CARDIO Flashcards
Uma mulher de 57 anos de idade, hipertensa, diabética e dislipidêmica foi internada na enfermaria de clínica médica devido a pielonefrite e, atualmente, está em D5 de ceftriaxone endovenoso. Devido a desconforto torácico e leve dessaturação, foi solicitada uma angiotomografia arterial de tórax, que deu positivo para tromboembolismo pulmonar em ramo proximal de artéria pulmonar direita. Durante a noite, houve piora clínica: PA de 89x57 mmHg; FC de 118 bpm; temperatura de 38,7 oC; e TEC = 4,5 segundos. Cava com variabilidade inspiratória > 50 %. Não foi observado sinal de McConnell ou D sign.
VERDADEIRO ou FALSO: devido à instabilidade hemodinâmica, essa paciente possui indicação de trombólise.
FALSO!!
A causa da instabilidade hemodinâmica da paciente não é TEP, uma vez que ela não possui sinais de insuficiência ventricular direita (SINAL DE MCCONNELL ou D SIGN) e possui boa variabilidade da cava, indicando ausência de congestão.
Essa paciente provavelmente está evoluindo com SEPSE, possuindo indicação de escalonamento antibiótico, bem como de ANTICOAGULAÇÃO para TEP.
Até quanto tempo pode trombolisar IAM, AVC e TEP?
AVC isquêmico = 4,5h
IAM com supra = 12h
TEP = 14 dias
Quais são os critérios utilizados no diagnóstico de hipertensão?
• 2 medidas em pelo menos 2 consultas >= 140x90
• 1 medida >= 180x110
• MAPA:
- 24h >= 130x80
- vigília >= 135x85
- sono >= 120x70
• MRPA >= 130x80
• presença de lesão de órgão alvo (mesmo se normotenso)
Estágios de classificação da pressão arterial
PA ótima: < 120x80
PA normal: < 130x85
Pré HAS: 130x85
HAS 1: 140x90
HAS 2: 160x100
HAS 3: 180x110
Quais são os exames iniciais obrigatórios para pacientes com diagnóstico de HAS?
📌AVALIAÇÃO DE COMORBIDADES:
•Glicemia/HbA1C
• Perfil lipídico
📌AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO:
• Potássio (iECA/BRA causam hiperK)
• Ácido úrico (tiazídicos aumentam uricemia)
📌AVALIAÇÃO DE LOA:
• Urina EAS
• ECG
• Fundoscopia
🚨cuidado com as pegadinhas de prova! Sódio, Ureia, Raio X tórax, etc NÃO são exames obrigatórios!
PA alvo e esquema de tratamento inicial em diferentes grupos de pacientes com HAS
Em geral, o alvo é < 140x90, mas se alto risco cardiovascular (DRC, DM, doença cardiovascular, LOA), manter < 130x80.
MONOTERAPIA para pré-HAS com alto risco cardiovascular e HAS ESTÁGIO 1 com baixo risco cardiovascular!
Todos os demais já receberão DOIS FÁRMACOS DE 1ª linha
Cite os principais representantes, benefícios e efeitos adversos das classes de anti-hipertensivos a seguir:
1) iECA/BRA
2) Tiazídicos
3) BCC
4) Betabloqueadores
1) iECA / BRA
• escolha em DRC, DM e ICC
• menos eficazes em pacientes negros
• efeitos adversos:
- IRA: contraindicado se Cr >3 ou estenose aa renal bilateral
- hipercalemia: contraindicado se K >5,5
- tosse crônica / angioedema (só iECA)
2) Tiazídicos
• efeitos adversos:
- 4 hipos: volemia, Na, K, Mg
- 4 hipers: calcemia, uricemia, glicemia e lipemia
• contraindicados em TFG < 30
3) ВСС
• escolha em DAOP
• efeito adverso: edema MMII (contraindicado em ICC)
4) Betabloqueadores
• disfunção erétil
• contraindicado em BAV 2º/3º grau
Diferencie urgência, emergência e pseudocrise hipertensiva
Emergência hipertensiva
• tem LESÃO DE ÓRGÃO ALVO aguda e progressiva, com risco iminente de morte (AVE, encefalopatia hipertensiva, IAM, dissecção aguda aorta, IRA e edema agudo de pulmão)
• NITROPRUSSIATO e/ou NITROGLICERINA EV -> redução de 25% em 1h
📌não utilizar nitroprussiato no IAM
Urgência hipertensiva
• NÃO tem lesão de órgão-alvo
• CAPTOPRIL e/ou CLONIDINA VO -> redução em até 24 horas
Pseudocrise:
• elevação da PA secundária a outro sintoma (dor, ansiedade e estresse emocional)
• cd: sintomáticos para a causa base
Em quais situações de AVE a pressão arterial deve ser tratada?
AVE isquêmico sem indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >220/120 mmHg.
AVE isquêmico com indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >185/110 mmHg.
AVE hemorrágico: tratar se for hipertenso
Quais são os achados típicos da nefroesclerose benigna e maligna?
BENIGNA:
• mais comum!!
• microalbuminúria
• histopatológico: arterioloesclerose hialina
MALIGNA:
• insuficiência renal progressiva, hematúria, proteinúria
• histopatológico: arterioloesclerose hiperplásica (“bulbo de cebola”)
Graus de retinopatia hipertensiva
Classificação Keith-Wagener
1) estreitamento arteriolar (crônica)
2) cruzamento arteriovenoso
patológico (crônica)
3) hemorragia/exsudato retiniano
(aguda)
4) papiledema (aguda)
Cite as principais causas de hipertensão secundária, seus achados clínicos e métodos diagnósticos
DRC:
• clinica: insuficiência renal, edema
• dx: elevação de escórias, USG
HAS RENOVASCULAR (estenose aa renal)
• clínica: sopro abdominal, hiperatividade SRAA (hipocalemia + alcalose)
• dx: angioTC ou angiografia renal
HIPERALDOSTERONISMO
• clínica: hipocalemia + alcalose
• dx: elevação aldosterona +
queda renina
FEOCROMOCITOMA
• clínica: crises adrenérgicas (liberação não é constante)
• dx: metanefrinas e catecolaminas urinárias
SAHOS
• clínica: roncos, sonolência
• dx: polissonografia
Classifique a insuficiência cardíaca quanto à fracasso de ejeção:
Reduzida: < 40%
Levemente reduzida/intermediária: 41%-49%
Preservada: > 50%
Melhorada: < 40% prévia, mas com tratamento teve um aumento de pelo menos 10%
Classificação de NYHA para insuficiência cardíaca:
NYHA I: Assintomático
NYHA II: Levemente sintomático (cansaço em atividades habituais)
NYHA III: Sintomático (cansaço em atividades menores que as habituais)
NYHA IV: Sintomático em repouso
Classificação da AHA para insuficiência cardíaca:
Estágio A:
• Há FATORES DE RISCO mas sem IC em si. (ex: HAS, DM, sedentarismo)
Estágio B
• Há ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS cardíacas, mas ainda sem sintomas
Estágio C
• SINTOMÁTICO
Estágio D
• REFRATÁRIO ao tratamento clínico otimizado e precisa de terapias invasivas
Quais são os critérios de Framingham para o diagnóstico de insuficiência cardíaca?
CRITÉRIOS MAIORES:
• Dispneia paroxística noturna
• Estertores pulmonares crepitantes
• Edema agudo de pulmão
• Turgência jugular patológica
• Refluxo hepatojugular
• Cardiomegalia
• B3
• Perda de peso > 4,5 kg em 5 dias com o tratamento
• Aumento da PVC (> 16 cm H,O)
CRITÉRIOS MENORES:
• Tosse noturna
• Edema bilateral de mmii
• Dispneia aos esforços
• Derrame pleural
• Taquicardia (FC > 120 bpm)
• Hepatomegalia
• Capacidade vital reduzida a ⅓ do normal
📌o diagnóstico é feito com
• 2 critérios maiores ou
• 1 critério maior + 2 menores
Quais são as principais etiologias de IC de alto débito?
Beribéri
Tireotoxicose
Anemia grave
Insuficiência hepática
Fístula AV de alto fluxo
Doença de paget
Para que são utilizados os marcadores BNP e NT-próBNP no contexto da insuficiência cardíaca e quando eles são considerados aumentados?
BNP >35
NT-proBNP >125
1) Diagnóstico diferencial entre dispneia de origem cardíaca ou pulmonar
2) Acompanhamento do tratamento
3) Valor prognóstico
📌obs: em casos de utilização de SACUBITRIL + VALSARTANA, que degradam natriuréticos, não pode usar BNP pra seguimento, só NT-proBNP
Como deve ser feito o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp)?
O principal é manejar as comorbidades (isquemia, FA, HAS) para evitar progressão do quadro!!
Caso apresente congestão, pode-se utilizar diuréticos como controle sintomático.
📌a AHA já recomenda a implementação dos iSGLT2
Quais são as classes de medicações que diminuem a mortalidade na ICFEr, quando elas estão indicadas e contraindicadas?
PRIMEIRA LINHA:
1) Inibidores da neprilisina + dos receptores de AT2 (INRAS):
• SACUBITRIL + VALSARTANA
✅ indicação: sintomáticos apesar de tratamento otimizado, como substitutos aos iECAs (porém, diretrizes internacionais já indicam para todos os pacientes desde o início)
2) iECA
✅ indicação: TODOS
📌 efeitos colaterais: tosse seca / angioedema
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20
3) BRA
✅ indicação: intolerância ao iECA
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20
3) Antagonistas da aldosterona
• ESPIRONOLACTONA (aldactone)
✅ indicação: após estabilização de função renal com uso de iECA/BRA
‼️ contraindicação: K > 5, Cr > 2,5, TFG < 30
4) Betabloqueadores
• METOPROLOL/CARVEDILOL/BISOPROLOL
✅ indicação: TODOS (compensar antes)
📌 efeitos colaterais: disfunção erétil, broncoespasmo
‼️ contraindicações: BAV 2°/3°, FC < 50, PAS < 80
5) iSGLT2
• GLIFOZINAS
✅ indicação: TODOS, mesmo sem DM2
📌 efeitos colaterais: aumento da diurese, glicosúria, ITUs
‼️ cuidado: associação com diurético em dose alta pode provocar desidratação
OPÇÕES DE SEGUNDA LINHA:
1) Nitrato + hidralazina:
✅ indicação: pacientes negros NYHA III/IV ou se contraindicação aos iECA/BRA
2) Ivabradina:
✅ indicação: FC >70 apesar de betabloqueador otimizado
3) Terapia elétrica:
✅ indicação: FE < 35% + sintomático apesar de tratamento otimizado
• desfibrilador (CDI): refratário há 6 meses e/ou 40 dias refratário pós IAM
• ressincronizador (TRC): BRE com QRS >150ms + ritmo sinusal
OBS: diuréticos e digitálico são apenas sintomáticos, não alteram mortalidade
Quais são as características do ECG da taquicardia supraventricular e como é o seu tratamento?
É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO REGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.
Mais comum em mulheres jovens por mecanismo de reentrada nodal (70%)
📌 30%: via acessória » crianças
• síndrome de pré excitação ventricular = iPR curto + onda delta (barriguinha no QRS)
• via acessória + taquiarritmia =
síndrome Wolff Parkinson White
Tratamento
• estável:
1) manobra vagal
2) adenosina 6mg bolus
📌pode repetir com 12mg se falha
3) BCC (verapamil, diltiazem)
• instável: cardioversão 50-100J
• profilaxia: ablação por cateter
Quais são as características do ECG da fibrilação atrial e como é o seu tratamento?
É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO IRREGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.
Manifesta-se com dissociação pulso-precórdio, ausência de B4 e da onda A.
No tratamento, opta-se pelo controle de RITMO ou de FREQUÊNCIA:
• controle de ritmo:
- cardioversão elétrica (100-200J) ou química (amiodarona/propafenona)
📌se > 48h, avaliar risco tromboembólico com ECOte ou fazer anticoagulação prévia por 3-4 semanas
📌após, manter anticoagulação por 4 semanas (e a depender do CHADSVASC, para sempre)
• controle de frequência:
- BCC (diltiazem/verapamil): melhor controle agudo
- Betabloqueador: melhor controle crônico
- Digoxina: se houver associação com ICC
Além disso, devemos avaliar a ANTICOAGULAÇÃO:
• CHADSVASC (2 H ou 3 M):
C: coração (icc) 1
H: hipertensão 1
A: age >75a 2
D: diabetes 1
S: stroke/tep 2
V: vascular (iam/doença arterial) 1
A: age >65a 1
S: sexo feminino 1
1) NOACs:
• Rivaroxaban 10mg 12/12h
• Apixaban 5mg 12/12h
• Dabigatran
📌contraindicados na FA valvar e TFG < 30
2) Varfarina
📌manter RNI entre 2 e 3
‼️ um importante diagnóstico diferencial ao ECG é a taquicardia atrial multifocal (TAM), que PARECE FA, MAS TEM ONDA P, sendo comum na DPOC descompensada
Quais são as características do ECG do flutter atrial e como é o seu tratamento?
É uma taquicardia de QRS ESTREITO, sem ONDA P, com ONDAS F (em dente de serra).
📌 a FC geralmente é de 150bpm!
No caso do Flutter, damos preferência para controle de RITMO, com cardioversão elétrica 50-100J.
📌ibutilida = alternativa
A anticoagulação possui as mesmas indicações da FA (CHADSVASC).
Quais são as características do ECG da taquicardia ventricular e como é o seu tratamento?
É uma taquicardia de QRS LARGO, podendo ser MONOMÓRFICA ou POLIMÓRFICA.
Tratamento:
• monomórfica:
- escolha: cardioversão 100 J
- alternativa para casos estáveis: Procainamida / Amiodarona / Sotalol (PÁS)
• polimórfica: desfibrilação SEMPRE
📌o Cardiodesfibrilador implantável (CDI) está indicado se episódio prévio de TV instável ou associado à ICFEr < 40%
Quais são as características do ECG da torsades de pointes e como é o seu tratamento?
Ao ECG, manifesta-se pela inversão de pontas no QRS.
O ritmo de base que representa um fator de risco é o intervalo QT longo, e tem como causas o ABCDE:
• Agrotóxicos (organofosforados)
• BAVT
• Congênitas
• Drogas: macrolídeos, antipsicóticos, antidepressivos, cloroquina
• Eletrólitos: hipos K / Mg / Ca
Tratamento:
• Sulfato de Magnésio (1-2 g IV)
• Desfibrilação (se instável)
Quais são as características dos tipos de BAV e a conduta para cada um deles?
1° grau
- não bloqueia
- apenas alargamento do iPR >200ms constante
2° grau
• Mobitz l:
- iPR alarga progressivamente até bloquear (fenômeno de Wenckebach)
• Mobitz II:
- bloqueia do nada (fenômeno de Hay)
- também inclui o BAV 2:1 e 3:1
3° grau/BAVT
- completa dissociação entre P e QRS
Conduta
• 1° grau/ Mobitz I: atropina
• Mobitz II/3° grau: marcapasso
📌se estável, tratar causa base antes e depois colocar marcapasso definitivo
Como o sopro inocente se comporta com relação à mudança de posição?
O sopro inocente DIMINUI ou DESAPARECE com a mudança de posição de decúbito dorsal para sentada ou em pé.
Além disso, vamos revisar as outras características desse sopro:
- mais audível em estados hipercinéticos
- sistolicos
- curta duração
- baixa intensidade
- sem irradiação
Bizarro, mas cai 🤡
Como determinar o tamanho adequado de manguito para aferição da PA?
- Medir a distância do acrômio ao olécrano
- Identificar o ponto médio
- Medir a circunferência do braço no ponto médio
- Manguito deve cobrir 40% da largura e 80-100% do comprimento do braço
Quais são as terapias com estatinas consideradas de alta potência?
Atorvastatina 40 - 80 mg
Rosuvastatina 20 - 40 mg
Sinvastatina 40 mg + Ezetimiba 10 mg
Quais são os parâmetros principais de uma RCP de qualidade?
1) COMPRESSÕES:
- aplicar massagem no 1/3 INFERIOR do esterno, 2cm acima do apêndice xifoide
- profundidade: 5 a 6 cm
- frequência: 100 a 120 por minuto
2) VENTILAÇÕES:
- ambu: 30:2
- tubo: 1 ventilação a cada 6 segundos
📌criança: 1 ventilação a cada 2-3 segundos
❗️o padrão ouro para avaliar a qualidade da RCP e determinar o retorno da circulação é a CAPNOGRAFIA (> 10 = boa qualidade)
Como devem ser administradas as drogas na parada cardiorrespiratória (PCR)?
RITMOS CHOCÁVEIS:
- EPINEFRINA 1mg a partir do 2° choque, em ciclos alternados (pares)
- AMIODARONA no **3° (300mg) e 5° (150mg) ** choques, apenas (ímpares)
📌só faz amiodarona para ritmos chocáveis
RITMOS NÃO CHOCÁVEIS
- EPINEFRINA 1mg o quanto antes, em ciclos alternados
Qual a apresentação eletrocardiográfica mais clássica da doença de Chagas?
Bloqueio de ramo direito e hemibloqueio anterior esquerdo
Descreva a classificação de Killip.
Killip 1 = sem B3 ou estertores.
Killip 2 = B3 e estertores.
Killip 3 = EAP.
Killip 4 = choque cardiogênico.
Quais são os 5 tipos de IAM?
1: ruptura de placa aterosclerótica
2: desequilíbrio oferta x demanda SEM lesão de placa
3: morte súbita por isquemia
4: associado à angioplastia
5: relacionado à CRVM
Quando lançamos mão da CK-MB no contexto de uma síndrome coronariana aguda?
Quando há suspeita de reinfarto, uma vez que os níveis de troponina demoram de 7-14 dias para normalizarem, enquanto os de CK-MB normalizam-se em 48-72h.
Qual é o delta T máximo para terapia de reperfusão no infarto agudo do miocárdio e em até quanto tempo da admissão devem ser feitas a angioplastia e a trombólise?
Delta T: até 12h do início da dor
Tempo porta balão (ANGIOPLASTIA): até 90min / 120min se transferência
Tempo porta agulha (TROMBÓLISE): 30min
📌escolha: tenecplase
‼️NÃO TROMBOLISA IAM SEM SUPRA‼️
Tratamento medicamentoso do infarto:
“MONABICHE”
Morfina (se dor refratária)
Oxigênio se SpO2 < 90%
Nitrato (não pode se viagra / infarto de VD)
AAS
Betabloqueador (não pode se uso de cocaína ou insuficiência de VE)
IECA depois de estável
Clopidogrel (se trombolítico) ou ticagrelor/prasugrel (se angioplastia)
📌TICAGRELOR = MAIS RÁPIDO
📌PRASUGREL = SANGRA MAIS (é mais efetivo, mas pelo risco, evitamos em > 70a e < 30kg)
Heparina de baixo peso molecular (enoxaparina)
Estatina depois de estável (independente da lipemia)
Quais são as derivações supradas no IAM de cada parede?
V1-V4: anterior (DA)
V5 e V6 + D1 e aVL: lateral (CX)
📌anterior extenso = anterior + lateral
D2, D3 e aVF: inferior (CD)
📌pode ser irrigada por cx em 30% dos pacientes
V3R e V4R: ventrículo direito
‼️pedir sempre que tiver infarto inferior
Como definimos a conduta na síndrome coronariana aguda sem supra de ST?
CAT imediato (até 2h):
- instabilidade (arritmia ventricular, PCR, IC aguda)
- irresponsividade (refratário)
CAT precoce (até 24h): (papel)
- elevação de troponina na curva
- infra de ST
- GRACE >140
- TIMI 3 ou mais
CAT retardado (até 72h): (história regressa)
- DM
- DRC
- ICFEr
- revascularização prévia
Para definir o ambiente de tratamento, utilizamos o escore HEART:
• História
• Ecg
• Age
• Risk factors
• Troponina
📌 HEART 3 ou menos + ECG
normal + troponina negativa = ambulatorial
‼️NÃO TROMBOLISA SCASSST‼️
Quando suspeitamos de angina de Prinzmetal e de síndrome de Takotsubo como causas de dor torácica aguda?
Angina de Prinzmetal:
- vasoespasmo coronariano súbito > dor
à noite em repouso - homem jovem, tabagista
- reversão precoce do supra de ST após nitrato
- cd: bloqueador do canal de cálcio (vasodilatação)
📌evitar betabloqueador
Takotsubo:
- contração cardíaca descoordenada =
dilatação segmentar do VE, sem obstrução coronariana - mulheres > 50a
- dor pós estresse emocional ou físico
- troponinas com leve aumento + supra
📌muito supra pra pouca troponina - cd: suporte
Quais são os testes diagnósticos utilizados na investigação da angina estável e quando cada um está indicado?
1) consegue fazer exercício:
- ECG basal normal » teste ergométrico
📌positivo: infra ST >= 1 mm - ECG basal alterado (bloqueio de ramo, hipertrofia VE, etc) » ECO/cintilo de esforço
2) não consegue fazer exercício:
- Cintilografia com dipiridamol
📌provoca broncoespasmo, sendo contraindicado na asma - ECO com dobutamina
📌possui efeito adrenérgico, sendo contraindicada nas arritmias ventriculares
3) testes anatômicos:
- se normais, afastam DAC
- angioTC de coronárias + escore de cálcio
- cardioressonância
📌efeito colateral do gadolínio = fibrose sistêmica fatal
4) CATETERISMO
- padrão ouro
- alterações em outros testes que indicam CAT:
• infra ST >2mm e/ou >5min de duração
• área isquêmica > 10%
• bloqueio de ramo avançado
• TV sustentada
• hipotensão
Quais são os principais fármacos utilizados no tratamento da angina estável e quando indicamos terapias invasivas (cateterismo e CRVM)?
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
1) antianginosos:
- betabloqueadores: escolha
- bloqueador canal de cálcio (diltiazem/anlodipina): alternativa ou adição ao betabloq
- nitrato de longa duração: não altera mortalidade
- iECA: se HAS, DM, DRC, FE < 40%
2) vasculoprotetores
- AAS
- estatinas (independente da lipemia, pois estabiliza placa)
3) resgate em caso de dor
- nitrato sublingual (isordil): não altera mortalidade
CATETERISMO
- alto risco cardiovascular
- refratário ao tratamento farmacológico
- angina + IC
- angina pós PCR
- SINTAX < 22
CRVM:
- ICFEr < 35%
- lesão de tronco de coronária esquerda / DA proximal / multivascular
- SINTAX > 33
O que é a Doença de Barlow?
É causa de prolapso da valva mitral por degeneração mixomatosa.
Quais são os sopros sistólicos e diastólicos nas valvulopatias?
Diástole
- contração atrial
- enchimento ventricular
- B2 = fechamento da AÓRTICA e PULMONAR
- sopros:
• estenose mitral e tricúspide
• insuficiência aórtica e pulmonar
Sístole
- contração ventricular
- enchimento atrial
- B1 = fechamento da MITRAL e TRICÚSPIDE
- sopros:
• estenose aórtica/pulmonar
• insuficiência mitral/tricúspide
Resumo das principais manobras de exame físico e seus efeitos sobre os sopros cardíacos:
1) AUMENTO DA RVP:
- Handgrip
- diminui os sopros de estenose
- aumenta os sopros de insuficiência
📌principal uso: diferenciar estenose aórtica e insuficiência mitral quando tem fenômeno de Gallavardin
2) DIMINUIÇÃO DO RETORNO VENOSO:
- Valsalva e ortostase
- reduz todos os sopros, EXCETO prolapso mitral e cardiomiopatia hipertrófica
3) AUMENTO DO RETORNO VENOSO:
- Inspiração profunda, cócoras e decúbito dorsal
- aumentam os sopros do coração direito
Quais são os principais sinais clínicos da estenose mitral, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?
As principais manifestações da estenose mitral estão relacionadas ao aumento do AE:
- fibrilação atrial
- compressão de estruturas adjacentes: disfagia, rouquidão
- ECG: P mitrale (larga e com duplo pico); índice de Morris.
- RX tórax: duplo contorno; sinal da bailarina, arco médio à esquerda
AUSCULTA:
- B1 hiperfonética
- sopro diastólico
📌geralmente com reforço pré sistólico, mas que some se tiver FA (sem contração atrial) - estalido de abertura
‼️área valvar < 1,5 cm = grave
Tratamento
- medicamentoso: controle de FC (betabloq)
- intervenção:
•valvoplastia mitral por cateter
•balão
•escore de Block > 8 = troca valvar
Quais são as causas, os principais sinais clínicos da estenose aórtica, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?
Causas
- calcificação (degeneração) » idoso
- bicúspide (ma formação) “ jovem
- reumática
Clínica (ISA)
- ICC (dispneia, edema)
- sincope
- angina (hipertrofia VE)
AUSCULTA:
- sopro mesosistólico em crescente e decrescente / diamante, que irradia para carótidas
- pulso parvus e tardus (baixa amplitude e longa duração)
- B4 (sobrecarga de pressão)
-
fenômeno de Gallavardin: sopro que simula insuficiência mitral
📌diferencia pelo handrgrip
‼️área valvar < 1 cm = grave
Tratamento
- NÃO faz betabloqueador
- intervenção: troca valvar
📌tendência = implante valvar transcateter
Quais são as causas de insuficiência mitral, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?
Causas
- prolapso mitral (doença de Barlow)
- endocardite
- febre reumática
Exame físico
- sopro holosistólico com irradiação para axila
- B3 (sobrecarga de volume)
‼️fração regurgitante >50% = grave
Tratamento
- medicamentoso: tratar ICC
- intervenção: reparo (mitraclip) ou troca valvar
Quais são as causas, os principais sinais clínicos da insuficiência aórtica, as alterações esperadas na ausculta e o tratamento?
Causas
- dissecção
- aterosclerose
- endocardite
- reumática
Clínica
- sobrecarga de VE (ICC)
- pressão divergente (queda PAD)
- pulso de Corrigan (martelo d’água)
- sinal de Quincke (leito ungueal)
- sinal de Muller (uvula)
- sinal de Musset (cabeça)
- sinal de Duroziez (sopro femoral na compressão)
- sinal de Traube (sopro femoral)
AUSCULTA:
- sopro protodiastólico em foco aórtico acessório
- sopro de Austin-Flint: simula estenose mitral
‼️fração regurgitante >60% = grave
Tratamento
- medicamentoso: vasodilatador se sintomático
- intervenção: troca valvar
Diferencie o Fenômeno de Gallavardin do Sopro de Austin-Flint:
Na ESTENOSE AÓRTICA ocorre sobrecarga no VE durante a sístole. Com isso, dificulta o fechamento adequado da mitral, gerando
SOPRO QUE SIMULA INSUFICIÊNCIA MITRAL → fenômeno de GALLAVARDIN.
Na INSUFICIÊNCIA AÓRTICA, ocorre sobrecarga do VE durante a diástole. Com isso, dificulta a abertura adequada da mitral, gerando SOPRO QUE SIMULA ESTENOSE MITRAL → sopro de AUSTIN-FLINT.