos, não alteram mortalidade

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21
Q

Quais são as características do ECG da taquicardia supraventricular e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO REGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.

Mais comum em mulheres jovens por mecanismo de reentrada nodal (70%)

📌 30%: via acessória » crianças
• síndrome de pré excitação ventricular = iPR curto + onda delta (barriguinha no QRS)
• via acessória + taquiarritmia =
síndrome Wolff Parkinson White

Tratamento
• estável:
1) manobra vagal
2) adenosina 6mg bolus
📌pode repetir com 12mg se falha
3) BCC (verapamil, diltiazem)

• instável: cardioversão 50-100J

• profilaxia: ablação por cateter

22
Q

Quais são as características do ECG da fibrilação atrial e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO IRREGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.

Manifesta-se com dissociação pulso-precórdio, ausência de B4 e da onda A.

No tratamento, opta-se pelo controle de RITMO ou de FREQUÊNCIA:

• controle de ritmo:
- cardioversão elétrica (100-200J) ou química (amiodarona/propafenona)

📌se > 48h, avaliar risco tromboembólico com ECOte ou fazer anticoagulação prévia por 3-4 semanas

📌após, manter anticoagulação por 4 semanas (e a depender do CHADSVASC, para sempre)

• controle de frequência:
- BCC (diltiazem/verapamil): melhor controle agudo
- Betabloqueador: melhor controle crônico
- Digoxina: se houver associação com ICC

Além disso, devemos avaliar a ANTICOAGULAÇÃO:

• CHADSVASC (2 H ou 3 M):
C: coração (icc) 1
H: hipertensão 1
A: age >75a 2
D: diabetes 1
S: stroke/tep 2
V: vascular (iam/doença arterial) 1
A: age >65a 1
S: sexo feminino 1

1) NOACs:
• Rivaroxaban 10mg 12/12h
• Apixaban 5mg 12/12h
• Dabigatran
📌contraindicados na FA valvar e TFG < 30

2) Varfarina
📌manter RNI entre 2 e 3

‼️ um importante diagnóstico diferencial ao ECG é a taquicardia atrial multifocal (TAM), que PARECE FA, MAS TEM ONDA P, sendo comum na DPOC descompensada

23
Q

Quais são as características do ECG do flutter atrial e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, sem ONDA P, com ONDAS F (em dente de serra).

📌 a FC geralmente é de 150bpm!

No caso do Flutter, damos preferência para controle de RITMO, com cardioversão elétrica 50-100J.

📌ibutilida = alternativa

A anticoagulação possui as mesmas indicações da FA (CHADSVASC).

24
Q

Quais são as características do ECG da taquicardia ventricular e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS LARGO, podendo ser MONOMÓRFICA ou POLIMÓRFICA.

Tratamento:
• monomórfica:
- escolha: cardioversão 100 J
- alternativa para casos estáveis: Procainamida / Amiodarona / Sotalol (PÁS)

• polimórfica: desfibrilação SEMPRE

📌o Cardiodesfibrilador implantável (CDI) está indicado se episódio prévio de TV instável ou associado à ICFEr < 40%

25
Q

Quais são as características do ECG da torsades de pointes e como é o seu tratamento?

A

Ao ECG, manifesta-se pela inversão de pontas no QRS.

O ritmo de base que representa um fator de risco é o intervalo QT longo, e tem como causas o ABCDE:

• Agrotóxicos (organofosforados)
• BAVT
• Congênitas
• Drogas: macrolídeos, antipsicóticos, antidepressivos, cloroquina
• Eletrólitos: hipos K / Mg / Ca

Tratamento:
Sulfato de Magnésio (1-2 g IV)
Desfibrilação (se instável)

26
Q

Quais são as características dos tipos de BAV e a conduta para cada um deles?

A

1° grau
- não bloqueia
- apenas alargamento do iPR >200ms constante

2° grau
• Mobitz l:
- iPR alarga progressivamente até bloquear (fenômeno de Wenckebach)

• Mobitz II:
- bloqueia do nada (fenômeno de Hay)
- também inclui o BAV 2:1 e 3:1

3° grau/BAVT
- completa dissociação entre P e QRS

Conduta
1° grau/ Mobitz I: atropina

Mobitz II/3° grau: marcapasso
📌se estável, tratar causa base antes e depois colocar marcapasso definitivo

27
Q

Como o sopro inocente se comporta com relação à mudança de posição?

A

O sopro inocente DIMINUI ou DESAPARECE com a mudança de posição de decúbito dorsal para sentada ou em pé.

Além disso, vamos revisar as outras características desse sopro:

  • mais audível em estados hipercinéticos
  • sistolicos
  • curta duração
  • baixa intensidade
  • sem irradiação
28
Q

Bizarro, mas cai 🤡

Como determinar o tamanho adequado de manguito para aferição da PA?

A
  1. Medir a distância do acrômio ao olécrano
  2. Identificar o ponto médio
  3. Medir a circunferência do braço no ponto médio
  4. Manguito deve cobrir 40% da largura e 80-100% do comprimento do braço
29
Q

Quais são as terapias com estatinas consideradas de alta potência?

A

Atorvastatina 40 - 80 mg

Rosuvastatina 20 - 40 mg

Sinvastatina 40 mg + Ezetimiba 10 mg

30
Q

Quais são os parâmetros principais de uma RCP de qualidade?

A

1) COMPRESSÕES:

  • aplicar massagem no 1/3 INFERIOR do esterno, 2cm acima do apêndice xifoide
  • profundidade: 5 a 6 cm
  • frequência: 100 a 120 por minuto

2) VENTILAÇÕES:

  • ambu: 30:2
  • tubo: 1 ventilação a cada 6 segundos
    📌criança: 1 ventilação a cada 2-3 segundos

❗️o padrão ouro para avaliar a qualidade da RCP e determinar o retorno da circulação é a CAPNOGRAFIA (> 10 = boa qualidade)

31
Q

Como devem ser administradas as drogas na parada cardiorrespiratória (PCR)?

A

RITMOS CHOCÁVEIS:

  • EPINEFRINA 1mg a partir do 2° choque, em ciclos alternados (pares)
  • AMIODARONA no **3° (300mg) e 5° (150mg) ** choques, apenas (ímpares)

📌só faz amiodarona para ritmos chocáveis

RITMOS NÃO CHOCÁVEIS

  • EPINEFRINA 1mg o quanto antes, em ciclos alternados
32
Q

Qual a apresentação eletrocardiográfica mais clássica da doença de Chagas?

A

Bloqueio de ramo direito e hemibloqueio anterior esquerdo

33
Q

Descreva a classificação de Killip.

A

Killip 1 = sem B3 ou estertores.
Killip 2 = B3 e estertores.
Killip 3 = EAP.
Killip 4 = choque cardiogênico.

34
Q

Quais são os 5 tipos de IAM?

A

1: ruptura de placa aterosclerótica
2: desequilíbrio oferta x demanda SEM lesão de placa
3: morte súbita por isquemia
4: associado à angioplastia
5: relacionado à CRVM

35
Q

Quando lançamos mão da CK-MB no contexto de uma síndrome coronariana aguda?

A

Quando há suspeita de reinfarto, uma vez que os níveis de troponina demoram de 7-14 dias para normalizarem, enquanto os de CK-MB normalizam-se em 48-72h.

36
Q

Qual é o delta T máximo para terapia de reperfusão no infarto agudo do miocárdio e em até quanto tempo da admissão devem ser feitas a angioplastia e a trombólise?

A

Delta T: até 12h do início da dor

Tempo porta balão (ANGIOPLASTIA): até 90min / 120min se transferência

Tempo porta agulha (TROMBÓLISE): 30min
📌escolha: tenecplase

‼️NÃO TROMBOLISA IAM SEM SUPRA‼️

37
Q

Tratamento medicamentoso do infarto:

A

“MONABICHE”

Morfina (se dor refratária)

Oxigênio se SpO2 < 90%

Nitrato (não pode se viagra / infarto de VD)

AAS

Betabloqueador (não pode se uso de cocaína ou insuficiência de VE)

IECA depois de estável

Clopidogrel (se trombolítico) ou ticagrelor/prasugrel (se angioplastia)

📌TICAGRELOR = MAIS RÁPIDO
📌PRASUGREL = SANGRA MAIS (é mais efetivo, mas pelo risco, evitamos em > 70a e < 30kg)

Heparina de baixo peso molecular (enoxaparina)

Estatina depois de estável (independente da lipemia)

38
Q

Quais são as derivações supradas no IAM de cada parede?

A

V1-V4: anterior (DA)

V5 e V6 + D1 e aVL: lateral (CX)

📌anterior extenso = anterior + lateral

D2, D3 e aVF: inferior (CD)
📌pode ser irrigada por cx em 30% dos pacientes

V3R e V4R: ventrículo direito
‼️pedir sempre que tiver infarto inferior

39
Q

Como definimos a conduta na síndrome coronariana aguda sem supra de ST?

A

CAT imediato (até 2h):

  • instabilidade (arritmia ventricular, PCR, IC aguda)
  • irresponsividade (refratário)

CAT precoce (até 24h): (papel)

  • elevação de troponina na curva
  • infra de ST
  • GRACE >140
  • TIMI 3 ou mais

CAT retardado (até 72h): (história regressa)

  • DM
  • DRC
  • ICFEr
  • revascularização prévia

Para definir o ambiente de tratamento, utilizamos o escore HEART:
• História
• Ecg
• Age
• Risk factors
• Troponina
📌 HEART 3 ou menos + ECG
normal + troponina negativa = ambulatorial

‼️NÃO TROMBOLISA SCASSST‼️

40
Q

Quando suspeitamos de angina de Prinzmetal e de síndrome de Takotsubo como causas de dor torácica aguda?

A

Angina de Prinzmetal:

  • vasoespasmo coronariano súbito > dor
    à noite em repouso
  • homem jovem, tabagista
  • reversão precoce do supra de ST após nitrato
  • cd: bloqueador do canal de cálcio (vasodilatação)
    📌evitar betabloqueador

Takotsubo:

  • contração cardíaca descoordenada =
    dilatação segmentar do VE, sem obstrução coronariana
  • mulheres > 50a
  • dor pós estresse emocional ou físico
  • troponinas com leve aumento + supra
    📌muito supra pra pouca troponina
  • cd: suporte
41
Q

Quais são os testes diagnósticos utilizados na investigação da angina estável e quando cada um está indicado?

A

1) consegue fazer exercício:

  • ECG basal normal » teste ergométrico
    📌positivo: infra ST >= 1 mm
  • ECG basal alterado (bloqueio de ramo, hipertrofia VE, etc) » ECO/cintilo de esforço

2) não consegue fazer exercício:

  • Cintilografia com dipiridamol
    📌provoca broncoespasmo, sendo contraindicado na asma
  • ECO com dobutamina
    📌possui efeito adrenérgico, sendo contraindicada nas arritmias ventriculares

3) testes anatômicos:

  • se normais, afastam DAC
  • angioTC de coronárias + escore de cálcio
  • cardioressonância
    📌efeito colateral do gadolínio = fibrose sistêmica fatal

4) CATETERISMO

  • padrão ouro
  • alterações em outros testes que indicam CAT:
    • infra ST >2mm e/ou >5min de duração
    • área isquêmica > 10%
    • bloqueio de ramo avançado
    • TV sustentada
    • hipotensão
42
Q

Quais são os principais fármacos utilizados no tratamento da angina estável e quando indicamos terapias invasivas (cateterismo e CRVM)?

A

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

1) antianginosos:

  • betabloqueadores: escolha
  • bloqueador canal de cálcio (diltiazem/anlodipina): alternativa ou adição ao betabloq
  • nitrato de longa duração: não altera mortalidade
  • iECA: se HAS, DM, DRC, FE < 40%

2) vasculoprotetores

  • AAS
  • estatinas (independente da lipemia, pois estabiliza placa)

3) resgate em caso de dor

  • nitrato sublingual (isordil): não altera mortalidade

CATETERISMO

  • alto risco cardiovascular
  • refratário ao tratamento farmacológico
  • angina + IC
  • angina pós PCR
  • SINTAX < 22

CRVM:

  • ICFEr < 35%
  • lesão de tronco de coronária esquerda / DA proximal / multivascular
  • SINTAX > 33
43
Q

O que é a Doença de Barlow?

A

É causa de prolapso da valva mitral por degeneração mixomatosa.

44
Q

Quais são os sopros sistólicos e diastólicos nas valvulopatias?

A

Diástole

  • contração atrial
  • enchimento ventricular
  • B2 = fechamento da AÓRTICA e PULMONAR
  • sopros:
    estenose mitral e tricúspide
    insuficiência aórtica e pulmonar

Sístole

  • contração ventricular
  • enchimento atrial
  • B1 = fechamento da MITRAL e TRICÚSPIDE
  • sopros:
    estenose aórtica/pulmonar
    insuficiência mitral/tricúspide
45
Q

Resumo das principais manobras de exame físico e seus efeitos sobre os sopros cardíacos:

A

1) AUMENTO DA RVP:

  • Handgrip
  • diminui os sopros de estenose
  • aumenta os sopros de insuficiência

📌principal uso: diferenciar estenose aórtica e insuficiência mitral quando tem fenômeno de Gallavardin

2) DIMINUIÇÃO DO RETORNO VENOSO:

  • Valsalva e ortostase
  • reduz todos os sopros, EXCETO prolapso mitral e cardiomiopatia hipertrófica

3) AUMENTO DO RETORNO VENOSO:

  • Inspiração profunda, cócoras e decúbito dorsal
  • aumentam os sopros do coração direito
46
Q

Quais são os principais sinais clínicos da estenose mitral, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?

A

As principais manifestações da estenose mitral estão relacionadas ao aumento do AE:

  • fibrilação atrial
  • compressão de estruturas adjacentes: disfagia, rouquidão
  • ECG: P mitrale (larga e com duplo pico); índice de Morris.
  • RX tórax: duplo contorno; sinal da bailarina, arco médio à esquerda

AUSCULTA:

  • B1 hiperfonética
  • sopro diastólico
    📌geralmente com reforço pré sistólico, mas que some se tiver FA (sem contração atrial)
  • estalido de abertura

‼️área valvar < 1,5 cm = grave

Tratamento
- medicamentoso: controle de FC (betabloq)

  • intervenção:
    •valvoplastia mitral por cateter
    •balão
    escore de Block > 8 = troca valvar
47
Q

Quais são as causas, os principais sinais clínicos da estenose aórtica, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?

A

Causas

  • calcificação (degeneração) » idoso
  • bicúspide (ma formação) “ jovem
  • reumática

Clínica (ISA)

  • ICC (dispneia, edema)
  • sincope
  • angina (hipertrofia VE)

AUSCULTA:

  • sopro mesosistólico em crescente e decrescente / diamante, que irradia para carótidas
  • pulso parvus e tardus (baixa amplitude e longa duração)
  • B4 (sobrecarga de pressão)
  • fenômeno de Gallavardin: sopro que simula insuficiência mitral
    📌diferencia pelo handrgrip

‼️área valvar < 1 cm = grave

Tratamento

  • NÃO faz betabloqueador
  • intervenção: troca valvar
    📌tendência = implante valvar transcateter
48
Q

Quais são as causas de insuficiência mitral, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?

A

Causas

  • prolapso mitral (doença de Barlow)
  • endocardite
  • febre reumática

Exame físico

  • sopro holosistólico com irradiação para axila
  • B3 (sobrecarga de volume)

‼️fração regurgitante >50% = grave

Tratamento

  • medicamentoso: tratar ICC
  • intervenção: reparo (mitraclip) ou troca valvar
49
Q

Quais são as causas, os principais sinais clínicos da insuficiência aórtica, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?

A

Causas

  • dissecção
  • aterosclerose
  • endocardite
  • reumática

Clínica

  • sobrecarga de VE (ICC)
  • pressão divergente (queda PAD)
  • pulso de Corrigan (martelo d’água)
  • sinal de Quincke (leito ungueal)
  • sinal de Muller (uvula)
  • sinal de Musset (cabeça)
  • sinal de Duroziez (sopro femoral na compressão)
  • sinal de Traube (sopro femoral)

AUSCULTA:

  • sopro protodiastólico em foco aórtico acessório
  • sopro de Austin-Flint: simula estenose mitral

‼️fração regurgitante >60% = grave

Tratamento

  • medicamentoso: vasodilatador se sintomático
  • intervenção: troca valvar
50
Q

Diferencie o Fenômeno de Gallavardin do Sopro de Austin-Flint:

A

Na ESTENOSE AÓRTICA ocorre sobrecarga no VE durante a sístole. Com isso, dificulta o fechamento adequado da mitral, gerando
SOPRO QUE SIMULA INSUFICIÊNCIA MITRAL → fenômeno de GALLAVARDIN.

Na INSUFICIÊNCIA AÓRTICA, ocorre sobrecarga do VE durante a diástole. Com isso, dificulta a abertura adequada da mitral, gerando SOPRO QUE SIMULA ESTENOSE MITRAL → sopro de AUSTIN-FLINT.