HEPATO E VIAS BILIARES Flashcards
A tríade de Sandblom se refere à qual patologia? Quais são seus componentes?
HEMOBILIA!
Dor em HCD + icterícia + hemorragia digestiva
Critérios de Tóquio para o diagnóstico de colecistite e colangite
A. Sinais locais de inflamação
• Sinal de Murphy
• Massa/dor/sensibilidade no QSD
B. Sinais sistêmicos de inflamação
• Febre
• PCR elevada
• Leucocitose
C. Achados de imagem
📌 Suspeita de diagnóstico: um item em A + um item em B
📌 Diagnóstico definitivo: um item em A + um item em B + C
🚨na colangite, o item B refere-se à COLESTASE
Principais referências anatômicas a serem visualizadas na CVL
Triângulo de Calot = ducto cístico + ducto hepático comum + borda inferior do lobo hepático superior direito (dentro passa a artéria cística)
Sulco de Rouviere: sua identificação evita lesão do colédoco
Linfonodo de Mascagni: identificação da artéria cística
📌artéria cística é ramo da hepatica DIREITA
Quais são os 3 critérios para a visão crítica de segurança na CVL?
1) Dissecção do tecido fibroso e da gordura na região do trígono de Calot, expondo o ducto cístico e a artéria cística.
2) Dissecção da porção inferior da vesícula biliar de seu leito, expondo a placa cística.
3) Identificação de apenas duas estruturas chegando até a vesícula biliar.
📌os 3 critérios indicam a segurança para realizar a ligadura das estruturas
Quais são os principais tipos de cálculos biliares?
AMARELO:
• mais comum
• colesterol (radiotransparente)
• formado no interior da vesícula
PRETO:
• segundo mais comum
• bilirrubinato de cálcio (radiopaco)
• formado no interior da vesícula
• associado à hemólise crônica
CASTANHO:
• mais raro
• bilirrubinato de cálcio
• formado na via biliar (colédoco)
Indicações de CVL em pacientes assintomáticos
• cálculo > 3cm
• cálculo + pólipo
• pólipo de alto risco: >1cm, >60 anos
• vesícula de porcelana
• anomalia anatômica congênita
• hemólise
• pós bariátrica/transplante cardíaco (não é consenso)
• microcálculos (não é consenso)
Qual é o exame PADRÃO OURO na colecistite aguda?
PEGADINHA!!
Apesar do USG ser o principal exame, o padrão ouro é a cintilografia biliar
Classificação de gravidade na colecistite aguda
Grau I (leve)
Grau II (moderado):
• leucocitose >18000
• massa palpável e dolorosa em QSD
• evolução >72h
• sinais de complicação local
Grau III (grave):
• disfunção orgânica persistente
Definição e classificação da Síndrome de Mirizzi
É a compressão do ducto hepático comum por cálculo impactado no infundíbulo
Classificação:
1: sem fistula
2: fístula ⅓ hepático comum
3: fistula ⅔ hepático comum
4: fístula em toda a circunferência do hepático comum
5: fístula duodenal
5a: sem ileo biliar
5b: com ileo biliar
Quais são os métodos diagnósticos disponíveis para a coledocolitíase e quando eles estão indicados?
CPRE: alto risco (US sugestivo, icterícia flutuante)
Colangiorressonância: risco intermediário (menos invasiva)
Colangiografia intraoperatória: avaliação durante cirurgia de CVL
📌o tratamento pode ser feitopor CPRE ou por exploração cirúrgica na CVL, e está SEMPRE indicado pelo risco de pancreatite!
📌 o dreno no PO da exploração cirúrgica do colédoco pode ser retirado quando estiver com baixo débito (10 a 50 mL)
Quais são os componentes da Tríade de Charcot e da Pêntade de Reynolds na colangite aguda?
Tríade de Charcot: febre + icterícia +
dor abdominal
Pêntade de Reynolds: charcot +
hipotensão + rebaixamento
Classificação de gravidade e conduta na colangite aguda
Grau I (leve)
Grau II (moderado): 2 ou mais critérios
• leucocitose >12000
• febre alta
• idade >75
• bilirrubina total >5
• hipoalbuminemia
📌nos graus I e II deve-se fazer antibiótico + drenagem ELETIVA
Grau III (grave)
• disfunção orgânica persistente
📌no grau III deve ser feito antibiótico + drenagem IMEDIATA
Classificação de Todani para os cistos de colédoco
1) dilatação
a) difusa
b) segmentar focal
c) fusiforme
2) divertículo verdadeiro
3) coledococele (duodeno)
4) múltiplas dilatações
a) intra + extra hepática
b) só extra hepática
5) só intra hepática (Caroli)
📌conduta:
- 1 e 4: colecistectomia + derivação biliodigestiva (hepatojejunostomia em Y de Roux)
- 2: excisão do cisto
- 3: CPRE
- 5: lobectomia (se acomete mais de 1 lobo = transplante)
Qual bilirrubina cada uma das síndromes ictéricas a seguir aumenta:
• Rotor;
• Crigler-Najjar;
• Dubin-Jonhson;
• Gilbert.
GILBERT e CRIGLER-NAJJAR geram hiperbilirrubinemia INDIRETA (defeito na conjugação).
ROTOR e DUBIN-JOHNSON causam hiperbilirrubinemia DIRETA (defeito na excreção).
📌 Dessas, a única com prognóstico desfavorável é a síndrome de Crigler-Najjar tipo 1.
Diferencie as síndromes de Gilbert e Crigler-Najjar
A síndrome de GILBERT é uma condição
BENIGNA e COMUM, mas frequente em
HOMENS. A clínica é de ICTERÍCIA ISOLADA desencadeada por ESTRESSE corporal, que pode ser causado por ÁLCOOL, JEJUM, EXERCÍCIOS FÍSICOS, INFECÇÕES, retirada de lipídeos da dieta ou administração de ácido nicotínico. O prognóstico é ótimo e NÃO HÁ TRATAMENTO específico!
Já na síndrome de CRIGLER-NAJJAR, a deficiência da glicuronil-transferase é mais intensa e dividida em duas formas:
• Crigler-Najjar TIPO 1 → deficiência enzimática COMPLETA, sendo uma condição GRAVE que pode levar a Kernicterus e morte ainda no primeiro ano de vida → requer TRANSPLANTE HEPÁTICO;
• Crigler-Najjar TIPO 2 deficiência enzimática PARCIAL →não necessita de tratamento na maioria dos casos, mas pode ser feito FENOBARBITAL (atua como indutor da glicuronil-transferase).
Resumo de vascularização hepática
A irrigação hepática se dá 75% por meio da VEIA PORTA e 25% por meio da ARTÉRIA HEPÁTICA COMUM.
A veia porta é formada pela união da veia esplênica + veia mesentérica superior
Já a artéria hepática comum é ramo do tronco celíaco, composto por:
- artéria esplênica
- artéria gástrica esquerda
- artéria hepática comum
A partir de qual valor considera-se hipertensão portal?
A partir de um gradiente de pressão venosa > 5 mmHg
📌 > 10 mmHg: início da formação de varizes
📌> 12 mmHg: risco de rompimento das varizes
Qual é o método não invasivo de escolha na avaliação da hipertensão portal?
Apesar de o gradiente de pressão venosa ser o padrão ouro, ele é muito invasivo, sendo realizado raramente!
O método mais utilizado é a ULTRASSONOGRAFIA, podendo apresentar os seguintes achados:
- calibre da veia porta > 12 mm
- fluxo hepatofugal (sangue refluindo no sentido oposto)
- ascite
- esplenomegalia
- fígado nodular
Cite as principais etiologias de hipertensão portal quanto à localização
PRÉ HEPÁTICA:
- trombose de veia porta
- trombose de veia esplênica
INTRA HEPÁTICA:
- pré sinusoidal: esquistossomose
- sinusoidal: cirrose
- pós sinusoidal: doença do enxerto contra hospedeiro
PÓS HEPÁTICA:
- Síndrome de Budd-Chiari (obstrução da veia hepática)
- ICC
📌obs: as causas pré hepáticas e pré sinusoidais NÃO geram ascite
Qual é a definição de insuficiência hepática aguda fulminante?
A insuficiência hepática aguda é o desenvolvimento de encefalopatia e icterícia em pacientes sem doença hepática prévia.
A forma fulminante é quando a encefalopatia surge com 8 SEMANAS do início da icterícia.
📌principais etiologias:
- drogas: paracetamol, álcool, AINEs, antibióticos e estatinas
- infecções: febre amarela e hepatites virais (A e B)
Quais são as opções terapêuticas para a hipertensão portal?
1) Derivação portossistêmica transjugular intra-hepática (TIPS):
- conduta de escolha!!
- indicado para HDA e ascite refratárias
- contraindicado na ICC (sobrecarga cardíaca)
- principal complicação: encefalopatia hepática (sangue não é filtrado pelo fígado)
2) Derivações não seletivas:
- TODA a veia porta é conectada a uma veia sistêmica
- indicadas de urgência na hemorragia varicosa incontrolável, quando TIPS falha ou está contraindicado
- exemplos: Shunt término-lateral, Shunt látero-lateral e Shunt esplenorrenal convencional com esplenectomia
3) Derivações seletivas
- apenas um SEGMENTO da veia porta é conectado a uma veia sistêmica
- principal: cirurgia de Warren-Teixeira ou derivação esplenorenal distal (conecta extremidade distal da veia esplênica com veia renal esquerda)
- opção na hemorragia varicosa em paciente SEM ASCITE (contraindicada na ascite refratária)
📌 desconexão ázigo-portal = cirurgia de Sugiura
📌 ESQUISTOSSOMOSE: cirurgia de Vasconcelos / desconexão ázigo-portal com esplenectomia
Quais são as principais etiologias da cirrose hepática?
Álcool
MASLD/NASH (doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica)
Hepatites virais
📌a que mais cronifica é a C
Doença de Wilson
📌 acúmulo de COBRE, com queda de CERULOPLASMINA e anel de KAYSER-FLEISCHER (anel dourado ao redor da córnea)
Hemocromatose
📌 acúmulo de FERRO, com 6Hs (hepatomegalia, hartrite, hipogonadismo, hiperpigmentação, hiperglicemia e heart)
Hepatite autoimune
📌 mulher jovem com ANTIMÚSCULO LISO e ANTI-LKM 1
Colangite biliar primária
📌 mulher de meia-idade com ANTIMITOCÔNDRIA (cd: ácido ursodesoxicólico / ursacol)
Classificação de Child-Pugh
Considera os parâmetros contidos no mnemônico BEATA:
Bilirrubinas:
- < 2: 1 ponto
- 2-3: 2 pontos
- > 3: 3 pontos
Encefalopatia:
- ausente: 1 ponto
- grau I/II: 2 pontos
- grau III/IV: 3 pontos
Ascite:
- ausente: 1 ponto
- leve/moderada: 2 pontos
- grave: 3 pontos
TAP:
- < 1,7 / 1 - 3s: 1 ponto
- 1,7-2,3 / 4 - 6s: 2 pontos
- > 2,3 / > 6s: 3 pontos
Albumina:
- > 3,5: 1 ponto
- 3,5-2,8: 2 pontos
- < 2,8: 3 pontos
📌Child A: 5-6 pontos
📌Child B: 7-9 pontos
📌Child C: 10-15 pontos
Quais são os parâmetros avaliados pelo Escore MELD?
“BIC é uma caneta de MELDA”
- Bilirrubinas
- INR
- Creatinina
📌existe o PELD, versão pediátrica para < 12 anos, que avalia albumina, estado nutricional e idade