ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS Flashcards

1
Q

Qual é o exame PADRÃO OURO no diagnóstico de nefrolitíase?

A

TC de abdômen sem contraste

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Q

Descreva o manejo geral da nefrolitíase sintomática, bem como a indicação específica de acordo com tamanho e localização dos cálculos.

A

Manejo inicial:
Analgesia (AINE ou OPIOIDE) + hidratação

até 5mm -> aguardar eliminação ESPONTÂNEA

até 10mm -> terapia expulsiva medicamentosa com TANSULOSINA

> 1cm até 2 cm -> LECO
(ureteroscopia se cálculo em ureter médio/distal)

> 2cm -> nefrolitotripsia PERCUTÂNEA

‼️casos COMPLICADOS (ITU, IRA, obstrução) = inserção de duplo J e estabilização

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3
Q

Qual tipo de cálculo não aparece na TC sem contraste?

A

Cálculos formados por inibidores da protease (indinavir e ritonavir).

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4
Q

Paciente assintomática com achado incidental de cálculo ureteral de 6mm ao ultrassom abdominal. Qual a conduta?

A

VIGILÂNCIA ATIVA com hidratação e MODIFICAÇÕES DIETÉTICAS, visando prevenir o crescimento do cálculo existente e a formação de novos cálculos.

Oxalato de cálcio:
- NÃOOO restringe cálcio na dieta!!
- dieta hipossódica hipoproteica
- tiazídico

Estruvita:
- antibiótico
- refratário -> inibidor de urease (ácido acetohidroxâmico)

Ácido úrico:
- restringir ingestão de carne (purinas)
- alcalinizar urina: citrato de potássio
- refratário -> alopurinol

‼️só faria terapia expulsiva medicamentosa se fosse SINTOMÁTICA‼️

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5
Q

Paciente é admitida por litíase renal, possui enxaqueca crônica como comorbidade. Qual fármaco utilizado pode ter contribuído para o quadro atual?

A

TOPIRAMATO, nefrolitíase é um dos seus efeitos colaterais.

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6
Q

Descreva o protótipo das provas dos seguintes cálculos renais:

• Oxalato de cálcio;
• Estruvita;
• Ácido úrico;
• Fosfato de cálcio;
• Indinavir;
• Cistina.

A

1) Oxalato de cálcio:
- MAIS COMUM
- RADIOPACO
- relacionado à SÍNDROME METABÓLICA, doença de CHRON (gera hiperoxalúria) e cirurgia BARIÁTRICA

2) Estruvita:
- segundo mais comum
- RADIOPACO e CORALIFORME
- formado em urina BÁSICA
- relacionado à ITU por PROTEUS (urease)

3) Ácido úrico
- terceiro mais comum
- RADIOTRANSPARENTE
- formado em urina ÁCIDA
- relacionado à GOTA e NEOPLASIAS

4) Fosfato de cálcio
- formado em urina BÁSICA
- relacionado ao
HIPERPARATIREOIDISMO e à ATR II
(Fanconi)

5) Indinavir = RADIOTRANSPARENTE e relacionado à TARV DO HIV.

6) Cistina = urina ÁCIDA e causado por
HOMOCISTINÚRIA.

‼️citrato e magnésio são fatores protetores contra nefrolitíase

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7
Q

Qual é o subtipo histológico mais comum do câncer renal?

A

Carcinoma de células claras

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8
Q

Clínica e conduta no câncer renal

A

Tríade clássica: HEMATÚRIA + DOR + MASSA em flanco (maioria dos casos é assintomática)

NEFRECTOMIA PARCIAL: T1a e T1b (até 7cm limitado ao rim)

NEFRECTOMIA TOTAL: nódulos >7cm não locamente avançados (ressecção em bloco do rim, gordura perirrenal, fáscia de Gerota e adrenal)

IMUNOTERAPIA E TERAPIA-ALVO: lesões localmente avançadas, com comprometimento vascular ou linfático, ou metastáticas

‼️ vigilância ativa a cada 6-12 meses nos pacientes com pequenas lesões (< 2 cm), ou aqueles que não tolerariam a cirurgia

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9
Q

O diagnóstico definitivo do câncer renal é feito através de biópsia percutânea com análise histológica. VERDADEIRO ou FALSO?

A

FALSO!

O diagnóstico é feito a partir da alta suspeição no exame de imagem (NÓDULO SÓLIDO), prosseguindo diretamente para a RESSECÇÃO CIRÚRGICA.

📍as exceções que indicam bx são: lesões BILATERAIS, suspeita de ORIGEM METASTÁTICA do nódulo, suspeita de LINFOMA RENAL, lesões < 3 cm com RISCO CIRÚRGICO elevado

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10
Q

Qual o subtipo histológico mais comum no câncer de ureter?

A

Carcinoma de células transicionais (urotelial)

MESMO DO CÂNCER DE BEXIGA

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11
Q

Qual é a principal causa de hematúria macroscópica acima de 50 anos?

A

CÂNCER DE BEXIGA

‼️ Embora pacientes com nefrolitiase normalmente apresentem hematúria, ela é majoritariamente microscópica, ficando evidente apenas em exames de urina.

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12
Q

Conduta no câncer de bexiga

A

O exame padrão ouro é a CISTOSCOPIA com biópsia.

Tumores não invasivos (até T1) = RTU + MITOMICINA C intravesical

Tumores invasivos (a partir de T2, invade músculo detrusor) = CISTECTOMIA RADICAL com ressecção da gordura perivesical, órgãos reprodutores e linfonodos pélvicos + QT NEOADJUVANTE

‼️para tumores de ALTO GRAU, > 3cm ou múltiplos, está indicada a aplicação de BCG intravesical 6 semanas após RTU

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13
Q

Diferencie as principais causas de escroto agudo quanto à clínica

A

TORÇÃO TESTICULAR
- dor intensa, SÚBITA e constante
- ausência do reflexo cremastérico
- sinal de Prehn negativo
📌 intravaginal é mais comum em adolescentes, e extravaginal em neonatos

ORQUIEPIDIDIMITE
- dor SUBAGUDA
- associação com sintomas urinários e descarga uretral
- reflexo cremastérico preservado
- sinal de Prehn positivo

TORÇÃO DE APÊNDICE TESTICULAR
- CRIANÇAS pré-púberes
- nodulação dolorosa
- sinal da mancha azul (blue dor sign)
- reflexo cremastérico preservado

📍outras: trauma, Púrpura de Henoch-Schöenlein

‼️ ESPERMATOCELE = cisto de epidídimo maior do que 2 cm, ASSINTOMÁTICO (achado incidental ultrassonográfico)

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14
Q

Conduta na torção testicular

A

Pode-se realizar uma tentativa de destorção através de manobras manuais e vigilância clínica até SEIS HORAS do início dos sintomas.

ABORDAGEM CIRÚRGICA:
- testículo viável = orquidopexia
- não viável = orquiectomia
📍sempre faz também a fixação do lado contralateral

‼️a orquiepididimite e a torção de apêndice testicular são de tratamento clínico

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15
Q

Principais causas de disfunção erétil (incluindo medicamentosas)

A

A maior parte dos casos é de origem PSICOSSOCIAL, sem associação a outros sintomas fisiológicos ou alterações anatômicas.

Antidepressivos (ISRS e inibidores da MAO)

DIURÉTICOS TIAZÍDICOS

‼️ sempre que receber a queixa de disfunção erétil, é importante avaliar o risco cardiovascular do paciente, pois há associação com doenças cardiovasculares‼️

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16
Q

Qual a origem histológica principal do câncer de testículo?

A

GERMINATIVA (95%)

Divide-se em seminomas (40-45%) e não seminomatosos (35-40%).

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17
Q

Clínica e fatores de risco do câncer de testículo

A

Massa indolor com edema e desconforto local

Homens JOVENS, entre 20-40 anos, história de criptorquidia e história familiar positiva

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18
Q

Investigação e conduta no câncer testicular

A

IMAGEM: USG de bolsa escrotal com Doppler

LABORATÓRIO: LDH, alfa-fetoproteína e beta-hCG

📍a alfafetoproteína é aumentada somente nos tumores não seminomas, enquanto o beta-hCG aumenta levemente em ambos, apesar de ser mais comum nos não seminomas

Tratamento = ORQUIECTOMIA RADICAL por via inguinal (não faz biópsia)

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19
Q

Conduta no priapismo

A

A partir de 4 HORAS do início do quadro já é necessário intervir pelo risco de dano

1) ASPIRAÇÃO DO CORPO CAVERNOSO com irrigação de solução salina
2) se refratário -> INJEÇÃO de alfa adrenérgico
3) se refratário -> abordagem CIRÚRGICA com shunt

📍se a causa for anemia falciforme = hidratação, analgesia, O2 e suporte hematológico

📍se causa não isquêmica = embolização seletiva da fístula

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20
Q

Qual é o subtipo histológico mais comum no câncer de pênis?

A

CEC (espinocelular/escamoso)

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21
Q

Fatores de risco, clínica, diagnóstico e conduta no câncer de pênis (resumão)

A

FR: má higiene, infecção pelo HPV e ausência de circuncisão

Clínica: úlcera persistente não relacionada a ISTs

Diagnóstico: biópsia INCISIONAL

Conduta:
- estágios iniciais: excisão da lesão
📍radioterapia a laser para T1/T2 com envolvimento da glande a menos de 4cm do sulco coronal
- estágios avançados: penectomia parcial ou total

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22
Q

Quais são as indicações de rastreio do câncer de próstata?

A

Ministério da Saúde → não deve ser realizado rotineiramente.

Sociedade Brasileira de Urologia → toque + PSA de 50-75 anos (ou a partir dos 45 anos em pacientes com história familiar ou negros).

‼️NÃO continuar após 75 anos ou não iniciar o rastreio se a expectativa de vida for < 10 anos.

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23
Q

Quais os principais fatores de risco para o câncer de próstata?

A

Raça NEGRA e idade avançada!

‼️TABAGISMO E HPB NÃO SÃO‼️

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24
Q

Quando o rastreio indica biópsia para investigação de câncer de próstata?

A

Se houver presença de ENDURECIMENTO, NODULAÇÕES ou IRREGULARIDADES ao toque retal

ou

PSA > 4 ou > 2,5 em maiores de 60 anos

📍refinamento do PSA
- são padrões suspeitos:
1) aumento > 0,75/ano
2) densidade > 0,15
3) fração livre < 25%

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25
Conduta no câncer de próstata
VIGILÂNCIA ATIVA: **Gleason ≤ 6, PSA < 10 e estadiamento T1c** PROSTATECTOMIA/RADIOTERAPIA: doença localizada (até **T2**) 📌a RT tem risco de impotência semelhante ao da cirurgia, só é mais tardio!! BLOQUEIO HORMONAL: **doença metastática** 📌pode ser realizado com orquiectomia bilateral ou com agonista de GnRH (goserelina/leuprolide)
26
Zonas da próstata de acometimento pela HPB e pelo câncer de próstata
HPB: zona de transição Câncer: zona periférica
27
Conduta na HPB segundo o grau de sintomas
IPSS 0 a 7 → OLIGOSSINTOMÁTICO → acompanhamento; IPSS 8 a 19 → SINTOMÁTICO com piora na qualidade de vida → **alfabloqueador** se próstata < 60g ou terapia combinada (alfabloqueador + inibidor de 5a redutase) se ≥ 60g; IPSS ≥ 20 → intolerante ou REFRATÁRIO aos medicamentos, ou com presença de COMPLICAÇÕES (cálculos, alterações anatomofuncionais na bexiga, IRA pós-renal) → **RTU se < 80g**, ou **cirurgia aberta se > 80g** ou muitas complicações.
28
O local mais comum para a recorrência tardia do tumor de testículo de células germinativas não-seminomatosas, é:
RETROPERITÔNEO
29
Diferencie a ENTEROCOLITE NECROTIZANTE da INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL quanto à clínica e ao tratamento
ENTEROCOLITE NECROTIZANTE • FR: PREMATURIDADE, **asfixia perinatal** e cardiopatias congênitas • tríade: **distensão + dificuldade de progressão da dieta + resíduo gástrico** (pode ter MELENA) • RX: **PNEUMATOSE INTESTINAL** • tratamento de SUPORTE (**dieta zero, sonda nasogástrica, hidratação EV**) + ATB AMPLO ESPECTRO (**ampi + genta + metronidazol**) 📍*cirurgia se perfuração intestinal* INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL • FR: VORH (inclusive contraindica) • tríade: **fezes em geleia de framboesa + DOR abdominal aguda + massa palpável** 📍*sinal de DANCE = massa em QSD com FID vazia* • US: **SINAL DO ALVO ou pseudorim** • tratamento de DESCOMPRESSÃO com **enema baritado** (cirurgia se falha)
30
Diferencie ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO e ATRESIA DUODENAL quanto à clínica e ao tratamento
ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO • tardia (**3-5 semanas** de vida) • vômitos NÃO BILIOSOS ❗️*alcalose hipoclorêmica hipocalêmica com urina ácida* • sinal da OLIVA PILÓRICA (USG) • cd: pilorotomia (**Fredet-Ramstedt**) ATRESIA DUODENAL • precoce (**1º dia** de vida) • vômitos BILIOSOS • sinal da DUPLA BOLHA (RX) • cd: duodeno-duodenostomia
31
Clínica, classificação, diagnóstico e tratamento da ATRESIA DE ESÔFAGO
ATRESIA DE ESÔFAGO • intraútero: polidrâmnio • pós-natal: vômitos, sialorreia, tosse, cianose • mais comum = TIPO C **fístula traqueoesofágica distal** • associação com outras malformações: VECTREL *(Vértebra, Esfíncter, Coração, Traqueia, Rim, Esôfago, Limbs)* • cd: cirurgia de reconstrução de trânsito -> para saber se tem ou não fístula, temos que olhar para a **bolha gástrica** e **para a classificação de Gross** A) sem fístula (8%) B) fístula proximal (1%) C) fístula distal (87%) D) fístula proximal e distal (1%) E) só fistula, sem atresia (3%) ❗️**apenas fístulas do segmento distal podem cursar com a presença de bolha gástrica**❗️ 📍assim, na **ausência** desta, o mais provável é que **NÃO haja fístula**, visto que a classe A é bem mais comum que a B (fístula proximal)
32
Descreva fisiopatologia, manifestações clínicas, métodos diagnósticos e conduta na DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG
É a principal causa de obstrução intestinal em **RN** Ocorre pela AGANGLIONOSE, principalmente de segmentos DISTAIS (**retossigmoide**) do cólon, com ausência dos plexos de Auerbach, Henle e Meissner. Cursa com ATRASO NA ELIMINAÇÃO DE MECÔNIO, distensão abdominal e **toque retal com saída explosiva de fezes** Diagnóstico: • enema contrastado: **cone de transição** • manometria anorretal: **não relaxamento** • CONFIRMAÇÃO: BIÓPSIA Cirurgia RESSECÇÃO + RECONSTRUÇÃO: • Soave: mucosectomia (s/ ressecção) • Duhamel: secção + anastomose • **Swenson: ressecção com anastomose** 📍a principal complicação é a ENTEROCOLITE, podendo ocorrer antes ou após a cirurgia
33
Diferencie ONFALOCELE e GASTROSQUISE
ONFALOCELE • intestino delgado, **fígado** • coberta por **membrana** • saída na **cicatriz umbilical** • associação com **outras malformações** *(trissomias 21/13, cardiopatias)* • alfafetoproteína PODE elevar GASTROSQUISE • **intestino delgado** • SEM membrana • linha paramedial (**à direita do umbigo**) • outras anomalias são incomuns (se tiver, **atresia de esôfago**) • alfafetoproteína GERALMENTE eleva
34
Quando fazer cirurgia nas seguintes condições: Hérnia inguinal; Hidrocele; Hérnia umbilical; Fimose; Criptorquidia.
• Hérnia inguinal = **imediato**. • Hidrocele = **1-2 anos**. • Hérnia umbilical = **> 2cm**, estrangulamento, DVP ou persistência até **5 anos**. • Fimose = parafimose, fimose patológica, complicações ou **6 anos**. • Criptorquidia = não opera nos primeiros 6 meses! Se não descer, operar **até 2 anos**.
35
Lactente procura atendimento com relato de sangramento intestinal baixo volumoso, sem outras queixas. Qual a principal hipótese, como é feito o diagnóstico e qual é a indicação de tratamento?
DIVERTÍCULO DE MECKEL é a principal causa de hemorragia digestiva baixa **importante** em crianças, sendo a **anomalia congênita mais comum do TGI** 📍*observe que a enterocolite necrotizante e a intussuscepção causam sangramento nas fezes, de menor volume* O diagnóstico é feito através da **CINTILOGRAFIA COM 99m-Tc**, ou por laparotomia se alta suspeição clínica Deve-se tratar apenas os casos SINTOMÁTICOS, com remoção cirúrgica
36
Cite as 4 principais malformações congênitas da região cervical, bem como sua apresentação clínica e tratamento.
1) CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO • **mais comum** • massa da **linha média**, **móvel** à deglutição • cd: PROCEDIMENTO DE SISTRUNK❗️ (*ressecção cisto + ducto + osso hioide*) 2) HIGROMA CÍSTICO • malformação **linfática posterior** • massa cística, multiloculada, com **transiluminação positiva** • crescimento rápido -> **efeito de massa** • cd: RESSECÇÃO + LIGADURA VASOS LINFÁTICOS 📍*ressecção difícil -> bleomicina* 3) CISTOS/FENDAS BRANQUIAIS • **mais comum = 2º arco** (96%) • drenagem ao longo da borda do esternocleidomastoideo • cd: ressecção de TODOS os remanescentes do arco branquial 📍*se infectado, tratar antes de operar* 4) TORCICOLO CONGÊNITO • encurtamento e fibrose do esternocleidomastoideo • **cabeça inclinada para o lado acometido e rotacionada para o lado oposto** • cd: FISIOTERAPIA (90%) 📍*refratários: botox/cirurgia*
37
Um paciente de 52 anos se apresenta com dor abdominal, perda de peso e hematúria. Investigação complementar direciona para um carcinoma de células claras renal com extensão para a veia cava inferior. O melhor tratamento para esse caso é:
RESSECÇÃO CIRÚRGICA Nos carcinomas renais com invasão do sistema vascular, desde que na ausência de metástases ou invasão linfonodal, é feita a **nefrectomia radical com a trombectomia tumoral do sistema venoso**.
38
Em relação ao tratamento de câncer de pênis, quando está indicada radioterapia?
Pacientes **T1 e T2** com envolvimento da glande a **< 4 cm do sulco coronal**
39
Paciente de 35 anos dá entrada no PS e relata que estava praticando relação sexual vigorosa quando houve a ocorrência de estalo seguido de dor e intumescência no pênis. Ao exame, apresenta hematoma com deformidade "em berinjela", acompanhada de sangue no meato uretral. Nesse caso, a conduta mais recomendada é realizar:
REPARO CIRÚRGICO Na **fratura de pênis** (ruptura de corpos cavernosos), é necessária cirurgia imediata, dentro das primeiras horas, para evitar sequelas como a disfunção erétil.
40
Qual é a conduta em casos de orquiepididimite aguda em jovens sexualmente ativos?
**Fluoroquinolona por 10 a 14 dias** e **doxiciclina por até 14 dias**, especialmente se houver suspeita ou confirmação de infecção por clamídia. 📌em crianças, a principal causa é VIRAL 📌em idosos, a principal causa é BACTERIANA, associada à UROPATÓGENOS (trata semelhante à ITU)
41
Qual é o subtipo histológico mais comum no câncer de próstata?
Adenocarcinoma ACINOSO 👹
42
Quais são os tipos mais frequentes de hipospádia e quando está indicada a correção cirúrgica?
A hipospádia consiste em uma malformação na qual a uretra está localizada na superfície ventral do pênis. As formas mais prevalentes são: 1) **DISTAIS (glandar e subcoronal)**: 50% 2) PENIANAS: 30% 3) PROXIMAIS (escrotal e perineal): 20% 📌 Uma vez identificada a hipospadia, o paciente deve ser **reavaliado entre 6 e 12 meses** para indicação de **cirurgia ANTES dos 2 anos**
43
Quais são os tumores de canal anal?
São aqueles localizados ABAIXO da linha pectínea: 1) CARCINOMA EPIDERMÓIDE (mais comum): • Engloba o CEC (PRINCIPAL e queratinizado) e os carcinomas CLOACOGÊNICOS (não-queratinizados); • Mais encontrado em **MULHERES** (2:1); • O principal fator de risco é a **INFECÇÃO POR HPV**; • O fígado é o principal alvo de metástases; • Tratamento = **ESQUEMA DE NIGRO → QT+RT COM CAPACIDADE DE CURA (80-90%)** e posterior seguimento clínico e de imagem → a cirurgia de Miles (ressecção abdominoperineal) fica reservada para aqueles que não tiveram resposta adequada. 2) MELANOMA: • Normalmente é AMELANÓTICO; • Tem PROGNÓSTICO RUIM → maioria muito invasivo ou com metástases; • O tratamento envolve ressecção simples nas lesões locais ou cirurgia de Miles nas avançadas; • NÃO RESPONDE À RT+QT; • A taxa de RECORRÊNCIA É ALTA. 3) ADENOCARCINOMA: • Mais RAROS mas MUITO AGRESSIVOS; • Tratamento é semelhante aos de reto (como é de reto baixo → cirurgia de Miles + RtQt).
44
Quais são as principais lesões retais associadas à infecção pelo HPV?
Condiloma acuminado = verrugas Tumor de Buschke-Lowestein = condiloma acuminado gigante Papulose bowenoide = pápulas planas/aveludadas róseas/acastanhadas Doença de Bowen = CEC in situ
45
As artérias retais superiores, média e inferior (artérias hemorroidárias), são ramos das artérias:
Mesentérica inferior, ilíaca interna e pudenda interna.
46
Como é a drenagem venosa do reto?
A veia RETAL SUPERIOR drena os 2/3 superiores do reto e desemboca no **sistema porta** por meio da veia MESENTÉRICA INFERIOR. As veias retais MÉDIAS e INFERIORES drenam o 1/3 inferior do reto e o ânus diretamente para a veia **cava inferior** por meio da veia ILÍACA INTERNA. 📌*por isso, tumores de reto alto dão mais metástases hepáticas, enquanto os de reto baixo dão mais pulmonares*
47
Quais são os 3 músculos que compõem o elevador do ânus?
Pubococcigeo Puborretal lliococcigeo
48
Como são classificadas as hemorroidas internas e qual deve ser o tratamento de acordo com o grau?
Tipo I: sem prolapso 📌medidas dietéticas e comportamentais Tipo II: prolapso que reduz espontâneo 📌**ligadura elástica** Tipo III: prolapso que reduz com manobra digital 📌ligadura elástica ou **hemorroidectomia** Tipo IV: prolapso irredutível 📌hemorroidectomia As técnicas mais utilizadas são: • aberta: **Milligan-Morgan** • FEchada: **FErguson* • PPH: **hemorroidopexia grampeada** (*menos dor, alta precoce, mas mais recorrência e incontinência*)
49
Homem, 58 anos, sabidamente portador de hemorroidas, procura o proctologista com queixa de aparecimento de nódulo exteriorizado em região anal e referindo sangramento às evacuações. O exame proctológico mostra 3 mamilos hemorroidários grau III. Qual a melhor conduta a ser adotada atualmente nesse paciente, principalmente em relação à dor no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades?
**PPH: hemorroidopexia grampeada** No geral, nesse tipo de procedimento, o paciente possui alta no mesmo dia, liberado precocemente para atividades diárias!! 📌não é o de escolha sempre pois tem MAIS RECIDIVA e MAIS INCONTINÊNCIA
50
Paciente masculino, 52 anos, foi submetido à hemorroidectomia por ligadura elástica, sem intercorrências. Quatro horas após o procedimento, você é chamado para reavaliar o paciente que se encontra taquicardíaco e descorado, com persistência do sangramento anal, mesmo após múltiplas trocas de compressas na região. Qual é a melhor conduta?
Realizar LIGADURA POR SUTURA, que é a escolha em casos de sangramento refratário pós hemorroidectomia.
51
Quando está indicado o uso de antibióticos sistêmicos no manejo dos abscessos perianais e quais são os fármacos de escolha?
**Metronidazol** 500 mg de 8/8h + **Ciprofloxacino** 500 mg 12/12h, por 7 dias. O uso de antibióticos está particularmente recomendado para os seguintes pacientes: • **Imunocomprometidos** • Celulite extensa; • Sintomas sistêmicos importantes; • Alto risco de infecção endovascular (shunts ou valvas cardíacas).
52
O que diz a regra de Goodsall-Salmon sobre o trajeto das fístulas perianais?
Fístulas com orifício de saída ANTERIOR RETILÍNEO; Fístulas com orifício de saída POSTERIOR, costumam apresentar um trajeto posterior e CURVILÍNEO.
53
Quais são os tipos de fístulas perianais segundo a classificação de Park e quais são as modalidades terapêuticas para elas?
Interesfincteriana (45%) Transesfincteriana (30%) Supraesfincteriana (20%) Extraesfincteriana (5%) 📌na determinação da conduta, dividimos as fístulas em SIMPLES e COMPLEXAS: • simples (< 3cm do esfíncter) = **fistulotomia/fistulectomia** • complexa (> 3cm do esfincter) = **drenagem** com **sedenho/plug/retalhos**
54
Qual é a clínica e o tratamento das fissuras anais agudas e crônicas?
Aguda - < 6 semanas - dor ao evacuar + sangue no papel - lesão avermelhada - cd: **dieta + pomadas**: • anestésico: lidocaína • vasodilatador: **nitrato** • corticoide Crônica - > 6 semanas - **plicoma + papilite hipertrófica** - lesão esbranquiçada - cd: • **esfincterotomia lateral interna** • pomada: bloqueador canal de cálcio **(diltiazem)**
55
Qual é a localização mais frequente das fissuras anais?
As fissuras na **linha média posterior** são as mais frequentes em ambos os sexos!! As fissuras na linha média ANTERIOR são mais frequentes em MULHERES. As fissuras LATERAIS estão mais associadas a outras COMORBIDADES, como HIV, Crohn e tuberculose.
56
Paciente masculino, 81 anos, internado para a cardiologia após investigação coronariana, apresentou desconforto inguinal direito. Na investigação com Ecocolordoppler nota-se o sinal de Yin Yang. O diagnóstico mais provável é:
**Desconforto inguinal + procedimento endovascular prévio + sinal de Yin Yang = PSEUDOANEURISMA FEMORAL** O sinal do Yin-Yang, ou **sinal da Pepsi**, é indicativo da presença de **aneurismas e pseudoaneurismas**! Como temos uma história de procedimento endovascular, neste caso a principal hipótese é de pseudoaneurisma, uma complicação grave associada à punção.
57
Quais são os valores do Índice Tornozelo Braquial indicativos de claudicação e de isquemia crítica de mmii?
O ITB é calculado pela razão entre a PAS do tornozelo e PAS do braço e indica o grau de obstrução arterial de membros inferiores na DAOP. - **normal: 1,1** +/- 0,1 - **claudicação: 0,9 - 0,5** - **isquemia crítica: < 0,4**
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Descreva as classificações de Fontaine e Rutherford para a doença arterial obstrutiva periférica:
Fontaine: - 1: **assintomático** - 2A: claudicação **leve** - 2B: claudicação **moderada/grave** - 3: dor em **repouso** - 4: **úlcera/necrose** Rutherford: - 0: **assintomático** - 1: claudicação **leve** - 2: claudicação **moderada** - 3: claudicação **grave** - 4: dor em **repouso** - 5: necrose **pequena** - 6: necrose **extensa** 📌*DOR EM REPOUSO = ISQUEMIA CRÍTICA*
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Qual é o tipo de entorse mais comum e o ligamento mais lesado?
O **entorse lateral do tornozelo** é o mais comum, lesando principalmente o **ligamento talofibular anterior**
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Qual é o tipo de luxação mais comum?
A luxação de OMBRO
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Qual é a principal complicação da luxação posterior do joelho?
Lesão de artéria poplítea
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Qual é o principal contexto envolvido na luxação posterior do quadril, o nervo lesado e as manobras de redução?
A luxação posterior do quadril ocorre principalmente pelo mecanismo de trauma de ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS, levando à lesão do **nervo ciático** Manobras de redução: **Allis e Stimson**
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Qual é o mecanismo envolvido na subluxação da cabeça do rádio (síndrome da pronação dolorosa)?
Na síndrome da pronação dolorosa ocorre um deslocamento da **cabeça do rádio** em relação ao **ligamento anular**, quando a criança é puxada com o cotovelo em extensão. Pode ocorrer lesão do NERVO ULNAR O tratamento é com REDUÇÃO **não cirúrgica**
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Classificação Salter-Harris para fraturas epifisárias:
I) linha epifisária (separa metáfise da epífise) II) separação da epífise com um fragmento da metáfise ainda conectado (**Thurston Holland**) 📌80% dos casos‼️ III) vertical (racha a epífise no meio) IV) vertical estendida (racha a epífise + placa + metáfise) V) **compressão** (amassa epífise contra metáfise) 📌geralmente tem diagnóstico TARDIO, sendo o tratamento apenas com **cirurgia para correção de deformidades**
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Conceitue fratura em galho verde e fratura em torus:
Ambas são mais comuns em CRIANÇAS, por possuírem **ossos imaturos** GALHO VERDE: incompleta, com **ruptura de um lado + amassamento do outro** TORUS: **não ocorre ruptura, apenas amassamento**
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Resumo das principais fraturas com nomes especiais
Fratura de Jones: base do 5° metatarso Rádio distal: - Colles: EXTRA articular, cai com a palma da mão para **frente**, levando o fragmento para a região **posterior** da mão (**dorso**) - Smith: EXTRA articular, cai com a palma da mão para **trás**, levando o fragmento para a região **anterior** da mão (**palma**) - Barton: INTRA articular Fratura do escafoide: queda com o punho estendido Fratura-luxação de Monteggia: luxação da cabeça do rádio + fratura da ulna
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Diferencie os tipos de fratura de fêmur quanto ao mecanismo, complicações e tratamento:
COLO DO FÊMUR - dor + **encurtamento + rotação EXTERNA** - maior risco de **necrose** 📌abordagem em até **12h** - com deslocamento: ARTROPLASTIA - sem deslocamento: FIXAÇÃO INTERNA INTERTROCANTÉRICAS - **mais comum de todas** - maior vascularização -> baixo risco de necrose 📌abordagem em até **48h** SUBTROCANTÉRICAS - **músculos** ao redor são muito fortes -> dificuldade para reduzir - **redução cirúrgica** CORPO DO FÊMUR - trauma de alta energia - alto risco de **tromboembolismo** 📌abordagem em até **24h** DISTAIS - queda com joelho no chão - tratamento cirúrgico com período prolongado sem poder apoiar a perna
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Quais nervos lesados provocam as seguintes manifestações: - Mão caída - Mão em garra - Pé caído - Síndrome do desfiladeiro torácico
Mão caída: RADIAL Mão em garra: ULNAR Pé caído: FIBULAR COMUM / FIBULAR SUPERFICIAL Síndrome do desfiladeiro torácico: compressão do PLEXO BRAQUIAL, artéria e veia subclávia entre a clavícula e a 1ª costela
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Qual é o principal músculo lesado na síndrome do manguito rotador?
Principalmente músculo **supra-espinal**, levando à dor à **abdução** do braço.
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Diferencie a epicondilite do GOLFISTA da epicondilite do TENISTA
Epicondilite do GOLFISTA/jogador de beisebol: dor em região MEDIAL do cotovelo (origem nos **flexores**) Epicondilite do TENISTA: dor em região LATERAL do cotovelo (origem nos **extensores**)
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Quais são os principais germes envolvidos na osteomielite e os antibióticos de escolha?
Mais frequente: **Staphylococcus aureus** 📌cd: **oxacilina** Pseudomonas em usuários de drogas intravenosas **Salmonella** em pacientes com anemia falciforme 📌cd: **ceftriaxone** ‼️algo a mais: o exame padrão ouro para diagnóstico é a **Cintilografia com tecnécio-99m**
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Qual é o tumor ósseo mais comum?
METÁSTASE = mais comum de todos MIELOMA MÚLTIPLO = primário mais comum OSTEOSSARCOMA = primário não hematogênico mais comum
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Resumão das neoplasias ósseas primárias
OSTEOSSARCOMA - idade: 10-20 anos - lesões metafisárias em ossos longos - RX: **Triângulo de Codman** e **raios de sol** *(osteoSOLcoma)* - aumento de **fosfatase alcalina** - QT neo + ressecção radical + QT adjuvante 📌**má resposta à radioterapia** SARCOMA DE EWING - idade: 5-15 anos - lesões metadiafisárias - RX: **Roído de traças** e **Casca de cebola** - clínica semelhante à **osteomielite** - QT neo + ressecção radical + QT adjuvante 📌*pode tentar radioterapia associada* CONDROSSARCOMA - idade: 40-60 anos - lesões de pelve e fêmur proximal - RX: **espessamento cortical** - cirurgia de amputação
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Quais são as principais características da doença de Legg-Calvé-Perthes?
É a NECROSE AVASCULAR da epífise femoral Acomete mais MENINOS de **5 a 7 anos** 📌*quanto mais velho, pior o prognóstico* Manifesta-se por uma limitação na movimentação do quadril + claudicação + dor referida no joelho (sinal do obturador) RX incidência de **Lowestein**: SINAL DO CRESCENTE (indica fratura subcondral) Tratamento: - conservador (maioria): **Órtese de Atlanta, Gesso de Petrie** - osteotomia em pacientes mais velhos com deformidade
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Quais são as principais características da epifisiólise do quadril?
É o DESLIZAMENTO DO COLO EM RELAÇÃO À CABEÇA DO FÊMUR 📌*bilateral em 60% dos casos* Acomete MENINOS de **11 a 15 anos** de 2 fenotipos: - adiposo genital (sobrepeso) - alto e magro Manifesta-se pelo **sinal de Drehman** ao exame físico: rotação externa e abdução do quadril ao fletir a coxa RX: **Sinal de Trethowan** (linha de Klein não atravessa a epífise) O tratamento é cirúrgico: - **Fixação** se FISE ABERTA (maioria) - Osteotomia se FISE FECHADA 📌 *pode-se realizar fixação contralateral profilática em pacientes mais jovens (< 10a) ou com fatores de risco associados (endocrinopatias, síndrome de Down)*
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Quais são as principais características da sinovite transitória do quadril?
É uma condição BENIGNA que acomete crianças de **3 a 8 anos**, sendo **precedida por infecções respiratórias ou gastrointestinais** Manifesta-se por dor no quadril associada a claudicação RX: sem alterações ‼️ Por ter **resolução espontânea**, o tratamento é apenas sintomático com **AINE e repouso** por 2 semanas
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Quais são as principais características da displasia do desenvolvimento do quadril?
A DDQ é a frouxidão ligamentar do quadril ao nascer Mais comum em **meninas** e do lado **esquerdo** Manobras: - Ortolani: diagnostica o quadril luxado 📌*ORtolani é do ORtopedista que reposiciona a luxação* - Barlow: avalia se o quadril é luxável O método diagnóstico de escolha é a **USG** pelo **método de Graf** Tratamento: - < 6 meses: **suspensório de Pavlik** - 6-18 meses: redução não cirúrgica (se falhar, cirurgia) - > 18 meses: osteotomia
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Quais são as principais características da doença de Osgood-Schlatter?
É a epifisite da tuberosidade da tíbia, que acomete MENINOS de **8 a 15 anos** 📌principalmente **praticantes de atividade física** Clínica: dor no joelho + tumefação na tuberosidade da tíbia RX: fratura subcondral Por ser autolimitada, o tratamento é sintomático com **AINE, crioterapia e repouso** ‼️mesmo quadro no CALCÂNEO = doença de **Sever**
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Diferencie o quadro da paralisia de Erb-Duchenne e da paralisia de Klumpke:
Paralisia de Erb-Duchenne - **proximal/alta** - С5 е С6 - posição de adução + rotação interna + pronação - flexão da mão (C7 associado): **"gorjeta de garçom"** - **ausência do reflexo de moro** 📌 fratura de clavícula mantém moro Paralisia de Klumpke - **distal/baixa** - C8 e T1 - flexão interfalangeanas + hiperextensão punho: **"mão em garra"** - **ausência do reflexo de preensão palmar** - síndrome de horner: miose/ptose O tratamento CONSERVADOR resolve a maioria dos casos de ambas as condições, com **imobilização intermitente**, massagem e mobilização passiva a partir de 7 dias. 📌refratários = microcirurgia
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Diferencie rim multicístico e doença renal policística:
Rim multicístico: - **unilateral** - cistos **grandes** - acompanhamento de imagem e PA -> se ocorrer aumento dos cistos ou surgimento de HAS » **nefrectomia unilateral** Doença renal policística: - fibrocistina - **bilateral** e progressiva - cistos **pequenos** - acometimento **hepático** » cirrose
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Cite o principal fator de risco, de proteção e de risco de ruptura de aneurismas de aorta abdominal:
Fator de risco: TABAGISMO Fator de **proteção: diabetes** ‼️*CUIDADO com a pegadinha* Risco de **ruptura: sexo feminino** 📌*CUIDADO com a pegadinha, homem tem mais, mas mulher rompe mais*
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Indicações de rastreamento e conduta de acordo com os achados no aneurisma de aorta abdominal:
O exame de escolha para rastreio é a USG, estando indicada para **HOMENS, de 65-75 ANOS, com história de TABAGISMO**. A conduta é definida a partir do diâmetro: - > 2,5cm: 5 anos - > 3cm: 3 anos - ≥ 3,5cm: 1 ano - ≥ 4,5cm: 6 meses - **≥ 5 M / 5,5 H = cirurgia** Já para avaliar RUPTURA e planejamento cirúrgico, a escolha é a ANGIO-TC! 📌*apesar da arteriografia ser o exame padrão ouro, ela é menos usada na prática* CIRURGIA ELETIVA está indicada na presença de: - diâmetro **≥ 5 M / 5,5 H** - crescimento **> 0,5cm em 6 meses ou > 1cm em 1 ano** - aneurisma **sintomático** (dor abdominal) - complicações: infecção, embolização - **formação sacular**, independente dos outros fatores A técnica preferencial é a **endovascular**, estando a convencional indicada apenas para REFRATÁRIOS ou com ANATOMIA DESFAVORÁVEL 📌***só dá pra ancorar a prótese endovascular nos INFRARRENAIS***
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Classificações de Stanford e DeBakey para aneurisma de aorta torácica e conduta
DeBakey: • l: ascendente + descendente • II: só ascendente • III: só descendente Stanford: • A: todas que pegam Ascendente • B: só descendente 📌CONDUTA: - analgesia com opioide - controle **FC < 60**: betabloqueador - controle **PAS < 120**: nitroprussiato - **Stanford A/DeBakey I e II = cirurgia sempre!!**
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Qual é a possível complicação do tratamento dos aneurismas de aorta que pode cursar com paresia/paralisia?
Infarto medular
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O que é a síndrome de Leriche?
A síndrome de Leriche consiste na oclusão arterial bilateral ao nível **aorto-ilíaco** Causa **claudicação** na panturrilha, coxa e nádegas e **impotência sexual**
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Quais são os valores de corte do ITB para diagnóstico de DAOP e de isquemia crítica, respectivamente?
Índice Tornozelo Braquial (ITB): - PAS tornozelo / PAS braço - normal: 1,1 +/- 0,1 - **DAOP: < 0,9** - **isquemia crítica: < 0,4** 📌*outro indicativo da presença de isquemia crítica é a presença de dor em repouso (Fontaine 3/Rutherford 4)*
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Quais são as principais medidas terapêuticas para a doença arterial obstrutiva periférica (DAOP)?
1) TODOS: - **AAS** (75 a 325 mg MID) 📌*se contraindicação: clopidogrel (75mg MID)* - **Estatina**, independente dos níveis de colesterol - Baixa dose de **rivaroxabana** (2,5mg BID) 2) Na presença de CLAUDICAÇÃO: - **cilostazol** 📌*não possui fator prognóstico, é apenas sintomático* - atividade física supervisionada 3) Medidas INTERVENCIONISTAS: - indicações: **refratários** ao tratamento clínico, **isquemia crítica**, **úlceras** persistentes - endovascular: **angioplastia +/- stent** - revascularização aberta: **by-pass** - amputação para casos graves
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Quais são os graus de oclusão arterial aguda e qual é a conduta para cada um deles?
GRAU 1: sem ameaça ao membro - sem perda sensorial / fraqueza - Doppler arterial + - cd: arteriografia + trombolítico GRAU 2: ameaça - pouca perda **sensorial apenas** - Doppler arterial - e venoso + - cd: **arteriografia + trombolítico** GRAU 3: ameaça iminente - perda sensorial moderada - **fraqueza** leve - Doppler arterial - e venoso + - cd: **arteriotomia + embolectomia** GRAU 4: membro inviável - **rigidez** - **anestesia profunda** - Doppler venoso - - **amputação**
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Principais sítios de oclusão arterial por embolia e trombose:
Embolia: bifurcação femoral (40%) > bifurcação ilíacas (15%) > aorta > poplíteo Trombose: femoral superficial
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Classificação CEAP para insuficiência venosa crônica e conduta
C0: sem alterações visíveis C1: teleangiectasias 📌*escleroterapia/laser* C2: varizes 📌*cirurgia estética* C3: edema C4a: hipercromia / eczema C4b: lipodermatoesclerose / dermatite ocre / atrofia branca 📌*C3/C4: meias elásticas* C5: úlcera cicatrizada 📌*cirurgia na insuficiência superficial + meias elásticas (20-30mmHg)* C6: úlcera ativa 📌*bandagem*
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Diferencie clinicamente as úlceras arteriais das venosas
VENOSA - grande - irregular e elevada - fundo avermelhado e superficial - pouco dolorosa - **secretiva** - **face medial da perna** (⅓ distal), próximo ao maléolo medial ARTERIAL - pequena - bem definida, circular - fundo pálido e profundo - **muito dolorosa** - seca - **extremidades** dos dedos dos pés, calcâneo, **face lateral da perna**
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Homem, 60a, refere perda progressiva de sensibilidade em pés, com calosidades frequentes e feridas que demoram para cicatrizar, além de inchaço permanente nos pés. Refere dor e dificuldade para apoiar o pé direito no chão há um ano. DM há 25 anos e HAS há 15 anos, em uso de insulina, metformina, losartana, carvedilol, furosemida, sinvastatina e cilostazol. RX: presença de protuberância na superfície plantar, alterações de densidade da matriz óssea (osteopenia no calcâneo) e deslocamento articular. Qual é a principal hipótese diagnóstica, sua fisiopatologia e tratamento?
Esse paciente é nitidamente portador de uma **polineuropatia simétrica distal**, associada à uma **doença óssea crônica**, destrutiva, com deformidades osteoarticulares. Assim, a principal hipótese é a **NEUROARTROPATIA DE CHARCOT**! A perda de sensibilidade leva a **microtraumas repetidos**, frouxidão ligamentar e, inicialmente, aumento da amplitude de movimento. No começo há sinais inflamatórios (calor, edema, dor), que evoluem para o **pé de Charcot** clássico: - Desabamento do arco longitudinal - **Proeminência óssea plantar** - Incapacidade de realizar movimento - Ulcerações devido à sobrecarga mecânica 📌*o tratamento pode ser por imobilização, calçado terapêutico ou palmilha sob medida ajustada para as deformidades. **A cirurgia é conduta de exceção**!*
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Adolescente queixa-se de dor leve e sensação de peso no testículo, associado a aumento de volume com a manobra de Valsalva e transiluminação negativa. À ectoscopia, observa-se diminuição do volume do testículo afetado. Qual é a hipótese diagnóstica e a conduta?
VARICOCELE, causada pela dilatação das veias que drenam o sangue testicular. Vamos entender o exame físico: - aumento de volume com Valsava: gera ingurgitação vascular; - transiluminação negativa: hidrocele improvável; - redução de volume testicular: decorrente de suprimento sanguíneo inadequado. A varicocele usualmente surge na PUBERDADE, principalmente do lado ESQUERDO, e pode ser **assintomática** ou evoluir com **sintomas leves, como dor e sensação de peso**. ‼️uma diferença no volume testicular **> 15-20%** indica ATROFIA com risco de INFERTILIDADE, e indica cirurgia **varicocelectomia**.