CIRURGIA Flashcards

1
Q

Paciente idosa com quadro de parada de eliminação de flatos e fezes e sinal de Gersuny ao exame físico. Qual é o diagnóstico?

A

FECALOMA

O sinal de Gersuny consiste em uma massa palpável moldável, compatível com acúmulo de material fecaloide

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2
Q

Escore de Caprini para risco de TEV em pacientes cirúrgicos e conduta em cada pontuação:

A

0: MUITO BAIXO risco = deambulação precoce

1 a 2: BAIXO risco = compressão pneumática intermitente
📌saber que a compressão INTERMITENTE é o método mecânico mais eficaz na profilaxia de TVP

3 a 4: risco MODERADO = anticoagulação

5 ou mais: ALTO risco = anticoagulação + compressão intermitente

‼️nos pacientes com alto risco e contraindicações à anticoagulação usamos o filtro de veia cava

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3
Q

Como classificar as cirurgias com relação ao seu porte?

A

Existem duas classificações possíveis:

1) Quanto ao risco de hemorragias:

• Grande porte: Grande probabilidade.
📌 cirurgias de emergência, vasculares arteriais

• Médio porte: Média probabilidade.
📌cabeça e pescoço - ressecção de carcinoma espinocelular, ortopedia - prótese de quadril

• Pequeno porte: Pequena probabilidade.
📌 plástica, mamoplastia e endoscopia

2) Quanto à duração da cirurgia:
• Porte l: até 2 horas
• Porte Il: de 2 a 4 horas
• Porte III: de 4 a 6 horas
• Porte IV: acima de 6 horas.

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4
Q

Quais são as cirurgias classificadas como alto, médio e baixo risco quanto a complicações cardíacas?

A

ALTO RISCO:
vasculares arteriais de aorta e periféricas
urgência ou emergência
• pneumonectomia
• adrenalectomia
• esofagectomia
transplantes de fígado ou pulmão
• cirurgias intraperitoneais
📌 duodeno, pâncreas, fígado, vias biliares, perfuração intestinal

MÉDIO RISCO:
• endovascular de aneurisma de aorta abdominal
carótida em pacientes sintomáticos
• angioplastia arterial periférica
CCP
ortopédicas grandes
uroginecológicas maiores
• transplante RENAL
• cirurgias intraperitoneais
📌baço, hérnia de hiato, colecistectomia
• cirurgias intratorácicas

BAIXO RISCO:
• endoscopia
catarata e olho
mama
• ambulatorial
• odontológica
tireoide
carótida em pacientes assintomáticos
• pequenos procedimentos de especialidades
📌 ortopédica, urológica, etc

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5
Q

Classificação de ASA

A

ASA 1: hígido

ASA 2: doença sistêmica leve, sem limitação funcional
📌tabagismo, obesidade, HAS/DM, gestante

ASA 3: doença sistêmica grave, com limitação
📌HAS/DM descontrolados, angina estável, DRC dialítico controlado, IAM/AVC > 3 meses

ASA 4: constante ameaça à vida
📌ICC descompensada, angina instável, DRC dialítico descontrolado, IAM/AVC < 3 meses

ASA 5: moribundo
📌ruptura de aneurisma, hemorragia, isquemia importante

ASA 6: doação de órgãos

🚩SEMPRE CONSIDERA A COMORBIDADE MAIS GRAVE!

Classificação de risco:
• 1 e 2: baixo
• 3: médio
• 4 e 5: alto

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6
Q

Quais são os preditores isolados de maior risco na escala de Goldman na estratificação de risco cardíaco para cirurgia não cardíaca?

A

Terceira bulha (B3) ou turgência jugular

Ela é dividida em classes funcionais de I a IV, sendo que a partir da classe Ill há indicação de avaliação cardiológica!

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7
Q

Descreva o escore de risco cirúrgico de Lee e como ele é utilizado para indicar ou não cirurgia.

A

Considera 6 variáveis, cada uma pontua 1 ponto:

Tipo de cirurgia envolvendo risco elevado;

• Doença cardíaca isquêmica;

• História de ICC;

• História de doença cerebrovascular;

• Creatinina pré-operatória > 2;

• Diabetes insulinodependente.

  • 0 pts: Lee I
  • 1 pt: Lee II
  • 2 pts: Lee III
  • 3 ou mais pts: Lee IV

📌para Lee III e IV está indicada AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM METs (próximo flashcard)

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8
Q

Como é estimada a capacidade funcional de um paciente por meio do Questionário Duke Activity Status Index?

A

< 4 METs:
cuidar de si: vestir, alimentar, banho
• caminhar 1-2 quadras sem inclinação
tarefas domésticas leves e moderadas: lixo, louça, aspirador de pó, varrer

4 a 6 METS:
1 lance de escadas / caminhar na subida
• tarefas domésticas em jardim/quintal
atividade sexual
atividades recreacionais moderadas: boliche, dança, tênis em dupla

7 a 10 METS:
correr uma distância curta
• tarefas domésticas PESADAS: esfregar/lavar piso, levantar móveis pesados
atividades esportivas

📌 Classificação:
- Excelente: > 10 METs
- Bom: 7 a 10
- Moderado: 4 a 6
- Ruim: < 4 (ou desconhecido)

‼️4 OU MAIS = CIRURGIA INDICADA‼️

📌 se < 4, deve-se realizar teste de esforço cardíaco induzido (cintilo ou eco)

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9
Q

Quais são os preditores de intubação difícil na avaliação pré operatória?

A

Obesidade

Pescoço curto

Mallampati Ill ou IV

Distância mento-hioide < 5 cm / < 3 polpas digitais

Microstomia (abertura bucal < 3 cm)

Flexibilidade do pescoço reduzida (< 80°)

Prognatismo ou micrognatia

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10
Q

Descreva a classificação de Mallampati para a avaliação pré operatória de via aérea

A

I: PALATO MOLE, FAUCES, UVULA, PILARES ANTERIOR E POSTERIOR

II: PALATO MOLE, FAUCES E UVULA

III: PALATO MOLE E BASE DA ÚVULA

IV: PALATO MOLE (parcialmente visível)

📌III e IV são preditores de via aérea difícil

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11
Q

Descreva a classificação de Cormack-Lehane para avaliação da visualização glótica por laringoscopia.

A

I: visão completa da glote

II: parte das cordas vocais

III: apenas epiglote

IV: nenhuma estrutura glótica visível

📌III e IV são preditores de via aérea difícil

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12
Q

Solicitação de exames no pré-operatório para risco habitual

A

< 45: nenhum

Homem de 45-54: ECG

55-70: ECG + hemograma

> 70: ECG + hemograma + Ur + Cr + glicemia + eletrólitos

📌pode mudar de acordo com comorbidades e risco intrínseco da cirurgia!

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13
Q

Quando suspender anticoagulantes e antiagregantes no pré operatório?

A

HBPM (Enoxa): suspender 24h antes e retornar 48-72h depois

HNF (Liquemine): suspender 6h antes e retornar 12-24h depois

NOACs: suspender 24-48h antes

Varfarina (Marevan): suspender 5 dias antes e controlar com RNI:
• > 1,5: administrar uma dose de vitamina K ou plasma
< 1,4: operar
• alto risco: ponte com heparina
📌urgência: plasma fresco + vitamina K

Clopidogrel: suspender 5 dias antes e retomar no 1° DPO

AAS:
• baixo risco cardiovascular: suspender 7 dias antes
• alto risco cardiovascular: manter

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14
Q

Quando suspender anti-hipertensivos no pré operatório?

A

iECA/BRA: suspender no dia anterior (risco de hipotensão)

Diuréticos: suspender na manhã da cirurgia (MANTER em IC/HAS grave)

BCC e betabloqueadores: MANTER‼️

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15
Q

Quando suspender hipoglicemiantes orais e insulina no pré operatório?

A

Hipoglicemiantes orais: em geral, suspender no dia
📌metformina: 24h antes
📌iSGLT2: 3-4 dias antes

Insulina:
• ação prolongada: manter
• ação intermediária (NPH): metade da dose na manhã da cirurgia
• ação rápida (regular): suspender na manhã da cirurgia

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16
Q

Resumo de medicações mais cobradas que devem ser suspensas e mantidas no pré operatório

A

AINEs: 3 dias antes

ACO e tamoxifeno: 4 semanas antes

Fitoterápicos: suspender
📌depende do tipo, mas varia de semanas a dias antes

Corticoides: trocar por hidrocortisona EV

Estatinas, broncodilatadores, medicações psiquiátricas: manter!

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17
Q

O que deve conter na formulação da terapia nutricional pré operatória e quais são os fatores utilizados na triagem que a indicam?

A

FÓRMULA:
1,5 - 2g proteína/kg/dia
25-30 kcal/kg/dia
📌cuidado com síndrome de realimentação: recomendações menores para pacientes críticos

A fórmula pode ser ajustada segundo a avaliação do gasto energético basal pela equação de Harris-Benedict.

FATORES DE RISCO NUTRICIONAL:
Perda de peso > 10% em 6 meses (ou 5% em um mês)
IMC < 18,5
Albumina < 3

‼️ Atenção aos pacientes com aumento do estado catabólico. Ex: grandes queimados.

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18
Q

Quais são as recomendações de jejum no pré operatório?

A

2h: líquidos claros (água, suco sem polpa, café, chá, drinks de carboidrato)

4h: leite materno

6h: leite de vaca, fórmula infantil ou refeições leves

8h: comida frita ou gordurosa, carne

19
Q

Após 1h do início de uma gastrectomia total com linfadectomia a D2 por um adenocarcinoma moderadamente diferenciado em fundo gástrico, houve laceração da veia esplênica e volumoso sangramento. O paciente foi estabilizado com solução cristaloide e concentrado de hemácias e a cirurgia flui normalmente com previsão de duração de 3 horas.

Qual conduta em relação a antibioticoprofilaxia deve ser adotada pela equipe?

A

REAPLICAR ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO IMEDIATAMENTE!!

📌 se houver hemorragia maior que 500ml no intra-operatório, uma nova dose de antibiótico profilático deve ser aplicada!

20
Q

V ou F:

Pacientes com doença autoimune em tratamento com altas doses de corticoide, submetidos a procedimentos de grande porte, devem receber apenas a dose usual da droga, sem suplementação, pois as doses prévias acumuladas, associadas ao estresse operatório, podem gerar sobrecarga adrenal e falência definitiva do eixo

A

FALSO!

No paciente que já faz uso de altas doses de corticoide, o eixo já se encontra suprimido!

Por isso, esses pacientes não conseguem responder ao trauma cirúrgico, tendo necessidade de uma SUPLEMENTAÇÃO MOMENTÂNEA DE CORTICOIDE na indução anestésica, e por alguns dias após a cirurgia, a depender do porte.

21
Q

Quais são os principais anestésicos inalatórios e suas contraindicações?

A

Halotano, óxido nitroso e FLURANOS (enflurano, isoflurano, desflurano e sevoflurano)

Cumprem todos os objetivos (analgésicos + hipnóticos + bloqueadores neuromusculares)

📌mesmo assim, associamos relaxantes musculares para alcançar o alvo terapêutico com doses menores

Óxido nitroso

  • pouco efeito colateral hemodinâmico e ventilatório
  • contraindicações: pneumotórax, aumento da pressão intra-abdominal, obstrução intestinal, cirurgias em ouvido médio ou retina

Halotano

  • mais potente de todos
  • evitar em hepatopatas e cardiopatas
  • causa hipertermia maligna
22
Q

Quais são os 3 principais anestésicos hipnóticos, suas vantagens e efeitos colaterais?

A

PROPOFOL

  • curta ação
  • broncodilatador
    📌bom para asmáticos
  • SEM ação analgésica
  • provoca redução da PA
    📌 cautela em pacientes hipovolêmicos ou chocados

CETAMINA

  • ainda mais broncodilatador que o propofol
  • ação hipnótica e analgésica (dissociativo)
  • único que aumenta PA e FC
    📌 bom para pacientes chocados
  • evitar em coronariopatas: risco de isquemia
  • risco: aumento da pressão intracraniana

ETOMIDATO

  • escolha em cardiopatas e no TRAUMA
    📌não causa depressão cardíaca e respiratória
23
Q

Quais é o principal anestésico utilizado para analgesia e seus efeitos colaterais?

A

Os anestésicos de propriedade analgésica são representados basicamente pelos OPIOIDES, sendo o Fentanil o mais usado.

Efeitos adversos:

  • depressão cardiorrespiratória
    📌TÓRAX RÍGIDO = infusão rápida de fentanil
  • intoxicação: miose, boca seca, prurido
    📌antídoto = NALOXONE

Algo a mais, vamos relembrar a ordem de potência dos opioides:

• Sufentanil > remifentanil > fentanil > morfina > codeína

24
Q

Quais são os principais anestésicos bloqueadores neuromusculares

A

Despolarizante = Succinilcolina
📌risco de hipertermia maligna e hiperK

Não despolarizante: Rocurônio
📌reversor: sugamadex

25
Q

Cite os principais fármacos associados à hipertermia maligna, como identificá-la e sua medida de tratamento específica

A

‼️HALOTANO e SUCCINILCOLINA

Ocorre um aumento de cálcio nos sarcômeros, levando à CONTRAÇÃO MUSCULAR EXCESSIVA

  • rigidez
  • espasmos
  • trismo
  • febre (habitualmente > 39ºC)

De achados laboratoriais, podemos ter ACIDOSE, MIOGLOBINÚRIA e HIPERCALEMIA, devido à rabdomiólise.

📌tratamento: Dantrolene IV: 2-3 mg/kg

26
Q

Explique, citando o mecanismo de ação dos anestésicos tópicos, a correlação entre seu pKa e o pH do meio:

A

Os anestésicos tópicos agem BLOQUEANDO OS CANAIS DE SÓDIO no interior dos neurônios, assim, para adentrar a membrana lipofílica, precisam estar em sua forma não ionizada.

‼️quanto mais próximo o pka do anestésico for do pH do meio, mais forma não ionizada ele terá

Temos que lembrar, por fim, que os anestésicos tópicos são BASES, tendo pKa elevado!

  • meios com pH ácido (infecções): mais forma IONIZADA, com MENOR EFEITO
  • meios com pH básico: mais forma NÃO IONIZADA, com MAIOR EFEITO
27
Q

Quais são as doses máximas dos principais anestésicos tópicos?

A

Lidocaína:
📌curta duração

  • 4-5 mg/kg SEM epinefrina
  • 7-8 mg/kg COM epinefrina

Bupivacaína:

  • 3 mg/kg

Ropivacaína:

  • 2,5 mg/kg

📌as duas são de ação prolongada, mas a BUPI é mais

28
Q

Diferencie a raquianestesia da anestesia peridural e cite suas contraindicações

A

RAQUI:

  • espaço SUBARACNOIDEO (chega no líquor -> cefaleia pós raqui)
  • realmente BLOQUEIA, com perda de motricidade
  • cirurgias de mmii, perineal, urológica ou abdome inferior

PERIDURAL:

  • espaço EPIDURAL
  • NÃO bloqueia, só faz ANALGESIA
  • cateter para manutenção de analgesia no pós-operatório de cirurgias de grande porte

📌Contraindicações:

  • absolutas: procedimentos longos, infecção em sítio de punção, recusa do paciente, coagulopatia e uso de anticoagulantes, aumento da PIC
  • relativas: infecção distante/sepse, hipovolemia, deformidades da coluna, doença neurológica indeterminada ou em progressão
29
Q

Qual é a fisiopatologia da cefaleia pós raqui e o tratamento em casos refratários?

A

A cefaleia pós raqui ocorre por RUPTURA DA DURA MÁTER, levando a extravasamento de líquor

📌por isso, é pior ao se sentar ou levantar

A conduta consiste em ANALGESIA e REPOUSO, sendo AUTOLIMITADO

‼️para casos refratários, pode-se utilizar o tampão sanguíneo (blood patch), com injeção de sangue do paciente no espaço epidural para formação de coágulo

30
Q

Resumão de fios cirúrgicos 💀

A

CATEGUTE

  • natural
  • absorvível (7 - 10 dias)
  • monofilamentar
  • reação ↑↑↑
  • peritônio; bolsa escrotal; períneo

📌existe o categute cromado, com o dobro de duração

VICRYL / POLIGLACTINA

  • sintético
  • absorvível (60 - 90 dias)
  • multifilamentar
  • reação ↓
  • aponeurose; músculo; subcutâneo

MONOCRYL / POLIGLICAPRONA

  • sintético
  • absorvível (60 - 90 dias)
  • monofilamentar
  • reação ↓
  • subcutâneo; intraderme

DEXON (ácido poliglicólico)

  • sintético
  • absorvível (90 - 120 dias)
  • multifilamentar
  • reação ↓
  • músculo; subcutâneo; anastomose TGI

PDS (polidioxanona)

  • sintético
  • absorvível (180 dias)
  • monofilamentar
  • reação ↓↓
  • aponeurose; anastomose TGI e TGU; vasos

PROLENE / POLIPROPILENO

  • sintético
  • inabsorvível
  • monofilamentar
  • reação↓
  • fáscia; parede abdominal; anastomose de vaso e tendão

NYLON

  • sintético
  • inabsorvível
  • monofilamentar
  • reação↓
  • pele

ALGODÃO

  • natural
  • inabsorvível
  • multifilamentar
  • reação ↑
  • ligadura vascular; anastomose TGI
31
Q

Qual é o fio de escolha na reconstrução vascular pediátrica?

A

PDS (polidioxanona)

📌 sintético, absorvível (180 dias) e monofilamentar

32
Q

Qual é a principal indicação do Categute?

A

ANASTOMOSES INTESTINAIS

📌lembrando de não utilizar se cicatrização demorada, pois perde a força tênsil em torno de 15 dias

O categute é um fio NATURAL, ABSORVÍVEL e MONOfilamentar.

33
Q

Qual é o fio indicado para suturas de grande tensão, como vasos, tendões e parede abdominal?

A

PROLENE ou POLIPROPILENO

É um fio sintético, inabsorvível e monofilamentar, com grande resistência à tensão.

34
Q

Classificação das cirurgias quanto ao potencial de infecção e indicação de antibiótico profilático para cada classe

A

Classe I: LIMPA

  • não invade tratos respiratório, digestivo, genitourinário
  • não fazer antibióticos
  • ex: tireoidectomia

📌EXCEÇÕES: colocação de prótese/tela, mama, cardíacas (vancomicina) ou neurocirurgias.

Classe II: LIMPA/CONTAMINADA

  • invade tratos respiratório, digestivo, genitourinário, em condições controladas, sem contaminação além do habitual
  • não faz antibióticos
  • ex: colectomia, pneumectomia

‼️colecistectomia videolaparoscópica NÃO faz atb

Classe III: CONTAMINADA

  • feridas acidentais/traumáticas < 24h, operações com quebra da técnica estéril, processos inflamatórios não purulentos agudos, contaminação de TGI
  • ANTIBIOTICOPROFILAXIA: cefazolina
    📌TGI: acrescentar metronidazol

Classe IV: SUJA/INFECTADA

  • tecido desvitalizado, infecções ativas, perfurações de vísceras, feridas traumáticas > 24 horas
  • ANTIBIOTICOTERAPIA
35
Q

Quais são as principais citocinas pró e anti inflamatórias envolvidas na REMIT?

A

Citocinas PRÓ inflamatórias: IL1, IL2,
TNF-alfa

Citocinas ANTI inflamatórias: IL4, IL10, IL13

36
Q

Cite os 4 fatores que, isoladamente, já predizem um alto risco pós operatório para TEV e, portanto, indicam anticoagulação profilática:

A

Cirurgias ORTOPÉDICAS (fraturas de quadril/pelve/perna e artroplastia de grandes articulações)

Cirurgias de POLITRAUMA

Grandes cirurgias ONCOLÓGICAS

GRANDES QUEIMADOS

37
Q

Diferencie as principais causas de febre pós operatória quanto ao momento do seu surgimento

A

Até 24h: REMIT

24-48h:
• ATELECTASIA
• infecção necrosante de ferida
📌strepto pyogenes, clostridium perfringens

3º-5º dia:
• DEISCÊNCIA de anastomose
📌sinal precoce = taquicardia
• TVP

7º dia:
• INFECÇÕES:
- ferida operatória (s. aureus)
- pneumonia (IOT)
- ITU (cateter)
- parotidite supurativa (s. aureus)
📌pensar em homem idoso com má higiene bucal

38
Q

Diferencie quanto à clínica e ao manejo as 3 principais complicações pós operatórias relacionadas à ferida:

A

SEROMA:

  • coleção de linfa no local da incisão: tumoração amolecida sem sinais flogísticos
  • prevenção: dreno / curativo
    compressivo
  • tratamento: compressão ou aspiração

HEMATOMA:

  • coleção de sangue no local da incisão
  • reabordar se for volumoso e em expansão

DEISCÊNCIA DE APONEUROSE:

  • secreção serohemática em água de carne
  • pode cursar com evisceração ou eventração
  • conduta: reabordagem

📌obs: não confunfir com deiscência de ANASTOMOSE:

  • sinal precoce: TAQUICARDIA‼️
  • tratamento: jejum + hidratação + corrigir DHE + antibiótico + sonda nasogástrica
  • indicações de reabordagem: peritonite, hemorragia ou isquemia
39
Q

Até quanto tempo pós procedimento consideramos que uma infecção é de sítio cirúrgico?

A

Até 30 dias pós procedimento ou 1 ano se prótese

Tipos:

  • superficial: retirar pontos e lavar
  • profunda: retirar pontos e lavar + atb
  • órgãos e cavidades: atb + drenagem de abscessos por punção
40
Q

Qual é o melhor método para avaliar a responsividade à reposição volêmica?

A

Medição do diâmetro da veia cava inferior, com boa resposta se colapsabilidade > 50% durante a inspiração

41
Q

Diferencie enxerto e retalho

A

ENXERTO não leva vascularização, dependendo totalmente da área receptora

  • total: possui toda a extensão da derme da área doadora, com melhor resultado estético;
  • parcial: possui apenas parte da derme doadora, com maior quantidade de tecido doado.

RETALHO possui vascularização própria
📌bom para lesões complexas com grande perda tecidual

  • simples: epiderme, derme e subcutâneo
  • composto: epiderme, derme, subcutâneo e estruturas adjacentes (ex: músculos)
42
Q

Caracterize as fases de cicatrização

A

1) INFLAMATÓRIA:

  • hemostasia + inflamação (histamina e serotonina)
  • primeira célula: neutrófilo
  • principal célula: MACRÓFAGO
  • liberação de fatores de crescimento, IL1, IL6, TNF-alfa e TGF-beta (principal citocina da cicatrização).

2) PROLIFERATIVA ou regenerativa:

  • 4-6 dias da ferida
  • formação do tecido de granulação
  • principal célula: FIBROBLASTO
  • deposição de colágeno frouxo (tipo 3)
  • há também angiogênese e epitelização.

3) MATURAÇÃO ou remodelamento:

  • contração da ferida
  • principal célula: MIOFIBROBLASTO
  • deposição de colágeno tipo 1

📌 Reposição de VITAMINA A melhora a cicatrização em usuários de CORTICOIDE, diabéticos ou em quem está em QT ou RT.

📌 Hipovitaminose C está associado à má cicatrização, mas não há benefício em suplementar em quem não tem (repomos apenas em quem tem a deficiência).

43
Q

Quais são os valores indicados de reposição de sódio, potássio e glicose no pós operatório?

A

SÓDIO: 1 a 2 mEq/kg/dia
📌1L de SF 0,9% = 154 mEq

POTÁSSIO: 1 mEq/kg/dia

GLICOSE: 100g/dia
📌2L de SG a 5%